Bancos deram 751 mil moratórias no crédito por causa da pandemia

Do total de pedidos de suspensão do pagamento dos créditos, maioria foi dada às famílias. Crédito à habitação lidera moratórias.

Os bancos concederam, até 30 de setembro, data em que terminou o prazo para os clientes bancários solicitarem o acesso à moratória pública, um total de 751.725 moratórias, revela o Banco de Portugal. A maioria foi atribuída às famílias, nomeadamente nos créditos contraídos para a compra de habitação própria.

“Os pedidos de adesão a moratórias de crédito abrangeram 812.214 contratos”, revela o supervisor. Nem todos pedidos foram, contudo, aceites. “As instituições aplicaram as medidas de apoio previstas nas moratórias de crédito a 751.725 contratos, correspondendo os restantes 60.489 contratos a situações que estavam ainda em apreciação ou que não preencheram as condições de acesso”.

O Banco de Portugal não revela o valor subjacente a estas moratórias, mas em entrevista ao ECO, o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, apontou para um valor de cerca de 44 mil milhões de euros.A moratória legal anda na casa dos 37 mil milhões de euros e é substancialmente superior à moratória privada que anda na casa dos 7 mil milhões”, disse.

A 30 de setembro de 2020, data-limite para a adesão a estas moratórias, “os contratos de crédito celebrados com consumidores (famílias) representavam a maioria das operações de crédito que beneficiaram das moratórias (71%), sendo as demais operações relativas a empréstimos concedidos a empresas, ENI e outros (29%)”.

Dos contratos de crédito aos quais foram aplicadas as medidas de apoio previstas nas moratórias, 42% eram contratos de crédito à habitação e outros créditos hipotecários (317.606).

O Banco de Portugal revela que “foram ainda aplicadas medidas de apoio a contratos de crédito aos consumidores (217.787) e a contratos de crédito celebrados com empresas, empresários em nome individual (ENI) e outros (216.332)”.

Recorde-se que o prazo destas moratórias tem vindo a ser estendido. Primeiro até 30 de setembro passado, mas mais recentemente o Governo acabou por fazer uma extensão que mais significativa, que vai até 30 de setembro de 2021. Tanto para famílias como para empresas, sendo que no caso destas últimas há alterações.

“A partir de 31 de março do próximo ano, a generalidade dos setores vai começar a pagar juro, continuando em moratória de capital até 30 de setembro. Depois temos um conjunto de setores de atividade que vão ter uma moratória plena de capital e juros, que são os setores mais afetados pela crise. Sobretudo os setores como o turismo, transportes, saúde, educação, cultura. Esses vão ter uma moratória total”, disse o secretário de Estado ao ECO.

(Notícia atualizada às 11h26 com mais informação)

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Anacom mantém preços do leilão do 5G mas impõe obrigações de cobertura aos “novos entrantes”

O regulamento final do leilão do 5G mantém os preços de reserva em 238 milhões de euros, mas a Anacom cedeu à pressão das operadoras no que toca a alguns dos benefícios previstos para novos entrantes.

A Anacom “efetuou diversos ajustamentos” ao projeto de regulamento do 5G para garantir que as regras finais do leilão, conhecidas esta quinta-feira, permitem um “melhor equilíbrio” entre as condições de entrada de novas entidades no mercado e o “desenvolvimento das operações já existentes”.

Entre as novidades está a imposição de obrigações de cobertura para estes “novos entrantes”, ainda que menos apertadas do que as obrigações de cobertura sobre as operadoras já estabelecidas no setor e que adquiram espetro no leilão. Este era um dos principais apelos do setor.

O regulador também deixou cair o desconto de 25% que estava previsto, mantendo, no entanto, a reserva de espetro “nas faixas dos 900 MHz, limitada a 2 x 5 MHz, e dos 1.800 MHz”. Além disso, os novos entrantes poderão aceder à rede 5G das demais operadoras por via da obrigação de roaming nacional por dez anos, que poderá ser prolongada no tempo após avaliação que poderá ser feita pela Anacom ao fim de oito anos e “até um ano antes do seu termo”. Ficam, no entanto, sujeitos a um reforço das obrigações de cobertura.

“No que respeita ao projetado desconto sobre os preços finais do espetro nas faixas dos 900 MHz e dos 1.800 MHz adquirido por novos entrantes, ponderados os contributos de diferentes interessados, concluiu-se pela sua desnecessidade dado que a reserva de espetro já configura um mecanismo apto e suficiente para promover a entrada”, justificou a Anacom.

A Anacom decidiu ainda “manter os preços de reserva” num valor global de 237,9 milhões de euros, lembrando estar prevista a “flexibilização das condições de pagamento”. “Consideramos este preço bastante ajustado para o leilão”, disse o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, que recordou que o setor das telecomunicações, apesar do impacto da pandemia, tende a beneficiar de uma “recuperação mais rápida” do que o resto da economia.

As receitas do leilão do 5G serão afetas a um novo Fundo para a Transição Digital, a cargo do Governo, que investirá na digitalização da economia portuguesa.

Consulte aqui o regulamento final na íntegra:

Leilão arranca já. Primeiros tarifários 5G podem chegar no início de 2021

Numa conferência de imprensa híbrida, João Cadete de Matos disse que o regulamento final, aprovado pelo regulador na passada sexta-feira, deverá ser publicado ainda esta terça-feira no Diário da República. “É a partir da publicação que se inicia o leilão, que culminará na atribuição das frequências”, acrescentou.

