Pandemia é “um desafio de médio prazo” para as finanças públicas, alerta BCE

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

A pandemia deverá enfraquecer as posições orçamentais dos países à medida que os estabilizadores automáticos e medidas de apoio discricionárias se traduzirem em maiores défices, diz BCE.

A pandemia de covid-19 representa um desafio de médio prazo para a sustentabilidade das finanças públicas dos países da zona euro, segundo o relatório de Estabilidade Financeira divulgado pelo Banco Central Europeu (BCE).

“A pandemia representa um desafio de médio prazo para a sustentabilidade das finanças públicas. Os governos da zona euro continuam a beneficiar de condições de financiamento benignas no contexto do corrente programa de compra de ativos do BCE, mas a pandemia deverá enfraquecer as posições orçamentais à medida que os estabilizadores automáticos e medidas de apoio discricionárias se traduzirem em maiores défices“, pode ler-se no relatório de Estabilidade Financeira hoje divulgado pelo BCE.

Notando que as medidas orçamentais de apoio à economia “ajudam a mitigar” os efeitos da crise económica e podem apoiar a sustentabilidade da dívida a médio prazo, o BCE aponta, no entanto, que “o aumento associado dos níveis de dívida pública podem também acionar uma reavaliação do risco soberano [dos Estados] dos participantes no mercado e reacender pressões em soberanos mais vulneráveis”.

“Uma contração económica mais severa e prolongada do que o esperado, se associada com maiores custos de financiamento para alguns países da zona euro e com a materialização de obrigações contingentes, arriscaria pôr o rácio de dívida pública face ao PIB [Produto Interno Bruto] num caminho insustentável em países já altamente endividados“, alerta a instituição presidida por Christine Lagarde.

Em geral, o BCE considera que “o sistema financeiro da zona euro resistiu a muito do ‘stress’ recente com a ajuda de medidas de política, mas a produção económica perdida e maiores ‘fardos’ da dívida aumentam os riscos a médio prazo para a estabilidade financeira da zona euro”.

Os quatro maiores riscos identificados pelo relatório da instituição sediada em Frankfurt, na Alemanha, são as “condições financeiras mais apertadas e funcionamento frágil em alguns mercados”, “um aumento significativo nos fardos da dívida, especialmente dívida pública”, “menor capacidade de intermediação bancária e rentabilidade”, e ainda a “amplificação das dinâmicas de mercado pelo setor financeiro não bancário”.

No que concerne à banca, “as avaliações bancárias caíram para mínimos recorde e os custos de financiamento dos bancos aumentaram, apesar da melhorada resiliência desde a crise financeira mundial” e de não terem estado “no epicentro da pandemia”, refletindo “tanto as perspetivas económicas deterioradas e a consideravelmente maior incerteza acerca das perspetivas dos lucros e qualidade dos ativos dos bancos da zona euro“.

“O esperado aumento no risco do crédito na sequência da pandemia enfraquece as perspetivas para os lucros dos bancos, apesar de no curto prazo os sistemas governamentais compensarem algumas perdas”, segundo o BCE, a que se adicionam “problemas estruturais continuados” associados a pouca eficiência, a fontes de receitas pouco diversificadas e a sobrecapacidade.

Relativamente às empresas, “muitas já altamente endividadas e enfrentando desafios de lucros antes da pandemia, agora deparam-se com pressões de fluxos de caixa e maiores custos de financiamento”, o que “enfraquece a sustentabilidade da dívida no médio prazo”.

“Para algumas empresas, o colapso súbito nos fluxos de caixa pode traduzir-se rapidamente em riscos de liquidez e levar a uma subida rápida da taxa de insolvências“, e “o aumento do recurso a linhas de crédito indica que os fechos temporários estão a colocar pressão na liquidez das empresas da zona euro”, advertindo o BCE para maiores riscos em empresas que já estavam alavancadas.

Quanto às famílias, o BCE assinala o aumento do desemprego e menores rendimentos, mas também o menor consumo o diferimento de compras não essenciais, destacando que “em países com altos níveis de desemprego pré-pandemia”, a capacidade de recorrer a poupanças e a moratórias de crédito “pode ser particularmente afetada”.

Além disto, “o risco de correções nos mercados residenciais e imobiliário comercial da zona euro aumentou na sequência da pandemia”, com Frankfurt a assinalar que alguns riscos já eram visíveis em 2019, “com sinais mais visíveis de sobreavaliação do preço das casas”, o que poderá levar a correções nos preços agora.

“O papel proeminente de investidores estrangeiros e de fundos de investimento de capital variável no imobiliário pode tornar os mercados comerciais mais expostos a um ajustamento desordenado”, alerta o BCE.

Nos mercados financeiros, o surto de covid-19 “acionou mudanças abruptas nos preços dos ativos e levou a um aumento do stress no sistema financeiro”, com a liquidez dos mercados a ficar mais exposta aos riscos e os fundos de investimento a presenciarem fugas de capital.

“O stress de liquidez nos fundos de investimento pode reaparecer, dado o seu baixo nível de ativos líquidos antes da turbulência e os atuais baixos níveis de liquidez nos mercados”, adverte o BCE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE: Estado português deverá assumir 5% a 10% das perdas dos créditos garantidos

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

O valor consta de um gráfico presente no relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta terça-feira pelo BCE, e está apenas acima da percentagem calculada para a Holanda (abaixo de 5%).

