Carga fiscal atinge mínimo de oito anos em 2020. Mantém-se em 2021

A carga fiscal deverá descer em 2020 para um mínimo de 2012, de acordo com as previsões do Governo. Em 2021, a carga fiscal deverá permanecer igual.

O peso dos impostos e contribuições sociais no PIB, a polémica carga fiscal, deverá descer em 2020 para um mínimo de 2012, mantendo-se inalterada no próximo ano, de acordo com o relatório do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) entregue esta segunda-feira no Parlamento.

O conceito de carga fiscal corresponde à soma das receitas fiscais com as contribuições sociais efetivas, medida em percentagem do PIB. O método de cálculo preferencial do Instituto Nacional de Estatística (INE) exclui as contribuições sociais imputadas desta conta. Em 2019, a carga fiscal medida pelo gabinete de estatísticas situou-se nos 34,7% do PIB, o mesmo valor de 2018, o que já representava um máximo histórico.

Em 2020, tal como já tinha sido antecipado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, a carga fiscal vai baixar. Dos números divulgados esta segunda-feira pelo Governo, conclui-se que a carga fiscal vai baixar dos 34,8% para os 33,1% do PIB, uma descida de 1,7 pontos percentuais num só ano.

Tal deve-se à queda significativa (superior a 10%) dos impostos diretos e indiretos e de uma redução menos expressiva das contribuições sociais, cujas contrações são superiores à quebra do PIB (-8,5%) prevista pelo Governo para este ano.

A concretizar-se, esta será a carga fiscal mais baixa desde 2012 (31,7% do PIB), também um período marcado pela recessão no país, de acordo com os dados do INE. Em 2013, a carga fiscal deu um salto para os 34% do PIB por causa do “grande aumento de impostos” de Vítor Gaspar.

Em 2021, vai ocorrer o oposto. A receita fiscal crescerá a um ritmo superior ao do PIB (7,1% em comparação com 5,4%), mas as contribuições sociais efetivas irão crescer ligeiramente menos (5,3%). O resultado final, segundo os dados do Governo, é que a carga fiscal fica inalterada em 2021, nos 33,1% do PIB.

Não é certo que estes sejam os números da carga fiscal que o Governo tem em mente uma vez que o Ministério das Finanças é omisso a este indicador no relatório do OE 2021, existindo várias formas de o calcular. No documento, o Executivo apenas fala da carga fiscal quando se refere ao ambiente, afirmando o objetivo de efetuar uma “transferência progressiva da carga fiscal sobre o trabalho para a poluição e o uso intensivo de recursos, prosseguindo com uma fiscalidade que internalize os impactos ambientais e que discrimine positivamente os produtos e serviços de elevado desempenho ambiental”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“O que está em cima da mesa não chega”, mas PCP não diz não ao OE

Jerónimo de Sousa diz que não procurará "fazer qualquer birra" relativamente à proposta de OE do Governo. Mas diz que é insuficiente o que está em cima da mesa.

No dia em que o Bloco de Esquerda veio afirmar que não tem condições para deixar passar esta proposta de Orçamento do Estado para 2021, o PCP diz que o que está em cima da mesa não chega para o partido aprovar o documento de João Leão. Jerónimo de Sousa diz que é “insuficiente”, mas não fecha a porta. Reconhece os esforços do Governo, mas quer mais para dar o sim.

“O que está em cima da mesa não chega”, disse o secretário-geral dos comunistas sobre a proposta de OE 2021 que o Governo entregou esta segunda-feira, 12 de outubro, na Assembleia da República. “É insuficiente”, atirou Jerónimo de Sousa em entrevista ao Polígrafo, na SIC.

O líder dos comunistas reconheceu que houve um esforço de aproximação” do Governo às propostas do PCP, mas continua a considerar que o documento precisa de mais medidas. O Governo aceitou muitas propostas, mas o “PCP quer mais”, disse, salientando nomeadamente os problemas que os trabalhadores enfrentam neste contexto de crise provocada pela pandemia.

Instado a assumir uma posição de voto no OE, Jerónimo de Sousa recusou fazê-lo. “Não é nim, nem sim, nem não…” ao OE, afirmou. “É perante conteúdos concretos da proposta de OE que iremos trabalhar…”, disse Jerónimo de Sousa, deixando a porta aberta ao diálogo com o Executivo de António Costa.

“Não procurando fazer qualquer birra, vamos analisar o que está lá e o que lá faz falta”, atirou o secretário-geral do PCP na entrevista à SIC. E rematou: “não há crise política se o Governo der respostas” às propostas do PCP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Erro no OE. Afinal, 468 milhões do Novo Banco são para a CP

Afinal, os 468,6 milhões previstos no Orçamento do Estado para 2021 não são para o Novo Banco mas para a Comboios de Portugal, esclareceu o Ministério das Finanças.