Com a aprovação do regulamento, e de um relatório sobre a consulta pública que tem 277 páginas, a Anacom atualizou também o calendário do dossiê do 5G. Está previsto concluir o leilão em janeiro de 2021 e finalizar a atribuição dos direitos de utilização às operadoras até ao fim do primeiro trimestre. Assim, a Anacom espera que, a partir desse momento, as empresas do setor possam começar a disponibilizar as primeiras ofertas comerciais de quinta geração em Portugal.

Questionado pelo ECO sobre se acredita que esta revisão das regras reduz o potencial de litigância com o setor, João Cadete de Matos indicou que todos os cidadãos e empresas têm “o direito” de recorrer à Justiça quando entendem necessário, mas sublinhou “contar” com as empresas do setor “para o desenvolvimento das redes de comunicações eletrónicas em Portugal”.

“Estas alterações visam, designadamente, um melhor equilíbrio entre a garantia de condições de entrada no mercado de novas entidades, que podem implementar novos modelos de negócio e ofertas mais diferenciadas, e o desenvolvimento das operações já existentes, procurando também um melhor equilíbrio entre a satisfação das necessidades de cobertura e de conectividade na generalidade do país e os compromissos de investimento exigidos às empresas”, detalhou também o presidente da Anacom na apresentação do regulamento.

Consulte aqui o relatório da consulta pública:

Regulamento tem “em máxima conta” a estratégia definida pelo Governo

A Anacom trabalhou também no sentido de assegurar que o regulamento final do leilão do 5G tem “em máxima conta as metas estratégicas” definidas na resolução do Conselho de Ministros que estabeleceu a Estratégia Nacional do 5G.

Nesse sentido, todas as operadoras que adquiram mais de 50 MHz de espetro, até ao limite estabelecido de 100 MHz por operadora, ficam sujeitas a um conjunto de obrigações. Desde logo, de cobertura: “Há um número mínimo de estações de base, macro ou micro, que vai aumentando à medida que aumenta o espetro adquirido”, explicou Carla Amoroso, coordenadora do grupo de trabalho da Anacom responsável pela preparação do leilão.

“Há um conjunto de estações de base a instalar em todo o país. Dessas, há um número que é o número de estações que tem de ser instalada em cada município de baixa densidade, em cada município da Madeira e dos Açores, e em cada município com mais de 50 mil habitantes”, acrescentou.

Não é tudo. “Para além destes, o operador tem ainda de instalar estações de base a pedido de um conjunto de entidades listadas”, disse Carla Amoroso. Entre elas estão hospitais, centros de saúde, universidades, entidades do sistema científico e tecnológico, entidades que são promotoras de parques empresariais e industriais, a instituição militar, os portos e os aeroportos.

Face ao projeto do leilão, a Anacom assume que, perante o “contexto atual da pandemia”, foram “introduzidos alguns ajustamentos relativamente ao projetado, envolvendo, designadamente, as obrigações de cobertura associadas à faixa dos 700 MHz, tendo sido algumas recalendarizadas e outras flexibilizadas”.

“Destaque-se a obrigação de cobertura de 75% (até ao final de 2023) e de 90% (até ao final de 2025) da população de cada uma das freguesias consideradas de baixa densidade e de cada uma das freguesias das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Por outro lado, situa-se em 70% (até ao final de 2024) e em 90% (até ao final de 2025) a obrigação de cobertura da população de cada uma das freguesias que não são consideradas de baixa densidade, mas que integram municípios com freguesias de baixa densidade”, detalha a Anacom.

Até ao final de 2025, o objetivo é que tenha cobertura de 5G “95% da população total do país, cada uma das autoestradas, redes de metropolitano de Lisboa, do Porto e do Sul do Tejo e cada um dos itinerários ferroviários incluídos no Corredor Atlântico, na parte relativa ao território nacional, da ligação Braga-Lisboa, da ligação Lisboa-Faro e ligações urbanas e suburbanas de Lisboa e Porto”, bem como “85% de cada um dos itinerários principais rodoviários, Estrada Nacional 1 da Estrada Nacional 2 e cada um dos restantes itinerários ferroviários”.

Dense Air mantém espetro. Será operadora grossista

Ficou ainda determinado pela Anacom que a Dense Air, que já tem licenças 5G, manter-se-á na posse dessas mesmas licenças, até 2025, como está previsto nos referidos direitos de utilização. Este é um dos pontos sensíveis, visto que Meo, Nos e Vodafone consideram que estas licenças, que remontam a 2010, deveriam ter expirado por não terem sido usadas. Em contrapartida, a Anacom optou por reconfigurar apenas o espetro, encurtando-o.

Segundo o presidente da Anacom, a Dense Air já pode, a qualquer momento, iniciar a exploração dessas mesmas licenças, funcionando como operadora grossista. Ou seja, as demais operadoras poderão ser clientes e usufruir da rede da Dense Air.

De acordo com João Cadete de Matos, “seria uma ilegalidade retirar uma licença válida de um operador que procura consolidar as suas operações em Portugal”. “Vemos isso com todo o interesse e é do interesse do país”, apontou.

(Notícia atualizada pela última vez ás 12h21)

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Portugal a meio da tabela na literacia da população em matéria de cibersegurança

  • Lusa
  • 5 Novembro 2020

Portugal surge no 25.º lugar entre 50 geografias analisadas, no “Índice Literacia e Educação em Cibersegurança”, destacando-se ao nível da educação, mas falhando na motivação pública.

Portugal surge a meio da tabela, no 25.º lugar entre 50 geografias analisadas, no “Índice Literacia e Educação em Cibersegurança” da consultora Oliver Wyman, destacando-se ao nível da educação, mas falhando na motivação pública, foi hoje divulgado.