O Banco Central Europeu (BCE) estima que entre 5% e 10% das perdas provenientes dos empréstimos bancários garantidos pelo Estado português no âmbito das linhas de apoio à economia associadas à pandemia de covid-19 sejam assumidas pelo erário público.

O valor — cujo intervalo é percetível, mas a sua exatidão não — consta de um gráfico presente no relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta terça-feira pelo BCE, e está apenas acima da percentagem calculada para a Holanda (abaixo de 5%).

Os restantes Estados têm uma absorção maior de risco proveniente das garantias, de acordo com esta estimativa do BCE, já que a França se situa entre os 15% e 20%, Bélgica e Espanha ligeiramente abaixo de 20%, Itália entre os 55% e 65% e Alemanha entre 60% e 65%. A zona euro como um todo situa-se entre os 30% e 40%.

O gráfico apresentado diz respeito à “percentagem estimada de perdas por crédito bancário cobertas por sistemas de garantias governamentais”, e tem por base vários cenários macroeconómicos e de fluxos de caixa, assumindo o Estado total responsabilidade pelo empréstimo à luz das garantias.

“Em princípio, os sistemas podem reduzir as perdas incorridas pelos bancos em empréstimos às empresas e transferir algum do risco de crédito remanescente para os Estados”, e o BCE estima, em quatro cenários, que “a implementação total dos sistemas de garantia de crédito pode reduzir perdas nos empréstimos entre 15% e 20% na zona euro“, comparando com uma não utilização dessas garantias.

O BCE afirma ainda que “cerca de um terço das perdas que ainda assim surgiriam poderiam ser transferidas para os Estados através da ativação das garantias”.

“A combinação da posição inicial do setor empresarial e o desenho dos esquemas de garantias vai determinar o impacto nos diferentes países”, antecipa o BCE, considerando que “quanto maior o tamanho geral dos sistemas de garantias relativamente à economia, maior o benefício geral em termos de evitar perdas no crédito”.

O BCE destaca ainda que “a extensão de como as perdas remanescentes são transferidas para o Estado vai depender da percentagem de empresas que falhem os critérios de elegibilidade, por exemplo porque se encontravam com preocupações de solvência anteriores”.

Quanto aos números apresentados, a instituição liderada por Christine Lagarde aponta que “devem ser interpretados como indicativos, dado que o impacto varia por país dependendo das assunções acerca do desenho do sistema e da forma estimada do setor empresarial”.

“Mas na realidade, a eficácia dos esquemas de garantia depende da sua tomada e da capacidade dos requerentes terem acesso aos empréstimos rapidamente”, maior em países com mais pequenas e médias empresas (PME) e com o setor empresarial mais endividado (como Portugal), porém “a tomada real dos empréstimos pode ser significativamente menor do que os envelopes anunciados, dado que muitas empresas podem sentir que podem gerir o seu fluxo de caixa sem necessidade de garantias”.

O BCE estimou ainda que, se apenas empresas dos setores mais afetados tomassem os empréstimos, “o valor seria cerca de 60% do montante máximo potencial”, o que poderia levar a que as perdas assumidas pelo Estado permanecessem “relativamente altas, pois que os empréstimos iriam para as empresas que beneficiam mais de financiamento por outras vias”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Compras em loja aumentam 12% e aproximam-se do pré-pandemia

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

Segundo os dados da plataforma SIBS Analytics, “a média de compras em loja está agora num valor que equivale a três quartos da média anterior ao primeiro caso de infeção registado em Portugal”.

As compras em loja dos portugueses aumentaram 12% entre 18 e 24 de maio, a segunda maior subida desde o início do desconfinamento, para uma média equivalente a três quartos do período pré-pandemia, divulgou esta terça-feira a SIBS.

“Na semana de 18 a 24 de maio, a terceira do estado de calamidade, os hábitos de consumo dos portugueses acentuaram as tendências registadas desde o início do processo de desconfinamento, com o número médio de compras físicas a subir oito pontos face à semana anterior, o que representa um crescimento de 12%, a segunda maior subida desde o início do desconfinamento, voltando a aproximar-se da média antes do início da pandemia”, refere a SIBS em comunicado.

Segundo os dados da plataforma SIBS Analytics, “a média de compras em loja está agora num valor que equivale a três quartos da média anterior ao primeiro caso de infeção registado em Portugal”.

Na semana passada, as compras em loja nos setores dos super e hipermercados, pequena distribuição alimentar, bebidas e tabaco, farmácias e parafarmácias continuaram “a perder preponderância perante a reabertura gradual da economia”, atingindo um peso acumulado de 53% em todas as compras físicas na rede Multibanco em comparação com os 47% representados por todos os outros setores”.

De acordo com a entidade gestora da rede Multibanco, “este valor de 47% representa a percentagem mais alta desde que foi decretado o estado de emergência em Portugal, em meados de março, demonstrando já alguma aceleração de outros setores e atividades de negócio”.

A SIBS destaca ainda “um novo recorde” de utilização do serviço MB Way nas compras na rede Multibando desde que foi registado o primeiro caso do novo coronavírus em Portugal: “Na semana em análise, de 18 a 24 de maio, a média de compras em loja através do MB Way ficou 70% acima da média anterior ao início da pandemia”, nota, acrescentando que a utilização desta aplicação nas compras físicas “registou a oitava semana consecutiva de aumento e subiu 29% em comparação com a semana anterior”.

