Movimento de passageiros contrai 93% nos aeroportos nacionais em fevereiro
Em fevereiro de 2021 aterraram nos aeroportos nacionais 3,4 mil aeronaves em voos comerciais, o que representa uma variação homóloga de -76,7%.
O impacto da pandemia na aviação nacional agravou-se em fevereiro por causa das restrições em vigor no segundo confinamento que o país enfrentou. Os aeroportos nacionais registaram apenas o movimento de 265,6 mil passageiros — o número mais baixo desde junho do ano passado –, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o que se traduz numa queda homóloga de 93% (79% em janeiro).
Com uma queda menos expressiva está o movimento de carga e correio, num total de 11,6 mil toneladas, o que representa uma queda de 33,5% (30% em janeiro). “Em fevereiro de 2021 aterraram nos aeroportos nacionais 3,4 mil aeronaves em voos comerciais, o que representa uma variação homóloga de -76,7% (-62,0% em janeiro e -57,3% em dezembro)”, acrescenta o gabinete de estatísticas.
No próximo mês, as variações já poderão ser diferentes: não só porque em março arrancou o desconfinamento, mas principalmente porque a base de comparação será menor dado que a pandemia chegou a Portugal nesse mês de 2020.
Ainda em fevereiro, a maior parte (57%) dos passageiros que desembarcaram em aeroportos portugueses corresponderam a tráfego internacional (83% no mesmo mês do ano passado), tendo a maioria origem em aeroportos europeus (48%). Da mesma forma, “relativamente aos passageiros embarcados, cerca de 60% estão associados a tráfego internacional (82% no período homólogo), tendo como principal destino aeroportos localizados no continente europeu (51%)”.
Comparando fevereiro com janeiro, o maior decréscimo de passageiros foi registado em Faro (-92,2%), seguido do aeroporto lisboeta (87,4%) — o qual movimento 52,3% do total dos passageiros –, e depois o da Madeira, o qual se manteve como o terceiro aeroporto com maior movimento de passageiros, acima de Faro. Já o aeroporto do Porto continua a ser o segundo maior, apesar da quebra de 85,3%.
Quanto a países de origem e destino, “França foi o principal país de origem e de destino dos voos”, escreve o INE, explicando que o “Brasil manteve-se como segundo principal país de origem apesar do inexpressivo número de passageiros desembarcados durante o mês de fevereiro, resultado da suspensão dos voos, de e para este país, a partir do fim de janeiro”. Seguem-se a Suíça e Espanha, tendo este último país apresentados os maiores decréscimos.
Aviação acumula um ano com menos 80% de passageiros
O INE aproveitou a divulgação destes dados para fazer um balanço sobre o impacto da pandemia no transporte aéreo. E os números não são animadores: “Entre março de 2020 e fevereiro de 2021 aterraram nos aeroportos nacionais 79,5 mil aeronaves em voos comerciais, representando uma diminuição de 65,2% face aos 12 meses anteriores, e desembarcaram 5,8 milhões de passageiros o que corresponde a uma variação de -80,6% relativamente a esse mesmo período“.
Os meses mais duros para a aviação foram os de abril e maio de 2020, no início da pandemia, quando muitos países em todo o mundo estavam em confinamento geral. Nesse período, as reduções do tráfego aéreo foram quase totais, chegando aos 98% e 99%. Vários países fecharam fronteiras, incluindo Portugal, na primeira reação à Covid-19, a adaptação das companhias aéreas ainda estava a dar os primeiros passos e os viajantes também tinham mais receio comparado com agora.
Os locais de origem e destino dos voos também mudaram, presumindo-se que tal estará relacionado com quem continuou a viajar, nomeadamente os emigrantes portugueses residentes em França, Suíça ou Reino Unido. “França foi o principal país de origem dos voos com passageiros (18% dos passageiros desembarcados) e o Reino Unido o segundo (11%)”, escreve o INE, referindo que as posições relativas eram inversas antes da pandemia. A Suíça entrou para o top 5, retirando a Itália.
(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)
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