Ministra não leu relatório sobre surto em lar. Marcelo responde: “Li vários relatórios. É preciso lê-los todos”
Mendes Godinho admitiu ao Expresso não ter lido o relatório sobre o surto num lar em Reguengos de Monsaraz. Em resposta, Marcelo avisou: "Li vários relatórios. É preciso lê-los todos".
A ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, admitiu numa entrevista não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre um surto de Covid-19 num lar. Em resposta, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que “é preciso” ler todos os relatórios.
“Eu li. Li vários relatórios. É preciso ver que é preciso lê-los todos”, atirou Marcelo Rebelo de Sousa, quando confrontado com as declarações da ministra, em declarações transmitidas pela RTP 3. Depois, acrescentou: “É evidente que todos os relatórios são importantes. São muito técnicos, mas são importantes, porque têm matérias a que chegam e são diferentes.”
O Expresso publicou uma entrevista à ministra este sábado, na qual Mendes Godinho desdramatiza a dimensão dos surtos de Covid-19 nos lares. A ministra admitiu também não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre o que ocorreu num lar em Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas, tendo pedido “que o analisassem”.
Perante isto, a partir de Alvor, Marcelo Rebelo de Sousa detalhou: “Não há um, há quatro. Um mais pequeno, que é a posição do presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz. Outro um bocadinho mais longo, que é da fundação proprietária do lar. Um bastante mais longo, que é da ARS, portanto, das autoridades de saúde. E um que é talvez o mais longo de todos, 49 páginas, salvo erro, que é o da Ordem dos Médicos, que não tem exatamente a mesma versão sobre os acontecimentos, sobretudo, mas em alguns pontos convergem”, disse.
Sobre o surto no referido lar de Reguengos de Monsaraz, o Presidente da República afirmou também que o caso “está entregue ao Ministério Público”, escusando-se a comentar esta “matéria específica”. Ainda assim, sublinhou que “o que é facto é que o Ministério Público tem ali muito material para se debruçar e para apreciar”.
Concluído, recordou: “Quem acompanhou o processo, eu acompanhei, falando com todos os presidentes de câmara, no período pior, que foi março, abril, até maio, sabe que foi uma tarefa brutal, de toda a gente, olhar para os lares, e ver qual era a resposta adequada”.
“Ninguém percebe porque é que o corredor aéreo britânico não abre”
Na mesma ocasião, o Presidente da República disse ainda não entender porque é que o Reino Unido continua a excluir Portugal da lista de países com corredor aéreo, impondo a quarentena aos viajantes oriundos do país.
“Na situação atual, ainda mais do que há uma, ou há duas, ou três, ninguém percebe porque é que o corredor aéreo britânico não abre”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa a partir de Alvor, em declarações transmitidas pela RTP 3.
Dito isto, o Chefe de Estado questionou-se: “Se não abre agora, quando é que abre? Estarmos à espera de zero casos… nenhum país vai ter zero casos. O que se assiste na Europa é, até, uma evolução oposta àquela que está neste momento de estabilização em Portugal”, afirmou.
Esta sexta-feira, as autoridades britânicas decidiram retirar França, Holanda e Malta da lista dos corredores. Portugal nunca fez parte da lista, tendo ficado de fora logo a 3 de julho. Desde então, não houve mais novidades sobre a eventual abertura de um corredor aéreo com Portugal, uma decisão do Reino Unido que penalizou significativamente o turismo, sobretudo a região do Algarve.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h54)
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