Já as compras online voltaram a registar uma “ligeira quebra”, equivalente a três pontos face à semana antecedente, passando de 92 para 89 pontos comparando com a média pré-pandemia.

Numa análise setorial das compras ‘online’, verifica-se que o maior crescimento face ao período antes da pandemia continua a registar-se na restauração, ‘food delivery’ e ‘take away’, com um aumento de 59%, seguido do entretenimento, cultura e subscrições, que registou uma subida de 39%.

Já o comércio alimentar e retalho cresceu 26%, “ainda que tenha sido registado um abrandamento significativo no crescimento destes setores na semana de 18 a 24 de maio quando comparado com as semanas de estado de emergência e com as duas semanas anteriores de estado de calamidade”.

De acordo com a SIBS, a “transformação progressiva dos hábitos de consumo dos portugueses” nota-se igualmente somando estas três áreas às farmácias e parafarmácias, perfumaria e cosmética, jogos e brinquedos e decoração e artigos para o lar”, já que, pela primeira vez desde que foi decretado o estado de emergência em Portugal, o peso acumulado destes setores representa menos de metade das compras ‘online’ realizadas pelos portugueses.

Ainda assim, “é de realçar a maior dispersão por diferentes setores de atividade nas compras online face às compras físicas”.

Analisando a utilização do serviço MB Way no e-commerce, o número médio de compras caiu quatro pontos percentuais na semana de 18 a 24 de maio face à anterior, mas ficou ainda 12 pontos percentuais acima dos valores registados antes do primeiro caso de covid-19 em Portugal.

Quanto ao valor gasto por cada compra na rede Multibanco, a média caiu pela segunda semana consecutiva (-2%), de 38,6 euros para 37,8 euros, enquanto nas compras ‘online’ ocorreu o inverso, aumentando 2,8% para os 40,2 euros, face aos 39,1 euros da semana anterior.

Segundo a SIBS, quer nas compras físicas, quer online, os valores médios por compra continuam acima da média do período antes da pandemia, sendo o valor 8,9% superior no canal físico e 7,2% maior no online.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lay-off para os sócios-gerentes chumba. Parlamento retira teto de faturação ao apoio em vigor

A proposta que previa o alargamento do lay-off simplificado aos sócios-gerentes foi chumbada, na especialidade. Os deputados aprovaram, contudo, o diploma do PEV que altera o apoio que está em vigor.

Os deputados da Comissão de Economia chumbaram, esta terça-feira, a proposta conjunta do PSD, BE e PAN que previa o alargamento do lay-off simplificado aos sócios gerentes, avançaram ao ECO vários parlamentares. O Parlamento aprovou, contudo, o projeto de lei do PEV, alterado por uma proposta do PCP, que alarga o apoio atualmente em vigor a todos os sócios-gerentes das micro e pequenas empresas, independentemente do seu volume de faturação.

No pacote de apoios à economia inicialmente desenhado em resposta à pandemia de coronavírus, não estava incluída qualquer ajuda para estes portugueses. O Governo acabou, contudo, por alargar o apoio já lançado para os trabalhadores independentes aos sócios-gerentes, tendo colocado uma condição de acesso: a sua faturação tem de ser inferior a 80 mil euros anuais.

No Parlamento, PSD, Bloco de Esquerda e PAN avançaram com um texto conjunto para revogar o apoio atualmente em vigor e estender o lay-off simplificado — que é mais favorável no que a valores diz respeito — a estes portugueses. A proposta acabou, contudo, por ser chumbada, esta terça-feira, com o voto contra do PS e a abstenção do PCP e do PEV. Votaram a favor o PAN, o BE, o PSD e o CDS-PP.

Na generalidade, o PEV tinha votado a favor de uma proposta do PSD muito semelhante ao texto conjunto votado esta terça-feira, mas os ecologistas decidiram abster-se, desta vez, por considerarem que o regime de proteção social mais adequado para os sócios-gerentes é o dos trabalhadores independentes (ainda que com alterações) e não o lay-off simplificado, segundo já tinha explicado o deputado José Luís Ferreira ao ECO.

A propósito, foi a votos também esta terça-feira uma proposta do PEV que, em conjunto com a proposta de alteração do PCP, alarga o apoio já em vigor a todos sócios-gerentes independentemente da faturação. Estes diplomas foram aprovados com os votos favoráveis do PSD, BE, PCP e PEV. CDS-PP e PAN abstiveram-se e o PS votou contra.

A proposta do PEV prevê ainda alterações no valor deste apoio, que passa a corresponder ao montante da base de incidência contributiva, com o limite mínimo do Indexante dos Apoios Sociais, isto é, 438,81 euros.

Atualmente, o apoio tem como valor mínimo 219,4 euros e máximo esses 438,81 euros, nos casos em que a base de incidência contributiva é inferior a 658,2 euros. Já nos casos em que a base de incidência contributiva é superior a 658,2 euros, o apoio corresponde a dois terços da tal base de incidência com um teto máximo de 635 euros, mensais.