De acordo com as conclusões do relatório, que se propõe medir o nível de literacia da população em matéria de cibersegurança, a ‘Inclusão da População’ e as ‘Políticas Governamentais’ são os parâmetros em que Portugal apresenta melhores resultados, por oposição à ‘Motivação Pública’ e ao ‘Mercado de Trabalho’, onde fica abaixo do meio da tabela.

Segundo o estudo da Oliver Wyman, que analisou 50 geografias (49 países mais União Europeia), os portugueses “têm ainda pouca consciência dos riscos cibernéticos e são pouco proativos na sua redução”.

A nível global, Portugal classifica-se a meio da tabela (25.º), com um total de 536 pontos, à frente da Espanha e da Bélgica, ficando acima da média em três dos cinco parâmetros analisados: ‘Inclusão da População’ (13.º), à frente da Dinamarca, Alemanha e Áustria; ‘Sistema de Educação’ (17.º), à frente da França, Alemanha e Lituânia; e ‘Políticas Governamentais’ (22.º), à frente da Noruega, Espanha e Suécia.

“Os pilares avaliados em cada um dos parâmetros indicam que a educação é um dos pontos onde Portugal mais se destaca”, conclui, precisando que, no ‘Sistema de Educação’, o país ocupa a 11.ª posição no pilar do ensino (cai depois para 29.º no pilar da requalificação profissional) e, em matéria de ‘Inclusão da População’, volta a conseguir um 11.º lugar no pilar da inclusividade da educação, mas desce para 25.º na inclusividade da tecnologia.

Estes resultados contrastam, no entanto, com os alcançados no parâmetro ‘motivação pública’, que mede o compromisso da população com a prática da segurança cibernética, incluindo métricas como a taxa de adesão a práticas cibernéticas seguras específicas.

A este nível, Portugal desce para o 34.º lugar em matéria de consciência dos riscos e motivação para estas questões e para o 33.º no que diz respeito à propensão cultural para a redução de riscos de segurança, o que lhe confere o 33.º lugar a nível global.

Salientando que, “além da motivação da população, cabe aos empregadores um papel essencial na promoção da literacia digital dos seus colaboradores”, o trabalho conclui, contudo, que também no parâmetro ‘mercado de trabalho’, que avalia a situação no domínio empresarial, o país fica aquém da média e ocupa o 34.º lugar, atrás da Espanha.

Conforme explica, os pilares em análise indicam que, “apesar de Portugal se situar em 24.º em termos de inovação na segurança digital, os empregadores portugueses estão ainda pouco sensibilizados para estas questões”.

Já no que se refere à procura de profissionais com competências na área, o país cai para o 32.º lugar, o que “indica um desencontro entre a procura existente e a dinâmica real do mercado de trabalho”.

Conforme salienta a Oliver Wyman, “num mundo cada vez mais digital os ciberataques são já um dos crimes que mais crescem a nível mundial e deverão custar mais de 6.000 milhões de dólares [5.126 mil milhões de euros] às organizações no próximo ano”.

“A situação agudizou-se durante a pandemia, altura em que a dependência da Internet aumentou. Neste contexto, muitos governos compreendem já a necessidade de ter uma força de trabalho com competências digitais, mas poucos entendem a dimensão do desafio e até que ponto este exige uma reformulação do sistema educativo e das práticas de trabalho”, refere.

Uma vez que “quase 95% dos problemas digitais se devem a erro humano” (por exemplo, clicar num link fraudulento), ganha particular importância “a necessidade de alargar a literacia digital, de forma a torná-la um conhecimento acessível a todos, à semelhança do que é feito, por exemplo, em matéria de educação financeira e de saúde”.

Segundo a consultora, até 2022 o mercado global de cibersegurança deverá atingir os 170 mil milhões de dólares (cerca de 145 mil milhões de euros), tendo na última década os governos de todo o mundo assumido um papel mais ativo nesta matéria, impulsionando estratégias nacionais, dedicando recursos à defesa cibernética e explorando métodos para dotar as empresas de maior proteção.

“No entanto, à medida que o mundo se digitaliza, passaram a confiar mais nos cidadãos para se protegerem a si e aos outros no ciberespaço, sem lhes facultarem as ferramentas e a formação necessárias para o fazer”, nota, concluindo que “os países compreendem os desafios, mas nem sempre dispõem de informação sobre o conhecimento da população e as lacunas existentes”.

O índice da Oliver Wyman visa assim “esclarecer estas questões, de forma a permitir que os países descubram as melhores práticas globais e concentrem a sua atenção nas áreas que mais necessitam”.

Destacando a Suíça, Singapura, Reino Unido, Austrália e Holanda como os países com maiores taxas de literacia digital, a consultora conclui que “a chave para o sucesso” passa por uma “boa integração entre os níveis de educação, negócios e governo”.

“Os empregadores destas áreas geográficas reconhecem a importância do risco cibernético e exigem trabalhadores qualificados em cibersegurança. As suas políticas governamentais em matéria de instrução de risco cibernético são amplas e específicas, e na maioria transparentes, em termos de financiamento e métricas utilizadas para avaliar o progresso e o sucesso”, remata.

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Comissão Europeia mais otimista que o Governo. Taxa de desemprego deverá ficar nos 8%

O Executivo comunitário está mais otimista do que estava na primavera e até do que o próprio Governo de António Costa. Estima agora que o desemprego suba para 8% este ano.

