Nota desaparecida sobre sede da ESI seria inconsequente, diz ex-diretor do Banco de Portugal

  • Lusa
  • 30 Março 2021

Vasco Pereira admitiu que "terá havido falha" da sua parte ao não dar o seguimento adequado a uma nota interna sobre a complexidade do GES, mas disse que isso teria sido inconsequente.

O ex-diretor de supervisão do Banco de Portugal (BdP) Vasco Pereira disse no parlamento que uma nota interna sobre a mudança da Espírito Santo International (ESI) para Portugal, desaparecida durante dois anos, foi abordada mas seria inconsequente.

Ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, Vasco Pereira, diretor de supervisão entre 2011 e 2013, começou por dizer que durante o período em que foi responsável instituiu “reuniões regulares semanais em que discutia com os coordenadores as conclusões” de relatórios.

Questionado pela deputada Mariana Mortágua (BE) acerca de uma nota acerca da consolidação do GES que não terá seguido para a administração por sua responsabilidade, segundo tinha dito na sua audição o antigo vice-governador Pedro Duarte Neves, Vasco Pereira disse presumir que a nota “terá tido” e “teve seguramente” o tratamento de análise nas reuniões referidas.

Foram aliás estas declarações de Pedro Duarte Neves na comissão de inquérito que levaram o PSD a requer a audição de Vasco Pereira, que não estava na lista inicial das pessoas a ouvir pelos deputados neste inquérito parlamentar.

Segundo o anterior responsável do BdP, “relativamente à questão do patamar [de consolidação do GES], na altura houve e havia discussão entre aquilo que era desejável que existisse ou que houvesse do ponto de vista da supervisão e aquilo que, de acordo com a legislação, se entendia que podia ser feito”.

“Não havia forma legal, pelo menos das conclusões que me lembro da altura, de passar o patamar da consolidação para uma instituição sediada em Portugal. As regras comunitárias e as regras do RGIC [Regime Geral das Instituições de Crédito] da altura impunham que a consolidação tivesse de ser feita a nível da entidade que era, a [Espírito Santo] Finacial Group, ou até acima disso”, disse Vasco Pereira.

A entidade em causa, Espírito Santo International, estava sediada no Luxemburgo.

Sobre o facto de a nota não ter tido seguimento durante dois anos, Vasco Pereira admitiu que “terá havido uma falha” da sua parte ao não lhe dar o seguimento adequado, mas salientou que isso seria inconsequente devido a não ser possível mudar a sede da ESI para Portugal, e que o assunto foi discutido.

“Na altura em que esse documento foi discutido na reunião de coordenação e definidas as orientações, [houve] a falha de não ter feito uma nota informativa a dizer isso mesmo“, disse Vasco Pereira.

“Foi quando saí do departamento, em junho de 2013, nessa e noutras nas quais me apercebi que tinha havido essa falha, [que] procurei através de uma nota, nessa altura, tardiamente, [dizer] como é que essa nota tinha sido considerada”, prosseguiu.

Mais tarde, a deputada do BE questionou ainda acerca dos acionistas do BES em última instância (devido às ‘holdings’ do GES), dizendo que “o Banco de Portugal não sabia quem eram os acionistas do banco que estava a ser supervisionado”, ou pelo menos “alguns deles”.

O Banco de Portugal, em relação a algumas franjas de acionistas, não tinha a informação toda que lhe permitiria conhecer quem eram os beneficiários últimos”, admitiu Vasco Pereira.

A deputada disse ainda que o BdP pedia reduções da exposição do BES ao GES, que eram feitas através de aumentos de capital e não reduções diretas das exposições, “mas não sabia se o capital era verdadeiro ou não”, por poder estar a ser injetado pelo próprio grupo.

“É verdade, mas não vamos generalizar. O Banco de Portugal sabia relativamente a uma percentagem muito significativa do capital, conhecia onde elas estavam. Estamos a falar de 20% do capital que podia estar nessas condições“, disse Vasco Pereira.

De acordo com uma nota do BdP referida por Mortágua, a exposição do BES ao GES também tinha sido reduzida “porque passou para um conjunto de fundos cujas participações foram compradas pelo BES”.

