Segundo confinamento tirou mais de 3 milhões de passageiros à TAP no arranque de 2021
Janeiro e fevereiro foram meses de forte quebra na atividade da companhia aérea, que começou a recuperar em março, ou seja, no mês de início do desconfinamento. Para o verão, a expetativa é de retoma.
A TAP transportou 403.500 passageiros no primeiro trimestre de 2021. Num período fortemente afetado pelo segundo confinamento e pelo fecho de fronteiras, a companhia aérea operou pouco mais de 10% do que no mesmo período do ano passado. No entanto, o pior mês foi mesmo fevereiro e em março — mês do início do desconfinamento — houve já uma retoma da atividade.
Após ter 253 mil pessoas que viajaram na TAP em janeiro, o agravamento da pandemia (e a disseminação de estirpes mais contagiosas do novo coronavírus) levou vários países a fecharem fronteiras e Portugal a entrar num novo confinamento. O número de passageiros afundou para 56.487, tendo a companhia aérea ajustado o número de voos a um quinto do que seria normal.
Em março, o início do desconfinamento já se fez sentir nas viagens, apesar da proibição de voar para dois mercados de peso da empresa: Brasil e Reino Unido. O número de passageiros transportados subiu 66,3%, no mês passado em comparação com o anterior, para 93.917, segundo dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Feitas as contas à totalidade do primeiro trimestre, passaram pelos aviões da TAP 403.500 pessoas, menos 89% (ou 3,16 milhões) do que os 3,56 milhões de passageiros transportados em igual período do ano passado. Apesar de em janeiro e fevereiro de 2020 ainda não existir o efeito do vírus, este já se fazia em março do ano passado. Ainda assim, o pior mês desde o início da pandemia foi mesmo abril de 2020, quando menos de 5 mil pessoas viajaram com a companhia aérea.
Tal como a companhia aérea portuguesa, as internacionais que operam em Portugal reagiram igualmente ao desconfinamento. O relatório mensal da ANAC indica que, em março, o número de passageiros que passaram tanto pelo Aeroporto de Lisboa como pelo do Porto e pelo do Funchal recuperou mais de 60% face a fevereiro. Em Faro, a subida foi de 46,1%, enquanto o líder da retoma foi mesmo o Aeroporto de Ponta Delgada: 95,2%. Todos estes mantêm um tráfego abaixo do registado em março de 2020.
Além do desconfinamento, há outro fator a influenciar a atividade nas últimas semanas. Com a mudança de hora (no último fim de semana de março) as companhias aéreas entraram nos planos de verão, que foram sendo apresentados. No caso da TAP há um reforço dos voos para certos destinos, como a Madeira e Cabo Verde, e a criação de oito novas rotas para a Europa e quatro para África. Na América Central, o destaque está na estreia de Lisboa-Cancun (México) com três voos semanais.
Em agosto, a companhia aérea portuguesa planeia operar 879 voos por semana, num total de 100 rotas, incluindo oito rotas nacionais com 126 voos por semana. Na sexta-feira, a administradora executiva Alexandra Vieira Reis admitiu, numa conferencecall com analistas que se seguiu à apresentação de resultados, que “2020 foi um ano com muitos desafios e 2021 ainda será muito desafiante”, mas apontou para o verão como luz ao fundo do túnel.
“Estamos a ver uma recuperação no segmento de lazer, que é muito importante. A curva de reservas estava muito concentrada no curto prazo e agora começamos a ver um prolongamento”, referiu. “Sem entrar em pormenor, posso dizer que temos níveis muito interessantes de reservas para junho, julho e agosto, que são os meses de pico do verão em Portugal. Apesar de 2021 ainda ser muito desafiante, já vemos alguns sinais de retoma”.
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