Do pior ao melhor cenário: retoma da Zona Euro pode ir de 2,3% a 5,3%
Dada a incerteza, a Comissão Europeia construiu dois cenários alternativos à previsão central. No cenário mau, a Zona Euro só cresce 2,3% em 2021, mas no cenário bom crescerá 5,3%.
Já passou um ano desde que a pandemia chegou à Europa, mas a incerteza continua a marcar as perspetivas económicas. No seu cenário central, a Comissão Europeia assume que as restrições vão manter-se elevadas no primeiro trimestre, aliviam no segundo trimestre e descem significativamente no segundo semestre deste ano. Mas e se não for assim? Os peritos construíram dois cenários, um bom e outro mau, para antever a trajetória da economia europeia.
No cenário central, na Zona Euro, o PIB vai crescer 3,8% tanto em 2021 como em 2022, o que compara com 4,2% e 3%, respetivamente, previstos em novembro. A concretizar-se, esta trajetória levaria o PIB a chegar ao nível pré-pandemia em 2022. Contudo, há a “possibilidade de surpresas, as quais podem ter implicações tanto positivas como negativas nas perspetivas de crescimento“, diz Bruxelas nas previsões de inverno divulgadas esta quinta-feira.
Por um lado, a produção e distribuição das vacinas mais veloz poderá dar confiança aos consumidores e às empresas e reduzir o distanciamento social e as restrições no geral, levando a uma recuperação mais forte da economia. Por outro lado, um aumento dos contágios devido a novas variantes do coronavírus ou uma produção ainda mais lenta das vacinas pode condicionar a redução das restrições e ter o efeito oposto na confiança. Tendo em conta estes diferentes pressupostos, os peritos da Comissão construíram dois cenários para aferir o impacto das incertezas, usando um modelo adaptado especificamente para a crise pandémica.
No cenário bom, há um relaxamento significativo das restrições mais cedo do que o previsto, já no segundo trimestre, contagiando o terceiro trimestre com uma recuperação mais rápida do turismo intra-UE face ao esperado no cenário central. O resultado é um crescimento do PIB da Zona Euro de 5,3% (3,8% no cenário central) e um regresso ao nível pré-crise já este ano.
No cenário mau, as restrições mantêm-se em grande parte durante todo o ano, adiando a recuperação e levando a menos confiança, mais poupança e menos investimento. A maior duração da crise provocaria “danos mais persistentes” no tecido empresarial, nomeadamente através de condições financeiras piores. Na prática, haverá mais falências e a situação financeira das empresas será pior, colocando em causa o emprego e o investimento. O resultado é um crescimento do PIB da Zona Euro de apenas 2,3%, atingindo o nível pré-crise só em 2023.
Nos três cenários (bom, central e mau), a previsão para 2022 não muda: a economia da Zona Euro deverá crescer 3,8% independentemente do que acontecer em 2021, sugerem os dados da Comissão Europeia. Contudo, tem impacto no ritmo de recuperação para os níveis pré-pandemia: no cenário bom a retoma acontece ainda em 2021, no cenário central acontece em 2022 e no cenário mau só em 2023.
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