Afinal, não há mesmo dinheiro do Orçamento do Estado para o Novo Banco. Já depois da entrega da proposta orçamental na Assembleia da República ao início da noite desta segunda-feira, o Ministério das Finanças veio emendar a mão para corrigir um erro numa tabela de despesas excecionais em que prevê um empréstimo de 468,6 milhões de euros para o Fundo de Resolução.

“Por lapso, o relatório do Orçamento do Estado para 2021, hoje entregue à Assembleia da República, identifica, erradamente, um empréstimo de 468,6 milhões de euros ao Fundo de Resolução. Trata-se sim de um empréstimo de 468,6 milhões de euros à CP-Comboios de Portugal”, esclarece o ministério de João Leão em comunicado.

“O Ministério das Finanças vai de imediato proceder à correção do documento”, acrescenta o mesmo comunicado, não sem antes repetir que “o Orçamento do Estado não prevê qualquer empréstimo ao Fundo de Resolução”.

O lapso é este:

Fonte: Relatório do Orçamento do Estado para 2021 (sombreado do ECO)

O valor de 468,6 milhões atribuído erradamente ao Fundo de Resolução volta a surgir mais à frente do relatório do Orçamento do Estado:

Fonte: Relatório do Orçamento do Estado para 2021 (sombreado do ECO)

Num segundo esclarecimento, o Ministério das Finanças acrescenta um quadro demonstrativo da Direção-Geral do Tesouro e das Finanças para “provar” que os 468,6 milhões de euros correspondem mesmo a um empréstimo de longo prazo da CP e que o Fundo de Resolução não leva qualquer cêntimo deste Orçamento.

Fonte: Ministério das Finanças (sombreado do Ministério das Finanças)Fonte: Ministério das Finanças (sombreado do Ministério das Finanças)

Esta era uma das linhas vermelhas do Bloco de Esquerda para aprovar o Orçamento e foi sempre reiterado pelo Governo que a proposta não iria incluir qualquer cêntimo que fosse para injetar no Novo Banco. Por isso, foi com alguma surpresa que se constatou que a proposta orçamental previa um empréstimo do Fundo de Resolução de cerca de 470 milhões de euros, embora sem referir o destino desta verba.

Até hoje, dos 3.000 milhões pedidos pelo Novo Banco ao abrigo do acordo de capital contingente, negociado aquando da venda do banco ao fundo americano Lone Star, mais de 2.000 milhões vieram dos cofres públicos sob a forma de empréstimos ao Fundo de Resolução através de transferências do Orçamento do Estado.

O contrato de capital contingente prevê que os empréstimos públicos possam ascender a 850 milhões de euros por ano ao Fundo de Resolução.

Uma vez que não haverá mais dinheiro do Orçamento do Estado para o Novo Banco, em cima da mesa está um empréstimo ao Fundo de Resolução na ordem dos 300 milhões de euros de um sindicato bancário formado por Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander e BPI, de acordo com o Jornal Económico.

(Notícia atualizada às 00h24)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Transportes fazem disparar orçamento do Ambiente em 602 milhões de euros

Em 2021, o orçamento do Ministério do Ambiente e da Ação Climática vai disparar 26,4% para os 2.883 milhões de euros. Desta bolo, 838,5 milhões de euros são para os transportes públicos.

De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2021 entregue esta segunda-feira à noite pelo Governo na Assembleia da República o orçamento do Ministério do Ambiente e da Ação Climática vai disparar 602 milhões de euros no próximo ano (+26,4%), ascendendo a 2.883 milhões de euros.

Tal como o ECO/Capital Verde já tinha avançado com base na versão preliminar da proposta a que teve acesso no domingo, este aumento justifica-se sobretudo por um grande reforço do investimento em várias áreas: 838,5 milhões de euros para os transportes públicos; 391,7 milhões de euros para os objetivos de desenvolvimento sustentável (alterações climáticas, recursos
hídricos, resíduos, conservação da natureza e biodiversidade),cerca de 200 milhões para o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), com o objetivo de continuar a reduzir o preço dos passes sociais; 80 milhões para a conservação das florestas; 15 milhões para o Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP); mais 5,5 milhões para os animais de companhia; e ainda dois milhões para os municípios porem em prática a Estratégia de Bioresíduos, entre outros investimentos.

A maior parte destes investimentos será feita através do Fundo Ambiental, que irá absorver o Fundo Florestal Permanente, o Fundo de Apoio à Inovação, o Fundo de Eficiência Energética e o Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético no Fundo Ambiental, ficando com uma dotação superior a 600 milhões de euros, o que representa um aumento de 30%.

