Cinemas esperam reabrir salas “em breve”. Estão prontos
O desconfinamento não está ainda no horizonte, mas os cinemas estão prontos para reabrir "o mais rapidamente possível", assim que a situação pandémica o permita.
Quando é que podemos voltar a… É a nova rubrica diária do ECO, numa altura em que se assinala um ano desde que foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 em Portugal. Com o confinamento, muitas atividades fecharam portas e a nossa vida mudou. Com a descoberta e distribuição das vacinas, muitos países e algumas atividades já começam a planear o desconfinamento. Em Portugal, quando é podemos voltar ao nosso local do trabalho e às escolas? Quando é que poderemos voltar aos festivais de música e viajar sem restrições? E ao cinema, aos museus e a uma discoteca? Quando é que poderemos voltar a ver futebol nos estádios e ir ao ginásio? Nesta série de artigos fomos falar com responsáveis de cada um desses setores.
Bilhetes numa mão, pipocas na outra. Ir ao cinema era um programa habitual para muitos portugueses, mas com a pandemia o grande ecrã foi trocado pelas televisões. No confinamento, as salas de cinema tiveram de fechar, e é ainda incerto quando será a reabertura. A UCI Cinemas espera que seja “em breve”, e diz ter tudo pronto para abrir “o mais rapidamente possível”, tal como a Nos Cinemas.
“No caso da UCI Cinemas, como parte do Grupo ODEON Cinemas, temos quase todos os nossos cinemas fechados durante meses em vários países”, indica Toni Illa, Diretor Comercial da UCI Cinemas, ao ECO. Apesar de não adiantar dados económicos, reitera que não há dúvidas de que a pandemia “afetou” o negócio.
Medidas “como o encerramento das salas de cinema, a redução dos horários de funcionamento ou, ainda, a proibição de venda de pipocas e bebidas para consumo nas salas de cinema”, a par do facto de “a grande maioria das estreias dos grandes filmes produzidos pelas Majors previstas para 2020 terem sido adiadas para 2021, resultaram numa drástica redução de assistência e, consequentemente, num impacto económico muito significativo”, sinalizou também fonte oficial da Nos Cinemas, ao ECO.
Em Portugal, os cinemas sofreram uma quebra de 75,55% em audiência e receitas no ano passado face a 2019, segundo os dados do Instituto do Cinema Audiovisual (ICA). Foram menos 11,7 milhões de espetadores sentados em frente à tela, e uma redução na faturação de 62,7 milhões de euros, para os 20,4 milhões de euros.
Em 2020, os cinemas tiveram de fechar durante o primeiro confinamento, e mantiveram as portas fechadas até ao início de junho. O regresso deu-se de forma gradual nas semanas seguintes, mas registaram-se ainda assim quebras de audiência e receitas entre os 60% e os 90% por mês. Por um lado, os portugueses continuaram reticentes a ir ao cinema e, por outro, existiu também uma redução de sessões e da oferta de filmes em cartaz.
Este ano, com as novas restrições que entraram em vigor a meados de janeiro, depois de dispararem os números da Covid-19 em Portugal, o país voltou a mergulhar num confinamento. Os indicadores da pandemia já têm vindo a melhorar, mas um desconfinamento não está ainda no horizonte. Mesmo assim, a UCI está “otimista quanto ao futuro”.
"Estamos prontos a abrir o mais rapidamente possível, mas teremos de ser cautelosos e ver realmente como a situação evolui em termos de saúde sanitária, questões regulamentares e estreias.”
“Esperamos que em breve tenhamos um melhor contexto de saúde sanitária que nos permita reabrir as nossas salas de cinema“, adiantou Toni Illa, oferecendo aos espetadores as experiências cinematográficas do costume mas “da forma mais segura”. O responsável admite que em 2020 “aprendemos que as expectativas no que diz respeito ao que estamos a viver são sempre incertas”.
Apesar disso, os cinemas estão “prontos a abrir o mais rapidamente possível”, ainda que “cautelosos”, vendo “realmente como a situação evolui em termos de saúde sanitária, questões regulamentares e estreias”.
Do lado da NOS, a empresa garante também que, “assim que a legislação o permitir”, tem “a certeza de que estão reunidas todas as condições para que os portugueses possam voltar aos cinemas, em segurança“. Mesmo sem uma previsão de reabertura, a empresa “está preparada para o momento em que for anunciada a permissão de reabertura, cumprindo escrupulosamente as medidas de saúde e segurança definidas pela Direção Geral de Saúde”.
A pandemia trouxe vários entraves ao setor mas veio também “reforçar a ideia de que a experiência de ir ao cinema é muito mais do que apenas ver um filme”, defende Illa. Para o responsável, é “um momento de lazer” e de “partilhar uma experiência”, pelo que acredita que os portugueses “estão ansiosos por regressar aos cinemas”.
"É urgente que sejam considerados e atribuídos apoios à sobrevivência e à retoma da indústria do cinema, que ajudem a superar os enormes prejuízos resultantes dos encerramentos e das limitações à operação, que colocam em causa a viabilidade de alguns complexos”
Para além disso, a Covid-19 ensinou também a “adaptarmo-nos como uma empresa”. O responsável sublinha algumas mudanças no serviço, como, por exemplo, permitir “aos clientes reservar uma das salas de cinemas para verem um filme à sua escolha do cartaz, sem mais ninguém na sala ou para celebrar alguma outra atividade”.
Quanto às adaptações que poderão ter de ser feitas para lidar com o vírus, a UCI diz que o cliente e os colaboradores estão “em primeiro lugar”. Se for necessário para as experiências cinematográficas implementar “alguns protocolos específicos, eles serão aplicados”, garante Illa. Já a Nos sublinha que “tem um plano de contingência dinâmico, que permite proceder a adaptações imediatas”.
Com a incerteza quanto à reabertura, a Nos alerta ainda que é “urgente que sejam considerados e atribuídos apoios à sobrevivência e à retoma da indústria do cinema, que ajudem a superar os enormes prejuízos resultantes dos encerramentos e das limitações à operação, que colocam em causa a viabilidade de alguns complexos”.
(Notícia atualizada às 17h50)
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