Falta de técnicos impediu controlo dos casos em Lisboa

A Amadora, um dos concelhos mais afetados pela pandemia neste momento, chegou a ter 100 casos positivos sem inquérito epidemiológico por falta de técnicos na equipa de saúde pública local, revela o Expresso deste sábado (acesso pago). Em causa está o trabalho de identificação e isolamento de possíveis contágios que os casos positivos identificados possam ter provocado, o que permite limitar as cadeias de contágio ativas.

No final de maio, quando a situação piorou, as autoridades do concelho fizeram um pedido de ajuda. No entanto, o reforço de meios apenas chegou 15 dias depois, a 15 de junho, passando de quatro a cinco profissionais para fazer rastreio dos contactos para oito a nove profissionais. Segundo o semanário, o reforço foi de enfermeiros, terapeutas e técnicos transferidos internamente de outras áreas dentro do SNS.

“O que acabou por acontecer foi que estas unidades locais tiveram muitas dificuldades em dar resposta em tempo útil e esses reforços deviam ter sido planea­dos e decididos muito antes“, explica Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), ao Expresso. Anteriormente, o responsável do Governo por coordenar o combate à pandemia na região de Lisboa, Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, assinalava a importância da “rapidez de resposta”, mas admitia o problema dos recursos: “Tenho plena consciência do cansaço de todos, mas a saúde pública tem de aumentar a intensidade. Se for preciso, serão disponibilizados mais meios”, garantiu.