“Não há nenhuma redução, há uma aparente redução, porque passou por fundos comprados pelo próprio banco. A nota diz que o BES tem o cuidado de no final do trimestre de passar os fundos para uma entidade que não consolida para que eles não apareçam na exposição. Isto é ou não é uma violação das determinações do Banco de Portugal?”, questionou Mariana Mortágua.

“Em substância é, em forma provavelmente não é”, respondeu Vasco Pereira.

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Dicionário das novas formas de contratar e Pessoas Awards: a nova Pessoas, já nas bancas

  • Trabalho
  • 30 Março 2021

Edição de 2.º aniversário premeia líderes que se destacaram na gestão de pessoas em 2020. Pessoas de março/abril conta ainda com um especial sobre estratégia de workplace e cultura.

Os vencedores dos Pessoas Awards são o grande destaque da edição n.º 13 da revista Pessoas, que já pode encontrar à venda em quiosques de todo o país. A capa desta edição conta com uma ilustração do artista português Akacorleone, cuja obra pode conhecer melhor aqui.

Na grande entrevista desta edição, falámos com Alexandra Brandão, diretora de recursos humanos do grupo Santander que, desde setembro de 2020, gere as quase 200.000 pessoas do banco a nível mundial. A responsável fala dos desafios da gestão de pessoas em tempo de pandemia e dos desafios de inclusão e diversidade no grupo, fazendo o balanço de 21 anos a trabalhar no banco.

Nesta Pessoas, também visitamos novas formas de contratar. “Freelancing, contracting e side hustles: o dicionário das novas formas de trabalho” conta-lhe as histórias de quem saltar de projeto em projeto, viaja enquanto trabalha e consegue uma fonte de rendimento adicional enquanto desenvolve uma paixão. Estas são apenas algumas das vantagens que os modelos de trabalho menos convencionais podem oferecer.

O Especial desta edição debate os desafios de desenvolver cultura empresarial na era da desmaterialização dos escritórios. E lança outra pergunta: será que podemos falar de “escritório do futuro” ou duvidar do “futuro do escritório”? Os especialistas assinalam que existe futuro para o escritório, mas o escritório do futuro é bem diferente daquele que antecipámos até agora. Multivalência é a palavra de ordem numa nova lógica que oferece espaços mais camaleónicos, flexíveis e tecnológicos que proporcionam, por sua vez, maior autonomia, liberdade e até motivação.

Capa da revista Pessoas n.º 13, edição de março/abril de 2021.

A revista Pessoas pode ser comprada no seu quiosque habitual. Pode ainda assinar a publicação aqui.

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Venda de informática disparou em 2020. Vestuário sofreu quebra abrupta

O Barómetro de Vendas relativo a 2020 mostra que, dentro do campo do retalho especializado, os artigos de informática foram os que registaram uma maior subida nas vendas.

Num ano que fica marcado pelos diversos impactos que a pandemia teve em Portugal, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) mostrou que os portugueses demonstraram uma enorme procura por artigos de informática em 2020. Por outro lado, os artigos de vestuário foram bem menos procurados do que em 2019.

Os dados do Barómetro de Vendas 2020, apresentado esta terça-feira pela APED, demonstram que, dentro do campo do retalho especializado, os artigos de informática foram os que registaram uma maior subida nas vendas face a 2019 (+23,1%). Se em 2019 as suas vendas foram na ordem dos 545 milhões de euros, no ano em que a Covid-19 chegou a Portugal o valor subiu para os 671 milhões de euros.

Na apresentação destes resultados, o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, adiantou que a pandemia pode explicar estes resultados. No caso da maior adesão a artigos de informática, esses valores são explicados pelos fenómenos do “teletrabalho” e do “ensino à distância”, que obriga a que os indivíduos tenham essas ferramentas disponíveis.

Por outro lado, Lobo Xavier explicou também como o setor do “vestuário ainda vive muito da experiência em loja”. Esta foi impossibilitada pelo Governo em vários momentos durante 2020, o que comprometeu as vendas totais do ano neste segmento.

O setor do vestuário foi o que mais sofreu com as restrições impostas ao consumo dos portugueses durante o período da pandemia. Em 2020, as vendas de roupa afundaram 32,5% face ao período homólogo, para os 1.405 milhões de euros – valor bem inferior ao registado em 2019, de 2.081 milhões de euros.

