OMS contra certificado de vacinação como condição de entrada num país
A Organização Mundial da Saúde quer ainda que a vacinação chegue a todos os países dentro de 100 dias.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou esta sexta-feira que se opõe, “por enquanto”, à introdução de certificados de vacinação contra a Covid-19 como condição para permitir a entrada de viajantes num país.
“Ainda existem muitas dúvidas fundamentais em termos da eficácia das vacinas para reduzir a transmissão [do vírus] e as vacinas estão disponíveis apenas em quantidades limitadas”, adiantou o Comité de Emergência da OMS nas suas recomendações, ao acrescentar que a prova de vacinação não deve isentar outras medidas de prevenção sanitária.
Ainda esta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde avançou que pretende que a vacinação contra a Covid-19 chegue a todos os países num prazo de pouco mais de três meses, mas advertiu que a vacina “não é a solução para todos os problemas”.
Na habitual videoconferência de imprensa transmitida a partir da sede da OMS, em Genebra, o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que quer “ver a vacinação a começar em todos os países nos próximos 100 dias para que os profissionais de saúde e as pessoas em risco estejam protegidos em primeiro lugar“.
A este propósito, lembrou que a rede mundial Covax, cogerida pela OMS, pretende “garantir a quem precisa” as vacinas para a Covid-19.
De acordo com a OMS, 46 países, a maioria (38) desenvolvidos, iniciaram as suas campanhas de vacinação contra a Covid-19. A meta estabelecida pela OMS para 2021 é vacinar 20% da população mundial, incluindo os habitantes dos países mais pobres.
Portugal começou a sua campanha de vacinação em 27 de dezembro com a inoculação de profissionais de saúde de hospitais.
O diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, assinalou que a vacina, sendo “um grande avanço, não é a solução para todos os problemas“.
“Temos de ser realistas”, afirmou, sublinhado que é preciso “continuar com as medidas básicas”, como o distanciamento físico que, assinalou, diminuiu.
Segundo Michael Ryan, “as pessoas estão a aumentar os seus contactos“, o que tem levado à “aceleração rápida” de novas infeções em todas as regiões do mundo.
“O vírus está a explorar a nossa fadiga”, vincou, avisando, numa referência às novas variantes, mais contagiosas, que o coronavírus da Covid-19 “está mais adaptado”, pelo que é necessário “lutar de forma mais eficaz”.
“Não estamos a conseguir romper as cadeias de transmissão comunitária“, referiu, por sua vez, o diretor-geral da OMS, alertando para a “imensa pressão” sobre os hospitais e serviços de saúde.
A pandemia da Covid-19 provocou pelo menos 1.994.833 mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
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