Marta Santos, DRH do grupo Arriva: “Queremos realmente ser a melhor empresa de transportes públicos em Portugal”
Depois de seis anos na EY, Marta Santos volta “para o lado do cliente”. Em dezembro, assumiu funções de diretora de recursos humanos do grupo Arriva, que conta com 1.200 pessoas e um plano ambicioso.
Se perguntassem a Marta Santos sobre a principal razão para ter querido trabalhar na área de recursos humanos, a resposta seria imprevisível. É que a atual diretora de recursos humanos do grupo Arriva achava mesmo que, quando se mudou para Angola em 2003, o seu destino passaria pela área em que até aí se movia como assistente social. Chegada ao continente africano, Marta percebeu que o complexo mundo das ONG seria muito difícil de abraçar por ali e, ainda que fazendo alguns trabalhos de voluntariado, começou a busca por alternativas.
“Como não consigo estar parada, e não gosto, comecei à procura de outras coisas para fazer, e em política social temos um forte pendente na licenciatura de políticas sociais de empresas. Fui aproveitando essa área de conhecimento e comecei a fazer alguns trabalhos como freelancer para as áreas de RH de empresas em Angola. E foi assim que comecei”, conta, em conversa com a Pessoas. O caminho foi-se fazendo, e acabou por ser contratada como manager de recursos humanos numa consultora. A partir daí, nunca mais saiu. Até hoje.
Passou pela KPMG, pela Deloitte e, mais recentemente, pela EY, durante quase seis anos, metade desse tempo dedicada ao mercado angolano e, depois, assumindo também os mercados português e moçambicano na área de People Advisory Services como associate partner. Assim fez aquilo a que chama “o périplo das consultoras”.
O setor do transporte público é um setor de que gosto bastante pelo impacto na comunidade, nas pessoas e na sua qualidade de vida. O setor aliciou-me, e o desafio também.
O regresso ao “lado do cliente”, no grupo Arriva, surge por um convite, e materializa-se finalmente no início de dezembro de 2020. “O setor do transporte público é um setor de que gosto bastante pelo impacto na comunidade, nas pessoas e na sua qualidade de vida. O setor aliciou-me, e o desafio também. Ser um grupo internacional, com uma fortíssima presença na Europa e uma significativa ambição em Portugal são mais-valias. E, claro, o facto de se tratar de um projeto de transformação com uma equipa de gestão renovada, estratégia muito clara, muito virada para as pessoas, para a transformação a nível tecnológico”, assinala, sobre as razões que a levaram a mudar.
Com 1.200 pessoas envolvidas nessa ambição de uma nova operação de transportes públicos anunciada para a Área Metropolitana de Lisboa, o grupo Arriva quer focar-se no crescimento da empresa dentro do seu setor, crescer e “ter uma presença muito clara e forte no mercado português”, à semelhança do que já acontece na Europa. Com a particularidade de que, mesmo antes da pandemia, a empresa já trabalhava a cultura de forma desmaterializada, uma vez que a maioria dos trabalhadores estão em circulação, fora do escritório e ao volante dos autocarros.
“É um setor que, até há muito pouco tempo, não tinha grande investimento em termos de transformação, investimento nas pessoas, e há muito trabalho a fazer. Claramente o engagement, o trabalho para uma cultura de maior motivação, sentimento de pertença e responsabilização, é fundamental. Localmente é a questão da transformação cultural e digital que necessitamos de fazer para ter as pessoas mais ágeis, motivadas, com sentimento de orgulho que acho que vamos cada vez mais merecer”, assinala, como prioridade.
Tudo por um objetivo maior: “Queremos realmente ser a melhor empresa de transportes públicos em Portugal, à semelhança do que fazemos a nível europeu, e ter essa noção de diversidade que acho fundamental, porque todos aprendemos com as experiências uns dos outros. Localmente, a ambição suportada numa estratégia clara e definida por uma equipa motivada é o maior fator de motivação que se pode ter”.
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