A maior fatia dos quase 3 mil milhões de orçamento do MAAC vão precisamente para investimentos nos nos transportes públicos, na ordem dos 838,5 milhões de euros. Com metas ambiciosas de descarbonização assumidas já para 2030, o Governo quer continuar a promover o uso dos transportes públicos, em detrimento dos veículos próprios nos meios urbanos, e por isso autorizou já para 2021 vários investimentos de expansão da rede e aquisição de material circulante para o Metropolitano de Lisboa e Metro do Porto. O mesmo se aplica à renovação da frota da Transtejo (que vai ter 10 novos navios elétricos por 57 milhões de euros) e à manutenção da frota e infraestruturas da Transtejo e da Soflusa.

Destaque para o Metropolitano de Lisboa com 150,9 milhões de euros destinados ao prolongamento da linha Rato — Cais do Sodré, remodelação da rede, projetos de modernização de material circulante e sinalização, e também para o Metro do Porto, com 143,1 milhões de euros destinados à expansão da linha amarela e rosa e material circulante.

No que diz respeito ao Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), lançado em 2019 para reduzir o valor dos passes sociais, o valor de investimento para 2021 será de 198,6 milhões de euros, de acordo com a proposta de OE2021, financiado através do Fundo Ambiental.

Tal como o ECO já tinha avançado, esta verba inclui, face ao ano anterior, um reforço extraordinário de 60 milhões de euros, justificado pela necessidade de compensar os operadores pela quebra de procura no setor dos transportes coletivos de passageiros, devido à pandemia. No pior dos contextos, e caso se verifique um cenário ainda mais adverso no sistema de mobilidade, por causa dos efeitos da pandemia de COVID-19, o Governo poderá ainda reforçar a verba para o PART em mais 30 milhões de euros.

Para continuar a reforçar a oferta dos transportes públicos, o Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público – PROTransP (programa que financia o aumento da oferta de transporte coletivo fora das duas áreas metropolitanas do país) será também dotado de 15 milhões de euros, financiados pelo Fundo Ambiental a fonte de financiamento.

Ainda na mobilidade, e com vista a uma transição para uma mobilidade com emissões reduzidas, o Governo vai dar continuidade à eliminação de isenções fiscais em matéria de imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) que são utilizados na produção de eletricidade a partir de combustíveis mais poluentes, alargando-se em 2021 esta política às regiões autónomas. Muito por causa desta decisão, a EDP anunciou já que vai encerar a central a carvão de Sines no início do próximo ano, estando neste momento a aumentar a quantidade de eletricidade produzida a partir do carvão, para queimar este combustível fóssil que tem ainda em stock.

Diz o OE2021 que será também alargado à indústria e serviços a eliminação de isenções à taxa de carbono dos combustíveis mais poluentes (carvão, fuel e coque de petróleo). Todas estas medidas somam uma receita fiscal de 17 milhões de euros para os cofres do Estado.

Outros investimentos previstos no orçamento para 2021 do MAAC dizem respeito à transferência para a administração local de 5,15 milhões de euros para a melhoria das instalações das associações zoófilas legalmente constituídas, reforço dos meios humanos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas afetos a esta área e criação da figura do Provedor do Animal.

A Estratégia dos Bioresíduos será responsável em 2021 por um investimento até 2 milhões de euros, um apoio do Fundo Ambiental aos municípios ou associações de municípios, O objetivo desviar estes resíduos de irem para aterro e incineração, através de soluções de separação e reciclagem na origem e de uma rede de recolha seletiva.

Com uma verba de cerca de 80 milhões para investimento (dos quais 63,1 milhões de euros afetos às florestas), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) reforçará o seu papel na execução dos programas de Transformação da Paisagem dos Territórios de Floresta Vulneráveis e na prevenção estrutural aos fogos florestais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O que vai acontecer a cada um dos impostos em 2021? Veja aqui

  • ECO
  • 12 Outubro 2020

IRS não mexe, IRC também não, mas a receita do Estado aumentará com a recuperação da economia. Já o IVA vai render bem menos.

O Orçamento do Estado para 2021 traz poucas, ou quase nenhumas, alterações nos impostos, sejam eles diretos ou indiretos. A maioria das diferenças nos valores previstos pelo Governo resultará da recuperação da economia depois de um ano marcado por uma forte crise provocada pela pandemia.

Veja aqui o que acontecerá a cada imposto:

Impostos diretos

  • IRS — Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

Em 2021, prevê-se que o valor de receita fiscal em sede de IRS ascenda a 13.420 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 2% face à estimativa de execução para 2020.