Na sua globalidade, o setor do retalho especializado foi alvo, no ano passado, de uma redução nas vendas de 17,7%, com o vestuário a liderar a descida, seguido das vendas de combustíveis (-29%) e dos artigos de entretenimento, com especial destaque para os livros (-16,6%), que registaram uma queda global de 9,4%.

Porém, é de destacar o facto de ser ter registado um considerável aumento na adesão a plataformas de venda online (e-Commerce) em 2020. Nesse ano, 14,9% das vendas deste segmento foram feitas através da internet, um aumento de 6,9 pontos percentuais quando se olham os valores do período homólogo.

Considerando a globalidade das vendas no retalho alimentar e especializado, a APED mostra ainda que houve em 2020 uma redução de 1,5% face ao ano de 2019 (de 22.996 milhões de euros para 22.653 milhões de euros).

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Queda da produção Industrial abranda para 2,4% em fevereiro

  • Lusa
  • 30 Março 2021

O agrupamento de bens de consumo foi aquele que mais influência teve para a queda homóloga índice total (-3,3 p.p.), originado por queda de 9,7%, contra uma quebra de 6,7% no mês anterior.

O Índice de Produção Industrial caiu 2,4% em fevereiro em termos homólogos, ainda assim, tendo recuperado 3,8 pontos percentuais (p.p.) face a janeiro, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em janeiro, o índice de produção industrial tinha registado uma queda 6,2% em termos homólogos, refere o INE, adiantando que todos os agrupamentos industriais apresentaram contribuições homólogas negativas para o índice agregado, à exceção da energia.

O agrupamento de bens de consumo foi aquele que mais influência teve para a queda homóloga índice total (-3,3 p.p.), originado por queda de 9,7%, contra uma quebra de 6,7% no mês anterior.

Os agrupamentos de bens intermédios e de bens de investimento contribuíram com menos 1,0 p.p. e menos 0,9 p.p., respetivamente, em resultado das quedas homólogas de 3,0% e de 5,5%, contra -3,1% e -8,6% em janeiro último, pela mesma ordem, segundo o INE.

No entanto, o único contributo positivo (2,7 p.p.) veio do agrupamento de energia, que passou de queda de 8,9% em janeiro, para uma subida de 16,1% no mês apreço.

Em termos mensais, o índice de produção industrial apresentou uma subida de 1,2% em fevereiro, que compara com uma queda de 1,1% no mês anterior.

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Itália vai impôr quarentena de cinco dias a todos os viajantes

  • Lusa
  • 30 Março 2021

Qualquer viajante da UE terá que fazer um teste antes da partida, respeitar uma quarentena de cinco dias e depois fazer um novo teste no final desse período.

A Itália vai impor uma quarentena de cinco dias e testes aos viajantes dos Estados-membros da União Europeia tal como já acontece com aqueles que são de países terceiros, anunciaram fontes do Ministério da Saúde italiano, esta terça-feira.

Qualquer viajante da UE terá que fazer um teste antes da partida, respeitar uma quarentena de cinco dias e depois fazer um novo teste no final desse período, medida já em vigor para países fora da UE, explicou a mesma fonte.

A medida “aplica-se a todos os que saem e chegam” ao país, inclusive os próprios italianos, adiantou um responsável do ministério.

A data de entrada em vigor desta nova restrição não foi divulgada, mas o fim de semana da Páscoa, que começa na sexta-feira e termina no final de domingo, é tradicionalmente muito procurado pelos turistas estrangeiros.

A maior parte da Itália está atualmente sujeita a severas restrições para conter contágios da terceira vaga da pandemia de Covid-19, que incluem o encerramento de todos os bares e restaurantes e limitação de viagens. Toda a península tem classificação como “zona vermelha” (alto risco de contágio e restrições máximas) no fim de semana da Páscoa, uma festa muito popular que costuma ser ocasião para reuniões familiares.

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Em pandemia, portugueses compraram mais bens alimentares. Congelados tiveram maior crescimento

O Barómetro de Vendas relativo a 2020, desenvolvido pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), as vendas no retalho alimentar registaram um aumento de 8,1% face ao ano anterior.

No ano em que a pandemia chegou a Portugal, as vendas de bens alimentares tiveram um aumento significativo face a 2019. Os dados do Barómetro de Vendas 2020, divulgados esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), mostram que os congelados foram, entre os bens alimentares, a categoria com o maior crescimento.

