Autoeuropa retoma produção após paragem por falta de chips

  • Lusa
  • 29 Março 2021

Suspensão temporária da produção, durante uma semana, terá provocado uma “perda de 5.700 automóveis” à unidade de Palmela.

A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, retoma esta segunda-feira, 29 de março, a produção de automóveis, que tinha sido interrompida no passado dia 22 de março, devido à falta de semicondutores, confirmou à Lusa fonte da empresa.

De acordo com os números divulgados pela fábrica do grupo Volkswagen em Palmela, a suspensão temporária da produção, durante uma semana, terá provocado uma “perda de 5.700 automóveis”.

A Volkswagen Autoeuropa cancelou todos os turnos de produção entre os dias 22 e 28 de março devido à falta de semicondutores no mercado, um problema que já se faz sentir há algum tempo no setor automóvel, mas que, até agora, ainda não tinha obrigado a nenhuma suspensão de produção na fábrica de Palmela, no distrito de Setúbal.

No último trimestre de 2020, o Grupo Volkswagen tinha já criado uma “task force” com o objetivo de minimizar o impacto da escassez global de semicondutores nas suas fábricas.

A Volkswagen Autoeuropa iniciou este ano de 2021 a operar na sua máxima capacidade, tendo apenas ajustado os turnos de produção durante duas semanas, em função do encerramento dos estabelecimentos de ensino, a que se seguiu agora esta paragem devido à falta de matéria-prima.

A fábrica da Autoeuropa, com 5.282 colaboradores, dos quais 98% com vínculo permanente, produziu 192.000 automóveis e 20 milhões de peças para outras fábricas do grupo alemão em 2020, que representam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 4,7% das exportações portuguesas.

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Atualizações, parcerias ou carga podem dar 665 milhões à TAP em receitas adicionais

Companhia aérea preferiu uma abordagem conservadora e contemplou no plano de reestruturação apenas um ganho até 115 milhões de euros. Os outros 500 milhões são um bónus que pode ser desbloqueado.

A TAP está à espera de aprovação da Comissão Europeia para avançar com um plano de reestruturação focado em cortar custos operacionais e de pessoal. No entanto, o documento enviado para Bruxelas, a que o ECO teve acesso, aponta cinco medidas — que passam por atualizações de sistemas, parcerias comerciais ou aposta no segmento de carga — com potencial para gerar receitas adicionais entre 490 a 665 milhões de euros.

No domínio do aumento das receitas, o plano identifica cinco vetores principais, a começar pela atualização dos sistemas e processos, que poderá alcançar melhorias na receita marginal até 15%, através do aumento do rendimento proveniente do maior controlo e ferramentas e “fechando a lacuna histórica da tarifa média da TAP”. Só esta medida tem um potencial identificado entre 350 e 450 milhões de euros.

Há também a possibilidade de receitas de novas parcerias, com benefícios de uma “abordagem de mercado alinhada”, e da colaboração mais estreita com parceiros existentes como acordos de partilha de código aprimorados) que pode gerar entre 70 e 100 milhões. A terceira proposta prende-se com iniciativas comerciais cruzadas (vendas, marketing, acessórios e fidelidade) que permitam melhorar a experiência dos passageiros, alavancando marketing e vendas para impulsionar a oferta personalizada, sendo que preços dinâmicos e a alavancagem da fidelização podem fomentar a receita marginal acessória entre 10% e 20%. São mais 20 a 45 milhões de euros.

Está ainda prevista uma aposta na carga para “fortalecer a relação com os clientes atuais e alavancar os aviões de carga” (dois A330-200 ou A332) potenciando a presença da TAP Cargo na Península Ibérica através dos atuais clientes, que pode gerar 50 a 70 milhões.

Por último, no segmento de maintenance and engineering (M&E), a ideia é crescer em companhias aéreas terceirizadas por meio de novos pedidos de proposta (RFP) e do segmento de carga, mas também aumentar as receitas do locador, alavancando as negociações de gestão da frota. Aumentar a participação do material usado operacional em motores reparados poderá igualmente melhorar as margens. Neste caso o impacto prende-se com o dinamismo do mercado de operações e não com receitas adicionais.

Ainda assim, as restantes quatro medidas acumulam um potencial de receitas adicionais na ordem dos 490 a 665 milhões de euros, mas a TAP preferiu uma abordagem mais conservadora e contemplou no plano apenas 70 a 115 milhões de euros. Os outros 500 milhões são uma espécie de bónus que pode ainda ser desbloqueado.

A proposta desenvolvida pelo Governo, TAP e pela consultora BCG foi enviada pelas autoridades portuguesas para a Comissão Europeia a 10 de dezembro (último dia do prazo para ser feito) e aguarda ainda aprovação. O ministro Pedro Nuno Santos disse, na semana passada, que esse passo — fundamental para desbloquear mais financiamento público à TAP — poderá ser dado apenas em maio.

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TAP espera encaixar 35 milhões com oito aviões. Admite vender 11

Companhia vai operar, em 2025, uma frota com 99 aeronaves. Os ATR desaparecem, enquanto os Airbus perdem peso. Será feita uma aposta nos E-Jets, os jatos mais eficientes da Embraer.

A TAP está prestes a fechar a venda de oito aviões Airbus 320, esperando um encaixe financeiro entre 35 e 40 milhões de euros. O valor está presente na proposta de plano de reestruturação enviada para a Comissão Europeia, a que o ECO teve acesso. Esta operação faz parte do redimensionamento da frota que a companhia aérea está a levar cabo para se adaptar ao impacto da pandemia na procura por viagens. No fim do período, em 2025, a frota será composta por 99 aviões.

O “phase-out acelerado de oito A320fam em 2020″ é uma das medidas de poupança de fluxo de caixa que a TAP apresenta à Comissão Europeia como estando já a tentar implementar. Refere que “prevê-se 35 a 40 milhões de euros em valor incremental da venda” das aeronaves. “O impacto será em janeiro de 2021, data esperada para finalizar a venda. Não inclui custos de manutenção a serem poupados em períodos futuros de cerca de 35 milhões de euros“, explica.

Não foi ainda em janeiro, segundo apurou o ECO, mas o negócio está prestes a ser fechado com um comprador que ainda não é conhecido. Esta poderá não ser a única alienação já que o plano de reestruturação prevê que o mesmo está a ser estudado com 11 aeronaves.

As vendas estão a ser acompanhadas de outras medidas de redução da frota. A TAP cancelou encomendas que tinham sido feitas, negociou a devolução de alguns aviões e acordou com a Airbus adiar a entrega de 15 novos aviões para 2022, adiando encargos de mil milhões de dólares.

Temos uma companhia aérea que está sobredimensionada. Não podemos manter uma dimensão artificial que não tem neste momento procura”, dizia o ministro Pedro Nuno Santos ainda em novembro. Um mês depois, aquando da apresentação do plano, dizia que “temos de reduzir a dimensão da empresa, mas sabemos que há um número mínimo”.

