“As PME têm de ser grandes e as grandes ainda maiores”, defende Rios Amorim
As pequenas têm de ser grandes e as grandes têm de ser maiores. Foi uma das ideias fortes deixada na apresentação da Business Roundtable Portugal, uma associação de 42 grandes empresários portugueses.
“Precisamos de muitas empresas de 50 milhões (em receitas), de 500 milhões e de 5 mil milhões”, defendeu António Rios Amorim, vice-presidente da Business Roundtable Portugal (BRT), durante a apresentação da associação que junta 42 grandes empresas, hoje em Lisboa.
A falta de escala e a baixa produtividade das empresas foi um dos problemas apontados. Em Portugal as grandes empresas (com mais de 50 milhões de euros de faturação ou mais de 250 empregados) representavam apenas 29% do volume de negócios total em 2017. Em Espanha são 38%, na Alemanha 52% e na França 58%.
O CEO da Corticeira Amorim referiu ainda o gap de eficiência em relação à Europa, que existe quer nas grandes quer nas pequenas empresas, mas que é superior nestas últimas. O reduzido investimento empresarial, nomeadamente em I&D, foi outra das fragilidades apontadas.
A prioridade deve ser, por isso, “promover ganhos de escala e a capacidade financeira do tecido empresarial nacional”, defendeu António Rios Amorim. “Este tem de ser o momento de viragem”, exortou. “É preciso que as empresas pequenas sejam grandes e as grandes sejam ainda maiores”.
"É preciso que as empresas pequenas sejam grandes e as grandes sejam ainda maiores.”
O sistema judicial, o sistema fiscal, os licenciamentos e a legislação laboral foram apontados como os principais constrangimentos do Estado à atividade empresarial, que contribuem para a reduzida competitividade do país.
Já antes Vasco de Mello tinha apontado a necessidade de “melhorar o desempenho do Estado como facilitador da atividade económica e da criação de riqueza”. Em relação à fiscalidade pediu um “level playing field” e previsibilidade.
A Business Roundtable Portugal, uma associação de 42 empresas portuguesas, foi hoje apresentada em Lisboa. A associação é liderada por Vasco de Mello, chairman do Grupo José de Mello, e tem Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, e António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim, como vice-presidentes.
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