A Comissão Europeia está mais otimista do que estava na primavera sobre a evolução do desemprego em Portugal. O Executivo comunitário estima agora que essa taxa atingirá 8% este ano, quando em maio projetava uma subida para 9,7%. A nova projeção de Bruxelas é também mais confiante do que a que o Governo incluiu no Orçamento do Estado para 2021 (8,7%), que a do Fundo Monetário Internacional (8,1%), que a do Conselho das Finanças Públicas (10%) e que a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (11,6%).

De acordo com as previsões de outono divulgadas esta quinta-feira, a Comissão Europeia estima que a taxa de desemprego em Portugal fique nos 8% em 2020, recupere para 7,7% em 2021 e caia para 6,6% em 2022. Na primavera, Bruxelas antecipava que este indicador atingiria 9,7% este ano e recuaria para 7,4% em 2021.

Ou seja, o Executivo comunitário está agora mais confiante quanto à evolução do desemprego em 2020, projetando uma subida menos acentuada do que antecipara, mas acredita que, no próximo ano, a recuperação será menos significativa do que tinha estimado em maio. “Beneficiando da esperada retoma económica e de mais medidas de apoio, projeta-se que a taxa de desemprego se aproxime gradualmente dos níveis pré-pandemia“, salienta a Comissão Europeia, esta quinta-feira.

De notar que as previsões de Bruxelas para a evolução do desemprego em Portugal em 2020 são mais otimistas que os números esperados pelo Executivo de António Costa (8,7%), pelo Fundo Monetário Internacional (8,1%), pelo Conselho das Finanças Públicas (10%) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (11,6%). São, contudo, mais pessimistas que a projeção do Banco de Portugal, que vê o desemprego nos 7,5% em 2020.

A Comissão Europeia explica que os apoios sociais mitigaram o impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho, tendo abrangido mais de 750 mil trabalhadores ou cerca de 15% da mão-de-obra portuguesa. “Em consequência, a taxa de desemprego aumentou apenas de modo moderado de 6,5% em 2019 para cerca de 8% em agosto de 2020“.

Por outro lado, Bruxelas sublinha que o emprego desceu cerca de 3% em termos homólogos, já que uma parte de efeito negativo da crise pandémica foi absorvida pela passagem direta de empregados para a inatividade. Isto porque, durante a primavera, a procura ativa de postos de trabalho esteve seriamente prejudicada pelo confinamento e pelas várias medidas de restrição à circulação.

Nas previsões divulgadas esta manhã, a Comissão Europeia indica também que vê agora o desemprego na Zona Euro nos 8,3% em 2020, 9,4% em 2021 e 8,9% em 2020, e na União Europeia nos 7,7% em 2020, 8,6% em 2021 e 8% em 2020.

Tudo somado, em 2020, a taxa de desemprego nacional deverá ficar abaixo da da área da moeda única, mas acima daquela prevista para o bloco comunitário. Entre os Estados-membros, é na Grécia que a taxa de desemprego deverá atingir níveis mais elevados, este ano: 18%. Deverá seguir-se Espanha, com 16,7%, e Itália, com 9,9%. Do outro lado da tabela, a República Checa deverá registar a taxa de desemprego mais baixa do Velho Continente: 2,7%. E na Alemanha, espera-se uma taxa de 4%.

(Notícia atualizada às 10h58)

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Facebook lança programa de literacia digital para pais e jovens portugueses

  • Lusa
  • 5 Novembro 2020

O Facebook lancou o "Get Digital", um programa de literacia digital para jovens, pais e educadores portugueses. Tem por objetivo ajudar os cidadãos a navegarem de forma segura. É gratuito.

O Facebook lançou esta quinta-feira um programa de literacia digital para jovens, pais e educadores portugueses denominado “Get Digital”, o qual é gratuito e oferece recursos educativos, anunciou a rede digital.

O objetivo “é ajudar os jovens portugueses a navegarem de forma segura num mundo digital progressivamente mais complexo, e ao mesmo tempo, que tenham capacidade e conhecimento suficiente para influenciar a comunidade digital de forma positiva”.

A rede social salienta que, “neste momento particular de pandemia, em que os jovens estão cada vez mais tempo online, os recursos do Get Digital foram desenhados para ser usados tanto pelos jovens, como pelos pais e educadores, seja em casa ou na sala de aula”.

Os recursos deste programa assentam em cinco pilares: Alicerces digitais; Bem-estar digital; Interação digital; Emancipação digital; e Oportunidades digitais.

“Os cinco pilares estão distribuídos num módulo de três partes distintas: educadores, pais e jovens”, adianta o Facebook, referindo que “esta abordagem holística permite que a mensagem da segurança online esteja presente tanto em casa como na sala de aula”.

Enquanto os educadores têm acesso a 37 lições para apresentar a alunos dos 11 aos 18 anos, os pais podem aceder a cinco vídeos que sugerem como interagir com os filhos relativamente a estes temas, e por fim, os próprios jovens têm uma série de exemplos de impacto positivo na comunidade online, assim como exercícios e atividades”, explica a rede social.

O programa Get Digital foi desenvolvido em cooperação com organizações como o Harvard Berkman Klein Center for Youth and Media, Yale Center for Emotional Intelligence, o Greater Good Science Center, Teaching Tolerance, International Society for Technology in Education (ISTE) e a National PTA.

Entretanto, o programa educativo online GeraZão, que fez um ano e é mais focado nas questões de segurança e privacidade, foi desenvolvido com apoio da Direção-Geral da Educação, o Seguranet, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e o Centro Internet Segura, sendo que os recursos deste programa continuam disponíveis em Portugal. “Hoje o Facebook revela que mais de 30 mil portugueses visitaram o programa e cerca de 25 mil completaram os desafios interativos, sendo que 3 mil jovens conseguiram completar o ‘Escape Room Z’ – um jogo educativo e interativo de aventuras”, conclui a rede social.

