BCE acaba com travão aos dividendos dos bancos
Banco central da Zona Euro decidiu não prolongar a recomendação de limitar os dividendos depois de setembro de 2021. Mas vai continuar a avaliar capacidade dos bancos de distribuir lucros.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta sexta-feira que não vai prolongar a recomendação de limitar os dividendos dos bancos depois de setembro de 2021. Ainda assim, diz que vai continuar a avaliar capacidade das instituições financeiras de distribuírem parte dos lucros obtidos aos seus acionistas.
Há mais de um ano, o BCE proibiu os bancos de distribuírem dividendos de modo a conservarem capital para fazer face ao impacto da pandemia.
Entretanto, já em dezembro, aliviou essa restrição, permitindo dividendos até 15% dos lucros e com impacto reduzido nos rácios de capital. E, agora, levantou todas restrições.
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“O BCE decidiu não estender para além de setembro de 2021 a sua recomendação de que todos os bancos limitem os dividendos. Em vez disso, os supervisores avaliarão o capital e os planos de distribuição de cada banco como parte do processo regular de supervisão”, anunciou o supervisor financeiro, numa medida que já era esperada.
Na base desta decisão está a melhoria das condições económicas e a redução da incerteza, que melhoram as perspetivas para o setor financeiro. Ainda assim, o BCE avisa que os bancos devem continuar “prudentes” na distribuição de dividendos e na recompra de ações, devendo considerar “cuidadosamente” a sustentabilidade do seu modelo de negócio.
“Os bancos não devem subestimar o risco de que perdas adicionais podem, posteriormente, ter um impacto na sua trajetória de capital, à medida que as medidas de apoio vão terminando”, alerta o BCE, que esclarece que a recomendação continuará a aplicar-se até 30 de setembro, o que “significa que as próximas decisões de pagamento de dividendos devem ter lugar no quarto trimestre”. Além dos dividendos, o supervisor também pede cautela na distribuição de prémios.
À espera do fim da limitação aos dividendos, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) poderá pagar um dividendo extra ao Estado de 300 milhões de euros, além dos 83,5 milhões que já distribuiu, de acordo com o Jornal de Negócios. Outros bancos também poderão retomar os dividendos depois de mais de um ano sem qualquer remuneração ao acionista.
(Notícia atualizada às 17h20)
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