Shoppings não se conformam com novo adiamento de reabertura. Temem falências e desemprego
A decisão do Governo de voltar a adiar a reabertura dos centros comerciais não foi bem aceite pelos proprietários retalhistas, que alertam para as falências e desemprego que isso pode causar.
O Governo voltou a adiar a reabertura dos centros comerciais em Lisboa, desta vez por mais dez dias, mas a notícia não foi bem aceite pelos proprietários. A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) encara esta decisão com “grande desagrado e preocupação” e diz não entender as razões destas restrições na capital, alertando ainda para as falências e desemprego que poderá provocar.
Os centros comerciais reabriram esta segunda-feira, mas o Governo preferiu adiar a abertura dos shoppings na Área Metropolitana de Lisboa (AML) para esta sexta-feira, devido ao elevado número de casos de coronavírus na região de Lisboa e Vale do Tejo. Contudo, esta quinta-feira, o Executivo decidiu um novo adiamento, desta vez por mais dez dias. E apontou 15 de junho como o dia em que já deverá ser possível voltar à normalidade.
Se o primeiro adiamento já não tinha sido bem recebido, tanto pelos proprietários dos centros comerciais como pelos lojistas, este segundo adiamento causou um mal-estar ainda maior. “Os associados da APCC acolheram esta decisão com grande desagrado e preocupação, pois não vislumbram razões objetivas para que se mantenham estas restrições a incidir, exclusivamente” sobre os centros comerciais na AML, diz o presidente da associação.
Para António Sampaio de Mattos, citado em comunicado, “os centros comerciais têm mostrado, como poucos outros espaços, capacidade de garantir a segurança de visitantes, lojistas e colaboradores das lojas, cumprindo não apenas as regras estabelecidas pelo executivo e as recomendações da Direção-Geral da Saúde, mas também as melhores práticas desta indústria a nível global”.
A associação alerta ainda para o impacto que este novo adiamento vai trazer, “aumentando a probabilidade de se verificarem grandes prejuízos, e mesmo falências, para as empresas, com as consequências que daí resultam quanto ao emprego que o setor cria”.
Ainda assim, os proprietários destacam pela positiva as medidas de apoio à retoma da atividade empresarial, como as linhas de apoio ao comércio, a isenção do Pagamento Especial por Conta para cercas empresas, as alterações ao lay-off, a criação do Banco de Fomento e a extensão das moratórias bancárias. Contudo, a associação diz continuar a aguardar outras medidas “que são imprescindíveis”, como o apoio direto e rápido aos retalhistas.
APED contra adiamento da reabertura. Diz que é “lesivo” para o retalho não alimentar
Também a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) se manifestou desagrada com o adiamento da abertura dos centros comerciais em Lisboa, considerando que a decisão é “lesiva” para o retalho não alimentar, o qual tem sido “muito prejudicado”.
Em comunicado citado pela Lusa, a APED “discorda da reabertura dos centros comerciais e outros espaços em Lisboa só a 15 de junho e defende que estas superfícies e as lojas de retalho especializado não alimentar nelas localizadas garantem inequivocamente a segurança dos colaboradores e consumidores, respeitando e cumprindo com as orientações em vigor“.
Assim, apesar de perceber que a medida se enquadra no plano “de mitigação da pandemia na zona da Grande Lisboa”, a associação considera que “abrir uma exceção” para esta região, ” agrava a situação económica de um setor que, só no retalho especializado, representa 40.000 postos de trabalho diretos em todo o país”, alerta a associação.
Segundo o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, este adiamento “trará sobretudo consequências para a situação financeira destes espaços e impacto na economia e na sociedade”, conclui.
(Notícia atualizada ás 15h54 com a reação da APED)
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