A proposta agora aprovada faz cair todo este raciocínio e estabelece: “Durante o período de aplicação desta medida, o trabalhador independente tem direito a um apoio financeiro com duração de um mês, prorrogável mensalmente, até um máximo de seis meses, correspondente ao valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, com o limite de mínimo do valor do IAS“. O projeto de lei produzirá, de resto, efeitos a 13 de março.

Depois das votações desta terça-feira, a proposta do PEV irá ainda ser submetida a uma votação final global, em plenário. O PS já veio avisar que todas as propostas que estavam em cima da mesa violam a norma-travão, por criarem nova despesa, tendo o partido avisado que poderá mesmo recorrer ao Tribunal Constitucional.

Entretanto, o PCP também já anunciou que vai requerer a apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que criou o apoio aos sócios-gerentes atualmente em vigor. O objetivo é retirar o limite de 80 mil euros de faturação como condição de acesso. Ao ECO, o deputado Bruno Dias diz que o grupo parlamentar vai agora ponderar o futuro deste pedido, já que na prática o objetivo “foi alcançado” com as votações desta terça-feira.

PSD “satisfeito” com desfecho e não pede avocação

Apesar do texto conjunto do PSD, BE e PAN ter sido chumbado, o deputado social-democrata Cristóvão Norte diz estar “satisfeito” com o desfecho das votações desta terça-feira, por ter sido possível encontrar uma “maioria positiva” que garantiu um alargamento do apoio a um “universo muito significativo” de sócios-gerentes. Ainda assim, o deputado afirma ao ECO que a proposta avançada pelo PSD, BE e PAN era “melhor” e “mais justa”.

Questionado sobre se irá pedir para que o texto conjunto seja votado também em plenário — a chamada avocação –, Cristóvão Norte diz que o PSD não deverá seguir esse caminho, optando antes por aceitar o resultado das votações indiciárias. “Preferimos que seja aprovado alguma coisa útil do que fazer um finca-pé”, remata.

(Notícia corrigida às 15h20)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Menos impostos e trabalho mais flexível. Cotrim Figueiredo pede ao Governo que aproveite a retoma para reformas

Líder do Iniciativa Liberal encontrou-se com o primeiro-ministro António Costa para falar sobre a reabertura da economia, na fase pós-Covid.

O líder do Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, pediu ao Governo que aproveite a abertura gerada pela pandemia para implementar reformas económicas. Num encontro em que discutiu com o primeiro-ministro António Costa o programa de estabilização económica e social, o deputado defendeu menos impostos e flexibilização dos contratos de trabalho.

“Estamos perante uma crise profunda e grave. A duração da crise vai depender da nossa resposta e a nossa resposta tem de preparar o país para conseguir reagir agilmente, flexivelmente, não só aos perigos e às ameaças, mas também às oportunidades que dentro deste contexto se vão apresentar aos portugueses. Tivemos ocasião de transmitir ao senhor primeiro-ministro que é fundamental, do nosso ponto de vista, que se aproveite esta oportunidade e este momento em que as pessoas estão mais abertas a mudar”, afirmou o deputado, em declarações transmitidas pelas televisões.

O liberal explicou que as projeções do Governo apontam para uma queda do PIB de cerca de 7% e um agravamento do saldo orçamental na ordem de 6,5% face à estimativa anterior ao vírus. Para impulsionar a retoma da economia, Cotrim Figueiredo considera que é necessária simplificação dos vários instrumentos financeiros tanto de base nacional como europeia. Propôs ainda a flexibilização de contratos de trabalho para que o teletrabalho possa ser mantido, revisão do regime fiscal e ainda reformas do sistema de justiça, em especial os processos de insolvência.

“Estamos particularmente preocupados que uma retoma não signifique um regresso ao ponto onde estávamos antes desta crise ocorrer porque a posição da Iniciativa Liberal é que o ponto em que estávamos não era suficiente para assegurar crescimento económico capaz de gerar oportunidades suficientemente interessantes e numerosas para todos os portugueses. Portanto temos de encarar esta retoma como uma oportunidade de fazer diferente: criar uma economia mais ágil e mais dinâmica“, acrescentou.

O primeiro-ministro, António Costa, começou esta segunda-feira a receber os partidos com representação parlamentar na residência oficial, em São Bento. Já apresentou a proposta de programa de estabilização económica e social decorrente da pandemia de Covid-19 ao PCP, PEV, BE, PAN, CDS-PP e Iniciativa Liberal. Vai ainda receber esta terça-feira PS, PSD e Chega.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Casos de coronavírus aumentam 0,7%. Já morreram 1.342 pessoas

  • ECO
  • 26 Maio 2020

Aumentaram para 31.007 o número de casos de infetados com coronavírus no país. Até ao momento registam-se 18.096 pessoas recuperadas da doença.

O número de casos de coronavírus aumentou 0,7% para um total de 31.007 em todo o país, contando-se, até ao momento, 1.342 vítimas mortais. Desde que a doença apareceu no país, no início de março, registam-se 18.096 casos de recuperação, mostram os dados da Direção-Geral de Saúde (DGS).

Do número total de infetados, a maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que apenas 513 estão internados, dos quais 71 nos cuidados intensivos. Há 1.815 pessoas a aguardar resultados laboratoriais e mais de 26 mil sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que apareceu em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte de 1.342 pessoas, 12 das quais nas últimas 24 horas. Já quanto ao número de recuperados, este está nos 18.096, uma vez a partir deste domingo passaram a incluir-se os dados registados na plataforma Trace Covid.