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PIB da Zona Euro cai, mas menos. Espanha dá maior trambolhão

Enquanto o PIB da UE passa de uma contração de 8,3% para 7,4%, a Zona Euro registará uma contração inferior aos 8,7% estimados por Bruxelas nas previsões de julho.

A Comissão Europeia vê uma contração menos expressiva na economia europeia do que nas últimas previsões, divulgadas em julho. Aponta para uma quebra de 7,4% do PIB da União Europeia, sendo a expectativa para a Zona Euro de que a contração seja de 7,8%, uma “ligeira melhoria” que não se repercutiu em todos os países da região. Espanha será a economia mais castigada pela crise pandémica, tendo visto as projeções agravadas nestas previsões de Outono.

Enquanto o PIB da UE passa de uma contração de 8,3% para 7,4%, a Zona Euro registará uma contração inferior aos 8,7% estimados por Bruxelas na última previsão. Estes números não têm em conta, contudo, os dados do PIB do terceiro trimestre, sendo a data de fecho destas previsões o dia 22 de outubro, altura em que muitos países ainda não tinham anunciado medidas para a segunda vaga da pandemia.

“Comparativamente com as previsões do Verão, as estimativas para a UE a Zona Euro são ligeiramente melhores para 2020“, diz a CE, que procura com estes dados dar alguma visibilidade sobre o impacto da pandemia nas economias europeias. “O impacto económico da pandemia tem sido diferente entre os países europeus, e o mesmo é verdade para as perspetivas de recuperação”, nota.

Se para a maioria dos países, tal como Portugal, estas novas previsões da CE são mais positivas, há exceções. Espanha, o principal parceiro comercial de Portugal, viu as estimativas de Bruxelas serem agravadas, apontando agora para uma contração de 12,4%, pior que os 10,9% da anterior estimativa. O país vizinho passa assim a ser aquele que maior impacto sentirá com a pandemia, superando Itália que deverá cair 9,9% (contra 11,2% em julho).

França, que deveria ver o PIB encolher 10,6%, vai registar uma contração de 9,4%, enquanto o maior “motor” da economia europeia, a Alemanha deverá, segundo as previsões de Outono, apresentar uma quebra de 5,6%, aquém da de 6,3% da anterior previsão. Entre os países menos castigados, nota para a Lituânia, com uma contração de 2,2%, e a Irlanda que deverá cair apenas 2,3%.

Crescimento em 2021, mas mais moderado

Ao mesmo tempo que melhor as perspetivas para 2020, antecipando um impacto menos expressivo da pandemia no PIB dos países europeus, a CE aponta para uma recuperação menos acentuada no próximo ano. E diz que a riqueza gerada tanto na Zona Euro como na Europa “não deverá recuperar para os níveis pré-pandemia em 2022”.

Enquanto a UE deverá agora crescer 4,1%, contra os 5,8% estimados anteriormente, o PIB da Zona Euro deverá apresentar um crescimento de 4,2% no próximo ano, com França a liderar a retoma. A economia do país comandado por Emmanuel Macron deverá acelerar 5,8% em 2021, ficando Portugal e Espanha logo atrás, com uma previsão de crescimento de 5,4% para ambos os países.

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Comissão Europeia valida défice de 7,3% de Leão. Dívida supera os 135% do PIB

A Comissão Europeia reviu em alta a previsão do défice para Portugal, assim como a da dívida pública.

A Comissão Europeia considera que a previsão feita pelo Governo para o défice orçamental deste ano está correta. Nas previsões de outono divulgadas esta quinta-feira, o executivo comunitário prevê um desequilíbrio orçamental equivalente a 7,3% do PIB em 2020, igual ao previsto pelo Ministério das Finanças na proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021). Para 2021 aponta para um défice de 4,5%, ligeiramente acima dos 4,3% estimados por João Leão.

Quanto à dívida pública, a perspetiva da Comissão Europeia é que esta suba para os 135,1% do PIB, acima dos 134,8% previstos pelo Governo no OE 2021. Esta diferença poderá ser explicada pela recessão mais pronunciada que Bruxelas vê para Portugal este ano: a previsão é de uma quebra do PIB de 9,3%, acima dos 8,5% previstos pelo Governo. Em 2021, a dívida pública deverá baixar para os 130,3% — principalmente pelo efeito do crescimento do PIB –, uma previsão melhor do que os 130,9% do OE 2021.

De acordo com as contas da Comissão Europeia, a crise pandémica irá ter um impacto de 7,25% do PIB nas contas públicas, “revertendo o excedente orçamental do ano passado”. A maior parte deste impacto virá da atuação dos estabilizadores automáticos, como é o caso do subsídio de desemprego, e das medidas de política orçamental adotadas para contrariar a crise, como foi o caso do lay-off simplificado. Estas medidas terão um custo estimado em 3% do PIB.

No próximo ano, a melhoria da economia, o desaparecimento de alguns apoios e a recuperação da cobrança de impostos deverá levar a uma redução significativa do défice, que também é ajudado por uma receita one-off relativo a um empréstimo feito à Grécia através das instituições europeias e ainda contando com mais 0,25% do PIB de investimento público financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que será financiado por verbas europeias.

Contudo, os riscos para as contas públicas continuam a pesar. O maior deles é o “acumular das responsabilidades contingentes” do Estado por causa das garantias dadas nas linhas de crédito fornecidas às empresas, assinala a Comissão Europeia, acrescentando também que o mesmo risco existe para algumas empresas públicas. É o caso da TAP, que vai receber uma garantia de 500 milhões de euros em 2021 (se o OE 2021 foi aprovado), ou o Novo Banco, cujo mecanismo de capital contingente ainda não esgotará com a verba prevista para 2021.