Os dados apresentados mostram que, em 2020, as vendas no retalho alimentar registaram um aumento de 8,1% face ao ano anterior. Se em 2019 o volume de vendas neste setor tinha sido de 14.451 milhões de euros, em 2020 esse valor cresceu para os 15.621 milhões de euros.

Entre as diferentes categorias de produto, foi na gama dos congelados que se registou um crescimento mais acentuado, na ordem dos 17,6%. Outras categorias de produto tiveram, também, aumentos significativos, como é o caso do bazar ligeiro (16,6%), dos produtos de mercearia (11,6%), dos alimentos perecíveis (11,5%) e das bebidas (10,9%).

Para explicar estas tendências, o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, refere que os “hábitos de consumo” se viram alterados por causa dos “longos períodos de confinamento” a que os portugueses estiveram sujeitos, marcados pelo “teletrabalho” e pela permanência “em casa”. Isso fez com que, acrescenta, houvesse uma maior procura de bens alimentares.

Os dados da APED mostram ainda que os portugueses optaram por aderir mais à compra de produtos alimentares das marcas de distribuição — ou seja, os chamados “produtos de marca branca”. Estes tiveram um aumento de 1,4 pontos percentuais face a 2019, dizendo respeito a 35,1% das vendas, ao passo que os “produtos de marca” tiveram uma descida da mesma ordem (-1,4 pontos percentuais).

No que toca aos canais de vendas dos produtos alimentares, foram os hard discounters — ou seja, lojas que apostam na venda de bens alimentícios a baixos preços – que tiveram um maior crescimento (+0,6 pontos percentuais. As vendas nos hipermercados também subiram em 2020 (+0,2 pontos percentuais), ao contrário do que aconteceu nos supermercados (-1,4 pontos percentuais).

Refira-se ainda que, no âmbito do comércio a retalho alimentar, o recurso a plataformas de venda online (e-Commerce) cresceu face a 2019. No ano passado, 3% do total das vendas deste segmento foram feitas por este via – o que indica um aumento de 0,8 pontos percentuais face ao ano anterior.

Finalmente, considerando a globalidade das vendas no retalho alimentar e especializado, a APED mostra ainda que houve em 2020 uma redução de 1,5% face ao ano de 2019 (de 22.996 milhões de euros para 22.653 milhões de euros).

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Portugal é dos poucos países que não vacina quem já teve Covid-19. Ordem dos Médicos quer mudança nas regras

Ordem dos Médicos quer vacinação para profissionais de saúde e pessoas com 80 ou mais anos que já tiveram Covid-19 há mais de 90 dias. Portugal e Islândia são os únicos na Europa que não o fazem.

A Ordem dos Médicos (OM) apela à Direção-Geral da Saúde (DGS) que reveja a norma que impede a vacinação das pessoas que já estiveram infetadas com SARS-CoV-2 (o vírus que provoca a Covid-19), especialmente profissionais de saúde. Em comunicado divulgado esta terça-feira, a OM cita um estudo do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, sigla em inglês) que destaca a não vacinação destas pessoas em Portugal.

O estudo do ECDC, divulgado na segunda-feira, mostra que Portugal e a Islândia são os únicos países que ainda não estão a incluir nas suas campanhas de vacinação as pessoas que estiveram previamente infetadas com o novo coronavírus. Segundo o relatório, o assunto está “em discussão” no país.

De acordo com o ECDC, há duas estratégias adotadas pelos outros países europeus. A primeira é dar apenas uma dose, como se faz em sete países, inclusive Itália e Espanha. A outra hipótese é vacinar por completo estas pessoas, a opção escolhida pela maioria dos países analisados (15), como a Alemanha e Bélgica.

“A pandemia tem-nos levado a tomar algumas decisões ainda em cenário de incerteza, mas desta vez temos já evidência científica suficiente para percebermos que o risco de reinfeção é real e que mesmo em quem teve formas graves da doença é possível acontecer uma nova infeção em prazos que não conseguimos determinar”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, citado em comunicado, apelando à revisão da norma, especialmente nos profissionais de saúde devido à exposição ao risco.

