Alfredo Casimiro mantém intenção de vender Groundforce à Swissport
O presidente e maior acionista da Groundforce afirma que mantém o “firme compromisso” em alcançar um acordo com a empresa de handling suíça. E atira uma farpa à TAP.
Alfredo Casimiro garante, em comunicado, que “endereçou hoje mesmo uma carta à Swissport, manifestando total abertura para que, num ambiente de boa-fé negocial, as partes possam analisar e discutir em conjunto a proposta apresentada no início da semana”.
O Expresso noticiou na quarta-feira à noite que o presidente e maior acionista da Groundforce rejeitou a proposta da empresa de handling suíça, depois do período de exclusividade ter chegado ao fim na passada sexta-feira. As conversações estenderam-se por mais alguns dias, até terça-feira, mas terminaram sem um acordo.
O presidente e dono de 50,1% do capital da Groundforce, através da Pasogal, diz que “não rejeitou a proposta revista apresentada pela Swissport” e considera existirem “condições para que as negociações prossigam”. “É firme o compromisso da Pasogal em alcançar um desfecho positivo do processo de venda da sua participação na Groundforce à Swissport”, acrescenta.
"A não clarificação, por parte da TAP, das condições de renovação do contrato de handling com a Groundforce é motivo de apreensão em sede negocial.”
Alfredo Casimiro deixa também uma farpa à TAP, detentora dos restantes 49,9%, afirmando que “a não clarificação, por parte da TAP, das condições de renovação do contrato de handling com a Groundforce é motivo de apreensão em sede negocial”.
A Groundforce estava em negociações exclusivas com a Swissport, depois de os outros dois interessados terem ficado pelo caminho: o fundo de private equity espanhol Atitlan e a belga Aviapartners.
O presidente da Swissport Espanha esteve a semana passada em Portugal, tendo reunido com os sindicatos dos trabalhadores, segundo avançou também o Expresso, num sinal de que as negociações continuavam em curso.
Alfredo Casimiro está a tentar vender a sua parte na Groundforce por 25 a 30 milhões de euros, segundo apurou o ECO em junho.
O Montepio, que tem duas penhoras sobre parte da participação de 50,1% de Alfredo Casimiro na Groundforce, fez um leilão para a venda das ações, tendo recebido várias propostas não vinculativas. Entre os oferentes estava o antigo CEO, Paulo Neto Leite. A operação foi, no entanto, bloqueada por uma providência cautelar interposta pela Pasogal. Além do Montepio, também o Novo Banco tem uma penhora sobre ações da acionista da empresa de handling.
Os últimos dias têm sido marcados por novos episódios de tensão entre Alfredo Casimiro e a TAP. Esta quinta-feira tem lugar a segunda sessão do julgamento do pedido de insolvência da Groundforce, requerido pela TAP.
Pagamento do subsídio de férias abre nova frente de batalha
Esta é apenas uma das frentes do conflito aberto entre as duas partes. Ontem mesmo, TAP e Groundforce trocaram acusações por causa da proposta da companhia aérea para pagar o subsídio de férias dos trabalhadores da empresa de handling a título de adiantamento de pagamento.
A empresa liderada por Alfredo Casimiro, que controla 50,1% do capital através da Pasogal, divulgou um comunicado onde diz que respondeu à companhia aérea “explicando que os termos e as condições nos quais assenta o adiantamento proposto pela TAP são inaceitáveis” e a exorta a pagar “os serviços já prestados”.
“Com efeito, a 30 de junho de 2021, a TAP devia à SPdH a quantia global de 7.196.431 euros, sendo que 3.048.349 euros se encontram vencidos”, alega a Groundforce. Afirma ainda que, caso esses valores tivessem já sido saldados, “teria tido condições para honrar os seus compromissos com as Finanças e com a Segurança Social, que vencem a 20 de julho, bem como com os trabalhadores, pagando os salários deste mês e os subsídios de férias”.
A empresa liderada por Alfredo Casimiro acusa mesmo a TAP de divulgar publicamente a proposta para pagar os subsídios de férias como uma forma de condicionar o arranque do julgamento do processo de insolvência movida pela própria. Chama-lhe mesmo um “estratagema jurídico de última hora”, que visa obter o estatuto de credora privilegiada tornando-se “sub-rogada em créditos de trabalhadores”.
A TAP respondeu, também em comunicado, acusando a Groundforce de ao recusar o adiantamento de fundos pôr em causa o pagamento do subsídio de férias dos trabalhadores, o que pode ter “consequências prejudiciais à atividade da TAP”.
A companhia aérea acrescenta que “não é devedora, mas, antes, credora da SPdH (Groundforce).” “A TAP SA, enquanto principal cliente, tem vindo a ajudar à sobrevivência da SPdH nos últimos meses, adiantando, àquela empresa, pagamentos por serviços prestados ou a prestar à TAP SA, num montante total que ascendia a 12,3 milhões de euros até janeiro deste ano”, acrescenta o comunicado.
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