O Norte continua a ser a região mais afetada por este vírus, com 16.697 casos de infeção e 7.752 mortes. Atrás aparece a região de Lisboa e Vale do Tejo (9.778 casos e 325 mortes), o Centro (3.690 casos e 234 mortes), o Algarve (363 casos e 15 mortes) e o Alentejo (254 casos e uma morte). Nas ilhas, os Açores registam 135 casos e 15 falecimentos, enquanto a Madeira tem 90 pessoas infetadas.

Numa análise por concelhos, Lisboa regista o maior número de casos (2.206, à frente de Vila Nova de Gaia (1.552), Porto (1.347), Matosinhos (1.272), Braga (1.213) e Gondomar (1.079).

Lisboa e Vale do Tejo com “alguns surtos”

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, a taxa de letalidade está atualmente nos 4,3%, aumentando para os 16,7% na faixa etária acima dos 70 anos. Já foram realizados mais de 750.000 testes. “O aumento da testagem continua, porém a não se refletir num aumento proporcional de casos, o que é seguramente um bom indicador”, referiu António Sales. Há atualmente mais de 430.000 utentes inscritos na plataforma Trace Covid, adiantou.

Relativamente ao lar de idosos, contam-se 285 casos, o que, segundo o secretário de Estado, “representa uma diminuição”. “No Alentejo já não há lares com casos positivos”, completou.

A diretora-geral de Saúde, também presente na conferência de imprensa diária, adiantou que há 209 novos casos em Lisboa e Vale do Tejo face a esta segunda-feira, “e isto deve-se, entre outros, a alguns surtos mais ou menos localizados”, como por exemplo na área de Almada e Seixal, onde existem “três pequenos focos comunitários que têm identificadas 32 pessoas”.

Atualmente, na região de Lisboa e Vale do Tejo existem “11.359 pessoas em vigilância” devido a “estes surtos” e a “contactos próximos destas pessoas”. “Está a ser feito um grande esforço para se identificarem antes os casos”, disse Graça Freitas.

(Notícia atualizada às 13h29 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angariação de fundos da UE para encontrar vacina atinge 9,5 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

A Comissão Europeia "registou 9,5 mil milhões de euros em promessas de contribuições" para financiar a investigação de tratamentos e vacina para o surto, anunciou o porta-voz do executivo comunitário.

A campanha de angariação de fundos promovida pela Comissão Europeia para financiar a investigação de tratamentos e vacina para a covid-19 atingiu 9,5 mil milhões de euros, acima do objetivo inicial de 7,5 mil milhões de euros.

“A Comissão registou 9,5 mil milhões de euros em promessas de contribuições, face aos 7,4 mil milhões atingidos no evento de 4 de maio, e acima do objetivo inicial de 7,5 mil milhões de euros”, anunciou esta terça-feira o porta-voz do executivo comunitário, precisando que o novo montante tem em conta as promessas feitas desde então por Marrocos, Nova Zelândia e o Banco Europeu de Investimento (BEI).

Eric Mamer apontou que “este é um importante marco, mas apenas um início para arrecadar os recursos consideráveis que serão necessários para acelerar o desenvolvimento de novas soluções e assegurar o acesso universal às mesmas”.

O porta-voz acrescentou que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, “anunciará os próximos passos na resposta global à covid-19 na quinta-feira à tarde, numa declaração à imprensa com parceiros externos”, momento em que também serão divulgados os dados precisos das contribuições.

A campanha global de angariação de fundos lançada pela Comissão Europeia, que se propunha recolher 7,5 mil milhões de euros para investigação de tratamentos para a covid-19, atingiu praticamente o objetivo em promessas de contribuições logo em 04 de maio, no dia do lançamento da “maratona”, que se prolongou até segunda-feira.

Numa iniciativa marcada pela ausência dos Estados Unidos, além dos contributos da generalidade dos países europeus, incluindo Portugal, que anunciou uma contribuição pública e privada de 10 milhões de euros, registam-se doações do Canadá (551 milhões de euros), Japão (762 milhões), Arábia Saudita (457 milhões) e Austrália (200 milhões), entre outros. A China, país onde começou a pandemia, doou 45 milhões de euros.

Entre os Estados-membros da UE, destacam-se os contributos da Alemanha (525 milhões) e França (510 milhões), e entre os países que não fazem parte da União, os de Reino Unido (441 milhões) e Noruega (188 milhões).

A Comissão Europeia anunciou, por seu lado, uma contribuição de mil milhões de euros.

Esta ‘maratona’ mundial de angariação de fundos surgiu após a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações mundiais que operam no setor da saúde terem lançado um apelo conjunto à mobilização para desenvolver um acesso rápido e equitativo a instrumentos de diagnóstico, terapias e vacinas contra o novo coronavírus que sejam seguros, de qualidade, eficazes e a preços acessíveis.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 344 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,1 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de 2,5 milhões, contra mais de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 144 mil, contra mais de 172 mil).

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (98.218) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,6 milhões). Seguem-se o Reino Unido (36.914 mortos, mais de 261 mil casos), Itália (32.877 mortos, mais de 230 mil casos), França (28.457 mortos, cerca de 183 mil casos) e Espanha (26.834 mortos, mais de 235 mil casos).