A proposta apresentada pela Ordem passa pela inclusão nos primeiros grupos a serem vacinados de profissionais de saúde e pessoas com 80 ou mais anos que já tiveram Covid-19 há mais de 90 dias. “A evidência científica disponível documenta um risco crescente de reinfeção após os 90 dias, sobretudo nos indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos e nos imunodeprimidos. É, igualmente, de considerar um aumento do risco em resultado da circulação de novas variantes”, lê-se na nota divulgada.

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Confinamento penaliza comércio a retalho. Vendas afundam 14,5% em fevereiro

Em fevereiro, as vendas no comércio a retalho agravaram a quebra para 14,5%, face ao mesmo período do ano anterior. Já a redução do pessoal ao serviço foi a mais intensa desde janeiro de 2013.

O confinamento, decretado a meados de janeiro, levou a um agravamento da queda nas vendas do comércio a retalho. O Índice de Volume de Negócios no Comércio a Retalho registou uma queda homóloga de 14,5% em fevereiro, número que compara com um recuo de 10,7% em janeiro, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em fevereiro de 2020 ainda não se sentiam os efeitos da pandemia, sendo que existe também a “particularidade adicional da ausência dos habituais festejos de carnaval em fevereiro de 2021″, nota o INE. Foi a redução nos produtos não-alimentares que pesou mais no recuo deste indicador durante o segundo mês do ano.

Os índices de emprego, remunerações e horas trabalhadas no setor apresentaram quedas homólogas de 5,4%, 5,8% e 21,1%, respetivamente, representando também um agravamento face ao mês anterior. Em janeiro, as taxas de variação homóloga foram de -4,8%, -4,2% e -13,8%, pela mesma ordem.

As restrições decretadas devido à pandemia limitaram a atividade do comércio, sendo que grande parte dos estabelecimentos tinha de estar de portas fechadas ou tinha limitações aos horários e funcionamento. “A redução homóloga do pessoal ao serviço foi a mais intensa desde janeiro de 2013 e desde maio de 2020 que a redução de horas trabalhadas não tinha sido tão expressiva”, sinaliza o INE.

(Notícia atualizada às 11h35)

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Groundforce tem salários de abril assegurados e estima prejuízo de 15 milhões este ano

  • Lusa
  • 30 Março 2021

A Comissão de Trabalhadores e os sindicatos estiveram reunidos com o presidente executivo da empresa de handling, Paulo Leite, onde lhes foi comunicado que os salários estarão assegurados em abril.

A Groundforce comunicou às organizações representativas dos trabalhadores que tem os salários de abril assegurados, com alguma “ginástica”, e que estima ter um prejuízo de 15 milhões de euros este ano, uma previsão condicionada por vários fatores, como a retoma.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Groundforce e os sindicatos estiveram, na segunda-feira, reunidos com o presidente executivo da empresa de handling (assistência em aeroportos), Paulo Leite, e com o diretor de Recursos Humanos, Eric Teixeira, onde lhes foi comunicado que os salários “estarão assegurados em abril, com alguma ginástica”, de acordo com um comunicado enviado pela CT.

“O prejuízo da empresa no ano de 2020 foi de 20 milhões de euros, estimando-se para 2021 um prejuízo de 15 milhões de euros (previsão muito condicionada por fatores como a retoma, vacinação, eventuais novas vagas, etc.)”, refere a mesma nota, acrescentando que “a empresa continua empenhada em obter o financiamento de 30 milhões de euros, de forma a poder encarar o futuro próximo com estabilidade”.

Os representantes dos trabalhadores foram também informados de que a empresa se manterá no mecanismo de apoio à retoma em abril, enquadrando-se ainda no patamar mais elevado deste apoio, por ter uma quebra de atividade superior a 75%. De acordo com um comunicado conjunto dos sindicatos, vão manter-se, assim, cerca de 400 trabalhadores com redução de horário a 100% e mais de 600 com reduções superiores a 50%.

No entanto, segundo foi dito à CT, a empresa prevê um acréscimo de atividade em maio, estando programada pelas companhias aéreas, nomeadamente pelo maior cliente, a TAP, um crescimento gradual da sua operação ao longo dos meses, estimando-se, em julho, operar 67% dos voos realizados no mesmo mês de 2019.