Em relação ao défice em 2020, o desequilíbrio orçamental português será inferior ao média da Zona Euro (-8,8% do PIB), onde se destacam os valores da Bélgica, Espanha, Itália e França com défices superiores a 10%. Em 2021, o défice português também deverá ficar melhor do que o da média (-6,4%).

No caso da dívida pública, Portugal continuará a ser o terceiro Estado-membro com o maior peso, mas juntam-se mais países ao clube dos países com uma dívida superior a 100% do PIB: é o caso da Bélgica, França, Espanha e Chipre. Assim, em média, a dívida pública da Zona Euro será de 101,7% do PIB, sendo a primeira vez que tal patamar é superado. Também inédita é a dívida pública grega que ultrapassará o patamar dos 200% do PIB (207,1%) em 2020. Tanto em 2021 como em 2022 a dívida pública da Zona Euro não deverá baixar dos 100%, de acordo com as previsões da Comissão Europeia.

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Comissão Europeia melhora previsão para Portugal. PIB vai cair 9,3% este ano

A Comissão Europeia melhorou esta quinta-feira a previsão do PIB português deste ano, antecipando uma recessão ligeiramente menos grave do que em julho.

Continua a ser uma das maiores recessões de sempre, mas deverá ser ligeiramente mais baixa. A Comissão Europeia melhorou a previsão para a contração da economia portuguesa este ano de 9,8%, em julho, para 9,3% nas previsões de outono divulgadas esta quinta-feira. Porém, a recuperação em 2021 será inferior ao crescimento do PIB de 6% estimado anteriormente, fixando-se agora nos 5,4%, a mesma previsão do Governo.

Apesar da melhoria das previsões, não é de excluir que estas possam já estar desatualizadas face à evolução da situação epidemiológica na Europa e as respetivas restrições implementadas pelos Governos, nomeadamente o português. A data final da informação que consta nestas previsões é de 22 de outubro, antes, por exemplo, da Alemanha ter anunciado mais restrições a 28 de outubro ou de Portugal avançar com um confinamento parcial a 29 de outubro.

Contudo, no próprio relatório a Comissão Europeia admite que “à data de fecho destas previsões, novas restrições a nível nacional [nos países europeus] não podem ser descartadas”, o que sinaliza que essa expectativa poderá já estar incorporada nestes dados. Acresce que esta data de fecho não terá permitido incluir as estimativas do Eurostat divulgadas a 30 de outubro sobre o PIB do terceiro trimestre, que ficou acima das expectativas, mas a Comissão sugere no relatório que já esperava uma forte recuperação.

A recessão de 9,3% prevista para Portugal em 2020 é superior à queda de 8,5% prevista pelo Ministério das Finanças na proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), mas é igual à previsão feita pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) em setembro e abaixo da queda de 10% antecipada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro. Ainda assim, fica acima da média da Zona Euro onde se espera que o PIB encolha 7,8%.

Na sua análise à economia portuguesa, a Comissão Europeia reconhece a recuperação económica dos meses de verão, mas avisa que o setor do turismo continua “muito abaixo” dos níveis anteriores à pandemia e deverá “recuperar só gradualmente” desta crise. “As perspetivas do setor [do turismo] foram manchadas ainda mais pelo aumento das infeções neste outono“, assinalam os técnicos de Bruxelas, o que representa um risco para a economia uma vez que depende bastante de turistas estrangeiros.

Dentro da Zona Euro, apenas Espanha (-12,4%), Itália (-9,9%) e França (-9,4%) terão uma recessão pior do que a da economia portuguesa, de acordo com as previsões da Comissão Europeia. Olhando para o conjunto da União Europeia, apenas se junta a este grupo a Croácia (-9,6%).

Do lado oposto está a Lituânia com uma contração de apenas 2,2%, a menor em toda a União Europeia. Segue-se a Irlanda (-2,3%) e depois a Suécia (-3,3%) e a Dinamarca (-3,9%). No conjunto da UE, o PIB deverá cair 7,4%, abaixo da recessão de 10,3% prevista para o Reino Unido.

Em 2021, Portugal deverá registar a terceira maior recuperação percentual do PIB, apenas superado por França (5,8%) e pela Croácia (5,7%). Em média, os países da Zona Euro deverão crescer 5,2%.

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Mercado das vacinas contra a Covid-19 poderá valer mais de 10 mil milhões de dólares

Mercado das vacinas contra a Covid-19 poderá vir a valer mais de 10 mil milhões de dólares por ano, estimam os analistas do setor farmacêutico.

Os analistas do setor farmacêutico estimam que o mercado das vacinas contra a Covid-19 possa vir a valer mais de 10 mil milhões de dólares por ano, gerando receitas para as farmacêuticas cuja investigação tem sido, em parte, financiada com dinheiro público, revela o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Os cálculos foram feitos pelos analistas do Morgan Stanley e do Credit Suisse e assumem que as pessoas precisarão de tomar a vacina contra a Covid-19 todos os anos, tal como acontece atualmente com a vacina da gripe. O custo estimado por dose é de 20 dólares, de acordo com o Financial Times. Mesmo numa estimativa conservadora, em que apenas as pessoas que tomam a vacina da gripe é que vão tomar a vacina contra a Covid-19, o mercado seria de pelo menos 10 mil milhões de dólares, apenas contando com os países desenvolvidos.

