Pandemia faz disparar procura por terrenos para construir casa
Estudo do Idealista mostra que em quase todos os distritos a procura por terrenos urbanos disparou, tendo mesmo duplicado em muitos deles. Bragança destaca-se com um aumento de 600%.
Já são muitos os estudos que indicam que a pandemia mudou a forma de pensar das famílias, levando-as a procurar sítios mais confortáveis para trabalhar e com mais espaços exteriores. Desta vez, o Idealista vem mostrar que no último ano a procura por terrenos aumentou em praticamente todos os distritos do país, tendo mesmo duplicado em muitos deles. Bragança está no topo com uma subida de 600%.
A procura por terrenos urbanos (para construção de casa) aumentou em 16 dos 18 distritos portugueses, contando-se 11 onde a busca mais do que duplicou. No topo da tabela está Bragança, com uma subida de cerca de 600%, e onde os preços subiram 22% para uma média de 89,4 euros por metro quadrado entre março de 2020 e março de 2021.
Atrás aparece Braga, com um disparo de 219%, Setúbal (168%), Leiria (150%) e Santarém (142%) a fechar o top 5. Porto e Lisboa surgem uns lugares abaixo com subidas de 132% e 129%, respetivamente. Por outro lado, as famílias reduziram a procura de terrenos urbanos ao longo do último ano na Guarda (-52%) e em Castelo Branco (-3%), distritos onde o stock pouco aumentou (6-7%) e os preços unitários pouco ou nada diminuíram, diz o estudo.
Em termos de preços, estes aumentaram em metade dos distritos, com destaque para Évora (+39%), Vila Real (+39%), Bragança (+22%) e Coimbra (+21%), onde se registaram as maiores evoluções. O Idealista refere que “este pode ser o reflexo do aumento da procura, já que a variação de solos urbanos disponíveis é, no geral, moderada”. Pelo contrário, em oito distritos o preço caiu, com destaque para Portalegre (-24%), Beja (-12%) e Viseu (-9%).
Por sua vez, a procura por terrenos rústicos também subiu em todos os distritos, sem exceção. Em metade dos distritos verificou-se que a procura mais do que duplicou, apresentando variações acima dos 100%. No topo da tabela estão Faro (+250%), Setúbal (+186%) e Vila Real (+171%), enquanto a subida menos expressiva observou-se em Portalegre (+19%).
Os preços também subiram na maioria dos distritos, sendo que a mais expressiva aconteceu em Portalegre (51%), onde o valor dos terrenos rústicos cresceu de 2,5 euros/m2 para 3,7 euros/m2. Lisboa registou a segunda maior subida (+49%) com os preços a atingir os 10 euros por metro quadrado, à frente de Vila Real (+37%, seis euros/m2).
“O aumento da procura por terrenos, tanto urbanos como rústicos, é evidente neste ano de pandemia, o que fez com os preços também subissem”, diz Inês Campaniço, responsável do Idealista/Data em Portugal, citada no estudo. “Há um interesse claro nos terrenos, seja para construção de habitações com mais espaço interior e exterior, assim como os terrenos rústicos, para cultivos”, acrescenta.
Assim, o estudo antecipa dois possíveis cenários: “ou o stock existente desce consideravelmente, o que poderá influenciar o aumento de preços unitários, ou o stock acompanha a procura, dando lugar à estabilização do valor dos espaços ou a uma variação moderada”.
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