Relativamente ao adicional à compensação retributiva — pago a 100% pela Segurança Social até três salários mínimos nacionais — as estruturas ficaram a saber que o apoio ainda não será pago este mês, uma vez que a Segurança Social apenas transferiu o valor nos últimos dias e foram identificadas “inúmeras discrepâncias que estão a ser corrigidas para que no processamento de abril sejam pagos os adicionais devidos de janeiro, fevereiro e março”.

“Foram confirmados os valores vindos a público relativamente ao aluguer dos equipamentos, o que nos deixa uma preocupação enorme, pois se a empresa atravessa enormes dificuldades financeiras, pagar uma renda mensal de quase 600 mil euros, apenas agrava essas dificuldades”, defendeu aquela estrutura.

Por forma a conseguir pagar os salários que tinha em atraso e as necessidades de tesouraria mais prementes, a SPdH (Serviços Portugueses de Handling, comercialmente designada Groundforce Portugal) e a TAP assinaram, em 19 de março, um acordo que prevê a compra dos equipamentos da empresa de ‘handling’ por sete milhões de euros. Sendo que não pode trabalhar sem os equipamentos, a Groundforce passa a ter de os alugar à TAP, que está a exigir 461.762 euros mensais.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou, na semana passada, no parlamento, que é necessário encontrar uma “solução estrutural” para a Groundforce, cuja situação financeira foi prejudicada pela pandemia de covid-19 e as medidas restritivas à circulação aérea, admitindo, porém, que a questão “não é fácil”. A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

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Reino Unido quer vacinar todos os adultos antes de partilhar vacinas com outros países

  • ECO
  • 30 Março 2021

Secretário de Estado britânico diz querer cooperar com outros países, mas a prioridade é o Reino Unido. Vacinas podem chegar à Irlanda se houver excedentes, o que não acontece agora.

O Reino Unido vai concentrar os seus esforços em vacinar toda a sua população adulta, para depois sim partilhar as vacinas excedentes com outros países, como a vizinha Irlanda, disse esta terça-feira o secretário de Estado dos Negócios britânico, Kwasi Kwarteng.

“Acho que o nosso foco deve ser tentar manter a Grã-Bretanha segura, queremos trabalhar cooperativamente também com outros países, mas a principal prioridade é atingir uma boa campanha de vacinação”, disse Kwarteng à Sky News.

Referindo-se à polémica com a União Europeia, o governante diz estarem a a trabalhar com nações europeias para garantir que as suas populações sejam vacinadas, e que não é uma “situação competitiva”. Mas, questionado se o Reino Unido iria ajudar a Irlanda, respondeu: “se houver doses de vacina em excesso, podemos compartilhá-las, mas não há excedentes no momento, ainda temos um grande número para vacinar”.

Apesar de o país já ter vacinado mais de 30 milhões de habitantes com a primeira dose, sendo um dos mais rápidos do mundo, o governo britânico tem como objetivo administrar a primeira dose em todos os adultos até o final de julho.

O Reino Unido acordou a compra de dezenas de milhões de vacinas de vários fornecedores e na segunda-feira foram anunciados novos planos para o processo de fabricação de até 60 milhões de doses da vacina Novavax para uso no país.

“Hoje temos uma crise em cima de nós e é absolutamente certo que devemos concentrar-nos em tentar lidar com isso no nosso próprio país e manter o nosso povo seguro, para que possamos voltar a uma vida normal”, afirmou Kwarteng.

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Metade dos trabalhadores independentes da Cultura ganha menos de 600 euros por mês

  • Lusa
  • 30 Março 2021

O rendimento mensal líquido de metade dos trabalhadores independentes da Cultura fica abaixo dos 600 euros, e perto de 20% ganham menos de 150 euros, segundo um inquérito.

O rendimento mensal líquido de metade dos trabalhadores independentes da Cultura fica abaixo dos 600 euros, e perto de 20% ganham menos de 150 euros, segundo dados do Inquérito aos Profissionais Independentes das Artes e Cultura, revelados esta terça-feira. Os resultados indicam igualmente que os rendimentos na Cultura tendem “a ser mais baixos do que noutros setores”, para qualificações similares, e a ter uma distribuição “irregular no tempo”, com “períodos mais ou menos longos sem qualquer retribuição”, aspetos associados, entre outros fatores, à “intermitência da atividade”.

