Repsol com prejuízos de 3.289 milhões de euros em 2020
O Conselho de Administração da Repsol convocou uma Assembleia-Geral de acionistas da empresa, que terá lugar a 26 de março.
A Repsol anunciou esta quinta-feira que encerrou 2020 com prejuízos de 3.289 milhões de euros, no mesmo ano em que apresentou o novo Plano Estratégico para atingir o objetivo de neutralidade carbónica em 2050.
“Em 2020, enfrentámos um cenário sem precedentes e lançámos as bases do futuro da empresa. A indústria demonstrou que faz parte da coluna vertebral da economia espanhola e é um dos seus principais motores. Como tal, o seu papel na recuperação da crise é fundamental, como também é para contribuir para um mundo mais descarbonizado, usando todas as tecnologias disponíveis”, disse Josu Jon Imaz, presidente-executivo da Repsol.
As contas da petrolífera mostram que a descida da cotação das matérias-primas internacionais de referência teve uma influência negativa na avaliação dos inventários da Repsol, em menos 978 milhões de euros em 2020. A empresa reviu também os seus cenários de preços futuros do crude e do gás, o que representou um ajuste em baixa do valor dos ativos de Exploração e Produção, com resultados negativos de 2.911 milhões de euros.
O Conselho de Administração da Repsol convocou entretanto uma Assembleia-Geral de acionistas da empresa, que terá lugar a 26 de março. Em 2020 a Repsol registou um cash flow de 1.979 milhões de euros e conseguiu reduzir a sua dívida líquida em 1.178 milhões, para os 3.042 milhões de euros. Quanto ao resultado líquido ajustado, foi de 600 milhões de euros.
A 26 de novembro a Repsol apresentou o seu Plano Estratégico 2021-2025, no qual fixou uma diminuição da intensidade de carbono de 12% para 2025, de 25% para 2030 e de 50% para 2040.
A área de Exploração e Produção obteve, em 2020, um resultado de 195 milhões de euros, num período durante o qual implementou medidas de redução de custos e redefiniu planos de exploração de ativos para fazer face à queda dos preços dos hidrocarbonetos. A Exploração e Produção vai gerar 4.500 milhões entre 2021 e 2025, reduzindo em 20% o seu objetivo para situar-se abaixo de 40 dólares por barril para o período, e reduzirá as emissões de CO2 por barril produzido em 75% até 2025.
A Repsol tem como objetivo produzir o equivalente a 400 MW de hidrogénio verde em 2025 na península Ibérica e a ambição de superar os 1,2 GW em 2030. No final de janeiro de 2021, a Repsol apresentou o projeto H24All para desenvolver a primeira unidade eletrolisadores alcalinos de 100 MW da Europa, que se conectará à refinaria da Petronor. A Repsol lidera o consórcio, composto por um total de quinze entidades, que apresentou um pedido de financiamento dentro da convocatória do European Green Deal.
Nos biocombustíveis, a meta é contar com uma capacidade de produção de 1,3 milhões de toneladas em 2025 e mais de dois milhões em 2030. No passado dia 22 de outubro, foi anunciado o investimento de 188 milhões de euros na construção da primeira unidade de biocombustíveis na refinaria de Cartagena, que fornecerá 250.000 toneladas por ano de biocombustíveis avançados para aviões, camiões e automóveis.
A empresa tem atualmente quase 3,3 GW de capacidade total instalada de geração de eletricidade com baixas emissões e prevê aumentar para 7,5 GW em 2025 e os 15 GW em 2030.
Em Espanha, a Repsol está a desenvolver seis projetos renováveis: três eólicos (Delta, com
335 MW, Delta 2, com 860 MW e PI, com 175 MW) e três fotovoltaicos (Valdesolar, com 264 MW;
Kappa, com 126 MW; e Sigma, com 204 MW). Em 2020, foram ligados à rede os primeiros aerogeradores do projeto Delta e arrancaram as obras em Valdesolar e Kappa.
A empresa deu um impulso na sua expansão internacional neste negócio com a criação de uma joint venture com o Grupo Ibereólica Renovables, que lhe dá acesso a uma carteira de projetos na Chile em operação, construção e desenvolvimento, de mais de 1.600 MW até 2025 e a possibilidade de superar os 2.600 MW em 2030.
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