Ageas Portugal vende edifício Rialto

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2020

O negócio constitui a primeira venda importante da Ageas Portugal no setor imobiliário.

O grupo Ageas Portugal vendeu o edifício Rialto, localizado no centro histórico da cidade do Porto, revelou a entidade sem identificar comprador ou montante de transação.

O imóvel, situado na conhecida Praça D. João I, no centro da cidade invicta, “é um edifício cheio de história, que conta com uma área de aproximadamente 4.700 m2, sendo considerado por muitos o primeiro arranha-céus da cidade”, descreve a Ageas em comunicado.

Gilles Emond, Head of Real Estate do Grupo Ageas Portugal comentou: “após a aquisição de um edifício de escritórios durante o verão e a construção, em curso, das novas sedes do Grupo Ageas Portugal, em Lisboa e no Porto, esta venda é mais um passo na nossa estratégia de reequilibrar a carteira de investimento imobiliário do Grupo Ageas Portugal. Continuaremos a investir nas principais cidades do país, focando-nos em ativos core/core+.”

A transação “vem confirmar o dinamismo e resiliência do mercado imobiliário português e em concreto da cidade do Porto, (…). A confiança dos investidores no mercado nacional, mesmo num contexto adverso, persiste”, disse, por seu lado, Nuno Nunes, Head of Capital Markets na CBRE Portugal.

“Esta é a primeira venda importante anunciada pelo Grupo Ageas Portugal” que desenvolve a sua estratégia de investimento no setor de imobiliário em dois segmentos: espaços de escritórios e imobiliário operacional. A assessoria do negócio ficou a cargo da CBRE na análise comercial e da Abreu Advogados na componente jurídica, acrescenta a fonte.

Em agosto, a Ageas anunciou a aquisição do edifício Expo Tower, no Parque das Nações. No ano passado, anunciou a compra de três edifícios (Rua Castilho, Entrecampos e Benfica). No início de 2018, lançou o desenvolvimento de uma nova sede em Lisboa, no Parque das Nações, e no Porto, em Ramalde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

MAI anuncia revisão de suplementos e subsídios para polícias

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Ministro da administração interna anunciou que Governo está a discutir com a PSP e GNR "todos os suplementos e subsídios", mas não se compromete com a atribuição de subsídios de risco.

“Começamos a discutir o subsídio de risco, porque estamos a discutir com os representantes das estruturas sindicais todos os suplementos e subsídios, não apenas esse [subsídio de risco] mas todos para que haja coerência no modelo remuneratório”, disse Eduardo Cabrita no Parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2021.

O ministro respondia ao deputado do PSD Fernando Negrão, que insistiu várias vezes com a pergunta se o Governo está disponível para iniciar um processo negocial com as estruturas sindicais para a atribuição de um subsídio de risco aos elementos das forças de segurança.

Fernando Negrão acusou Eduardo Cabrita de não responder à questão e de se “demitir do exercício das suas funções”, afirmando que “não está a tratar de um ponto que é particularmente importante para as forças e serviços de segurança que é um subsídio de risco”.

“Fica aqui claro que o Governo nem sequer quer discutir a possibilidade de concessão de atribuição de subsídio de risco às forças de segurança“, precisou, manifestando a disponibilidade do PSD em “admitir neste momento um subsídio de risco.

Eduardo Cabrita afirmou que o Ministério da Administração da Interna tem em curso um “diálogo social” com as estruturas sindicais da PSP e da GNR que “já tem resultados” em relação aos retroativos, admissões nas forças e serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho e remunerações.

“Há aspetos que já estão encerrados, há outros que não estão”, disse, acrescentando que, no Orçamento do Estado para 2021, estão inscritos 28,6 milhões para o pagamento de retroativos referentes a suplementos em período de férias que foram suspensos em 2011.

A questão da atribuição do subsídio de risco aos elementos da PSP e da GNR foi também colada pelo PCP, Bloco de Esquerda, PAN e CDS-PP.

O deputado do PCP António Filipe defendeu a necessidade de se encontrar uma solução para o subsídio de risco, considerando que o OE devia ter “um dispositivo vinculativo para esta matéria”.

O deputado do CDS-PP Telmo Correia recordou que o parlamento chegou a aprovar o subsídio de risco para os elementos das forças e serviços de segurança, mas “o ministro não deu qualquer execução”.

“Relativamente ao subsídio de risco aquilo que estamos a discutir é um conjunto de suplementos. Há suplementos que devem ser fundidos, extintos, integrados no salário base e há suplementos que devem ser reformulados”, disse Eduardo Cabrita, lamentando que o debate parlamentar esteja a ser “muito centrado no subsídio de risco”.