Esta evolução reflete uma perspetiva de redução da taxa de desemprego, associada a um crescimento do salário mínimo e da massa salarial, tanto no setor público como no setor privado.

Deverá destacar-se ainda que, para 2021, as tabelas de retenção na fonte serão ajustadas, permitindo assim uma maior disponibilização de rendimentos às famílias em cerca de 200 milhões de euros.

  • IRC — Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas

No que diz respeito ao IRC, é estimado que o valor da receita fiscal ascenda a 5.134 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 29% face a 2020.

Salienta-se, designadamente, o alargamento do conceito de estabelecimento estável, que permitirá reforçar o combate à elisão fiscal, bem como a isenção da aplicação, em 2020 e 2021, do agravamento das tributações autónomas quando as empresas apresentem prejuízos fiscais.

  • Outros impostos diretos

A previsão de receita para 2021 associada a outros impostos diretos contempla a manutenção das contribuições atualmente existentes.

Impostos indiretos

  • IVA — Imposto sobre o Valor Acrescentado

Prevê-se que no ano de 2021 venhamos a assistir a um relançamento do consumo privado em Portugal, com reflexos no aumento da receita do IVA em 1.228 milhões de euros ou 8%. Assim, a receita fiscal de IVA deverá atingir os 17.000 milhões de euros, valor ainda assim cerca de 5% abaixo da receita registada em 2019.

  • IEC — Impostos Especiais de Consumo

Relativamente aos Impostos Especiais de Consumo, o Governo decide não proceder à atualização das taxas de imposto, protegendo o rendimento das famílias e assegurando as margens que permitem às empresas enfrentar o atual contexto de incerteza com margem para preservar os postos de trabalho e manter a capacidade produtiva do País.

Assim, considerando a evolução esperada para o consumo privado e procura interna no próximo ano, prevê-se um aumento da receita em 2021 face a 2020 em 169 milhões de euros no ISP e 10 milhões de euros no IABA.

  • ISV — Imposto Sobre Veículos

Tal como referido quanto aos IEC, as taxas gerais do ISV não sofrerão quaisquer atualizações, sendo apenas criado um desconto na componente ambiental nos veículos usados provenientes de outros Estados-membros da UE. Assim, prevê-se que em 2021 a receita se mantenha relativamente estável face a 2020.

  • IS — Imposto do Selo

Para 2021, prevê-se um crescimento de 0,7% do valor da receita do Imposto do Selo, ascendendo assim a receita total deste imposto a 1.633 milhões de euros, mantendo-se o agravamento extraordinário do imposto no crédito ao consumo como parte da política de desincentivo ao crédito ao consumo.

  • IUC — Imposto Único de Circulação

À semelhança do que acontece com os IEC ou o ISV, as taxas de IUC não sofrem quaisquer atualizações em 2021, pelo que se prevê que a receita de 2021 se mantenha relativamente estável, quando comparada com 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Raspadinha da Cultura vai render 5 milhões de euros

Receitas da nova raspadinha vão reverter para o Fundo de Salvaguarda do Património Cultura. Estado prevê arrecadar cinco milhões de euros.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai lançar, no próximo ano, um novo jogo de lotaria instantânea, cujas receitas vão reforçar o financiamento às atividades culturais.

As receitas desta raspadinha, intitulada “Do Património Cultural”, irão reverter para o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural (FSPC), refere a proposta de Orçamento do Estado para 2021.

E quanto vai render esta raspadinha? A receita inscrita pelo Executivo e António Costa é de cinco milhões de euros.

“Esta receita fará parte das fontes de financiamento do programa plurianual de meios e investimentos para a reabilitação, preservação e dinamização do património cultural classificado”, lê-se no relatório da proposta de OE 2021.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo pretende atribuir dois canais na plataforma TDT

  • Lusa
  • 12 Outubro 2020

Proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 prevê ainda a criação de um Plano Nacional para a Literacia Mediática.

O Governo pretende atribuir dois canais na plataforma de Televisão Digital Terrestre (TDT) e criar um Plano Nacional para a Literacia Mediática, segundo a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 entregue esta segunda-feira no Parlamento.

De acordo com o documento, o Governo pretende “atribuir os dois canais disponíveis na oferta” da TDT. Em 21 de julho, a ministra da Cultura, Graça Fonseca já tinha avançado que pretendia retomar o processo de atribuição de dois canais de televisão na TDT (plataforma gratuita).

Em 23 de junho de 2016, o Conselho de Ministros aprovou o alargamento da oferta da TDT em Portugal, o que previa dois canais da RTP sem publicidade – RTP3 e RTP Memória – e outros dois reservados para os privados, estes últimos atribuídos mediante concurso.

