Governo confirma negociações com a CGD para usar espaço livre na sede do banco
"Existem conversações preliminares entre o Governo e a CGD com vista a avaliar a eventual utilização pelo Estado de espaço livre no edifício-sede daquela instituição bancária", confirmou ao ECO a PCM.
O Governo confirmou ao ECO que está a negociar com a Caixa Geral de Depósitos a eventual utilização do espaço livre na sede do banco público. A notícia foi avançada por Luís Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC: o Executivo estava em negociações com a CGD para transferir os ministérios atualmente espalhados pela cidade para o Campo Pequeno.
“Existem conversações preliminares entre o Governo e a CGD com vista a avaliar a eventual utilização pelo Estado de espaço livre no edifício-sede daquela instituição bancária“, confirmou ao ECO fonte oficial da presidência do Conselho de Ministros. “Não existe ainda qualquer decisão tomada relativamente à matéria”, acrescentou a mesma fonte.
De acordo com Luís Marques Mendes “há conversações entre o Governo e a CGD para que vários ministérios que estão dispersos pela cidade de Lisboa serem transferidos para o edifício sede da Caixa Geral de depósitos. Não serão todos, mas serão vários, porque aquele edifício é brutal, está cada vez com mais espaço livre porque a Caixa emagreceu as suas estruturas, nomeadamente em termos de pessoal”, explicou o comentador dando assim como exemplo a única remodelação do Executivo que estará em curso.
A concentração de ministérios não é um tema novo. O Governo chegou a criar, em 2004, um grupo de trabalho, liderado pelo então ministro-Adjunto, José Luís Arnaut, para retirar os ministérios do Terreiro do Paço. Na altura, a exceção seria o Ministério das Finanças. No Orçamento do Estado para 2018 estava previsto um plano de relocalização dos serviços centrais do Ministério da Justiça, situados no Terreiro do Paço, o que levantou a dúvida se o próprio Ministério iria sair.
O arquiteto Eduardo Souto de Moura, por exemplo, também defendeu, em 2016, “a libertação” do Terreiro do Paço, alterando os ministérios para dar lugar a uma zona de lazer.
Mas os ministérios estão espalhados um pouco por toda a Lisboa, desde o Terreiro do Paço, passando pelo Largo do Rilvas, pela Horta Seca, pela PCM, na Gomes Teixeira, pela Ajuda e pela Barbosa du Bocage, mesmo ao pé da Caixa Geral de Depósitos.
A hipótese de a Caixa partilhar o seu edifício foi alvitrada pelo próprio presidente executivo, em janeiro de 2020. “Temos um plano para o edifício. O que a Caixa sabe é que não continuará a ocupar este espaço sozinha”, disse Paulo Macedo, citado pelo Dinheiro Vivo, explicando que um edifício como o da sede da CGD “não se justifica” para um banco cada vez mais digital e que “quer ser eficiente”. O ECO questionou a Caixa Geral de Depósitos sobre estas negociações, mas o banco remeteu quaisquer esclarecimentos para a Presidência do Conselho de Ministros.
Em matéria de mudança de ministérios, este Governo anunciou em 2019 a criação de um novo Campus da Defesa, na Ajuda. Um projeto “financeiramente neutro”, garantiu na altura o ministro da Defesa, uma vez que seria financiado com a venda da atual sede do ministério, no Restelo. O objetivo era concentrar todos os serviços do ministério no mesmo local.
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