Eduardo Cabrita disse ainda, em relação ao subsídio de risco, que prefere “uma solução mais abrangente” e que “dê coerência aos sistemas remuneratórios” das forças de segurança.

Uma das principais reivindicações dos elementos das forças de segurança há vários anos passa pela atribuição de um subsídio de risco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Unespa reprova subida de imposto sobre prémios de seguro prevista em Espanha

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2020

A associação do setor já reagiu à intenção do executivo presidido por Pedro Sánchez e avisa que o agravamento fiscal recairá sobre famílias e empresas que contratam proteção contra riscos do dia-a-dia

O projeto de lei proposto pelo Governo espanhol, para o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2021, inclui alterações no regime fiscal dos seguros, prevendo-se um agravamento de 6% a 8% no valor do Imposto sobre os Prémios de Seguro, avança a representante empresarial da indústria em Espanha.

A Unespa, associação que representa cerca de 200 companhias, reagiu negativamente em comunicado salientando que, a ser aprovada, a medida “afetará negativamente as famílias e empresas espanholas”, impactando indiretamente, o setor segurador, adverte a entidade salientando que a indústria representa 5% do PIB espanhol e dá emprego a mais de 50 mil pessoas, envolvendo ainda mais de 565 mil profissionais.

De acordo com o documento dos seguradores, o impacto da medida prevista no OGE é quantificado em 455 milhões de euros, supondo incremento de 25% na receita do imposto. Para a Unespa, “trata-se de uma medida desproporcionada e injustificada”. Pois, considera, tratando-se de um fator externo que acresce ao custo, “o encarecimento da fiscalidade sobre o seguro pode levar a diminuição das proteções contratadas por famílias e empresas e, por consequência, resultar em maior exposição ao risco por parte do conjunto da sociedade e da economia.”

A setorial espanhola recorda ainda que, de acordo com o Inquérito ao Rendimento das Famílias, 95% dos lares tem algum tipo de apólice contratada, sendo as mais comuns o seguro automóvel (79%), habitação (74%) e morte (45%). O mesmo acontece ao nível das empresas, sendo que qualquer uma contrata diversos seguros para a atividade, desde responsabilidade civil, proteção contra roubo ou danos nas instalações.

À subida do imposto sobre prémios de seguro junta-se ainda a redução dos limites das contribuições efetuadas para planos de pensões individuais, de 8000 mil para dois mil euros. Esta modificação, refere a Unespa, terá efeitos negativos sobre mais de 7,5 milhões de participantes em planos pensões de reforma e cerca de um milhão de seguros ocupacionais.

A Inverco, associação espanhola de organismos de investimento coletivo e fundos de pensões, juntou-se à Unespa na divulgação de um comunicado conjunto mostrando-se também inconformada com o agravamento do tratamento fiscal dado aos produtos de poupança.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bidencare vs Trumpcare: O que divide os candidatos

  • ECO Seguros
  • 3 Novembro 2020

Do lado democrata teme-se que um segundo mandato de Trump deixe mais 20 milhões de americanos sem acesso a proteção de saúde. Os que apoiam o recandidato republicano seguem ideia de travar gastos.

O sistema de cuidados de saúde dos EUA é conhecido por ser um dos mais caros do mundo, representando despesa que ronda 17% do produto (PIB). Segundo a Kaiser Family Foundation (KFF), especializada no estudo das apólices de saúde no país, o custo do seguro para uma pessoa de 40 anos, residente em Nova Iorque, é de aproximadamente 569 dólares mensais, cerca de 3 vezes o prémio anual em Portugal de um seguro saúde para um adulto com dois menores ao seu cuidado.

Dados do Census Bureau (organismo oficial de estatística), com base nos inquéritos às famílias, indicam que o número de pessoas sem seguro de saúde nos EUA ronda atualmente os 30 milhões, em decréscimo face aos 46,5 milhões de pessoas contabilizadas em 2010, ano em que foi aprovado o Obamacare, como ficou conhecido o programa cuja paternidade é atribuída a Barack Obama, antecessor de Donald Trump na Casa Branca.

No quadro da disputa eleitoral que pode definir um cenário diferente, os eleitores vão decidir entre dois caminhos opostos: “Bidencare vs Trumpcare”, resume um artigo da Reuters. O debate entre os apoiantes dos candidatos democrata e republicano tem-se centrado sobre qual a melhor receita, na prática sobre os custos de uma e outra solução. Enquanto a “Bidencare”, que visa ampliar os benefícios da legislação impulsionada por Obama, representa um incremento de mais de 2 trillions (2.000 biliões de dólares) por mais uma década, a abordagem de Trump visa travar ou até reduzir a elevada despesa de saúde no orçamento federal.

