Câmara dos Representantes aprova aumento de ‘cheques’ para a população de 2.000 dólares
O documento foi aprovado com 275 votos favoráveis de 134 contra, com dezenas de republicanos a votarem favoravelmente ao lado dos democratas.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou esta segunda-feira o aumento dos ‘cheques’ para a população, incluídos no pacote de estímulo económico decorrente da pandemia, de 600 dólares para 2.000 dólares, em consonância com as intenções de Trump.
A câmara ‘baixa’ do Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) deu ‘luz verde’ à intenção do Presidente cessante, o republicano Donald Trump, de aumentar o valor que as famílias vão receber de auxílio económico na sequência da crise provada pela pandemia e que fez o desemprego subir em flecha.
O pacote que visa revitalizar a economia norte-americana prevê 600 dólares (cerca de 491 euros) para cada norte-americano com rendimentos até 75.000 euros. O valor poderá agora aumentar para 2.000 dólares (cerca de 1.637 euros).
O documento foi aprovado com 275 votos favoráveis de 134 contra, com dezenas de republicanos a votarem favoravelmente ao lado dos democratas. Contudo, enquanto a aprovação já era expectável na Câmara dos Representes, no Senado, cuja maioria é republicana, a aprovação é dúbia. Há vários republicanos que se opõem a esta imposição de Trump, ele próprio republicano, razão pela qual a rejeição da proposta também está em cima da mesa.
“Os republicanos têm duas escolhas: votam a favor desta legislação ou votam para negar ao povo norte-americano” a assistência financeira que precisam, declarou a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. Já o líder da maioria republicana no Senador, Mitch McConnell, recusou comentar sobre a eventual posição do partido em relação a este diploma.
Depois da aprovação na câmara ‘baixa’ do Congresso, os senadores vão tentar levar o documento a apreciação e votação na terça-feira.
O assunto passa agora para ‘as mãos’ do Senado e enquanto não houver uma decisão, milhões de norte-americanos ficam impedidos de receber esta ajuda, na altura em que o SARS-CoV-2 já infetou mais de 19 milhões de pessoas e matou mais de 333 mil.
O diploma, referente a este pacote de estímulo económico, foi assinado no domingo pelo Presidente e está dividido em duas partes: 900 mil milhões de dólares (mais de 737 mil milhões de euros) em auxílio financeiro decorrente da pandemia e 1,4 biliões de dólares (1,1 biliões de euros) para financiar as agências governamentais.
Este pacote deverá providenciar ajuda a várias empresas e famílias e poderá evitar o ‘shutdown’ do Governo federal que afundaria ainda mais o país se ocorresse enquanto decorre a uma crise de saúde pública no país mais afetado pela Covid-19.
Além dos 600 dólares (pouco mais de 490 euros) que serão diretamente entregues à maioria dos norte-americanos, a ‘porção Covid-19’ deste diploma reaviva um auxílio extra de 300 dólares (cerca de 245 euros) semanais a desempregados, assim como o popular Programa de Proteção de Salários que permite a várias empresas manterem os funcionários e os salários que pagavam aos trabalhadores. Este programa também estende a proteção de pessoas que arrendaram casa e adiciona uma nova fundo para ajudar ao arrendamento.
Esta ‘porção Covid-19’ também contempla milhares de milhões de dólares para a aquisição e distribuição de vacinas, o rastreamento de contactos com infetados, departamentos de saúde pública, escolas, universidades, agricultores, programas alimentares e outras instituições que estão a ser fortemente afetadas pela pandemia.
Norte-americanos cujos rendimentos sejam até 75.000 dólares (mais de 61.000 euros) estão qualificados para a receção dos 600 dólares ‘em cheque’. Este valor será ‘diluído’ em cidadãos com maiores rendimentos e há um acrescento de 600 dólares por cada dependente.
A outra porção do pacote de estímulo económico garante o funcionamento e a cobertura das despesas das agências federais sem quaisquer alterações dramáticas até 30 de setembro de 2021.
O veto que Trump fez ao pacote, reclamando os 2.000 dólares ‘em cheques’, é talvez uma das últimas ações do Presidente cessante, enquanto mantém as acusações infundadas, nomeadamente através da rede social Twitter, de fraude eleitoral.
A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, apelou a Donald Trump para pressionar os aliados do Senado a aprovarem o diploma. “O Presidente tem de dizer imediatamente aos congressistas republicanos para acabarem com esta obstrução e se juntarem aos democratas em apoio nesta legislação que aumenta diretamente o pagamento em cheques para 2.000 dólares”, disse Pelosi no Twitter.
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Com a concordância dos democratas, o documento deverá ser aprovado sem quaisquer problemas na Câmara dos Representantes, mas vai enfrentar uma grande oposição da maioria republicana no Senado.
Contudo, enquanto este diferendo não estiver resolvido, milhões de norte-americanos ficam impedidos de receber a ajudar que desesperadamente precisam, depois de a pandemia ter feito ‘disparar’ o desemprego, por causa do confinamento generalizado no país e o encerramento de várias empresas, devido à quebra substancial de faturação decorrente de surtos detetados ou da queda da procura.
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