As emissões da RTP3 e da RTP Memória na TDT arrancaram em 1 de dezembro de 2016, passando a oferta de televisão em sinal aberto (gratuita) a ser composta pela RTP1, RTP2, SIC, TVI, RTP3, RTP Memória e ainda o canal Parlamento (AR TV). Na altura estava prevista a atribuição de duas novas licenças aos operadores privados na TDT, um temático na área de informação e outro desportivo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP custa 1,2 mil milhões este ano e ainda garante aval para empréstimo de 500 milhões

Governo prevê que a companhia aérea use a totalidade do apoio público de 1.200 milhões este ano, mas admite incerteza sobre o próximo ano. Prefere, no entanto, que a empresa se financie no mercado.

O Executivo liderado por António Costa espera que a companhia aérea venha a precisar da totalidade do apoio público previsto — 1.200 milhões de euros — ainda esta ano, mas admite incerteza sobre as necessidades no próximo ano. Neste sentido, pôs de lado mais 500 milhões de euros para ajudar a TAP.

“No ano de 2020, a TAP Air Portugal deverá utilizar a totalidade dos 1.200 milhões de euros de empréstimo do Estado, o que lhes permitirá enfrentar com mais confiança as necessidades do início do ano económico de 2021“, começa por dizer o Governo, na proposta de Orçamento do Estado para 2021 que deu entrada esta segunda-feira no Parlamento.

No entanto, o valor necessário para 2021 é ainda “incerto” devido à evolução da pandemia e correspondente evolução da procura, às opções que venham a ser adotadas no plano de reestruturação (quanto à reestruturação financeira e redefinição do posicionamento estratégico da companhia) bem como à atuação transversal ao nível europeu no apoio ao setor.

Caso a TAP venha a precisar de mais dinheiro, o Governo prefere que a companhia aérea se financie no mercado de capitais e promete ajudar. Por isso, no “Orçamento do Estado para 2021, o valor previsto para garantias, acomoda 500 milhões de euros a conceder eventualmente para que a empresa, apesar da crise do setor se possa financiar em mercado, sempre no âmbito da aplicação de um plano de reestruturação que possa criar as condições para a sustentabilidade e competitividade da empresa”, acrescenta.

A transportadora aérea portuguesa está a ser alvo de um processo de reestruturação, cujo plano tem de ser entregue à Comissão Europeia até 10 de dezembro, no âmbito do empréstimo estatal de até 1.200 milhões de euros, que implica a redução da sua dimensão, cortando frota e trabalhadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OE tem 9,2 milhões de euros para combater Covid-19 nos tribunais

O Programa Orçamental atribui um total de 1.495,3 milhões de euros de despesa total consolidada à Justiça. 44 milhões são para novas prisões e novos tribunais. Prevenção da corrupção é prioridade.

O Orçamento do Estado para 2021 prevê que, só para o combate à Covid-19, a Justiça tenha direito a 9,2 milhões de euros. Prevenir a corrupção, tornar a Justiça mais digital, agilizar a modernização das secretarias dos tribunais, eliminar as citações em papel, melhorar as estatísticas da Justiça no sentido de mais rapidez e melhor compreensão, facilitar o acordo entre a vítima de um crime e arguido, agilizar processos com recurso à suspensão provisória, mais Simplex e uma melhor “robustez tecnológica” são algumas das medidas anunciadas no documento entregue esta segunda-feira aos deputados.

Na parcela das despesas de Investimento, que totalizam 76,9 milhões de euros, 44,1 milhões de euros serão para financiamento de obras e construção em edifícios do Ministério da Justiça, entre os quais tribunais, Prisão do Montijo e instalações da Polícia Judiciária. Já que, para este ano, fica assim previsto o encerramento dos estabelecimentos prisionais de Lisboa e Setúbal e a construção da prisão do Montijo.

O Governo tomará “as medidas necessárias para a execução do plano que visa o encerramento gradual dos estabelecimentos prisionais de Lisboa e de Setúbal, e dá continuidade aos trabalhos relacionados com a construção de um novo estabelecimento prisional no concelho do Montijo”, pode ler-se no documento.

Do total da despesa efetiva consolidada, de 1.495,3 milhões de euros, verifica-se que apresenta maior peso as despesas com pessoal, que representam 76,8% da despesa total consolidada com 979,2 milhões de euros.

Para financiar a despesa consolidada, 41,4% são representados pela componente de receita de impostos afeta ao Programa (618,8 milhões de euros), sendo o restante financiamento proveniente de receitas próprias (576,1 milhões de euros), de transferências no âmbito da Administração Pública (262,7 milhões de euros) e de Fundos Europeus (37,7 milhões de euros).

