Acordo para o Fundo de Recuperação? Lagarde só o vê no final do mês
Christine Lagarde acredita que só mais no final de julho possa haver acordo entre os países sobre o Fundo de recuperação, que acredita pode ser o "change-gamer" para a recuperação da crise pandémica.
A presidente do Banco Central Europeu não encontra paralelo na história para a atual crise pandémica, apostando num cenário de recuperação que será “incerto” e “fragmentado” a nível global, mas também está confiante de que o Fundo de recuperação proposto pela Comissão Europeia poderá ser o “game-changer” no caso europeu. Em entrevista ao Financial Times, Christine Lagarde assume, contudo, ser difícil que os países cheguem a um acordo já na reunião da próxima semana, preferindo apontar mais para o final de julho.
“Eu não acredito nesta sopa do alfabeto de que temos estado a ouvir”, começa por dizer Lagarde quando questionada sobre que tipo de recuperação económica antevê possa vir a acontecer. “Esta recuperação será como nenhuma outra. Será incerta. E penso que será fragmentada por todo o mundo”, diz. Justifica-o com o facto de a pandemia ter atingido os países de uma forma sequencial e não um choque simétrico e que por isso a recuperação económica irá decorrer de uma forma sequencial.
Reativamente ao caso da Europa, Christine Lagarde considera que a proposta da Comissão Europeia para a criação de um Fundo de Recuperação de 750 milhões de euros representa um “game-changer” no combate aos efeitos da pandemia na Europa. Diz que tal será ainda mais relevante caso uma boa parte desse valor seja distribuído a fundo perdido e não sob a forma de empréstimos, porque “estabelecerá um grau de unidade e solidariedade” para beneficiar os países mais frágeis.
A ex-presidente do FMI não está, contudo, muito confiante que seja possível estabelecer um acordo já na reunião da próxima semana, preferindo apostar mais para o final de julho. “Todos gostariam de ver a 17 de julho às 6H30 o resultado das conclusões das discussões. Para aqueles que já estiveram um pouco por Bruxelas, sabe que demora alguns dias. Algumas noites. E não me surpreenderia que este chegasse mas tarde em julho”. Lagarde assume ainda que a divergência “é um risco” relativamente à chegada ou não a um acordo.
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