Nestes concelhos, a pandemia fez disparar número de desempregados em mais de 50%
Em 32 concelhos portugueses, o aumento do número de desempregados registado em julho face a fevereiro superou os 50%. Cadaval e Ponte de Lima destacam-se.
A pandemia de coronavírus provocou um estrondo no mundo do trabalho. Em Portugal, entre fevereiro e julho, o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) subiu 30%, disparo para o qual contribuíram a generalidade das regiões. Isto já que 84% dos concelhos portugueses verificaram um agravamento do número de desempregados, com especial destaque para 32 dessas regiões uma vez que aí as subidas superaram mesmo a fasquia dos 50%.
De acordo com os dados do IEFP, em fevereiro, estavam registados nos serviços de emprego do continente cerca de 293 mil indivíduos. Cinco meses depois, esse universo já ultrapassou os 380 mil desempregados, tendo registado uma subida de 30,37% (ou 89.003 inscritos) desde a chegada da Covid-19 a Portugal. Face a julho de 2019, o agravamento é ainda mais severo: 38,78% ou mais 106.758 desempregados.
Entre as cinco regiões principais do país, foi em Lisboa e Vale do Tejo que se verificou uma subida mais significativa do número de desempregados inscritos no IEFP, entre fevereiro e julho: 46,27% ou mais 42.782 inscritos. Segue-se o Norte, com um aumento de 24,39% (30.330 inscritos); E logo atrás aparece o Centro, com um crescimento de 22,28% do número de desempregados (mais 9.340 inscritos do que em fevereiro).
Da comparação entre fevereiro — último mês antes da chegada da pandemia a Portugal — e julho, é possível ainda concluir que há 45 concelhos que fogem à “regra” da subida do número de desempregados. Vila Nova de Paiva destaca-se com um recuo de mais de 30%, mas também Terras de Bouro com uma descida de quase 28% e Odemira com um decréscimo de cerca de 18%. Em termos absolutos, é esse último concelho aquele onde se regista uma melhoria mais considerável, com menos 208 inscritos no IEFP.
Em sentido inverso, há 32 concelhos em Portugal onde a pandemia levou a um crescimento do número de desempregados acima dos 50%.
Em termos percentuais, Cadaval e Ponte de Lima são os casos mais dramáticos, já que aí o número de pessoas registadas no IEFP por não terem emprego duplicou. Em causa estão subidas de 122,36% e 102,35%, respetivamente, face a fevereiro. Em comparação com julho de 2019, estes concelhos verificaram subidas de 60% e 94%, respetivamente.
Já em termos absolutos, Lisboa e Sintra destacam-se, com mais 7.675 desempregados (uma subida de 50,46%) e mais 5.632 desempregados (mais 63,33%) do que em fevereiro, respetivamente. Em comparação com julho do ano passado, estes concelhos registam crescimentos de cerca de 50% e 76%, respetivamente.
No que diz respeito às variações ao longo do mês, entre março e julho, a região de Lisboa e Vale do Tejo registou 92.300 novos inscritos, destacando-se a nível nacional. Segue-se Sintra e Vila Nova de Gaia com 10.695 e 8.655 novos inscritos nos últimos cinco meses, respetivamente.
Abaixo pode consultar, concelho a concelho, a evolução do número de desempregados inscritos no IEFP.
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