Nove anos depois, China Three Gorges recupera metade do investimento na EDP
Elétrica liderada por António Mexia começa, esta quinta-feira, a pagar dividendos. Apesar da quebra no lucros, o total de remuneração acionista mantém-se em 695 milhões de euros.
Os 695 milhões de euros em dividendos começam, esta quinta-feira, a ser pagos aos acionistas da EDP. Apesar de uma ligeira quebra nos lucros de 2019, para 512 milhões de euros, a remuneração dos investidores manteve-se estável face ao ano passado. O principal acionista, a China Three Gorges, vai ficar com um quinto do total, conseguindo com mais este encaixe recuperar metade do valor investido na elétrica liderada por António Mexia.
A CTG é detentora de quase 785 milhões de ações da EDP, que correspondem a 21,47% do capital da empresa. Tendo em conta que a EDP vai pagar um dividendo bruto de 0,19 euros por ação, o cheque ascende a 149.141.834,56 euros.
O valor fica abaixo do recebido no ano passado já que os dois acionistas ligados diretamente à República Popular da China desinvestiram na EDP ao longo de 2019. A CNIC saiu de todo do capital da empresa, enquanto a CTG reduziu a participação em 1,8% (ou 66 milhões de ações).
Ainda assim, o montante faz com que o acionista já tenha conseguido recuperar metade do investimento feito quando entrou no capital da EDP — 2,69 mil milhões de euros –, em outubro de 2011. Desde então, já recebeu 1,34 mil milhões de euros em dividendos, aos quais acrescem 292,9 milhões com venda das ações em fevereiro.
21,5% dos dividendos vão para o maior acionista
Fonte: EDP
Pequenos acionistas vão receber 328,5 milhões
Depois da CTG, o segundo maior acionista é o fundo espanhol Oppidum Capital (com 7,19% do capital), que vai receber quase 50 milhões. As gestoras norte-americanas BlackRock e Alliance Bernstein vão ganhar 31,4 milhões e 20,4 milhões, respetivamente.
O cheque do acionista ativista Paul Elliott Singer será de 17 milhões de euros. Já os pequenos acionistas que detêm mais de 1,73 mil milhões ações (47,28% do capital), que transacionam na bolsa de Lisboa, irão receber, na totalidade, 328.444.924,05 de euros.
Os dividendos da EDP estão, este ano, envoltos em polémica devido ao Covid-19. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) apelou a que as cotadas do PSI-20 tenham atenção à sustentabilidade de longo prazo e à transparência na informação transmitida aos acionistas sobre o impacto da pandemia, enquanto o Parlamento chegou a levantar a hipótese de impedir a remuneração acionista.
A proposta não avançou e, ao contrário do que aconteceu com a subsidiária EDP Brasil, nem a EDP nem a EDP Renováveis alteraram as propostas. “Para o ano que vem, a ideia é manter a estabilidade da política de dividendos. Claro que será avaliado, mas tendo em conta o que sabemos neste momento e o que são as previsões para 2021, prevemos estabilidade“, disse o CEO António Mexia, após a assembleia geral de acionistas.
O plano estratégico 2019-2022 da EDP indica que os atuais 19 cêntimos sejam o valor mínimo entregue aos acionistas nos próximos anos, bem como que o rácio de payout dos lucros se situe entre 75% e 85%.
Dividendos não mudam há quatro anos
Fonte: EDP
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Nove anos depois, China Three Gorges recupera metade do investimento na EDP
{{ noCommentsLabel }}