A estratégia pós-Covid será focada no hub, ou seja, nas ligações intercontinentais e longo curso. A aposta é no longo curso, mas também na TAP Express (antiga Portugália). Esta dupla estratégia reflete-se na recomposição da frota. Logo no início há uma forte quebra para 88 aviões (de 108 em 2020) que vai sendo recuperada ao longo do período do plano de reestruturação. Os ATR desaparecem, enquanto os Airbus perdem peso. A recuperação da frota é feita através de E-Jets, os jatos da Embraer (conhecidos pelos menores custos) que chegaram a Portugal em 2016 pela mão da TAP Express.

A TAP deverá assim chegar a 2025 a operar 99 aviões, se a o plano avançar nestes termos. A proposta desenvolvida pelo Governo, TAP e pela consultora BCG foi enviada pelas autoridades portuguesas para a Comissão Europeia a 10 de dezembro (último dia do prazo para ser feito) e aguarda ainda aprovação. O ministro Pedro Nuno Santos disse, na semana passada, que esse passo — fundamental para desbloquear mais financiamento público à TAP — poderá ser dado apenas em maio.

Projeções para a frota da TAP até 2025

Fonte: proposta de plano de reestruturação para a TAP

 

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TAP diz a Bruxelas que custos com pessoal vão ser 200 milhões mais baixos no final da reestruturação

A companhia aérea promete cortar mais de metade dos custos com pessoal até 2022, face ao período pré-Covid. No ano seguinte, começará a aumentar os gastos novamente.

O corte de custos com pessoal é um dos pilares do plano de reestruturação da TAP, que foi enviado pelo Governo português e ainda está a ser analisado pela Comissão Europeia. O documento a que o ECO teve acesso indica que, após a implementação do plano, o gasto da companhia aérea com trabalhadores será inferior em 200 milhões de euros face a 2019.

“Para ser competitiva, a TAP tem uma meta de poupança de cerca de 230 a 300 milhões de euros por ano em comparação com uma evolução inerte dos custos“, refere a companhia aérea na proposta de plano de reestruturação. No total do período entre 2020 e 2025 é apontada uma poupança de 1,4 mil milhões de euros.

A companhia aérea promete assim a Bruxelas cortar custos até 2022, ano em que espera gastar 360 milhões de euros. A concretizar-se, representa uma queda de 51,5% face aos 743 milhões de euros de 2019. No ano seguinte este indicador começa a subir novamente, atingindo 545 milhões de euros em 2025. Ou seja, 200 milhões de euros abaixo do período pré-Covid. Sem reestruturação, a TAP estimava ultrapassar o custo de 2019 em 2025, em 30 milhões de euros, o que diz serem níveis “insustentáveis” na comparação com as receitas.

Custos laborais da TAP com ou sem reestruturação

Fonte: Proposta de plano de reestruturação da TAP

Os cortes são conseguidos com uma conjugação de medidas. A primeira é uma redução salarial que (para a generalidade dos trabalhadores) é de 25% em 2021 a partir de uma garantia mínima de 1.330 euros. Para pilotos, por exemplo, é de 50%, enquanto os membros do conselho de administração recebem menos 30%. A equipa de gestão já o sentiu no salário de fevereiro e os restantes funcionários irão senti-lo no fim deste mês.

A TAP e os sindicatos acordaram igualmente uma série de medidas voluntárias com este objetivo: rescisões por mútuo acordo, reformas antecipadas, pré-reformas, trabalho a tempo parcial e licenças sem vencimento, cuja adesão foi possível até à semana passada e que serão efetivadas a 31 de março. Com estas medidas, passou a estar prevista a saída de 800 pessoas das várias categorias profissionais (menos de metade da meta inicial de 2.000 pessoas).

Ainda antes de ser feito qualquer despedimento coletivo, já saíram cerca de 1.200 trabalhadores da TAP através da não renovação de contratos a prazo. Com esta opção de não renovar contratos a prazo, a companhia aérea dizia a Bruxelas que ia conseguir poupar 20 milhões de euros.

Por último, a TAP recorreu ao regime de lay-off simplificado, no qual os trabalhadores viram o número de horas trabalhadas e respetiva remuneração reduzida, enquanto a empresa recebeu apoio da Segurança Social para pagar os salários e benefícios fiscais. Nos dois meses do ano passado em que esteve em lay-off (antes de aderir ao regime da retoma progressiva), a poupança foi de 130 milhões de euros, revela o plano. Em março deste ano, a TAP avançou com um novo processo de lay-off clássico que estará em vigor durante 12 meses.

Já foram poupados 230 milhões e mais 161 milhões adiados

O lay-off ou a saída de trabalhadores temporários são algumas das medidas de poupança de fluxo de caixa que a TAP apresenta à Comissão Europeia como estando já a tentar implementar. Mas não as únicas, contando-se também a venda de oito aviões A320, a reconfiguração de aviões para carga, renegociação do parqueamento de aviões no aeroporto de Lisboa ou a redução do orçamento para IT.

No total, são 230 milhões em poupanças de fluxo de caixa, a que se juntam 161 milhões em adiamentos de caixa (entre 157 milhões em deferimentos de pagamentos a lessors e 14 milhões de leasings financeiros). Uma das opções que terá maior impacto é a renegociação com a Airbus para adiar a entrega (e respetivo pagamento) de 15 aviões de 2020 para 2022, com um impacto de mil milhões de dólares.

Por último, é ainda prometida uma reestruturação da dívida, com vista a prolongar maturidades, depois de a adesão às moratórias bancárias ter permitido poupar 12 milhões de euros em 2020. A proposta desenvolvida pelo Governo, TAP e pela consultora BCG foi enviada pelas autoridades portuguesas para a Comissão Europeia a 10 de dezembro (último dia do prazo para ser feito) e aguarda ainda aprovação. O ministro Pedro Nuno Santos disse, na semana passada, que esse passo — fundamental para desbloquear mais financiamento público à TAP — poderá ser dado apenas em maio.

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Bosch é a empresa vencedora do Pessoas Award na categoria “Felicidade”

Fazer com que os colaboradores se sintam felizes é uma prioridade para a tecnológica, que tenta sempre implementar medidas e políticas que aumentem o bem-estar e a motivação das suas pessoas.

A felicidade é um tema central na Bosch, e por isso mesmo é a empresa vencedora do Pessoas Award nessa categoria, que disputou juntamente com a Brisa e a Pipedrive. Para o júri do concurso, a escolha da Bosch tem muito a ver com os processos implementados pela empresa com o objetivo de aumentar o bem-estar e a saúde, física e mental, dos colaboradores.

“Como indústria, dificilmente encaixaria numa lógica de empresa feliz, mas [a Bosch] adotou uma série de processos que fazem com que seja exímia na integração dos seus colaboradores e um exemplo no sentido de haver uma evolução, na carreira e na felicidade, dos trabalhadores numa empresa industrial”, destaca o júri dos prémios.

