Afinal, a Brisa pagou menos impostos e lucrou mais em 2020

A Brisa comunicou esta sexta-feira à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários (CMVM) que retificou as contas de 2020. Em causa está uma redução do imposto pago em 2020, o que levou a uma revisão em alta dos lucros. Ainda assim, o resultado líquido continua a registar uma quebra de 39,3% no ano passado face a 2019.

“A Brisa Concessão Rodoviária, S.A. (“BCR”) informa que procedeu à retificação da rúbrica do Imposto referente às Demonstrações Financeiras Anuais de 2020“, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

A empresa explica que pagou 54,2 milhões de euros de impostos e não 55,5 milhões como referido nos resultados comunicados em fevereiro. A consequência é o aumento do resultado líquido na mesma ordem de grandeza, passando de 122,9 milhões de euros para 124,2 milhões.

Ainda assim, apesar da melhoria do lucro, o resultado líquido continua a registar uma quebra expressiva de 39,3%. Este é o reflexo da contração de 25% do tráfego nas autoestradas em 2020 fruto das restrições da pandemia. Essa quebra de um quarto do tráfego médio diário correspondeu a um volume de tráfego de 15.981 veículos por dia. Ou seja, passaram pelas autoestradas da Brisa menos 5.300 carros diariamente no passado em comparação com os números de 2019.

Com seis concessões rodoviárias, a Brisa assegura a operação de cerca de 1.628 km em Portugal, numa rede composta por 17 autoestradas, incluindo a A1, A2 e A3. Em 2020, a empresa mudou de mãos, com o controlo a ser transferido da família Melo e do fundo Arcus para um consórcio de investidores internacionais. O cargo de CEO da Brisa passou a ser ocupado pelo ex-ministro da Economia, António Pires de Lima.