Estas são as medidas previstas na proposta de lei para a área da justiça:

  • Combater a corrupção, contribuindo para a saúde da democracia;
  • Prosseguir a informatização e desmaterialização dos processos judiciais, em continuidade
    da iniciativa Tribunal+;
  • Modernizar o modelo de organização das secretarias judiciais, numa lógica de prossecução
    da iniciativa Tribunal+;
  • Continuar a melhorar o tempo de resposta em matéria de perícias forenses e demais
    serviços no âmbito da medicina legal;
  • Assegurar a citação eletrónica de todas as entidades administrativas e a progressiva citação
    eletrónica das pessoas coletivas, eliminando a citação em papel;
  • Fomentar a introdução nos processos cíveis de soluções de comprovação de factos por
    peritos ou técnicos, por forma a evitar o recurso excessivo à prova testemunhal;
  • Permitir e incentivar a composição por acordo entre a vítima e o arguido, nos casos em que
    não existe outro interesse público relevante;
  • Permitir a suspensão provisória do processo para um número mais alargado de crimes,
    desde que todas as partes estejam de acordo;
  • Melhorar os indicadores de gestão do sistema de justiça, de modo a ter informação de
    gestão de qualidade disponível para os gestores do sistema, e desenvolver mecanismos de
    alerta precoce para situações de congestionamento dos tribunais;
  • Melhorar a qualidade do atendimento dos cidadãos, nomeadamente através de
    atendimento rápido, cordato e que resolva efetivamente os problemas, e de balcões
    presenciais, telefónicos ou online mais acessíveis;
  • Melhorar a formação inicial e a formação contínua dos magistrados, com especial enfoque
    na matéria da violência doméstica, dos direitos fundamentais, do direito europeu, da gestão
    processual e da qualidade da Justiça;
  • Continuar a execução do programa de requalificação do sistema de reinserção social,
    prisional e tutelar educativo e reforçar os mecanismos de articulação com o Ministério da
    Saúde no sentido de se melhorar o nível de prestação dos cuidados de saúde nos
    estabelecimentos prisionais e nos centros educativos, nomeadamente ao nível da saúde
    mental;
  • Prosseguir a implementação das medidas do plano de ação «Justiça + Próxima 2020-2023»;
  • Desenvolver as medidas do Programa Simplex 2020/2021 da responsabilidade do Ministério
    da Justiça;
  • Dotar o Fundo para a Modernização da Justiça (FMJ) de recursos que permitam assegurar a
    sustentabilidade de reformas essenciais e mecanismos de promoção da modernização dos
    sistemas de informação da justiça;
  • Implementar e prototipar novos serviços, através do Hub Justiça, em articulação com outras
    entidades e serviços, promovendo a aprendizagem e a capacitação em novas metodologias
    que promovam a inovação na justiça;
  • Assegurar o robustecimento tecnológico com vista ao reforço da qualidade e da celeridade
    do serviço prestado nos registos, quer nos serviços presenciais quer nos serviços
    desmaterializados, apostando na simplificação de procedimentos, em balcões únicos e
    serviços online;
  • Implementar um sistema integrado de atendimento nos registos, promovendo a melhoria
    do acesso, qualidade e eficiência do atendimento, no contexto presencial, telefónico e
    online;
  • Prosseguir a renovação dos diversos sistemas de informação de suporte aos registos,
    articulando-os com novos desafios, nomeadamente o relativo ao registo predial com o novo
    regime simplificado de propriedade rústica (BUPi — Balcão Único do Prédio), garantindo a
    sua atualização, maiores níveis de segurança e qualidade de dados;
  • Promover o redesenho da oferta dos serviços online dos registos, tornando-os mais
    acessíveis, compreensíveis e fáceis de utilizar, integrados e potenciados pela Plataforma de
    Serviços Digitais da Justiça;
  • Prosseguir a renovação dos equipamentos tecnológicos de suporte à atividade registal nas
    conservatórias, nomeadamente no que se reporta ao cartão de cidadão e passaporte;
  • Promover projetos e iniciativas de inovação associados, nomeadamente, ao cartão de
    cidadão e a mecanismos seguros de identidade eletrónica;
  • Desenvolver medidas de requalificação de infraestruturas físicas e tecnológicas constantes
    do Plano Estratégico Plurianual de Requalificação das Conservatórias, a concretizar através
    da Lei de Programação dos Investimentos em Infraestruturas e Equipamentos da Justiça;
  • Reforçar parcerias com outras entidades públicas, nomeadamente ao nível local, de forma
    a promover conjuntamente a requalificação e modernização das conservatórias existentes
    no País;
  • Reforçar os recursos humanos nas áreas de especialização tecnológica, assim como nos
    registos;
  • Criar condições para a melhoria da capacidade tecnológica instalada dos serviços de
    alojamento de infraestruturas e aplicações, bem como a disponibilização de facilidades de
    colaboração e partilha, incluindo a gestão de redes e postos de trabalho, suporte técnico e
    monitorização da qualidade do serviço prestado;
  • Consolidar o Sistema de Recuperação e Gestão de Ativos (RGA), enquanto sistema de
    informação comum ao Gabinete de Administração de Bens do Instituto de Gestão
    Financeira e dos Equipamentos da Justiça, Gabinete de Recuperação de Ativos da Polícia
    Judiciária e Ministério Público;
  • Aumentar a oferta de serviços online relativos à propriedade industrial, garantindo a
    robustez tecnológica dos sistemas de suporte;
  • Consolidar o Portal da Justiça — Plataforma Digital da Justiça enquanto ponto único de
    contacto e acesso a informação e serviços online relevantes para os cidadãos, empresas e
    profissionais da justiça;
  • Reforçar a disponibilização de novos indicadores de atividade e desempenho da justiça,
    essenciais para a melhoria da perceção do seu funcionamento;
  • Reforçar a transparência na justiça, promovendo a publicação de dados, estatísticas oficiais
    e publicações na Plataforma Digital da Justiça, assim como a implementação de mecanismos
    de participação cidadã;
  • Promover a expansão da Rede dos Julgados de Paz em estreita articulação com os
    municípios e alargar as suas competências;
  • Reforçar os sistemas de mediação públicos e o acesso à mediação, designadamente familiar
    e laboral;
  • Desenvolver ferramentas tecnológicas de suporte a um novo modelo de gestão processual
    nos julgados de paz e nos centros de arbitragem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer desempregados a estagiar na Administração Pública

