Trabalhadores da Groundforce já receberam totalidade dos salários
Generalidade da equipa recebeu a remuneração de maio em duas partes. Administradores e diretores só começaram a ser pagos após os restantes trabalhadores já terem recebido a totalidade do ordenado.
Os trabalhadores da Groundforce já receberam a totalidade dos salários. A empresa de handling tinha anunciado que só iria pagar, na data prevista, 85% das remunerações, apontando até dia 10 de junho para o pagamento do restante valor. No entanto, a Comissão de Trabalhadores (CT) confirmou ao ECO que os 15% que faltavam começaram, na passada sexta-feira, a chegar às contas dos funcionários.
A retoma da atividade da aviação desde abril permitiu à Groundforce pagar a maior parte dos salários de maio nos últimos dias do mês. Ficou, ainda assim, um buraco de 280 mil euros, valor esse que a gestão da empresa explicou só ser possível entregar mais tarde. A informação prestada aos trabalhadores é que o restante pagamento seria feito, no máximo, até quinta-feira, o que acabou por acontecer quase uma semana antes.
Ao contrário da restante equipa que recebeu em duas partes, administradores e diretores só começaram a ser pagos após os restantes colaboradores já terem recebido a totalidade do ordenado.
Devido ao impacto da pandemia na atividade da empresa, a Groundforce entrou em rutura de tesouraria no início do ano, levando a que os salários de março tenham sido pagos com atraso. Na altura, o que desbloqueou 7 milhões de euros para regularizar a situação com os 2.400 trabalhadores foi um acordo de venda e aluguer de equipamentos à TAP.
Mas a empresa detida em 50,1% pela Pasogal de Alfredo Casimiro e em 49,9% pela TAP considerou, de forma unilateral, que estes contratos são inválidos e falhou o primeiro pagamento. Essa foi, aliás, uma das razões para a companhia aérea ter pedido a insolvência da Groundforce.
Casimiro tem defendido que o pedido de insolvência agravou a situação da empresa, mas, apesar disso, espera que a retoma da atividade se mantenha. Aos trabalhadores, disse que será possível pagar salários, impostos e alguns fornecedores a partir do fim de junho. Neste mês a empresa de handling espera também regularizar pagamentos em atraso aos trabalhadores referentes a feriados de abril.
Devido à situação financeira, Alfredo Casimiro está a tentar vender a empresa. Anunciou que contratou o Nomura para assessorar um eventual negócio de venda da sua participação e explicou que deu “instruções” para que seja dada “especial atenção” à operadora belga Aviapartner. Além desta, há ainda a possibilidade de a TAP reforçar a sua posição, caso a insolvência avance e a companhia aérea peça a conversão dos créditos em capital, como já sinalizou pretender.
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