Enquanto o ACA (Affordable Care Act), ato legislativo que deu vida ao emblemático programa Obamacare, se constitui como um vigoroso “cavalo de batalha” para o candidato democrata Joe Biden, prometendo reduzir em 15 a 20 milhões de pessoas o universo de indivíduos excluídos do programa público de seguro de saúde, Donald Trump tem, desde sempre, defendido o fim da ACA e a sua substituição por uma alternativa que o Presidente recandidato não se cansou de prometer mas que, ao fim de quatro anos de mandato, continua por definir.

Desmantelar e substituir

Repetidamente, durante o seu mandato, Trump proclamou publicamente, um sem número de vezes, o sloganrepeal and replace Obamacare”, prometendo em diversas ocasiões e entrevistas que apresentaria, “em duas semanas” um programa novinho em folha. Na sua cruzada contra o ACA, e para derrotar a resistência do Congresso, Trump chegou mesmo a concretizar a intenção de levar a questão ao Supremo Tribunal da União, esperando-se que, depois das eleições, a instância máxima da Justiça americana se pronuncie. No entanto, um inquérito recente da Kaiser Familiy Foundation revela que a maioria dos norte-americanos não quer o fim dos direitos conquistados ao abrigo do Obamacare.

No contexto da pandemia, Trump também assinou um vasto conjunto de iniciativas na área de saúde para dar resposta ao impacto da Covid-19, as quais estão detalhadas num artigo do site The Balance, uma plataforma de aconselhamento financeiro especializada em análise de produtos e serviços, públicos e privados.

Em contrapartida, o programa associado ao ex Presidente Obama – que Biden promete aprofundar caso vença as eleições – surgiu com objetivo de estender o seguro de saúde a mais americanos, aliviando também a sobrecarga financeira sobre o Medicare e o Medicaid, os dois mecanismos cofinanciados pelo orçamento federal. Antes do Obamacare, mais de 46 milhões de americanos adultos não tinham seguro de saúde, corrobora ainda outro artigo da The Balance citando dados da KFF.

Em 2018, perto de dois terços (65%) dos adultos residentes nos EUA ainda tinham um seguro de saúde privado. Por isso, e por causa do número crescente de vítimas da pandemia, o acesso aos cuidados de saúde foi tema recorrente desde o início da corrida eleitoral. O desfecho das presidenciais americanas pode ditar a sorte de milhões de cidadãos no acesso a serviços de saúde.

Além das eleições

Em julho, quando os EUA estavam ainda longe dos 229,5 mil mortos e mais de 9,1 milhões de infetados por Covid-19, segundo estatística atual da OMS, um estudo da Families USA (organização independente de defesa do consumidor) citado pelo jornal The New York Times indicava que o desemprego causado pela crise da pandemia arrancou 5,4 milhões de trabalhadores americanos do sistema público de seguro de saúde, só entre fevereiro e maio.

Nesses quatro meses, o impacto da pandemia no número de pessoas sem seguro de saúde já havia superado o recorde histórico estabelecido na recessão de 2008-2009, quando 3,9 milhões de adultos perderam o direito ao seu seguro.

Nos EUA, o acesso a serviços de saúde não é gratuito e universal como acontece em Portugal, com o SNS. Segundo a KFF, por causa da pandemia, 27 milhões de norte-americanos terão perdido a cobertura de saúde até julho. Outro estudo, elaborado em conjunto pelo Urban Institute e a Robert Wood Johnson Foundation, antecipava que, até final de 2020, mais de 10 milhões de pessoas irão ficar sem o seguro de saúde garantido pelo empregador ou que dependesse de um emprego perdido no contexto da crise provocada pela Covid-19.

O negócio dos seguros de saúde é pujante nos Estados Unidos, e muitas companhias especializadas entram no ranking das maiores seguradoras do Mundo. A primeira é a United Health que conta 130 milhões de clientes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Vai ser uma noite imprevisível”, diz Charles Michel sobre as eleições nos EUA

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Presidente do Conselho Europeu considera que as eleições presidenciais nos EUA constituem um “momento importante” para a União Europeia refletir sobre sobre a sua relação transatlântica.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que as eleições presidenciais desta terça-feira nos Estados Unidos, que considerou imprevisíveis, constituem um “momento importante” para a União Europeia refletir sobre a sua relação transatlântica.

“Vai ser uma noite imprevisível. O povo dos Estados Unidos vai determinar que rumo tomar nos próximos quatro anos. Um momento importante para refletir sobre a nossa ligação transatlântica e os valores que a UE partilha com os EUA”, escreveu o responsável belga na sua conta oficial na rede social Twitter.