Programa de estágios na Administração Pública arranca no próximo ano. Alvos são jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego.

O Governo quer abrir em 2021 um programa de estágios para jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego na Administração central e local, refere a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano a que o ECO teve acesso.

De acordo com o documento, “os membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças, da Administração Pública e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social promovem a abertura de um programa de estágios”.

Os estágios serão lançados em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), terão uma duração de até nove meses e podem ser concluídos a tempo parcial, para permitir acumulação com formação, avança a proposta do Orçamento do Estado para 2021, entregue pelo Governo ao Parlamento na noite desta segunda-feira.

No mesmo documento, o Governo tem ainda planos para simplificar, modernizar, e tornar mais célere o recrutamento para a Administração Pública. Para isso deverá proceder-se à “desmaterialização do procedimento concursal de recrutamento”, através da atualização das funcionalidades da Bolsa de Emprego Público e pela criação de uma nova plataforma de gestão.

“A celeridade na contratação ou substituição e o reforço em áreas estratégicas são dois aspetos essenciais para preparar a Administração Pública para responder a novos desafios de forma eficiente, criar massa crítica capaz de gerar valor e melhorar a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos“, lê-se no documento.

A notícia já tinha sido avançada no início de outubro, sendo agora confirmada. Esta medida surge na sequência em que os efeitos da pandemia na taxa de desemprego são esperados, apesar dos apoios à manutenção dos postos de trabalho criados pelo Governo.

Notícia atualizada com mais informação referente à duração dos estágios e ao processo de recrutamento, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2021, entregue esta segunda-feira à noite.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo dá 200 milhões de liquidez às famílias com redução da retenção de IRS

O Governo vai reduzir as taxas de retenção na fonte do IRS no início de 2021. Essa redução deverá injetar 200 milhões de euros de liquidez nos trabalhadores abrangidos.

O Governo anuncia no relatório da proposta do Orçamento do Estado para 2021, entregue esta segunda-feira no Parlamento, que vai descer as taxas de retenção da fonte de IRS. Este medida deverá ter um impacto de liquidez na ordem dos 200 milhões de euros no bolso dos trabalhadores abrangidos em 2021, segundo as contas do Ministério das Finanças.

No relatório, Governo dá destaque à “alteração na retenção da fonte de IRS, que deverá proporcionar um rendimento adicional às famílias (200 milhões de euros)“. O Executivo não refere neste documento qual é a redução que irá ser aplicada, sendo que o Expresso avançou que seria, em média, de 2%, com mais impacto nos rendimentos mais baixos e menor nos rendimentos mais altos.

Contudo, isto não significa que os contribuintes abrangidos — de fora ficam os trabalhadores que não pagam IRS por terem salários baixos — vão pagar menos impostos para um mesmo rendimento fruto do seu trabalho.

