Portugueses com ensino superior aumentam mais que média da OCDE
A fatia de portugueses entre os 25 anos e os 34 anos aumentou 14%, em dez anos. Esta subida é mais expressiva do que a registada na OCDE, no mesmo período.
O ensino superior tem conquistado terreno em todo o mundo. Portugal destaca-se, já que, entre 2009 e 2019, a fatia de portugueses entre os 25 anos e os 34 anos com graus superiores aumentou 14%, mais cinco ponto percentuais (p.p.) do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
De acordo com o relatório “Education at a Glance” divulgado esta terça-feira, no ano passado, 37% dos portugueses entre os 25 anos e os 34 anos tinham o ensino superior. Isto quando há dez anos, essa fatia estava nos 23%. Portugal registou, assim, um aumento mais expressivo do que a média da OCDE.
Ainda assim, o grupo de portugueses com graus superiores continua a ser inferior face aos demais países da organização. A fatia nacional de 37% compara com a média de 45% da OCDE.
Por outro lado, Portugal está alinhado com a OCDE no que diz respeito à distribuição destas habilitações por género. Em ambos os cenários, é mais fácil encontrar mulheres jovens com educação superior do que homens jovens. No país, 45% das jovens com idades entre os 25 anos e os 34 anos têm os graus superiores, o que compara com 29% dos pares masculinos. Na OCDE, essas percentagens estão nos 51% e 39%, respetivamente.
De notar, além disso, que em Portugal, em média, os alunos começam os estudos superiores aos 20 anos, quando na OCDE a média está nos 22 anos.
A organização nota ainda que os jovens enfrentam, tipicamente, algumas barreiras na transição entre o mundo académico e o mundo laboral, representando o ensino superior uma vantagem não só no processo de encontrar emprego, mas também no que diz respeito aos salários. Em 2018, por exemplo, os trabalhadores entre 25 anos e 64 anos com educação superior recebiam, em média, mais 69% do que os pares com ensino secundário, em Portugal. Na OCDE, essa vantagem era menos acentuada: 54%.
No relatório conhecido esta terça-feira, é indicado também que Portugal investe menos do que a média da OCDE por aluno — 10.220 dólares contra 11.231 dólares –, ainda que dedique uma fatia mais considerável do seu PIB para esse fim. As retribuições devidas aos professores e aos restantes funcionários das escolas representam a maior fatia desses gastos.
No que diz respeito ao impacto da pandemia no ensino, a OCDE salienta que os países com turmas menores poderão ter maior facilidade em impor medidas de distanciamento social, estando Portugal em linha com a OCDE no que diz respeito a este indicador.
O surto de Covid-19 poderá ter, por outro lado, um impacto considerável na internacionalização dos alunos dos graus superiores — programas como o Erasmus –, o que deverá afetar particularmente Portugal, reforça a organização liderada por José Ángel Gurría.
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