Exclusivo Stilwell já tem novo conselho para a EDP. Mudança na continuidade com cinco gestores e saída de históricos
Miguel Stilwell já tem equipa a apresentar aos acionistas na Assembleia Geral da EDP em janeiro. Saem históricos como Martins da Costa e Marques da Cruz e comissão executiva passa a cinco membros.
Vai haver uma mudança geracional na gestão executiva da EDP, mas sem ruturas. Miguel Stilwell escolheu uma equipa mais curta do que aquela que estava em funções, com cinco membros do conselho de administração executivo (CAE), mas quatro deles já são administradores e só um será externo à companhia, e com experiência de gestão em empresas cotadas. É esta a proposta que o presidente executivo interino da EDP já apresentou aos acionistas para o próximo mandato na elétrica, apurou o ECO junto de fontes que conhecem o processo.
Quando António Mexia anunciou que não estaria disponível para um novo mandato na EDP, na sequência da suspensão de funções em julho por causa do processo das rendas excessivas, os acionistas da EDP convidaram Stilwell a apresentar uma nova equipa. “Os acionistas signatários já solicitaram ao Presidente do Conselho de Administração executivo interino da sociedade, Miguel Stilwell de Andrade, que lhes submetesse uma proposta relativa à composição do CAE para o próximo mandato (2021-2023)”, referia um comunicado enviado à CMVM. Stilwell já fez a sua proposta, para ir a votos na assembleia geral extraordinária em janeiro, e deverá ser comunicada ao mercado provavelmente nas próximas 24 horas. O encontro de acionistas — entre os quais os chineses da China Three Gorges (21,55%), a Oppidum da família Masaveu (7,2%) e o fundo BlackRock (5%) — ficará marcado para 30 dias depois.
De acordo com as informações recolhidas pelo ECO, além do próprio Miguel Stilwell, a equipa executiva será composta por Rui Teixeira, Miguel Setas, Vera Pinto Pereira e um quinto elemento, uma gestora que será contratada dentro do universo das cotadas no PSI-20, com experiência de gestão, mas cujo nome não foi possível confirmar. As mudanças são geracionais, mas revelam ao mesmo tempo uma continuidade. Somados, os quatro membros que continuam em funções acumulam 24 anos de ‘board’ da EDP, e com experiência em áreas transversais da companhia.
Para já, os acionistas vão votar apenas a nova equipa do CAE, e só em março deverá haver mudanças no Conselho Geral e de Supervisão, liderado por Luís Amado, e onde se sentam representantes de acionistas e membros independentes. Além disso, fica para uma segunda fase as mudanças no conselho de administração e comissão executiva da EDP Renováveis, empresa controlada maioritariamente pela EDP e que também tem neste momento um presidente executivo interino, Rui Teixeira, depois da suspensão de João Manso Neto.
Da nova equipa, saem assim três históricos da EDP: António Martins da Costa, João Marques da Cruz e Teresa Pereira. A comissão executiva estava reduzida a sete elementos depois da suspensão de mandatos de Mexia e de João Manso Neto. Agora, vai passar para cinco membros, alinhando também com as práticas de governação seguidas por outras empresas do setor com o modelo de gestão dualista (Conselho Geral e de Supervisão e Conselho de Administração Executivo), como a REW e a Eon.
A nova equipa de gestão executiva vai ter de olhar novamente, e de forma antecipada, para o plano estratégico da EDP, que estava programado até 2022 mas que chega ao fim deste ano praticamente concluído. Ainda esta semana, a EDP e a Macquarie Super Core Infrastructure Fund concluíram a operação no valor de 2,7 mil milhões de euros, anunciada em julho, para a aquisição dos ativos da espanhola Viesgo, que entretanto já tinha recebido a aprovação final da Comissão Europeia e do Conselho de Ministros espanhol. E dias antes a EDP Renováveis tinha concluído a venda de ativos eólicos em Espanha ao grupo Finerge por 450 milhões de euros.
Contactado oficialmente, o presidente interino da EDP, Miguel Stilwell, escusou-se a fazer quaisquer comentários.
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