A medida passa por apenas reduzir as taxas de retenção da fonte de IRS, aquela que é aplicada todos os meses sobre o rendimento bruto do trabalhador, e não os escalões de IRS, os que contam para o acerto que é feito no ano seguinte.

O que acontecerá na prática é que os trabalhadores abrangidos por esta redução irão receber menos ou pagar mais de IRS no acerto que será feito em 2022, ou seja, trata-se mais de uma injeção de liquidez do que um “rendimento adicional” real. Tal acontece porque descontaram menos ao longo do ano, mas mantêm-se os mesmos escalões de IRS através dos quais é calculado o valor de IRS que deveria ter pago.

De notar que esta conclusão sobre receber menos ou pagar mais no acerto de IRS é válida apenas para quem mantiver exatamente o mesmo rendimento, a mesma situação conjugal ou de benefícios fiscais ao nível do IRS, entre outros fatores relevantes para o cálculo do acerto deste impostos sobre o rendimento.

Mais à frente no relatório, o próprio Executivo explica que “procederá ao ajustamento das tabelas de retenção na fonte de IRS, de modo a dar continuidade à ação tomada, de forma gradual e progressiva ao longo dos últimos anos, de esbater o diferencial entre as retenções na fonte realizadas pelos trabalhadores dependentes e o valor final de imposto a pagar“. Esta medida não tem impacto orçamental em contabilidade nacional uma vez que o imposto a receber é o mesmo, mas com uma diferença temporal que não afeta essa ótica.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer ligar rede de inovação nacional à europeia

Governo prossegue com a segunda fase da Estratégia Nacional para o Empreendedorismo - Startup Portugal + com foco na internacionalização. Quer ligar rede nacional à europeia.

O Governo quer ligar a rede nacional de centros de inovação digital (digital innovation hubs) à rede europeia no âmbito do Digital Europe Programme, “dirigido a clusters de competitividade, centros de interface tecnológico, CoLabs e outras organizações sem fins lucrativos, no seu papel central de suporte ao empreendedorismo”, refere a proposta do Orçamento do Estado para 2021, entregue na noite desta segunda-feira pelo Governo na Assembleia da República.

“Através das oportunidades de apoio relativas ao novo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, afigura-se como objetivo a difusão de uma rede nacional de digital innovation hubs (centros de inovação digital) e a sua ligação à rede europeia no âmbito do Digital Europe Programme“, assinala o documento.

Na proposta, o Governo assinala ainda a intenção de prosseguir “uma estratégia de simplificação e modernização da interação do Estado com empresas e cidadãos, destacando-se neste âmbito as medidas constantes do programa Simplex 2020-2021, a que se somarão outras que, no seu conjunto, estabelecerão um compromisso sólido de modernização em todos os organismos, facilitador da atividade dos agentes económicos”.

“No âmbito da Estratégia Nacional para o Empreendedorismo, Portugal — hoje um polo digital de referência internacional — deve promover e alavancar as oportunidades que eventos como a Web Summit trazem ao País. Neste sentido, levar-se-á a cabo a prossecução da segunda fase da Estratégia Nacional para o Empreendedorismo — Startup Portugal +, que se foca na internacionalização, financiamento e consolidação do ecossistema português”, refere ainda o documento.

Na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, o Executivo refere ainda que será dado “enfoque à simplificação do cumprimento de obrigações, redução do número de interações com a Administração Pública e ampliação dos serviços digitais a empresas e consumidores, através de princípios de desmaterialização, transparência e reforço da acessibilidade, numa abordagem integrada, omnicanal, na relação com os setores da indústria, comércio, serviços e turismo”. Esta intenção será também materializada nos “serviços e organismos públicos”. “O Governo apostará no reforço da eficiência e resiliência, em particular por via da adoção inteligente de tecnologias de informação e de soluções tecnológicas transversais que proporcionem simplificação, interoperabilidade e partilha — interna e externa —, propiciando economias de escala, redução de custos operacionais, melhoria dos fluxos de comunicação e salvaguardando a continuidade do serviço.”

Estas medidas são consideradas “essenciais para a transição digital”. “Atendendo à diversidade e quantidade de medidas, bem como à complexidade associada à sua implementação, coordenação e monitorização, foi criada a Estrutura de Missão Portugal Digital, enquanto estrutura principal para o desenvolvimento e implementação do plano de ação, com o objetivo de apoiar, acompanhar e monitorizar as medidas políticas em matéria de transição digital, assegurando também a sua comunicação e promoção nacional e internacional”, sublinha a proposta, sobre o projeto aprovado em abril deste ano, em Conselho de Ministros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.