Cláudia Ribeiro da Silva é administradora da Bosch em Lisboa.

“O que nos interessa é que as pessoas estejam bem, façam a sua própria gestão de tempo e sejam autónomas”

Acolher bem e fazer com que todos os colaboradores se sintam felizes é uma prioridade para a tecnológica. “Tentamos sempre ir ao encontro daquilo que os colaboradores desejam para equilibrar a sua vida profissional e a sua vida privada”, começa por dizer Cláudia Ribeiro da Silva, administradora da Bosch em Lisboa.

Além de encontros anuais para receber feedback das equipas e saber o que há a melhorar, a empresa tem feito um grande esforço para incluir atividades e espaços lúdicos dentro do local de trabalho e que podem ser usados pelos colaboradores durante o horário laboral. Ginásio, médico, aulas de ioga e de fitness, campo de ténis e de futebol são apenas alguns dos benefícios que a Bosch oferece aos colaboradores, promovendo momentos de “descontração dentro do período do trabalho”.

Para Cláudia Ribeiro da Silva, as horas em que os colaboradores estão na empresa a trabalhar não podem ser demasiado “pesadas” ou com demasiado “stress”. “O que nos interessa é que as pessoas estejam bem, façam a sua própria gestão de tempo e sejam autónomas”, afirma.

Agora, num contexto completamente diferente, toda esta dinâmica passou para o plano virtual, trazendo vários desafios à felicidade. “Já sem pandemia é difícil [gerir a felicidade das pessoas] porque nunca chegamos a 100% da satisfação. Agora, tem sido um desafio transportar estes campos de futebol ou estes médicos para o virtual. É dificílimo”, assume a administradora, acrescentando que a partilha tem sido fundamental.

“Desde o princípio que tentamos fazer com alguma regularidade pequenas reuniões para saber como é que os nossos colaboradores se sentem, conhecer qual o mal-estar e partilhar problemas”, refere. “Ver que não éramos os únicos e que estavam todos com os mesmos problemas alivia cada um deles”, remata.

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Ranking: Estes são os 50 maiores agentes de seguros em Portugal

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2021

Juntos obtiveram quase 100 milhões de euros de comissões por vendas de seguros a particulares e empresas. Há grandes grupos, mas há também profissionais que são os campeões de vendas. Veja a lista.

A Myseguros, da Teleperformance, é a maior sociedade mediadora em Portugal, segundo dados recolhidos pela Informa D&B e por ECO Seguros relativos ao ano de 2019. A Mercer, do grupo Marsh McLennan, foi a segunda maior atingindo um valor de 4,4 milhões de euros de negócios com seguros, ficando o terceiro lugar para o agente Paulo Peixoto, um comerciante de automóveis da Maia, Porto, que faturou em seguros cerca de 4,2 milhões de euros.

No top 50 encontram-se empresas que ligam os seguros a outros negócios, como a EDP que faculta aos seus clientes seguros para assegurar pagamentos de faturas, de assistência e saúde. Ou a Benfica Seguros e a Porto Seguro que asseguram, entre outros clientes, os serviços às SAD do SL Benfica e FC Porto, cujos prémios por acidentes de trabalho de profissionais de futebol representam uma faturação relevante. Ainda se podem ver os agentes da Leaseplan, Santogal, Renault ou Cofidis.

TOP 50: As maiores de 1 a 25…

 

As corretoras, não abrangidas neste ranking, que formalmente têm de ser independentes em relação a qualquer seguradora, são livres de participar em mediadoras que por acréscimo mantêm a sua independência. No top 50 está a MDS Auto, em que o grupo líder da corretagem em Portugal se junta à Salvador Caetano – Auto e também controla a Iberosegur. O Grupo Villas Boas está com a ACP na 11ª maior mediadora, mas também tem interesses na CSB, na Corbroker Norte e na JRC. A F.Rego controla a WWI. A APRIL, a maior corretora francesa, está normalmente bem colocada em 8º lugar através da sucursal em Portugal.

As mediadoras também representam seguradoras, algumas sem exclusividade. A Innovarisk, que é de facto uma MGA (Managing General Agent), com poderes atribuídos por seguradoras para aceitar riscos, é quem faz a ponte com a britânica Hiscox e é ainda coverholder da Lloyd’s mas é formalmente um agente. Também a MGEN, uma seguradora francesa da área da saúde, canaliza o seu negócio através da Europamut.

Ainda sobram as mediadoras criadas por profissionais e que cresceram, normalmente devido ao empenho dos seus sócios. A Vitorinos, a Portinsurance, S.G.S., Nacional Gest, RT Global, Medal, Bónus, EXS, Certezza, AQS, Filipe Castro, Joana & André, ASAL, e Vis a Vis são exemplos no top 50.

Ainda existem mediadoras com relevo que operam exclusivamente para uma só seguradora. Allseg e Coolseg estão ligadas à Fidelidade e a Quercia III à Ageas Seguros.

O ranking apresentado lista um mercado muito pulverizado. Segundo dados da ASF, entidade reguladora, no final de 2020 estavam ativos em Portugal 15.831 distribuidores de seguros, dos quais 15.743 eram agentes (antes apenas designados por mediadores) e desses 3.572 eram empresas. Mediadores a título acessório, isto é, empresas ou pessoas individuais que também vendem seguros em acumulação com outra atividade eram 6. Corretores, uma outra categoria de distribuidor mais exigente do ponto de vista de capital, recursos técnicos e responsabilidades, eram 67.

… E de 26 a 50

Os agentes concentram a maior parte das vendas de seguros em Portugal. Segundo dados da APS – associação das seguradoras – relativamente a canais de distribuição, em 2019 os agentes foram responsáveis por 69,4% da produção do Ramo Vida e de 61,8% pelo ramo Não Vida. No total significa que os agentes/mediadores são responsáveis por um valor de vendas superior a 8 mil milhões de euros no ano. Se a estes se juntar os mediadores a título acessório, verifica-se que a mediação é responsável por mais de 83% das vendas de seguros em Portugal.

Os agentes, mediadores e corretores estão representados pela APROSE- Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, com sede no Porto, que reúne cerca de dois mil membros. Destes, mais de metade têm presenças no TOP 50.

Os 50 maiores agentes de seguros, segundo dados de 2019 são:

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Ramo Automóvel e valor de Prémios lideraram reclamações nos seguros em 2020

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2021

Reclamações entradas na ASF diminuíram face a 2019. Saúde e Incêndio e outros Danos contrariaram tendência. Excecionalidade vivida em 2020 aumentou conflitos sobre prémios e conteúdo das coberturas

A síntese anual da Autoridade de Supervisão sobre Gestão de Reclamações no setor dos seguros evidencia os efeitos da pandemia (Covid-19) e do confinamento no que respeita aos ramos mais reclamados, ao assunto/tema das reclamações e, de alguma forma, a evolução dos indicadores relativos ao número de processos pendentes e encerrados, além da maior utilização do livro de reclamações eletrónico.