O inquérito, realizado pelo Observatório Português das Atividades Culturais (OPAC), no âmbito de um acordo entre a Direção-Geral das Artes e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), contou com uma amostra de 1.727 profissionais independentes e foi o primeiro, em Portugal, a analisar relações laborais e remunerações, no setor da Cultura.

O universo em causa é o dos “profissionais independentes, com atividade por conta própria – que não têm contrato de emprego a tempo completo com um único empregador […], de todas as áreas (artes do espetáculo, artes visuais, património, bibliotecas, arquivos, etc.)”. Os dados dizem respeito a 2019, ano anterior à paralisação imposta pela pandemia.

Dos inquiridos, perto de 70% indicaram um rendimento líquido anual inferior a 10.800 euros. O escalão entre 7.200 e 10.800 euros reúne o maior número de respostas (19,3%), seguido de perto pelo escalão imediatamente inferior, entre os 3.720 euros e os 7.200 euros (19,1%). Entre os 1.800 e 3.720 euros, situaram-se 12,7% dos inquiridos. A percentagem subiu, no entanto, a 17,1% para os que afirmaram receber menos de 1.800 euros por ano. Sem qualquer rendimento, o número de respostas ficou em 2,1%.

Rendimentos líquidos anuais, no intervalo entre os 10.800 e os 14.400 euros, correspondem a 12,4% das respostas da amostra, seguindo-se 9,8%, entre os 14.400 e os 21.600 euros. Acima deste valor, encontram-se apenas cerca de 6% dos inquiridos: 4,1%, para rendimentos até 30.000 euros por ano, e pouco mais de 1% para intervalos até 36.000 (1,2%) e até 50.000 (1,3%). Para rendimentos iguais ou superiores a 50 mil euros, o inquérito obtém 0,2% das respostas.

“Estimando a média mensal a partir da anual, verifica-se que 18% tem rendimento mensal líquido até 150 euros e que para metade dos inquiridos esse rendimento não supera os 600 euros. São valores muito baixos, associados a fraca atividade remunerada, ou a atividades com baixa remuneração, ou mesmo não remunerada (voluntariado), que não garantem uma autonomia no setor”, lê-se no relatório da equipa coordenada pelo professor e investigador José Soares Neves, do ISCTE.

Para uma parte significativa dos profissionais independentes isso coloca em risco a continuidade de atividade no setor, se não houver um complemento proveniente de outros setores. Note-se que um em cada cinco profissionais aufere o equivalente ao salário mínimo ou menos (534 euros líquidos em 2019)”, sublinha a equipa.

O estudo deteta assim “o recurso a atividades remuneradas fora do setor artístico como forma de assegurar rendimentos mínimos ou de complementar os baixos rendimentos auferidos com o trabalho artístico e cultural” (35%). Em alguns casos, “a atividade profissional principal [está mesmo] fora do setor” (15%). Para a maior parte dos inquiridos, porém, os rendimentos provêm exclusivamente das atividades no setor artístico e cultural (65%).

Quanto à comparação do rendimento líquido anual entre setores, o dos trabalhadores da Cultura tende a ser mais baixo, ou seja, há sempre mais profissionais das artes, do que de outras áreas, a indicar valores inferiores a 10.800 euros; para rendimentos anuais acima de 10.800 euros, os fatores invertem-se.

Segundo os resultados do inquérito, 61% dos profissionais tem como única fonte de rendimento o trabalho por conta própria no setor e, para 11%, o trabalho independente representa 76% a 99% do seu rendimento. Os direitos conexos representam, no máximo, 25% do rendimento de 8% dos profissionais, tal como os direitos de autor (7,5%). Os números do inquérito apontam também para uma quebra de atividade depois dos 55 anos, “e especialmente depois dos 65 anos”, e para “diferenças relevantes entre sexos”, com os homens a conseguirem mais trabalho (média de 7,5 projetos/ano), em relação às mulheres (5,8/ano).

O relatório aponta também como indicador “da informalidade dos regimes de trabalho no setor, e consequente isolamento dos trabalhadores”, o facto de “uma esmagadora maioria dos inquiridos” apontar “a negociação individual como a mais comum (84%)”.