Ainda assim, nem todos os especialistas partilham desta opinião. Apesar de admitir que as pessoas mais vulneráveis ​​vão querer continuar a tomar vacinas de reforço por algum tempo, Stephen Hoge, presidente da Moderna, diz que “é uma oportunidade menor” do que a gripe, acrescentando que os custos médicos para tratar a doença chegam a “mil milhões de dólares ”.

Esta realidade espelha bem o potencial deste mercado, que, de acordo com o jornal britânico, equivale à receita anual de dez medicamente considerados de “sucesso”. É, portanto uma oportunidade para uma indústria que recebeu milhões de dólares em investimentos públicos dos governos. Neste contexto, mesmo farmacêuticas como a AstraZeneca e a Johnson & Johnson que se comprometeram a disponibilizar uma vacina eficaz sem fins lucrativos durante o período da pandemia, poderão vir a lucrar quando a pandemia do novo coronavírus terminar.

Milhares de cientistas por todo o mundo procuram uma solução para a pandemia, sendo que esta “corrida” em contrarrelógio conta já com mais de 200 potenciais vacinas em desenvolvimento. Destas, 155 estão em avaliação pré-clínica (sem testes em humanos) e 47 em avaliação clínica (com testes em humanos, em diferentes etapas – fases 1, 2 e/ou 3), últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicados a 3 de novembro.

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Teletrabalho vai “alterar significativamente” programas de benefícios de saúde para as empresas

Com mais teletrabalho, os benefícios de saúde oferecidos pelas empresas deverão ser adaptados. A pandemia trouxe um aumento nas despesas médicas, nomeadamente com procedimentos ligados à Covid-19.

A pandemia trouxe muitas mudanças tanto para as empresas como para os trabalhadores. Uma das mudanças, que parece ter vindo para ficar, é o trabalho remoto e flexível, que por sua vez irá “alterar significativamente os programas de benefícios de saúde para as empresas”, nota um estudo da Mercer Marsh Benefits.

O Health Trends 2020 dá conta dos impactos da pandemia na saúde, nomeadamente com mais de dois terços (68%) das seguradoras a prever um aumento do número das despesas relacionadas com diagnósticos, cuidados e tratamentos à Covid-19. As seguradoras admitem ainda aumentos com os custos dos planos de saúde oferecidos pelas empresas, continuando a trajetória de crescimento que já tem sido verificada.

Esta subida das despesas com os cuidados de saúde ocorre, “desta vez, devido a questões relacionadas com o trabalho remoto e o estilo de vida mais sedentário, que incluem doenças do foro mental e musculoesqueléticas, e as preocupações constantes com as implicações a longo prazo que a Covid-19 trará para a saúde mental e física”, defende Paulo Fradinho, Country Business Leader da Mercer Marsh Benefits em Portugal, citado em comunicado.

Desta forma, o leque e a forma como as empresas apresentam os benefícios de saúde aos colaboradores deverão mudar, para se adaptarem ao novo panorama. Alguns dos fatores que estarão em foco nos próximos tempos são os serviços digitais e online, bem como a área da saúde mental, nota o estudo.

A pandemia já trouxe uma maior aposta nas teleconsultas, que ganharam uma nova dimensão quando se diminuir as idas não essenciais aos hospitais. O número de seguradoras que oferecem consultas médicas virtuais aumentou 38% face a 2019, com 59% a afirmar que esta solução foi uma “parte ativa da abordagem atual do plano de gestão”. Existe também uma maior cobertura de iniciativas de saúde preventiva, como rastreios, nos planos das seguradoras.

Quanto à saúde mental, uma preocupação crescente numa altura em que, devido ao teletrabalho e às restrições devido à pandemia, as pessoas ficam mais isoladas e têm menos contacto social, esta área está ainda pouco contemplada nos planos. Apenas um terço das seguradoras oferece uma cobertura para aconselhamento psicológico online, enquanto 32% indica que não providenciam planos com cobertura de serviços de saúde mental.

O estudo, que contempla informação recolhida de planos de saúde de empresas distribuídos por 59 países, entre o início de junho e meados de julho de 2020, nota ainda que, em Portugal, a taxa projetada com custos médicos fixa-se nos 2.0% este ano, sendo que a previsão da taxa de inflação é de -0.2%.

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Nas notícias lá fora: Maior bateria do mundo, Banco de Inglaterra e vacinas

No Reino Unido, o Banco de Inglaterra já avançou com mais estímulos para acomodar o impacto da segunda vaga de infeções. Nos EUA, Paul Krugman faz um apelo para um "grande estímulo" orçamental.

A Austrália vai ter a maior bateria de iões de lítio do mundo, a qual vai ser construída pela norte-americana Tesla e a francesa Neoen. Na União Europeia, a Comissão Europeia apresenta esta quinta-feira as previsões de outono e os números para Espanha deverão ser piores do que os de julho. Quanto às vacinas contra a Covid-19, a expectativa é que estas criem um mercado de pelo menos 10 mil milhões de dólares por ano.