Durante o ano foram encerradas 9 201 reclamações, o que representa um decréscimo de 2,3% face aos resolvidos no ano anterior, indica o Relatório de Gestão de Reclamações com referência a 2020.

Não Vida concentra quase 90% das reclamações. Seguro auto o mais reclamado

No que se refere aos processos encerrados no ano passado, o conjunto de reclamações com maior expressão diz respeito aos ramos Não Vida (2020: 87%; 2019: 89%), assumindo o seguro automóvel o maior destaque (42% das reclamações concluídas). No contexto de pandemia, confinamento e, num ano marcado pelo regime de excecionalidade, o ramo automanteve-se dominante, conforme tendência dos anos anteriores (2019: 49%). Em termos relativos, assinala-se ainda o aumento do peso do seguro de incêndio e outros danos (+ 5 p.p.) e do crescimento de reclamações nos seguros Saúde.

Fonte: ASF – Relatório de Gestão de Reclamações 2020

Em relação ao ramo Vida e fundos de pensões, este segmento representou 12% do total dos processos de reclamação concluídos, com destaque para as reclamações relacionadas com seguros de vida, que mantêm um peso de 8%.

Tema e assunto da reclamação apresentada pelo tomador

No âmbito das matérias subjacentes aos processos de reclamação concluídos, “não existem alterações face aos anos anteriores”, nota a ASF destacando as temáticas relacionadas com o “Sinistro” (59%) e o “Conteúdo /Vigência do Contrato” (21%). Dentro da matéria “Sinistro”, sobressaem como principais motivos para a apresentação da reclamação, a “Regularização do sinistro” (35%), a “Definição de responsabilidades” (32%) e a “Indemnização” (30%).

Fonte: ASF – Relatório de Gestão de Reclamações 2020

No entanto, comparativamente com 2019, o regulador assinala a particularidade da redução do peso dos assuntos relacionados com a matéria “Sinistro” e o aumento, em termos de representatividade, dos assuntos associados à “Formação do contrato” e ao “Prémio”, no contexto de acionamento de coberturas e de diminuição do risco em resultado do confinamento e da redução da atividade empresarial decorrentes da pandemia.

Das reclamações concluídas, “
73% foram apresentadas pelo cliente do operador, maioritariamente na qualidade de tomador do seguro, representando as reclamações apresentadas por terceiros, lesados ou beneficiários de contratos de seguro, 23% dos processos concluídos”.

Livro de Reclamações Eletrónico cresce em utilização

No ano passado, deram entrada na ASF 8 549 processos de reclamação, menos 14% em comparação com 2019. A redução explica-se, por um lado, pelas “medidas de confinamento tomadas a partir de meados de março, evidenciada por uma quebra no número de reclamações em especial entre abril e junho. Por outro lado, a diminuição reflete também “melhorias introduzidas nos procedimentos de reclamação junto da ASF no sentido de privilegiar o primeiro contacto com o operador, que reduziram o número de reclamações apresentadas diretamente”. Assim, o número de processos pendentes no final de 2020 foi também inferior em 652 face ao do ano precedente (3 854 contra 4 506), indica a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Relativamente à via utilizada para a apresentação das reclamações, observou-se um aumento das reclamações apresentadas através do Livro de Reclamações, que passou a representar 52% das reclamações recebida em 2020. Em particular, merece destaque o Livro de Reclamações Eletrónico, que passou a constituir o meio mais utilizado pelos reclamantes, abrangendo um total de 3 307 reclamações (39% das reclamações recebidas). Neste capítulo, a ASF refere que o Livro de Reclamações Eletrónico apenas entrou em vigor em julho de 2019.

Reclamações concluídas por tipo de operador e desfecho dos processos

Através dos dados analisados foi possível confirmar que as empresas de seguros continuam a ser os operadores com maior percentagem de processos de reclamação, sendo naturalmente as empresas nacionais dominantes neste âmbito (6 916 reclamações num total de 9 201).

Fonte: ASF – Relatório de Gestão de Reclamações 2020

 

Relativamente à aferição no âmbito da utilização das estruturas de governação dos operadores para o tratamento de reclamações, “e apesar das medidas tomadas pela ASF, atrás mencionadas, mantém-se a elevada percentagem de processos que não foram previamente avaliados pela entidade objeto da reclamação (61%)”, admite o organismo presidido por Margarida Corrêa de Aguiar.

Quanto ao sentido do desfecho, “este foi favorável ao reclamante em 42% dos casos. No entanto, o número relativo de reclamações com desfecho favorável aumenta quando o reclamante se dirige à ASF após o recurso às estruturas de governação dos operadores para tratamento de reclamações (46% vs. 39%)”.

A análise detalhada às situações de desfecho desfavorável para o consumidor, sem recurso prévio às estruturas de governação dos operadores, “revela que em 93% das situações a posição assumida pelo operador encontrava-se legal ou contratualmente justificada”, acrescenta a Supervisão.

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Allianz compra negócio da Aviva na Polónia por 2,5 mil milhões

  • ECO Seguros
  • 28 Março 2021

Com a transação, o grupo germânico consolida como 5º maior operador na Polónia em volume de prémios, sendo 2º no ranking Vida. Ao mesmo tempo, reforça liderança na região CEE (Central Eastern Europe).

O grupo Allianz SE acordou a aquisição das operações da Aviva Plc na Polónia. Desembolsando 2,5 mil milhões de euros pela totalidade do negócio, a companhia alemã assumirá o controlo da atividade Vida e não-Vida, além do negócio de pensões e a atividade de gestão de ativos, mais 51% de cada uma das empresas conjuntas (joint ventures) que a seguradora britânica detém na área de bancassurance com o grupo Santander.

De acordo com um comunicado da seguradora alemã que, já em março deste ano, acordou pagar 330 milhões pelos 51% da Aviva SpA (negócio de seguros gerais que a britânica detinha em Itália), a transação no mercado polaco permite à Allianz consolidar como 5º maior operador na Polónia em volume de prémios (2º maior do ranking local no ramo Vida), ao mesmo tempo que reforça a posição de liderança na região CEE (Central Eastern Europe), onde será #2 m termos de lucros operacionais, salienta a companhia alemã em comunicado.

“Combinando a nossa experiência em seguros e forte investimento em inovação tecnológica e digital, os clientes beneficiarão dos nossos produtos inovadores e serviço excecional”, afirmou Oliver Bäte, CEO da da Allianz SE.

Contando que a aquisição obtém as necessárias autorizações dos reguladores num prazo de 12 meses, a Allianz estará em condições de acelerar o crescimento na região Centro e Este da Europa e ganhar escala na Polónia, um mercado de 38 milhões de habitantes e o maior da CEE.

A aquisição do negócio Aviva irá reacender o crescimento na Polónia e produzir um efeito de escala em toda a região CEE”, disse Klaus-Peter Roehler, membro do Conselho de Administração da Allianz SE e responsável de Seguros nos mercados de língua alemã e da Europa Central e Oriental.