O Brasil, com mais de 23 mil mortos e 374 mil casos, é o segundo país do mundo em número de infeções, enquanto a Rússia, que contabiliza 3.807 mortos, é o terceiro, com mais de 362 mil.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tráfego de encomendas sobe 8,2% no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

Segundo a Anacom, o tráfego total dos serviços postais caiu 8,8% no 1.º trimestre, em termos homólogos, para 163,9 milhões de objetos. Em contrapartida, o tráfego de encomendas aumentou 8,2%.

O tráfego total dos serviços postais caiu 8,8% no primeiro trimestre, em termos homólogos, para 163,9 milhões de objetos, mas o de encomendas aumentou 8,2%, divulgou esta terça-feira a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

Em comunicado, o regulador refere que para a quebra do tráfego total dos serviços postais contribuiu “a diminuição de 9,6% do tráfego de correspondências, a redução de 8,3% do correio editorial e a quebra de 15,4% da publicidade endereçada”.

Por sua vez, “o tráfego de encomendas aumentou 8,2% no período”, uma tendência de crescimento iniciada em 2018.

Relativamente às receitas geradas pela prestação de serviços postais, estas caíram 3,3% no trimestre, face a igual período de 2019, para 152,9 milhões de euros, “devido à descida nas receitas das correspondências (-6,4%), do correio editorial (-8,1%) e da publicidade endereçada (-13,4%)”.

As receitas de encomendas subiram 4,9%. “O efeito da pandemia de covid-19 fez-se sentir nos serviços postais, com o estado de emergência a provocar inicialmente uma queda acentuada do tráfego de encomendas (cerca 20% na semana em que foi declarado) e, posteriormente, um significativo aumento (desde a semana em que foi declarado o estado de emergência as encomendas têm vindo a recuperar, com exceção da semana da Páscoa – que contou com menos um dia útil –, crescendo em média 7%/semana)”, refere o regulador.

A maioria dos objetos distribuídos (95,9%) no primeiro trimestre “destinaram-se ao mercado nacional, enquanto os restantes 4,1% tiveram como destino outros países”.

A Anacom refere que “o peso do tráfego nacional e internacional no total do tráfego tem-se mantido constante ao longo dos anos”.

As correspondências “representaram 78,5% do tráfego postal, enquanto que o correio editorial e a publicidade endereçada representaram 7,2% e 6,8% respetivamente”.

Já o peso das encomendas no total do tráfego “ascendeu a 7,5%, mais 1,2 pontos do que no período homólogo”, adianta o regulador.

Tendo em conta o âmbito do serviço, verifica-se que cerca de 79,7% do tráfego e 59,4% das receitas corresponderam a serviços postais compreendidos no Serviço Universal (SU). O peso do SU no total do tráfego desceu 2,2 pontos percentuais desde o primeiro trimestre de 2019″, refere.

Em termos de quotas, os CTT tinham 87,5% do tráfego postal total no final de março, menos 2,2 pontos percentuais face ao período homólogo. “A Premium Green Mail tinha uma quota de 5,3%, que reflete uma subida de 1,4 pontos, e o grupo Geopost/Grupo DPD subiu a sua quota um ponto, para 2,1%”, acrescenta a Anacom.

No que respeita ao tráfego abrangido pelos limites do Serviço Universal, os CTT tinham uma quota de 97,1% no final de março.

No período em análise, “o número de pontos de acesso à rede postal e de veículos aumentou 1,6% e 1,7%, respetivamente, e o número dos centros de distribuição diminuiu 1,2%”.

A Anacom refere que a evolução do número de pontos de acesso “foi marcada pelo decréscimo de 3,9%” nos dos CTT e “por um aumento muito significativo, quase 60%, do número de pontos de acesso dos outros prestadores, devido à entrada em exploração de uma nova rede de recolha e entrega de encomendas de um prestador”.

Sobre os pontos de acesso dos CTT, número de estações de correio aumentou 0,7% no trimestre, em termos homólogos, e o número de postos de correio diminuiu 1%.

“No que respeita aos outros meios materiais (pertencentes na totalidade à concessionária do SU), verificou-se um ligeiro aumento em termos homólogos do número de apartados, enquanto o número de marcos de correio e de postos onde apenas se podem adquirir selos diminuiu 0,2% e 6,3%, respetivamente”, conclui a Anacom.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Expansão do Metro no Porto recebeu 15 propostas

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

A empresa explica que as propostas vão agora ser analisadas, “prevendo-se que, cumprindo todos os prazos legais e após adjudicação, as obras arranquem no segundo semestre deste ano”, no Porto.

A construção das linhas Rosa e prolongamento da Amarela do Metro do Porto teve 15 propostas no concurso público de 365 milhões de euros, revelou esta terça-feira a empresa, apontando o início das obras ainda para este ano.

“Foram hoje [terça-feira] abertas as propostas dos concorrentes à expansão da rede do Metro do Porto, verificando-se uma elevada concorrência, com 15 propostas em disputa pela realização deste investimento global de 365 milhões de euros”, refere a Metro do Porto na sua página oficial da Internet.

A empresa acrescenta que as propostas vão agora ser analisadas, “prevendo-se que, cumprindo todos os prazos legais e após adjudicação, as obras arranquem no segundo semestre deste ano”, no Porto (linha Rosa) e em Vila Nova de Gaia (prolongamento da linha Amarela até Vila d’Este).