Os norte-americanos escolhem esta terça-feira o próximo Presidente, tendo mais de 100 milhões de eleitores já votado antecipadamente, e espera-se uma das mais baixas taxas de abstenção na história recente das eleições presidenciais dos Estados Unidos, e sem certezas de quando haverá um resultado final.

As eleições nos Estados Unidos são seguidas com particular atenção pela União Europeia, cuja relação com Washington se deteriorou desde a eleição de Donald Trump em 2016.

Um segundo mandato de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos poderá intensificar o antagonismo contra a UE, sugere o diretor de investigação do Conselho Europeu de Relações Internacionais, Jeremy Shapiro.

Num seminário hoje organizado pelo instituto britânico UK in a Changing Europe, este analista antecipou que, em caso de reeleição de Trump, é de “esperar uma nova guerra comercial” e “potencialmente um esforço para dividir a Europa”.

“O contraste com Joe Biden é que ele acredita em aliados, sobretudo nos europeus. As fricções comerciais continuariam a desistir, mas a diferença é que não ameaçariam a aliança em geral”, vincou Shapiro, que é norte-americano e trabalhou como assessor do Estado em política externa.

Também esta terça-feira, o chefe de diplomacia da Alemanha, país que assegura a presidência semestral rotativa do Conselho da União Europeia – antes de ‘passar o testemunho’ a Portugal, a 1 de janeiro próximo – sugeriu um new deal [novo acordo] com os Estados Unidos após as eleições presidenciais, na sequência de uma deterioração nas relações germano-americanas durante o mandato de Donald Trump.

“Nós desejamos uma parceria transatlântica que funcione, queremos um new deal nesta parceria e estamos prontos para investir na nossa relação”, disse Heiko Maas durante uma conferência de imprensa.

As sondagens mais recentes dão uma confortável vitória a Joe Biden, com cerca de 10 pontos de vantagem no voto popular nacional, mas na análise aos resultados dos Estados considerados essenciais para determinar uma vitória (como é o caso da Pensilvânia, Florida, Wisconsin, Michigan e Texas) as diferenças de intenção de voto são mais próximas (em alguns casos caem na margem de erro) pelo que o desfecho é ainda imprevisível.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas medidas restritivas aumentam ainda mais incerteza económica, diz Eurogrupo

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Eurogrupo diz que aumento de casos na Europa as novas medidas restritivas adotadas “aumentaram ainda mais a incerteza” sobre a economia da zona euro e “deverão pesar” na recuperação.

O Eurogrupo defendeu esta terça-feira que o aumento acentuado nas novas infeções de Covid-19 na Europa e as novas medidas restritivas adotadas “aumentaram ainda mais a incerteza” sobre a economia da zona euro e “deverão pesar” na recuperação.

“A recente aceleração na propagação da Covid-19 e as novas medidas de contenção aumentaram ainda mais a incerteza e são suscetíveis de pesar sobre a recuperação”, afirma em comunicado a estrutura que junta os ministros das Finanças da zona euro, que se reuniu estar terça-feira por videoconferência.

Neste encontro à distância, houve então uma “discussão aprofundada sobre as perspetivas económicas, tendo em vista os atuais desenvolvimentos da Covid-19” na Europa, com a estrutura a ser informada na ocasião sobre a evolução na situação epidemiológica pela diretora do Centro Europeu de Controlo de Doenças, Andrea Ammon.

“O Eurogrupo está a acompanhar de perto a evolução da situação sanitária e a acompanhar os impactos económicos e as previsões”, acrescenta o Eurogrupo na declaração à imprensa.

E, para isso, os ministros das Finanças da zona euro vão continuar a “coordenar e a implementar vigorosamente, a todos os níveis, políticas económicas ambiciosas que complementem a resposta sanitária, protejam o emprego e façam avançar a recuperação económica, em todo o continente”, assegura o fórum informal.

Nas últimas previsões económicas, divulgadas em julho passado, a Comissão Europeia reviu em baixa as projeções para a economia da zona euro este ano devido à pandemia de Covid-19, estimando agora uma contração de 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Com a introdução de novas medidas restritivas na Europa – como novos confinamentos mais ligeiros em França, Bélgica e Alemanha –, a queda do PIB poderá ser ainda mais acentuada e a recuperação da zona euro deverá demorar mais do que esperado.

É isso que deverão revelar as próximas previsões do executivo comunitário, que serão divulgadas esta quinta-feira.

Na reunião desta terça-feira, o Eurogrupo fez um “balanço das medidas adotadas até agora” de apoio às economias europeias, considerando que “a Europa reagiu energicamente à pandemia”.

