Arrastar Operação Marquês no tempo é “inaceitável aos olhos do cidadão”, diz PCP
O PCP considera que a Operação Marquês, apesar da sua “inequívoca complexidade e dimensão”, tem-se arrastado no tempo de uma forma “inaceitável aos olhos do cidadão comum”.
O PCP considerou este domingo que a Operação Marquês, apesar da sua “inequívoca complexidade e dimensão”, tem-se arrastado no tempo de uma forma “inaceitável aos olhos do cidadão comum”, referindo que este processo judicial “está longe do seu fim”. Num curto comunicado divulgado na manhã de domingo, o PCP reage assim à decisão instrutória da Operação Marquês, conhecida na sexta-feira, na qual o juiz Ivo Rosa decidiu não levar a julgamento por corrupção o antigo primeiro-ministro José Sócrates.
“Este caso judicial, pese embora a sua inequívoca complexidade e dimensão, tem-se arrastado no tempo de forma que é inaceitável aos olhos do cidadão comum”, condenam os comunistas. De acordo com o PCP, “este processo judicial está longe do seu fim”, recordando que, tal como já foi anunciado, esta decisão instrutória será “objeto de recurso em algumas partes pelo Ministério Público”.
“A decisão instrutória agora conhecida não é definitiva quanto ao caso judicial. Esta fase processual não é ainda o julgamento, para onde todo o processo deve seguir, tão rápido quanto possível”, apela. O juiz de instrução criminal Ivo Rosa decidiu mandar para julgamento o ex-primeiro ministro José Sócrates, o seu amigo e empresário Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, o banqueiro Ricardo Salgado, todos por crimes económicos e financeiros, mas deixou cair as acusações de corrupção e fraude fiscal.
Dos 28 arguidos, Ivo Rosa pronunciou apenas cinco e ilibou, entre outros, os ex-líderes da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, que estava indiciado por 21 crimes. Dos 189 crimes que constavam na acusação, num processo que começou a ser investigado em 2013, só 17 vão a julgamento, mas o procurador Rosário Teixeira, responsável pelo inquérito, anunciou que ia apresentar recurso da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa.
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