A expansão vai juntar “mais seis quilómetros e sete novas estações à rede” da Metro do Porto. Para a empreitada da designada linha Circular, ou Rosa, entre os Aliados/Praça da Liberdade e a Casa da Música, foram apresentadas seis propostas. A obra de extensão da linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila d’Este recebeu nove propostas.

“Todas apresentam valores abaixo dos preços base de cada um dos concursos, ao contrário do que se havia verificado nos concursos públicos anteriores para as mesmas empreitadas (concluídos em março)”, descreve a empresa. Os valores de investimento da expansão são de 235 milhões de euros para a Linha Rosa e de 130 milhões de euros para o prolongamento da Linha Amarela.

A Linha Rosa (Circular) integrará quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando S. Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, servindo o Hospital de Santo António e a Praça de Galiza. A extensão da Linha Amarela permitirá construir um troço com três estações e cerca de três quilómetros, que ligará Santo Ovídio a Vila d’Este.

“As empreitadas vão decorrer entre 2020 e 2023”, afirma a Metro do Porto. A 9 de abril, a empresa prorrogou até 25 de maio o prazo para apresentação de propostas para a expansão.

Fonte da empresa explicou à Lusa que a decisão de prorrogar o prazo se deveu à “necessidade de esclarecimento” das “várias questões” colocadas por novos interessados na obra que teve um primeiro procedimento com o valor base de 270 milhões de euros.

Como o primeiro concurso, concluído no início de março, terminou com a apresentação de “sete propostas” com valores “substancialmente acima do preço base” de 270 milhões, o governo autorizou a empresa a reforçar o valor base da empreitada em 95 milhões de euros.

De acordo com os anúncios do concurso publicados em Diário da República, a linha Rosa tem um prazo de construção de 42 meses (três anos e meio). No prolongamento da linha Amarela, o “prazo de execução do contrato” é de 34 meses (dois anos e 10 meses). Em março, o governo autorizou a Metro do Porto a gastar até 407,7 milhões de euros com esta expansão, num reforço total de 137 milhões de euros para as duas empreitadas.

Fonte da empresa esclareceu à Lusa que a diferença entre o reforço de 95 milhões de euros para a empreitada e o reforço global de 137 milhões diz respeito a outros concursos complementares que terão de ser lançados, ligados à sinalética ou máquinas de bilhética.

O Metro do Porto opera atualmente em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto através de uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, tendo em 2019 ultrapassado os 71 milhões de clientes, de acordo com dados da empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Covid-19: Empresa de Belmonte cria cabine que faz desinfeção total em 25 segundos

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

A Starmodular criou um sistema destinado que permite a desinfeção inteligente das mãos, a medição da temperatura corporal e nebulização e limpeza do calçado, em 25 segundos por pessoa.

Starmodular, uma empresa com sede em Belmonte, distrito de Castelo Branco, criou um sistema destinado a espaços abertos ao público que permite a desinfeção total em 25 segundos para evitar a propagação da Covid-19, foi anunciado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa explica que esta solução tem a denominação de “SafePlace” e que se apresenta como uma espécie de cabine que pode ser colocada à entrada de qualquer espaço ou edifício, tornando-se um ponto de passagem obrigatório para quem nele quer entrar”.

A empresa garante que o procedimento de desinfeção é realizado “garantindo a distância de segurança e organizado por uma luz de tráfego que assegura a aproximação individual da pessoa ao sistema”.

Segundo a informação, após a entrada no sistema inicia-se o processo de controlo e desinfeção, que inclui desinfeção inteligente das mãos, a medição inteligente da temperatura corporal e nebulização e limpeza do calçado, demorando, apenas, 25 segundos por pessoa.

 

“Caso a temperatura corporal do utilizador se revele elevada, o sensor sonoro avisa que não é permitida a entrada”, detalha.

O espaço apresenta-se como uma cabine que tem dois metros de comprimento, 2,13 de altura e um metro de largura e cuja estética “convida” as pessoas a utilizarem o sistema.

A empresa, que tem como ramo de atividade a construção de casas modulares, explica que a ideia de desenvolver esta solução surge pela necessidade imposta pela pandemia, como um contributo para “ajudar da melhor forma que podia”.

O sistema é transportável e destina-se a empresas e serviços, como repartições públicas, restaurantes e cafés, escolas e museus, entre outros.

Os primeiros modelos já foram expedidos e devem entrar em funcionamento nos próximos dias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“TAP está a tentar impor confinamento ao Porto e ao Norte”, acusa Rui Moreira

O autarca do Porto defende que o Governo apenas deve ajudar a TAP se esta "retomar os voos na mesma percentagem" para todas as cidades do país, incluindo as ilhas.

O presidente da Câmara do Porto está contra a estratégia adotada pela TAP para retomar voos. A companhia aérea vai voltar aos céus com 73 rotas a partir de Lisboa e apenas três a partir do Porto, o que para Rui Moreira é uma tentativa de “impor confinamento ao Porto e ao Norte”. Em conferência de imprensa, o autarca defendeu que o Governo apenas deve ajudar a TAP se esta “retomar os voos na mesma percentagem” em todas as cidades.

