Portugal entre países europeus com maior retoma das horas trabalhadas
O terceiro trimestre trouxe um salto de 27,3% das horas trabalhadas em Portugal, face ao período entre abril e junho.
O terceiro trimestre de 2020 foi sinónimo de recuperação do total das horas trabalhadas, na União Europeia, face aos três meses anteriores. Ainda assim, os Estados-membros continuam longe dos níveis registados antes da chegada da pandemia, nota o Eurostat. De acordo com os dados divulgados, esta segunda-feira, entre julho e setembro, Portugal destacou-se como um dos países europeus onde a retoma das horas trabalhadas foi mais expressiva.
Entre o segundo trimestre e o terceiro trimestre de 2020, o número total de horas trabalhadas — indicador que é influenciado pelo universo de pessoas empregadas, mas também pelo número de horas trabalhadas por cada pessoa — subiu 15,5%, no conjunto da União Europeia, o que resulta do regresso das pessoas aos seus postos de trabalho, depois da forte utilização de medidas de lay-off na primavera. Em comparação com o período homólogo, registou-se, contudo, uma quebra de 2,4%, o que é explicado pelo impacto da pandemia no mercado laboral europeu.
O Eurostat indica que em todos os Estados-membros da União Europeia para os quais há dados disponíveis verificou-se uma recuperação do número total das horas trabalhadas, entre julho e setembro, face aos três meses anteriores, com exceção da Suécia, país onde foi contabilizada uma redução de 0,3%.
Entre os países com maiores saltos neste indicador, a Grécia conquistou o lugar mais alto do pódio, com um aumento de 33,4% das horas trabalhadas. Seguiu-se a Itália com uma subida de 28,3%, e logo depois Espanha com um crescimento de 27,8%. Portugal também aparece em destaque, conquistando o quarto lugar da tabela, com um salto de 27,3% das horas trabalhadas.
Por cá, a fatia de pessoas empregadas que estiveram ausentes do trabalho, no terceiro trimestre, caiu para 10,1%, valor que compara com a fatia de 25,5% registada no período entre abril e junho (que ficou marcado pela forte utilização de medidas de lay-off em toda a Europa). Apesar deste decréscimo, Portugal ficou acima da média da União Europeia, neste indicador. No conjunto do bloco comunitário, em média, 9,1% das pessoas empregadas ausentaram-se do trabalho, entre julho e agosto.
Na nota divulgada esta segunda-feira, o Eurostat avança também os números relativos à subutilização do trabalho, indicador que inclui a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego.
Em 14 dos Estados-membros da União Europeia foi registado um aumento da subutilização do trabalho, no terceiro trimestre face aos três meses anteriores, incluindo Portugal, com uma subida de 0,9 pontos percentuais. O crescimento mais expressivo foi verificado na Estónia (1,2 pontos percentuais); E, em sentido inverso, o recuo mais significativo foi contabilizado na Áustria (0,9 pontos percentuais). No conjunto do bloco comunitário, registou-se um recuo de 0,2 pontos percentuais, na variação em cadeia.
Tudo somado, o Eurostat indica que, no terceiro trimestre de 2020, o mercado laboral do bloco comunitário verificou alguma recuperação em resultado do alívio das restrições impostas em resposta à pandemia (entretanto, já no final do ano, essa trajetória foi invertida e os países voltaram a endurecer as medidas de combate à Covid-19).
Entre julho e setembro, havia 188 milhões de pessoas empregadas na União Europeia e a taxa de emprego estava nos 72,4%, 0,3 pontos percentuais acima do valor verificado no trimestre anterior. Por outro lado, a taxa de desemprego fixou-se nos 7,3%.
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