Bazuca deve ser “muito direcionada” para turismo

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2021

O presidente da Turismo Porto e Norte de Portugal apelou ao Governo para que fundo de recuperação europeia seja “muito direcionada” para o turismo, tendo em conta que é um dos setores mais afetados.

O presidente da Turismo Porto e Norte de Portugal apelou esta sexta-feira ao Governo para que a “bazuca”, fundo de recuperação europeia contra a Covid-19, seja “muito direcionada” para o turismo, porque é dos setores mais prejudicados pela pandemia.

“Apelo para que a famosa bazuca seja muito direcionada para o turismo. Não só para um setor que é, eventualmente, um dos mais prejudicados de todos, mas também porque nós sabemos que quando este setor [turístico] recupera, consegue provocar um arrastamento muito positivo noutros setores”, explicou Luís Pedro Martins, destacando que esse arrastamento se nota, por exemplo, no setor do “vinho”, “têxtil e lar”, “transportes” ou “das loiças”.

Em entrevista telefónica à agência Lusa, o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) descreve que a situação no setor turístico é “dramática” e que a “esmagadora maioria” dos empresários procurou ajuda, porque tem a sua “tesouraria num estado dramático”.

“Eventualmente, e infelizmente, muitas empresas não conseguirão sobreviver a este tempo tão longo de pandemia”, referiu.

O presidente da TPNP lamentou que se ouça falar “muito da bazuca para muito lado” e “pouco da bazuca para o setor do turismo”.

“Agora que sabemos que existe uma ferramenta, chamada bazuca, ela deve ser muito direcionada para o setor do turismo”, defende Luís Pedro Martins.

O responsável recorda que há setores que desde março “praticamente não têm atividade, como acontece com as “agências de viagem”, “empresas de animação turística”, o “turismo de negócios” ou “hotelaria das grandes cidades, como o Porto”, que no verão tinha apenas registo de “30% da sua taxa de ocupação preenchida”.

Em meados de dezembro de 2020, em entrevista à Lusa no âmbito da aprovação do Orçamento e Plano de Atividades da TPNP, Luís Pedro Martins já tinha alertado que só a “bazuca” europeia poderia ajudar no combate à crise do setor, alertando na altura que os três milhões de euros do Orçamento de Estado 2021 eram “insuficientes”.

“Era uma verba razoável num ano normal e se tivéssemos em velocidade cruzeiro, conforme estávamos até 2019. Tento em conta que o setor bateu no fundo, e que há agora uma necessidade muito grande de promoção externa e que vamos entrar numa competição bastante feroz com outros destinos nossos concorrentes, nomeadamente Espanha, França, Itália”, disse à Lusa Luis Pedro Martins.

O dinheiro da bazuca europeia (fundo de recuperação) para ajudar a recuperação da economia deverá começar a chegar em maio ou junho, estimou recentemente a secretária de Estado dos Assuntos Europeus e coordenadora operacional da presidência portuguesa da União Europeia, Ana Paula Zacarias, numa entrevista à Rádio Renascença.

 

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