Com a aquisição, a Allianz prevê duplicar as suas receitas no mercado polaco, podendo igualmente balancear melhor o seu posicionamento no que concerne ao mix Vida e não Vida. O grupo alemão pretende focar-se no negócio Vida e tirar proveito do potencial dos agentes locais (e da rede de balcões do banco Santander) para melhorar margem operacional.

Com a alienação da Aviva Poland, a companhia britânica completa o programa de desinvestimentos com objetivo de reestruturar o portefólio. Concretizando oito transações, encaixou cerca de 8,8 mil milhões de euros em menos de 12 meses.

Com o plano de desinvestimentos concluído, a companhia liderada por Amanda Blanc vai centrar a atividade operacional nos (seus) três mercados mais fortes (Canadá, Irlanda e Reino Unido), os quais são o foco de respetiva estratégia futura para crescer e liderar.

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Marcelo contraria António Costa e promulga apoios sociais urgentes

  • ECO
  • 28 Março 2021

O Presidente da República contrariou a posição de António Costa e promulgou três diplomas sobre apoios sociais urgentes. O Governo poderá pedir a fiscalização de constitucionalidade dos diplomas.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou os três diplomas extraordinários relativos a medidas de apoio social urgentes, nomeadamente a trabalhadores independentes, e passa assim para o Governo a decisão de suscitar um “pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade”. Para o Presidente da República, “os três diplomas em análise implicam potenciais aumentos de despesas ou reduções de receitas, mas de montantes não definidos à partida, até porque largamente dependentes de circunstâncias que só a evolução da pandemia permite concretizar. E, assim sendo, deixando em aberto a incidência efetiva na execução do Orçamento do Estado“.

Em causa estão diplomas que alargam os apoios sociais a sócios-gerentes e trabalhadores independentes, aos profissionais de saúde e ainda de apoios a 100% aos pais em teletrabalho com filhos em casa, e que foram aprovados no parlamento a 3 de março com os votos favoráveis de toda a oposição. O primeiro-ministro tinha avisado que estes diplomas violam a Constituição por pôr em causa a chamada lei-travão, o artigo 167.º, n.º 2, que limite medidas que impliquem aumento de despesas ou redução de receitas num determinado exercício orçamental.

O Presidente da República considera, de resto, no ponto 5º do comunicado que revela a promulgação destes diplomas, que “o próprio Governo tem, prudentemente, enfrentado a incerteza do processo pandémico, quer adiando a aprovação do Decreto de Execução Orçamental, quer flexibilizando a gestão deste, como aconteceu no ano 2020“. Assim, escreve Marcelo, “neste caso, como noutros, no mandato anterior, há uma interpretação conforme à Constituição. A interpretação que justifica a promulgação dos presentes três diplomas é simples e é conforme à Constituição: os diplomas podem ser aplicados, na medida em que respeitem os limites resultantes do Orçamento do Estado vigente”.

Marcelo recorre, também, às diferentes votações do PS nos três diplomas — “o partido do Governo” — para justificar a sua posição. “É visível o sinal político dado pelas medidas em causa, e não se justifica o juízo de inconstitucionalidade dessas medidas. O que, aliás, parece ser confirmado pela diversa votação do partido do Governo em diplomas com a mesma essência no conteúdo, ora abstendo-se ora votando contra”.

Dos três diplomas em causa, o mais relevante em termos orçamentais é o relativos aos trabalhadores independentes cuja atividade esteja suspensa ou encerrada por imposição legal ou administrativa, que varia entre 291,4 euros e 665 euros. O cálculo dessa prestação parte hoje da base de incidência contributiva registada nos últimos 12 meses, mas o Parlamento aprovou uma alteração à legislação que determina que deverá ter por base, em alternativa, o rendimento médio anual mensualizado do trabalhador no ano de 2019.

Agora, caberá ao Governo decidir se pede a fiscalização sucessiva da constitucionalidade destes três diplomas, ou de algum deles em concreto. Mas como o ECO já noticiou, isso não impedirá necessariamente a sua entrada em vigor. Nada impedirá que o reforço dos apoios chegue ao terreno, tendo a Segurança Social de passar a pagar os valores atualizados, já que, enquanto decorre, a fiscalização do Tribunal Constitucional não suspende as normas.

Enquanto o Tribunal Constitucional estiver a analisar a potencial inconstitucionalidade das normas da lei, estas não estão suspensas e como tal aplicam-se“, salienta Tiago Duarte, sócio da PLMJ. Já José Luís Moreira da Silva, sócio da SRS, acrescenta, por sua vez, que a decisão do Tribunal Constitucional “pode demorar bastante”. Por exemplo, a esquerda pediu há mais de ano e meio a fiscalização sucessiva de algumas normas da lei laboral e até agora não obteve uma decisão sobre a sua constitucionalidade.

Os advogados frisam, contudo, que se o Tribunal Constitucional entender que o reforço dos apoios é inconstitucional, os beneficiários dessas medidas (neste caso, pais em teletrabalho e trabalhadores independentes castigados pela pandemia) poderão vir a ter de devolver os valores referidos. Isto “salvo se o Tribunal Constitucional vier a considerar as normas inconstitucionais mas não obrigar as pessoas a devolverem os apoios já recebidos“, afirma Tiago Duarte.

Marcelo recorda o contexto económico e social do país e pede entendimentos políticos que impeçam alguma crise. “De um lado, não há Governo com maioria parlamentar absoluta, sendo essencial o cumprimento da legislatura de quatro anos. Do outro lado, os tempos eleitorais podem levar, por vezes, as oposições a afrontamentos em domínios económicos e sociais sensíveis. Compete ao Presidente da República sublinhar a importância do entendimento em plenas pandemias da saúde, da economia e da sociedade“. E acrescenta, quer sensibilizar o Governo para o diálogo com as oposições e avisa os partidos da oposições que “ninguém ganharia com o afrontamento sistemático, potencialmente criador de uma crise lesiva para Portugal e, portanto, para os Portugueses“.

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IV Congresso Nacional de Insolvência e Recuperação, da APDIR: “Não haverá uma economia nova, haverá a retoma da economia”

  • ADVOCATUS
  • 28 Março 2021

O IV Congresso Nacional de Insolvência e Recuperação da APDIR – realizado na 6ª-feira em parceria com a Advocatus - levou os prós e contras das medidas em vigor de apoio aos empresários e famílias.

Ao longo das seis horas do IV Congresso Nacional de Insolvência e Recuperação, foram debatidos temas que abordaram a situação atual das empresas, com referência às medidas de reestruturação decididas pelo governo, mas também com o foco economia pós-pandemia, nomeadamente a revitalização e recuperação empresarial. Bem como a situação das pessoas singulares. Um evento que teve a parceria do ECO e Advocatus.