“As respostas coordenadas amorteceram o impacto económico das medidas de contenção nos cidadãos e nas empresas. Com o desenrolar da segunda vaga da Covid-19, a Europa está agora mais bem equipada para resistir às consequências económicas”, argumentam os ministros das Finanças da zona euro.

Ainda assim, “o Eurogrupo considera vital que o apoio orçamental em cada Estado-membro continue em 2021, dado o risco acrescido de uma recuperação atrasada, devendo também ajustar-se à situação à medida que esta evolui”, insta a estrutura no comunicado.

Já recordando o Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, aprovado pelos lideres europeus em julho passado e que tem de ter agora o aval final da assembleia europeia, os ministros das Finanças da zona euro dizem esperar que “o Conselho e o Parlamento cheguem a um acordo antes do final de 2020”.

“Hoje, sublinhámos também a importância de [os Estados-membros da UE] apresentarem rapidamente planos de Recuperação e Resiliência ambiciosos, traçando um conjunto coerente de reformas”, adianta.

O plano português foi entregue em meados de outubro à Comissão Europeia e tem como prioridades a criação de respostas sociais, com a aposta no Serviço Nacional de Saúde e na habitação, e a promoção do emprego através de mais investimento e competências.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump diz que declarará vitória “quando houver vitória, se houver vitória”

Naquela que aparenta ser a primeira vez que Trump assume que o resultado das eleições é incerto, o Presidente admitiu à Fox que declarará vitória "quando houver vitória, se houver vitória".

Recandidato à presidência dos EUA nas eleições desta terça-feira, Donald Trump assumiu que declarará vitória “quando houver vitória, se houver vitória”.

A declaração foi feita pelo presidente incumbente numa entrevista ao canal conservador Fox News, quando questionado se planeia declarar vitória se os primeiros resultados da contagem dos votos o colocarem na frente da corrida.

“Creio que as sondagens são sondagens de supressão. E penso que vamos ter uma vitória. Mas só quando houver vitória”, acrescentou Donald Trump ao programa matinal Fox & Friends, citado pelo The New York Times, naquela que aparenta ser a primeira vez que o Presidente admite que o resultado da eleição é incerto.

Devido ao volume sem precedentes de votos por correspondência, por causa da pandemia, politólogos e especialistas têm apontado para a alta probabilidade de o vencedor das eleições não ser conhecido nesta noite eleitoral. Ora, nos debates presidenciais, Donald Trump também não quis comprometer-se com uma transição pacífica de poder caso perca as eleições, como têm apontado as sondagens.

Tal tem espoletado o receio de que a campanha de Donald Trump se precipite e declare que Trump é o vencedor, mesmo que não sejam ainda conhecidos dados suficientes que permitam assegurar essa vitória. A imprensa norte-americana, que segue os resultados atentamente e em tempo real, tem alertado também que poderão existir flutuações sobre quem pode ser o vencedor ao longo da contagem.

Uma declaração de vitória antes do tempo poderá atirar as eleições norte-americanas para uma situação de caos devido à elevada polarização da sociedade. No primeiro debate presidencial, Donald Trump provocou surpresa por ter apelado à vigilância ativa das eleições por parte de um grupo de extrema-direita com historial de violência.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UGT é “favorável” ao novo estado de emergência desde que “não feche a economia”

Enquanto a UGT diz ser favorável a uma nova declaração do estado de emergência, a CGTP diz que se opõe à restrição da liberdade, defendendo a aplicação de apenas as "medidas necessárias".

O Presidente da República está a ponderar uma nova declaração do estado de emergência, decisão a que a UGT diz ser favorável, desde que não se feche a economia, nem se prejudique os trabalhadores com mais cortes salariais. Já a CGTP não revela a sua posição, mas salienta que é contra a restrição das liberdades e defende que devem ser aplicadas apenas as “medidas necessárias” para evitar o agravamento da pandemia de coronavírus.

Depois de ter ouvido os partidos com assento parlamentar sobre a eventual declaração de estado de emergência, o Presidente da República recebeu, esta terça-feira, as duas centrais sindicais do país: a UGT e a CGTP.

De notar que o primeiro-ministro propôs, no início da semana, a Marcelo Rebelo de Sousa que seja decretado o estado de emergência, ainda que com uma natureza diferente do vivido na primeira, isto é, com “natureza preventiva” e com vista a “eliminar dúvidas” sobre a ação do Governo para responder à pandemia.

Em entrevista à RTP, o Chefe de Estado confirmou que está agora a ponderar essa hipótese, tendo adiantado que o novo estado de emergência, a concretizar-se, será “diferente”, na medida em que será “muito limitado”. “Está a ser ponderada uma coisa diferente porque a situação é diferente. Será um estado de emergência muito limitado, de efeitos muito preventivos e não muito extensos”, detalhou.