“Num momento em que se está numa enorme debilidade, e em que o país precisa, a TAP abandona o país. Porque estar só em Lisboa representa abandonar o país“, disse Rui Moreira, em declarações transmitidas pela RTP3. O autarca acusa ainda a companhia aérea nacional de “estar a tentar impor confinamento ao Porto e ao Norte”.

“A TAP nunca perdeu o vínculo de ser uma empresa de caráter colonial e a sua estrutura nunca pensou de outra maneira”, continuou o presidente da Câmara do Porto.

Assim, Rui Moreira defendeu que as ajudas do Governo à companhia aérea apenas devem ser dadas se “se exigir que a TAP, no momento de retomar os voos, os retome na mesma percentagem no Porto, Lisboa, Faro, Madeira e Açores”. E sublinhou que “a TAP não pode ser tratada como uma entidade diferente”. “Nós fazemos parte do público. O Porto, Trás-os-Montes, Douro, Minho. O Norte também faz parte de Portugal”.

A TAP anunciou esta segunda-feira o plano de retoma, que inclui 27 voos semanais a partir de junho, incluindo Nova Iorque, Luanda e Maputo. Na lista constam 73 rotas com partidas de Lisboa e apenas três com partida do Porto (Paris, Luxemburgo e Funchal). Ainda assim, o número de voos que a empresa vai operar até fim de junho e julho fica muito aquém dos 3.000 voos semanais que chegou a fazer antes da pandemia.

Bloco de Esquerda também aponta o dedo à companhia

As críticas a esta estratégia de retoma da TAP também vêm do Bloco de Esquerda, que acusa a companhia aérea de transformar o Aeroporto do Porto num “apeadeiro” ao serviço de Lisboa. “A política da TAP é inaceitável” e “o modo como tem vindo a ser gerido o aeroporto” do Porto é “errado”, disse o deputado José Soeiro, citado pela Lusa. Defendeu ainda que a estratégia da TAP é de “desvalorização completa do Porto”.

Por isso é que fomos sempre contra a privatização da TAP, mas também da privatização de uma estrutura aeroportuária, aqui no Porto concretamente, onde, nos últimos anos, houve um investimento de dinheiro público na ordem dos 500 milhões e que está a ser cada vez mais colocada basicamente ao serviço das empresas low cost”, continuou o bloquista.

Operação de retoma confirma necessidade de controlo público da empresa

Também à esquerda, o Partido Comunista Português (PCP) defendeu esta terça-feira que a retoma da operação da TAP, com um número “muito insuficiente” de voos a partir do Porto, confirma a necessidade de um “efetivo controlo público” que coloque a transportadora aérea ao serviço do país, assinalou a Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, em comunicado citado pela Lusa.

Para o partido, que apresentou no início de maio uma proposta de nacionalização da TAP, o número de ligações e de voos agora definidos para o Aeroporto do Porto não correspondem às necessidades das populações, nem da região e, por outro lado, “refletem opções de gestão que não colocam como prioridade o desenvolvimento do país como um todo”.

Nesse sentido, o PCP considera que é urgente uma intervenção do Estado, “que salve a empresa, mas assuma o seu controlo público, colocando-a ao serviço do país e do seu desenvolvimento”.

(Notícia atualizada às 16h30 com a reação do PCP)

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PIB da OCDE cai 1,8% no 1.º trimestre. É a segunda maior contração desde 2009

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

No primeiro trimestre deste ano, o PIB dos países da OCDE caiu 1,8% em relação ao último trimestre de 2019. Esta é a segunda maior contração trimestral desde 2009, quando este recuou 2,3%.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos países da OCDE caiu 1,8% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2019 devido à pandemia da covid-19, a segunda maior queda trimestral desde a crise financeira de 2009.

Num comunicado esta terça-feira divulgado a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico) recordou que a maior queda em cadeia do PIB da organização se registou quando este recuou 2,3% no primeiro trimestre de 2009.

O declínio da atividade em relação ao último trimestre de 2019 foi particularmente severo nos dois países do G7 que aplicaram confinamento estrito: 5,8% em França e 4,7% em Itália, explicou a organização.

Acontece que nestes dois países, o PIB já se tinha contraído nos últimos três meses do ano passado, 0,1% em França e 0,3% em Itália, o que significa que estão tecnicamente em recessão.

As contrações no Canadá (2,6%), Alemanha (2,2%) e Reino Unido (2%) também foram significativas no primeiro trimestre.

Nos Estados Unidos, onde as medidas de contenção não foram adotadas em todo o território, mas em apenas alguns Estados, a queda da atividade foi menos acentuada (1,2%).

No Japão, as medidas para lidar com a epidemia da Covid-19 foram menos severas do que na Europa ou na América do Norte e a contração do PIB foi de 0,9%, embora já tivesse caído 1,9% no trimestre anterior.

Na Zona Euro como um todo, a redução entre janeiro e março foi de 3,8%, não havendo dados desagregados dos países que a compõem e que não pertencem ao G7, como a Espanha.

Em termos homólogos, a redução do PIB na OCDE foi de 0,8% no primeiro trimestre de 2020. Novamente, o pior resultado no grupo dos sete mais ricos foi o de França (-5,4%), enquanto que os Estados Unidos foram os que mais se destacaram (+0,3%).

A OCDE publicará em 10 de junho o relatório de perspetivas com previsões para este ano e o próximo, que terão em conta o impacto da pandemia da covid-19 em todos os países e nos principais países emergentes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.