Ana Filipa Conceição, docente no Instituto Politécnico de Leiria, David Sequeira Dinis, sócio na Uría Menéndez – Proença de Carvalho, Eduardo Nuno Moniz, Partner e CEO da 3T Finance, Mafalda Ferreira Santos, sócia na Sérvulo & Associados, Magda Fernandes, sócia na Morais Leitão, Paula Franco, Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Ricardo Silva Pereira, advogado na Linklaters, Sandra Amorim, advogada na RSA LP e Sandra Mendeiros, diretora de Revitalização do IGFSS foram os nove oradores que marcaram presença no evento coordenado pelo advogado Paulo Valério e moderado por António Raposo Subtil.

Dentro dos temas abordados no evento, destacaram-se o Processo Extraordinário de Viabilização de Empresa (PEVE), o Processo Especial de Revitalização (PER), o Processo Especial para Acordo de Pagamento (PEAP) e o Sistema Público de Apoio à Conciliação no Sobre-Endividamento (SISPACSE).

A sessão foi encerrada por António Mendonça Mendes, Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, que se mostrou confiante quanto à resiliência das empresas e ao sucesso que as medidas de reestruturação vão ter na retoma dos setores ao mercado.

Moratórias, lay-off, linhas de crédito – qual o objetivo?

Sandra Amorim, advogada na RSA LP, foi a oradora a abrir o debate e começou logo por falar sobre os instrumentos de recuperação da pandemia. “Convém olhar para os instrumentos e questionar se são adequados para a recuperação das empresas”, começou por dizer.

Neste ponto, foram ainda referidas as moratórias e os regimes de lay-off como algumas das soluções dadas pelo governo para ajudar famílias e empresas a sobreviverem ao período pandémico, no entanto, a advogada ressalvou a necessidade de haver uma preparação para o impacto que o fim das medidas presentes na nova legislação vão trazer.

“Grande parte das empresas portuguesas já apresentavam problemas financeiros antes da pandemia. Agora, esses problemas pioraram porque, seja através do acesso às moratórias ou às linhas de crédito, o endividamento das empresas aumentou e, quando isto acabar, o número de insolvências vai crescer”, concluiu.

Nesse sentido, Sandra Amorim aconselha as empresas a antever a situação em que se vão encontrar quando já não existirem estas medidas, de modo a que consigam planear a retoma do setor e criar estratégias para isso: “As empresas devem olhar para si e fazer um diagnóstico frontal e transparente da situação financeira atual e futura e, depois, discutir as possibilidades com os seus credores”.

Ainda dentro deste tema, David Sequeira Dinis, advogado – sócio na Uría Menéndez – Proença de Carvalho, abordou o tema da liquidação. “A liquidação é uma forma útil de recuperar a empresa, só que é preciso adequar o instrumento recuperatório à empresa e aos seus objetivos”, referiu.

David Sequeira Dinis considera que a liquidação não permite recuperar o empresário, mas permite recuperar a infraestrutura empresarial. O advogado ressalvou ainda que “é equívoco” opôr-se a liquidação à via do plano.

“A liquidação é, tendencialmente, mais rápida e menos complexa, enquanto que o plano pode demorar um a dois anos”, explicou. No entanto, considera que ambos devem ser considerados mediante o estado e situação de cada empresa e que, por isso, não se deve descartar um deles em detrimento de outro.

PEVE, PER E PEAP – o que são e o que os distingue?

É aqui que entram os tais processos especiais ou extraordinários, criados para pessoas singulares ou coletivas que estejam a passar dificuldades financeiras. No entanto, há determinados fatores que distinguem os três processos mais falados ao longo do debate, nomeadamente o PEVE, o PER e o PEAP.

O PER é o Processo Especial de Revitalização, que tem como finalidade permitir a uma empresa que esteja numa situação económica difícil ou em situação de insolvência iminente (mas que ainda seja possível de ser recuperada), negociar com os credores a fim de chegarem a um acordo que permita a sua revitalização.

O PEAP trata-se de um processo especial para acordo de pagamento, que serve exatamente para as mesmas situações que o PER, mas destina-se apenas a pessoas singulares. Aqui o objetivo é, também, estabelecer negociações com os credores do devedor, neste caso, particular.

Por fim, o PEVE, criado no ano passado, tem como destinatários empresas (que podem ser uma sociedade comercial, estabelecimento individual de responsabilidade limitada ou empresário em nome individual) em situação económica difícil ou de insolvência, iminente ou atual, em virtude da Covid-19.

Ora, ao olhar para as três definições, é possível entender-se que há muitas semelhanças entre elas, mas também há alguns pontos que divergem e que, por isso, podem fazer toda a diferença em casos práticos.

Sandra Amorim chegou mesmo a comparar o PEVE ao PER e a referir quais as principais vantagens em recorrer ao primeiro, em vez do segundo. “As vantagens de recorrer ao PEVE em detrimento do PER são três. Pode ser utilizado por empresas que já se encontrem em situação de insolvência atual, o insucesso das negociações com os credores não tem como escrutínio um processo de insolvência e, ainda, o facto do PEVE permitir que no plano de pagamentos a apresentar a credores públicos possa haver isenção de juros”, enumerou.

Ainda assim, a advogada não deixou de questionar a necessidade de se criarem tantos processos para a reestruturação económica de empresas ou pessoas singulares, em vez de se melhorar os que já existiam.

“O PEVE tem um período de vigência até 31 de dezembro de 2021 e integra a legislação de emergência, criada para fazer face à pandemia”, acrescentou Ricardo Silva Pereira, advogado na Linklaters que, ao contrário de Sandra Amorim, não vê o PEVE como mais um instrumento de recuperação, uma vez que, ao contrário dos outros, obriga a que os seus beneficiários tenham uma relação causal da situação em que se encontram com a pandemia. Portanto, por regra, ficam fora do PEVE pessoas coletivas cuja situação financeira se complicou por outros motivos que não sejam causados pelo período pandémico.

“O PEVE, ao contrário do PER, não conta com uma fase de reclamação de créditos. O PEVE inicia-se com um requerimento e com uma declaração que justifique a relação causal entre a pandemia e a situação da empresa e que mostre que tem as condições necessárias para viabilizar o processo”, rematou.

SISPACSE – solução ou confusão?

A verdade é que, além destes três processos, há ainda um Sistema Público de Apoio à Conciliação no Sobre-Endividamento (SISPACSE) que, de acordo com Ana Filipa Conceição, docente no Instituto Politécnico de Leiria (IPL), destina-se a “atacar as tendências do maior número de insolvências em Portugal, que são as pessoas singulares”.

É um sistema de ação voluntária, onde é criada a figura de um conciliador, que tem como missão fomentar um espaço de negociação pré-judicial entre o devedor e os credores aderentes, prevenindo o recurso a meios jurisdicionais de tutela de crédito.

Cabe à Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ), entidade que gere o SISPACSE, organizar listas públicas de conciliadores, que podem incluir mediadores dos sistemas públicos de mediação, os que realizam essas funções junto dos Julgados de Paz, advogados, solicitadores e entidades que prestem apoio no âmbito do sobre-endividamento (como é o caso, por exemplo, da DECO).