Face a estes sinais, e à saída da reunião desta terça-feira, a UGT indicou que é “favorável ao estado de emergência”, desde que não se volte a fechar a economia — como aconteceu nos primeiros meses da pandemia — e não se prejudique os trabalhadores. “Não queremos mais cortes salariais”, salientou Carlos Silva, referindo-se ao lay-off simplificado, regime que teve forte adesão dos empregadores durante o confinamento e que previa um corte máximo dos salários de 33%.

À saída da reunião com o Presidente da República, Isabel Camarinha, da CGTP, salientou, por outro lado, que a sua central sindical é “desfavorável a restrições de liberdades”, lembrando que em março, por exemplo, o estado de emergência comprometeu as liberdades sindicais. A sindicalista acrescentou que só se poderá pronunciar mais detalhadamente sobre este assunto quando conhecer o conteúdo do decreto-lei que será enviada à Assembleia da República e apelou a que sejam aplicadas “apenas as medidas necessárias” para prevenir o contágio.

Isabel Camarinha aproveitou também para frisar que “é fundamental” aumentar os salários, rever a lei laboral para que proteja os trabalhadores e assegurar o pagamento integral dos vencimentos aos trabalhadores que têm sofrido cortes salariais, por estarem enquadrados no lay-off, no lay-off simplificado ou no apoio à retoma progressiva. Isto para haver retoma da economia e para haver “uma perspetiva de futuro”. “Para haver uma perspetiva de futuro, as respostas que damos no momento são essenciais”, rematou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Charles Buchanan: “Sou a favor de Biden, mas os americanos são um bocado esquisitos”

Empresário norte-americano Charles Buchanan acredita na vitória do democrata Joe Biden, apesar de considerar que a América está dividida e que os americanos são "um bocado esquisitos".

Esta terça-feira são as eleições nos EUA. De um lado o republicano Donald Trump, do outro o democrata Joe Biden. Ambos estão na corrida às eleições presidências num ano onde a América parece estar dividida (com vantagem nas sondagens para Biden). Para o norte-americano Charles Buchanan será Joe Biden a ganhar as eleições.

Charles Buchanan vive em Portugal há cerca de 30 anos, foi administrador na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e atualmente tem projetos próprios na área sustentabilidade e da economia verde. O empresário acredita na vitória de Joe Biden, apesar de considerar que a “sociedade norte americana está dividida” e que a votação “vai ser muito renhida”.

“O resultado final ainda é uma incógnita. Ninguém sabe e as intenções de voto mudam a cada instante. Os americanos são um bocado esquisitos, mas eu sou a favor de Biden e não quero que seja o Trump a ser eleito de maneira nenhuma”, conta ao ECO, Charles Buchanan.

Na ótica de Charles Buchanan, as politicas anti-migração de Trump, o corte das relações internacionais, a saída do Acordo de Paris e a forma como está a encarar a pandemia são os principiais motivos que o podem levar a cair da presidência. “Quem está ligada à campanha de Trump está a ignorar questões fundamentais como o controlo climático e questão sanitária. O Trump tem feito asneiras enormes ao eliminar medidas que protegem o ambiente e a saúde dos americanos “.

A gestão da pandemia continua a marcar diferenças entre os candidatos. Trump não quer confinamentos, Biden admite novas restrições numa altura em que os casos diários aumentaram 40% em duas semanas e o país regista quase mil casos diários de Covid-19. Donald Trump pede aos governadores para evitar confinamentos em prol da economia. “Se votarem no Biden as crianças não vão à escola, não há Natal, casamentos, dia de Ação de Graças, 4 de julho. Tirando isso vão ter uma vida maravilhosa sem ver ninguém, mas esta tudo bem”, diz Trump em campanha nos EUA.

Charles Buchanan acredita que o atual presidente não está a tomar as medidas devidas e lembra que a forma como Trump tem conduzido o povo americano nesta situação sanitária tem sido “muito criticada”. “As pessoas que não usem máscaras são uma ameaça para a sociedade”, afirma. Lembre-se que após a saída do hospital, o presidente EUA apareceu sem máscara na Casa Branca para ser fotografado e para apelar aos norte-americanos para “não terem medo do vírus”. Para o empresário norte-americano, este tipo de atitude está a fazer com que o republicano “perca votos”.

Ninguém sabe e as intenções de voto mudam a cada instante. Os americanos são um bocado esquisitos, mas eu sou a favor de Biden e não quero que seja o Trump a ser eleito de maneira nenhuma.

