Banco Montepio vende 19% de empresa de minas por 67 milhões
Banco liderado por Pedro Leitão desfez-se da posição que detinha na Almina, uma empresa mineira de Aljustrel e que esteve no centro de uma polémica há quatro anos.
O Banco Montepio vendeu a participação de 19% que tinha na Almina, uma empresa mineira de Aljustrel. A operação permitiu um encaixe financeiro bruto de 67 milhões de euros, mas terá impacto nulo no resultado deste ano.
Em comunicado enviado ao mercado, o banco liderado por Pedro Leitão adianta que o negócio terá um impacto positivo nos seus rácios de capital, “estimado em base proforma no final do primeiro trimestre de 2021, de 7 pontos base no rácio Common Equity Tier 1 e 9 pontos base no rácio de Capital Total, em ambos os casos traduzindo a diminuição dos ativos ponderados pelo risco”.
Em causa está a venda de 9.500 ações da Almina, equivalente a 19% do capital social da empresa de minas, com o banco a não revelar a identidade do comprador. Apenas diz que “a concretização desta operação materializa a estratégia do Banco Montepio de contínua redução de ativos não estratégicos e constitui uma das medidas de aumento dos rácios de capital conforme previsto no Plano de Financiamento e Capital”.
A Almina esteve no centro de uma polémica há quatro anos, quando o banco tentou desfazer-se do ativo através da criação de um veículo (Vogais Dinâmicas) com a Martifer.
A operação gerou muitas dúvidas. Seria o próprio banco a financiar a Vogais Dinâmicas para adquirir os 19% da Almina ao banco. No âmbito deste negócio, a EY avaliou a participação em 93 milhões de euros, o que iria permitir ao banco registar uma mais-valia de 24 milhões nas contas. A operação não chegou a avançar depois das dúvidas levantadas pela KPMG e de o conselho de supervisão do Montepio ter abortado o negócio.
O Banco Montepio, detido na quase totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), registou prejuízos de 16 milhões de euros no primeiro trimestre do ano.
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