Apesar de poder ser uma solução para algumas situações, a docente do IPL considera que existem alguns problemas na criação deste sistema, que podem afetar negativamente a sua forma de atuação. Ana Filipa Conceição enumerou os três problemas que achou mais pertinentes, nomeadamente:

O SISPACSE ser um sistema de renegociação parcial de dívidas. Isto faz com que possa ser um sistema viável para empresários em nome individual, mas não tanto para consumidores.
Abranger um leque reduzido de dívidas, que implica outras negociações parciais, o que leva a uma menor eficácia. “Aqui há muita dispersão legislativa, que não é fácil para uma pessoa singular compreender”, constatou.
Competir com negociações coletivas e judiciais como a RERE, os Sistemas de Apoio ao Sobre-Endividamento na Ação Executiva, o PEAP e PER e, ainda, o Plano de Pagamentos. De acordo com a docente, isto faz com que, caso a pessoa já se encontre numa situação abrupta de endividamento, não vai para o SISPACSE, uma vez que, depois, terá de recorrer a outros processos, com os quais o sistema compete.
Ana Filipa Conceição vai de encontro à ideia já referida por Sandra Amorim, uma vez que considera que já existem muitos mecanismos para a mesma finalidade. “Eu sou completamente contra os ´não sei quantos´ mecanismos de reestruturação, quer de empresas, quer de singulares. A meu ver, devia-se repensar o SISPACSE e colá-lo ao Plano de Pagamentos”, sugeriu.

A par disso, a docente do IPL referiu ainda a necessidade de haver espaços destinados ao esclarecimento de dúvidas de pessoas/empresas insolventes ou em iminência de entrar em insolvência. “Ter um balcão de informação nos tribunais ou um sítio na internet onde as pessoas insolventes pudessem aceder a informação clara sobre o assunto era muito importante”, rematou.

A desvalorização do papel dos contabilistas certificados nas insolvências

Em todos os mecanismos de reestruturação apresentados no IV Congresso Nacional de Insolvência e Recuperação há um fator que lhes é comum: a falta de integração de um contabilista certificado nestes processos.

Paula Franco, Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), dá o exemplo do PEVE, que considera não ter cumprido todos os objetivos, uma vez que vê nele essa lacuna e outras: “O PEVE não impede que os bens da empresa não sejam penhorados ou que algum credor peça a insolvência da empresa. Além disso, falha, também, a colocação de um contabilista certificado como parte integrante do processo”.

No entanto, não é só o PEVE que tem esta “falha”. Paula Franco chegou mesmo a referir que, em Portugal, o contabilista certificado não é visto como um elemento importante para os processos de recuperação das empresas. Contudo, fez ver que tal ideia não podia estar mais errada. “O contabilista certificado é essencial em fases precoces e num estado preventivo, até porque pode antecipar algumas destas situações”, explicou.

De realçar que em Portugal há um mecanismo de alerta precoce do estado das empresas, que inclui uma série de checkups financeiros feitos pelo contabilista certificado. Este mecanismo serve para prever situações de dificuldades financeiras ou até riscos de insolvência. “É extremamente importante para evitar situações futuras indesejáveis, mas não serve para saber o que está a levar as empresas para essas situações. Quem sabe isso são os contabilistas certificados”, disse Paula Franco.

Portanto, nesse sentido, a bastonária da OCC referiu, ainda, que os contabilistas certificados podem dar o seu contributo tanto em situações preventivas como na reestruturação de empresas – através do PER e do PEVE, por exemplo -, desde que passem a ser considerados fundamentais no processo. “A parte financeira de uma empresa está, regra geral, entregue a um contabilista, portanto, incluir estes profissionais nestes processos é fundamental para perceber o que levou à situação atual e contribuir para a revitalização das empresas”, concluiu.

A intervenção da Segurança Social na regularização de dívidas

Sem dúvida que, no âmbito da revitalização das empresas, o papel desempenhado pela Segurança Social tem um peso considerável na regularização de dívidas, tanto de pessoas singulares, como coletivas.

Sandra Mendeiros, diretora na Direção de Revitalização do IGFSS, começou por dizer que a Segurança Social podia regularizar dívidas até 150 prestações mensais. Sendo que o “até” é muito importante, uma vez que nem todas as empresas necessitam de dividir o valor a pagar em tantos meses. “Depende da empresa e do valor que tem a pagar, o que pode justificar, ou não, o aumento do número de prestações”, explicou.

A diretora do IGFSS mencionou, ainda, as ´balizas´ que têm para apurar valores mensais, sujeitas, ainda assim, a avaliações concretas de cada caso: “Para pessoas singulares, a fronteira está nos 1535,84€. Se as dívidas da pessoa estiverem abaixo desse número, o valor mínimo mensal a pagar é de 10€, mas se a dívida estiver acima desse valor, a mensalidade mínima passa a ser de 25€. No caso de pessoas coletivas, a fronteira é mais alta – 13164,30€. Aqui, se a dívida estiver abaixo desse valor, a mensalidade mínima será de 200€ e, se ultrapassar o ´valor fronteira´, será de 435€”.

A Segurança Social pode, ainda, autorizar a redução condicionada de juros vencidos. Contudo, tal como o nome indica, a redução é condicionada porque está sujeita a condições de vigência, nomeadamente, o cumprimento do plano e o pagamento das prestações.

“Se tudo for cumprido, no fim do plano a empresa vai beneficiar da isenção de juros. Mas isto já não acontece se a empresa deixar de cumprir contribuições ou deixar de pagar mensalidades”, esclareceu, ainda, Sandra Mendeiros.

Neste âmbito foram, também, mencionados os capitais de risco como uma opção de ajuda para as empresas endividadas. Eduardo Nuno Moniz, CEO da 3T Finance, referiu que os capitais de risco investem em tudo, “sem fatores tabu”. Dessa forma, acabam por levar às organizações/pessoas em que investem, não só o capital, mas também o smart money.

“O problema é que, muitas vezes, os capitais de riscos não têm acesso a informação e aqui, os mecanismos de alerta, mencionados anteriormente, são importantes, mas também o pessoal das empresas, que deve fomentar redes para dar o conhecimento aos capitais de risco dessa necessidade e poderem, assim, revitalizar as empresas”, sugeriu o CEO.

Os prazos alargados de apresentação à insolvência e a falta de uma data de cessação

Mas, apesar de todos estes processos terem como objetivo evitar que as empresas ou pessoas singulares entrem em insolvência, a verdade é que muitas delas entraram nesse processo depois da pandemia eclodir. Para esses casos, ainda assim, também existem medidas excecionais.

Antes da pandemia estava previsto que um devedor deveria apresentar-se à insolvência nos 30 dias seguintes à data do conhecimento da situação de insolvência. No entanto, depois da situação pandémica, entrou em vigor, a 6 de abril de 2020, uma nova lei (artigo 6.º-A da Lei n.º1-A/2020), que prevê a suspensão desse prazo para as insolvências fruto da pandemia.