Charles Buchanan

Ex administrador da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento

Se for eleito, Joe Biden garante que vai reverter as políticas de Trump contra a imigração, regressar ao Acordo de Paris e restaurar as relações externas cortadas pelo atual presidente dos EUA. Enquanto, Trump garante, neste eventual segundo mandato, acabar com as guerras e repatriar os soldados norte-americanos, desmantelar as redes de tráfico humano e enviar a primeira missão a Marte.

Por fim, quando questionado sobre as diferenças entre o eleitorado norte-americano e o europeu, nomeadamente na forma como veem as eleições, Charles Buchanan compara os norte-americanos a “crianças” e explica que “os americanos não ligam às ações de Trump porque não percebem o impacto negativo das suas ações a nível mundial”. Explica que os americanos “não têm muitos conhecimentos a nível da economia mundial e da globalização, não pensam corretamente, e não dão tanta importância a danos feitos pelo Trump. As pessoas que vivem na Europa estão muito mais educadas a nível da importância da economia global”, explica.

Embora o resultado ainda seja uma incógnita, a corrida para as urnas tem sido uma constante, sendo que 95 milhões de americanos já votaram por correspondência, um recorde de participação antecipada. “Vão ser umas eleições históricas, e rezo por isso, porque Biden vai ganhar as eleições”, conclui Charles Buchanan.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

João Paulino assume assalto aos paióis de Tancos e conta pormenores

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

O arguido João Paulino contou em tribunal, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017.

O arguido João Paulino contou esta terça-feira em tribunal, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017, referindo desconhecer que material de guerra continham.

Na segunda sessão de julgamento que decorre em Santarém, o ex-fuzileiro relatou de uma forma cronológica, inclusivamente que foi numa noite de difícil visibilidade, como o assalto foi preparado e executado e no qual participaram os arguidos João Pais e Hugo Santos, tendo ilibado a participação do outro arguido – Valter Santos -, que chegou a confessar o crime no primeiro interrogatório.

Questionado sobre porque foram assaltados aqueles dois paióis [14 e 15], João Paulino afirmou: “Foi por acaso, fomos para o lado esquerdo e eram os que estavam mais junto à rede. Não sabia que material continham, mas eu fui militar e sabia que os paióis não têm ramos de rosas nem chupas chupas”.

O assalto, segundo Paulino, foi cometido na noite de 27 para 28 de junho de 2017 por ele próprio e pelos arguidos Hugo Santos e João Pais, após ter sido feito um primeiro reconhecimento aos paióis por parte dos arguidos Fernando Santos, António Laranginha e Gabriel Moreira, que desistiram de participar no furto.

João Paulino confessou que foi ele que cortou a rede, que João Pais tinha o dispositivo para arrombar fechaduras que Paulo Lemos lhe tinha sugerido e que Hugo Santos ficava a fazer vigilância.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-ministro da Defesa, o diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão que respondem por um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Anacom apresenta regulamento do leilão do 5G na quinta-feira

A Anacom convocou para quinta-feira uma conferência de imprensa onde apresentará o regulamento do leilão do 5G. Passo é decisivo para o lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal.

A Anacom convocou para quinta-feira, 5 de novembro, uma conferência de imprensa “para apresentação do regulamento do leilão do 5G”. O evento decorrerá às 10h30.

Este é o passo que falta para dar início ao processo de lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal, havendo grande expectativa entre as empresas do setor sobre as regras definitivas que foram aprovadas pelo regulador. Atualmente, são apenas conhecidas as regras de um projeto de regulamento apresentado no início do ano, antes da pandemia da Covid-19.

A convocatória para a conferência de imprensa surge três dias depois do fim do prazo previsto pela própria Anacom para o arranque do leilão. Os últimos dois meses constavam no calendário do próprio regulador, já revisto depois da suspensão decretada pela pandemia, nomeadamente com a aprovação do regulamento em setembro e lançamento do leilão em outubro. Tal não se verificou.

Meo, Nos e Vodafone prestarão a máxima atenção a este regulamento, que ditará os preços das frequências a concurso, as obrigações de cobertura e muitas outras variáveis com grande peso na hora de investir. As regras determinarão ainda as condições a que estarão sujeitos os chamados “novos entrantes”, isto é, uma nova operadora que aproveite o leilão para se lançar no mercado português.

Se avançarem os termos do projeto de regulamento que é conhecido, as licenças poderão custar pelo menos 238 milhões de euros às operadoras. Mas as três grandes empresas do setor em Portugal tem pressionado o regulador em busca de alterações de fundo às regras finais, de forma a refletirem o impacto e a incerteza da pandemia.

