Derrocada no metro “é responsabilidade de uma obra da Câmara”, diz Medina
O presidente da Câmara de Lisboa esclareceu que a derrocada na estação de metro na Praça de Espanha é da responsabilidade de uma obra da autarquia. Autarca ordenou abertura de inquérito.
O presidente da Câmara de Lisboa (CML) esclareceu que a derrocada na estação de metro na Praça de Espanha é da responsabilidade de uma obra da autarquia. Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira, Fernando Medina afirmou que os túneis daquela estação “não apresentavam nenhum tipo de problema” que tivesse sido identificado pela autarquia. A CML ordenou a abertura de um inquérito.
“Naturalmente a responsabilidade é de uma obra da Câmara. Isso é absolutamente inequívoco”, disse Fernando Medina, em declarações transmitidas pelas televisões, depois de se ter reunido com os presidentes do Metropolitano de Lisboa e da Carris.
O autarca falou em “erros grosseiros” por parte da empresa que está a trabalhar no desenvolvimento do jardim da Praça de Espanha, em Lisboa, explicando que foi feita uma “perfuração indevida relativamente ao túnel do metro”. Ou seja, foi feita uma perfuração vertical por cima do túnel do metro que provocou o desabamento, originando quatro feridos e levando à interrupção da linha azul do metro.
“O que aconteceu é que no decorrer de uma obra à superfície foi feito algo que, obviamente, nunca devia ter sido feito: um erro grosseiro que é a perfuração de uma estrutura do túnel do metro, que não podia ter acontecido“, detalhou Medina, afirmando que, “obviamente, a Câmara não sabia dessa perfuração, se não não se teria perfurado”.
Posto isto, o autarca anunciou que foi instaurado um inquérito “para rapidamente definir o sítio da responsabilidade”. Para isso, a CML pediu ao Bastonário da Ordem dos Engenheiros para designar um especialista para lidar a comissão que vai apurar essas responsabilidades. “Sabemos o que aconteceu, não sabemos ainda é o que motivou. Isso é o que vamos saber depois do inquérito”, disse Medina.
A Câmara de Lisboa, em conjunto com o Metropolitano de Lisboa e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) já definiram um “plano de intervenção”, que arrancou ontem, “para que se possam repor as condições de segurança naquele troço limitado no túnel e para que a circulação possa ser retomada com brevidade”, explicou Medina.
Enquanto a circulação na linha azul do metro de Lisboa não é reposta, a autarquia diz que está a fazer “tudo” para “minorar” os problemas que as pessoas estão a sentir. Desde logo ordenou o “reforço significativo” dos autocarros entre as Laranjeiras e o Saldanha.
Relativamente às obras na Praça de Espanha, Fernando Medina diz que “ao fundamental da obra não há razão para nenhuma alteração”, acreditando não haver razão para que haja alteração dos calendários da obra.
Normalização da circulação da linha azul “não passará de sexta-feira”
A acompanhar Fernando Medina estava o presidente do Metropolitano de Lisboa, que deu detalhes mais técnicos sobre os próximos passos. Vítor Domingues dos Santos começou por dizer que, “nesta altura”, ainda não consegue adiantar uma data para a normalização da circulação da linha azul do metro de Lisboa, mas “não passará de sexta-feira”.
“O projeto de recuperação ficou definido ontem. Estamos a efetuar uma inspeção à proposta de trabalho que foi conjugada entre o Metropolitano de Lisboa, o empreiteiro e o LNEC. Espero que durante a tarde iniciemos a betonagem. Há um buraco, há que tapar o buraco (com ferro e betão) e é esse o tempo de espera até se acabarem os trabalhos“, detalhou o responsável.
(Notícia atualizada às 12h51 com mais informação)
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