A distribuição da atividade ao longo do ano é outro dos indicadores da inconstância de trabalho dos profissionais independentes inquiridos, com quase metade da amostra (47%) a afirmar que o trabalho não tem um quadro temporal previsível, e perto de um terço (30%) a referir a sua concentração no tempo. Tendo em conta a sazonalidade do trabalho remunerado, a atividade geral do setor ao longo do ano oscila sobretudo entre 71% (maio) e 58% (agosto).

A primeira parte do Inquérito aos Profissionais Independentes das Artes e Cultura, dedicada às relações laborais e perfis social e profissional, foi divulgada no passado dia 09, e mostrou uma forte informalidade, com perto de quatro em cada 10 trabalhadores independentes da Cultura a serem prestadores de serviços sem qualquer contrato.

No perfil traçado, o trabalhador independente da Cultura tem entre 35 e 44 anos e “uma elevadíssima qualificação”, com 78% dos inquiridos a deter um grau de licenciatura ou superior. A maioria dos inquiridos (56,1%) vive na área metropolitana de Lisboa, seguindo-se a região norte com 19,7%. Segundo o OPAC, as artes performativas, com 54,4%, são referidas como a principal área de trabalho, seguindo-se a música (23,6%) e o teatro (17,6%).

Em junho de 2020, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, anunciou a intenção de promover um inquérito a todos os profissionais do setor e um mapeamento do tecido cultural, que serviriam de análise, atualização e adaptação dos regimes dos contratos laborais destes trabalhadores. O anúncio foi feito no final da primeira reunião do grupo de trabalho para delinear um novo estatuto do trabalhador da Cultura.

Quanto ao emprego no setor cultural português, segundo os números divulgados em junho de 2020 pelo Ministério da Cultura, os 160.600 trabalhadores existentes em 2018 representavam então 3,3% do emprego total, o que colocava o país em quarto lugar, com o menor peso de emprego cultural, na União Europeia. Segundo os dados, em Portugal, uma em quatro pessoas trabalha em atividades culturais por conta própria, de forma independente, uma proporção “significativamente superior à que se verifica para o total do emprego”.

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DBRS diz que medidas dos governos estão a evitar rápido aumento do malparado

  • Lusa e ECO
  • 30 Março 2021

A DBRS acredita que as medidas dos governos para travarem o impacto económico da pandemia estão a evitar um rápido aumento do crédito malparado na banca.

A DBRS considera que as medidas adotadas pelos governos e reguladores para travar o impacto económico da pandemia continuam a evitar um rápido aumento do crédito malparado na Europa. A agência de notação financeira defende ainda que essas medidas também estão a atrasar uma nova onda de problemas de qualidade de ativos nos bancos europeus

A posição da DBRS Morningstar surge na sequência da divulgação de estudo acerca do custo do risco e crédito malparado, realizado com base numa amostra de 39 bancos na Europa em 2020, incluindo bancos em Portugal, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Irlanda e Reino Unido. Tanto a posição da DBRS como o referido estudo foram divulgados esta terça-feira.

“Com alguns países a prolongarem os períodos de confinamento nos primeiros meses de 2021, esperamos que os bancos europeus continuem a comunicar elevados níveis de custo de risco em 2021, mas isto dependerá do ritmo de maior deterioração económica e do aumento do número de incumprimentos dos clientes, particularmente se as medidas de apoio forem descontinuadas”, refere Maria Rivas, vice-presidente sénior da DBRS Morningstar Financial Institutions, citada em comunicado.

Os autores do estudo concluíram que “os bancos europeus reportaram uma duplicação das provisões para perdas com empréstimos em 2020 em comparação com o ano anterior, levando a um aumento material dos custos de risco dos bancos no ano passado”.

“O elevado custo do risco refletiu largamente a atualização dos modelos de crédito para incorporar o choque económico no primeiro semestre de 2020 e a maioria dos bancos reportou subsequentemente níveis significativamente mais baixos de provisões no terceiro e quarto trimestre”, precisa ainda a agência de ‘rating’.

Contudo, a DBRS considera que “as métricas de qualidade de ativos dos bancos têm mostrado pouco impacto até à data e uma grande proporção dos bancos reduziu o crédito malparado (NPL – Non-Performing Loans) em 2020 face ao ano anterior”.

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