No entanto, apesar da lei atual pretender proteger o insolvente, Magda Fernandes, advogada – sócia na Morais Leitão, referiu que o facto de o devedor não ser obrigado a apresentar-se à insolvência no prazo dos 30 dias não impede que o credor intente um pedido de insolvência do devedor. “Portanto, abriu-se uma janela de sobrevivência, mas fechou-se uma porta”, disse.

A advogada mencionou, ainda, a falta de conhecimento de uma data para a cessação desta lei temporária como uma falha da medida. Isto porque acaba por não permitir às empresas organizaram-se, com prazos, e anteverem situações futuras.

De acordo com essa ideia está, também, Mafalda Ferreira Santos, advogada – sócia na Sérvulo & Associados. “A falta de indicação do momento concreto em que terminará a suspensão do dever de apresentação à insolvência não traz muita segurança nem previsibilidade às empresas”, referiu.

Mafalda Ferreira Santos sublinhou que a suspensão do dever de apresentação à insolvência não implica, naturalmente, a suspensão dos deveres a que se encontram obrigados os administradores, de direito e de facto, das empresas, e que, uma vez levantada a referida suspensão, haverá que prestar especial atenção, para efeitos de contagem do prazo de 30 dias, às empresas que já se encontravam em situação de insolvência antes do início da suspensão de tal dever.

Economia caiu menos do que o previsto

Apesar de todas as incongruências nas medidas de ajuda a pessoas coletivas e singulares, a verdade é que os números mostram que a economia e, principalmente, o mercado de trabalho têm sido muito resilientes nestes tempos pandémicos, o que torna a retoma dos setores mais viável. “Não haverá uma economia nova, haverá uma retoma da economia”, afirmou António Mendonça Mendes, Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais.

António Mendonça Mendes encerrou o IV Congresso Nacional de Insolvência e Recuperação com otimismo face ao futuro que se avizinha. “A economia caiu 7,6% e estava previsto que a queda fosse entre os 9% e os 10%. Já o emprego diminuiu apenas 1,9%, o que permitiu que mantivéssemos o nosso tecido produtivo e em boas condições de retoma. Os dados da economia são menos maus do que estava previsto e isso é relevante para que a nossa recuperação seja mais rápida”, admitiu.

Nesse sentido, o Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, destaca as medidas tomadas pelo governo como fundamentais para aliviar a tesouraria das empresas. Apesar do momento desafiador e novo para todo o mundo, António Mendonça Morais não tem dúvidas de que o desfecho será positivo.

“Nós sempre fomos capazes de ultrapassar todas as crises e seremos capazes de ultrapassar mais esta”, rematou.

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EUA não devem levantar a curto prazo tarifas impostas à China

  • Lusa
  • 28 Março 2021

Durante a administração Trump, os EUA impuseram tarifas a produtos chineses no valor de 370 mil milhões de dólares anuais.

Os EUA não estão preparados para levantar as tarifas a importações chinesas a curto prazo, mas estão abertos a negociações comerciais com Pequim, disse a nova representante para o Comércio, Katherine Tai.

Na sua primeira entrevista desde que foi confirmada pelo Senado, Tai disse ao The Wall Street Journal que eliminar rapidamente essas medidas poderia prejudicar a economia, a menos que a mudança se faça de forma a permitir às empresas planear e fazer ajustamentos.

A responsável norte-americana apontou ainda razões táticas, alegando que “nenhum negociador abre mão das vantagens” tendo em vista possíveis negociações.

Em dezembro passado, antes de assumir o cargo de Presidente dos EUA, Joe Biden tinha afirmado que não iria retirar no imediato as taxas alfandegárias impostas à China pelo seu antecessor, Donald Trump, mas depois da sua chegada à Casa Branca não voltou abordar o assunto em profundidade.

Durante a administração Trump, os EUA impuseram tarifas a produtos chineses no valor de 370 mil milhões de dólares anuais (cerca de 313 mil milhões de euros), tendo Pequim respondido com a adoção de medidas contra as exportações dos Estados Unidos.

As taxas alfandegárias continuam em vigor apesar de as duas partes terem chegado a acordo para pôr fim à guerra comercial e Washington vê essas medidas como uma garantia de que Pequim cumpre os compromissos assumidos, o que até agora não fez totalmente.

Na entrevista, Tai manifestou-se disposta a negociar com a China, mas não deu detalhes sobre possíveis contactos, adiantando que serão dados “no momento oportuno”.

A nomeação de Tai foi aprovada este mês no Senado por unanimidade, algo pouco habitual dada a atual polarização política em Washington.

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Europa vê “luz ao fundo do túnel” na vacinação, diz comissário europeu

  • Lusa
  • 28 Março 2021

"Temos agora 52 fábricas que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana na Europa para produzir”, sublinhou o comissário europeu Thierry Breton.

A aceleração na entrega de vacinas contra a covid-19 permite à Europa ver “uma luz ao fundo do túnel”, apesar da terceira vaga, afirmou este domingo o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.

Temos agora 52 fábricas que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana na Europa para produzir”, sublinhou o comissário, responsável pelo acompanhamento do fabrico de vacinas, em declarações a vários meios e citados pela AFP.

Temos a capacidade de produzir e de entregar aos europeus os 360 milhões de doses previstas até ao fim do segundo trimestre e os 420 milhões que são necessários […] para começar a falar de imunidade coletiva e atingi-la [em meados de julho], acrescentou Breton.

O responsável já tinha dito na semana passada que a Europa pode atingir a imunidade de grupo em 14 de julho.

“Estamos a ver uma luz ao fundo do túnel”, afirmou, considerando que “são precisas ainda algumas semanas para se limitar a propagação do vírus, ao mesmo tempo que se vacina de forma muito significativa”.

“É preciso, de facto, passar a uma velocidade maior, mas agora sabemos que podemos fazer isso”, insistiu, referindo-se ao plano industrial.

Sobre a entrega de vacinas da AstraZeneca, no centro de um diferendo entre Bruxelas e Londres, Thierry Breton reiterou a posição da Comissão Europeia, referindo que “enquanto a AstraZeneca não cumprir as suas obrigações” em relação à União Europeia (UE), “tudo o que for fabricado em solo europeu será destinado aos europeus”.

Bruxelas suspeita que o laboratório anglo-sueco está a favorecer o Reino Unido em detrimento dos países da UE.

Segundo Breton, “os britânicos não conseguem conduzir a política de vacinação sozinhos”.

A Grã-Bretanha produziu até agora 10 milhões de vacinas. Foram entregues 20 milhões de doses para ajudar os britânicos. Estão totalmente dependentes de nós“, acrescentou, antecipando que o Governo de Boris Johnson pode enfrentar um problema de stocks para a administração da segunda dose aos britânicos que já receberam a primeira.

“É um pouco como ‘A cigarra e a formiga’: em vez de guardarem a segunda dose, preferiram dar uma primeira dose a todos, sem reserva”, sustentou.

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