Financial Times

Tesla e empresa francesa vão construir a maior bateria do mundo na Austrália

A norte-americana Tesla e a francesa Neoen vão juntar-se numa parceria empresarial para construir a maior bateria de iões de lítio do mundo na Austrália, de acordo com o Financial Times. A bateria, que será situada em Melbourne, terá a capacidade para 450 megawatts por hora e irá ser decisiva para a transição australiana da eletricidade produzida pela queima de carvão para renováveis. A energia guardada por esta bateria terá a capacidade para fornecer a eletricidade a 500 mil casas por hora. O objetivo do Governo é ter pelo menos 50% da eletricidade renovável até 2030. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

The Guardian

Banco de Inglaterra lança novo pacote de estímulos de 150 mil milhões de libras

O Banco de Inglaterra, liderado por Andrew Bailey, lançou esta quinta-feira um novo pacote de estímulos de 150 mil milhões de libras para a economia britânica aguentar o impacto da segunda onda de infeções da Covid-19 e a reintrodução do confinamento. A decisão de aumentar a política monetária expansionista, através do programa de quantitative easing de aquisição de obrigações, foi tomada de forma unânime pelo comité do banco central britânico. O objetivo é acomodar o choque da quebra da atividade económica provocada pelo aumento do número de casos e os controlos impostos pelo Estado para conter a expansão da pandemia. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

CNBC

Krugman avisa que EUA precisam de um “grande estímulo” orçamental

O vencedor do Nobel da Economia em 2008, Paul Krugman, avisa que os Estados Unidos precisam de um “grande estímulo” orçamental para manter a economia à tona. Para o economista norte-americano o país ainda está na “fase de alívio do desastre” uma vez que ainda haverá muitas pessoas e empresas a perderem rendimentos. “Temos de tornar a vida mais tolerável para estas” pessoas, disse numa entrevista à CNBC. Krugman não disse o valor que este pacote de estímulos deveria ter, mas assinalou que deve ser “grande” uma vez que os EUA ainda não conseguiram conter o vírus. Neste momento, os democratas e os republicanos continuam a negociar um novo pacote de estímulos, mas as negociações não têm sido conclusivas. Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre/conteúdo em inglês).

El Economista

Comissão Europeia deverá piorar previsões para Espanha

O PIB espanhol poderá afinal cair 12,4% este ano, seguindo-se uma recuperação de 5,4% no próximo ano e de 4,8% em 2022, segundo o El Economista que cita as previsões de outono da Comissão Europeia que serão apresentadas esta quinta-feira de manhã, as quais já deverão refletir em parte as novas medidas restritivas. Estes novos valores representam uma deterioração das previsões para Espanha uma vez que em julho o executivo comunitário apontava para uma queda de 10,9% este ano e um crescimento de 7,1% em 2021. Ou seja, tanto a recessão será maior como a recuperação será mais branda. Espanha só será “superada” pela Itália em termos do impacto da crise pandémica. Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Financial Times

Mercado das vacinas contra a Covid-19 poderá valer mais de 10 mil milhões de dólares

Os analistas do setor farmacêutico estimam que o mercado das vacinas contra a Covid-19 possa vir a valer mais de 10 mil milhões de dólares por ano, gerando receitas para as farmacêuticas cuja investigação tem sido, em parte, financiada com dinheiro público. Os cálculos foram feitos pelos analistas do Morgan Stanley e do Credit Suisse e assumem que as pessoas precisarão de tomar a vacina contra a Covid-19 todos os anos, tal como acontece atualmente com a vacina da gripe. O custo estimado por dose é de 20 dólares, de acordo com o Financial Times. Mesmo numa estimativa conservadora, em que apenas as pessoas que tomam a vacina da gripe é que vão tomar a vacina contra a Covid-19, o mercado seria de pelo menos 10 mil milhões de dólares, apenas contando com os países desenvolvidos. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

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Nos sobe 3% em Lisboa. Europa acelera com eleições nos EUA

As bolsas europeias estão em alta, com os investidores a acreditarem numa vitória de Biden nas presidenciais norte-americanas. Em Lisboa, a Nos soma 3% após resultados.

Ainda sem “onda azul”, mas com esperança que o democrata Joe Biden possa chegar a Presidente dos Estados Unidos, as bolsas europeias estão em alta. Lisboa acompanha a tendência positiva vivida no Velho Continente, com a operadora Nos a disparar 3%, após a apresentação dos resultados.

Na Europa, o Stoxx 600 valoriza 0,4%, a par com o britânico FTSE 100, enquanto o alemão DAX ganha 0,8%, o francês CAC-40 soma 0,7% e o espanhol Ibex-35 valoriza 0,6%. As bolsas europeias valorizaram, apesar da elevada incerteza sobre quem vai ocupar o lugar nos próximos quatro anos na Casa Branca. Biden vai à frente.

Lisboa acompanha o sentimento positivo vivido nas praças europeias, com o PSI-20 a avançar 1,04% para os 4,110.24 pontos. A Nos é cotada que mais sobe e, por isso, a “estrela” do índice de referência nacional.

A empresa de telecomunicações avança 3,23% para os 3,20 euros, após ter comunicado na quarta-feira, após o fecho dos mercados, que lucrou 79,1 milhões de euros entre janeiro e setembro. Ou seja, menos 42,7% face aos mesmos nove meses de 2019.

Entre os “pesos pesados”, destaque ainda para a família EDP. A “casa-mãe” valoriza 0,94% para os 4,4150 euros, ao mesmo tempo, a subsidiária EDP Renováveis soma 1,93% para os 16,92 euros.

A empresa liderada interinamente por Miguel Stilwell contraria, assim, as perdas registadas nas outras cotadas ligadas ao setor energético. A REN recua 0,22% para os 2,28 euros, enquanto a Galp Energia perde 0,83% para os 7,19 euros, acompanhando a queda nos mercados petrolíferos internacionais. O barril de Brent recua 1,04% para 40,80 dólares, enquanto o WTI cede 1,02% para 38,75 dólares.

Em contraciclo os CTT desvalorizam 1,56% para os 2,2150 euros, depois de ter revelado que os lucros da empresa afundaram 81% nos primeiros nove meses deste ano. Entre janeiro e setembro, a empresa de correios lucrou 4,3 milhões de euros.

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