O Governo parece concordar. A 19 de outubro, o novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes, disse num evento da Anacom que o leilão do 5G deve “ter em conta” o impacto da crise.

Fasquia está alta

Se tudo isto não é suficiente para mostrar que a fasquia está bem alta, vale a pena recordar que duas operadoras já ameaçara boicotar o leilão do 5G se as regras não forem diferentes, nomeadamente no que toca à reserva de espetro para “novos entrantes” com desconto e alegadamente sem obrigações de cobertura.

A Vodafone teceu a ameaça mais concreta, garantindo que um leilão injusto levará o grupo a desistir de instalar em Portugal um centro pan-europeu de investigação e desenvolvimento na área do 5G, que poderá criar até 400 empregos qualificados.

Um estudo da consultora Roland Berger, que tem sido citado pelo presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, e também pela Meo, feito a pedido de um cliente não identificado, concluiu meso que o projeto de regulamento do leilão do 5G, como foi desenhado, poderia levar à destruição de 2.000 empregos no setor.

Também a Nos insurgiu-se recentemente contra as regras preliminares e fez uma queixa à Comissão Europeia, considerando que estão a ser dadas ajudas de Estado milionárias a “novos entrantes”. O grupo tem ainda em curso processos em tribunal contra a decisão da Anacom de reconfigurar o espetro da Dense Air, uma empresa que acabou por ficar com licenças de 5G antigas que nunca foram usadas. A Anacom está a condenar o setor “à idade das trevas”, disse mesmo o líder da Nos, Miguel Almeida, numa recente audição no Parlamento.

Mas as críticas mais recentes têm partido da Altice Portugal (dona da Meo). Alexandre Fonseca não tem perdido uma ocasião para criticar o presidente do regulador, João Cadete de Matos, e voltou a fazê-lo esta segunda-feira: personificando o ataque, o gestor considerou que “o 5G é já um falhanço enorme, um flop” e um “logro”.

Contas feitas, se as regras não satisfazerem o setor, o mais provável é que se assista a uma onda de litigância com risco acrescido de novos atrasos, num processo que deveria ter sido concluído até ao fim deste ano.

No entanto, e apesar das críticas ao atraso da Anacom, o presidente executivo da Altice Portugal mudou o discurso em meados deste ano. Para Alexandre Fonseca, a pandemia mostrou que o 4G dá resposta às necessidades, e talvez o 5G não seja uma prioridade assim tão urgente.

Ainda assim, apesar de tudo isto, é também possível que um dos principais fatores de pressão tenha partido de uma empresa que não deverá estar minimamente interessada no leilão do 5G português: a gigante Apple lançou no mês passado os primeiros iPhones capazes de se ligarem a redes de quinta geração.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsas europeias em alta e juros da dívida portuguesa em mínimos à espera das eleições nos EUA

As bolsas europeias fecharam em alta e os juros da dívida portuguesa de longo prazo tocam mínimos históricos. Investidores estão atentos à espera do resultado das eleições nos EUA.

As bolsas europeias fecharam em forte alta e a bolsa portuguesa registou ganhos moderados, no dia em que os eleitores norte-americanos vão às urnas escolher o próximo presidente dos EUA. Com mais de 90 milhões de votos já enviados por correspondência, os mercados estão a percecionar um menor risco na disputa eleitoral, o que puxou pelo preço das ações do Velho Continente e atirou mesmo os juros da dívida portuguesa a 30 anos para perto de um novo mínimo histórico.

Nos mercados acionistas, o Stoxx 600 ganhou 2,3%, enquanto o alemão DAX subiu 2,5%, o francês CAC-40 somou 2,4% e o espanhol IBEX avançou 1,5%. Na praça nacional os ganhos foram menos expressivos, com o PSI-20 a somar 0,76%, para 4.049,65 pontos, alavancado na valorização da família EDP.

Concretamente, a casa-mãe somou 1,15%, para 4,314 euros, enquanto os títulos da EDP Renováveis avançaram 3,45%, para 16,78 euros. A empresa de energia renovável foi mesmo o melhor desempenho da sessão.

A puxar por Lisboa esteve ainda a subida de 0,91% das ações do BCP. O banco liderado por Miguel Maya está a cotar em 7,75 cêntimos, enquanto a Galp Energia recuperou 0,71% nesta sessão para 7,348 euros por ação.

No mercado obrigacionista, o juro da dívida portuguesa benchmark, ou seja, a dez anos tocou o mínimo histórico de 0,079%, a acompanhar a tendência internacional. As yields das obrigações da Zona Euro recuam de forma generalizada, enquanto as Treasuries norte-americanas agravam o juro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.