Custo do trabalho recua 2,4% com “aumento expressivo” de horas trabalhadas
O número de horas trabalhadas subiu mais de 10%, num trimestre marcado pelo desconfinamento e regresso à atividade. Em consequência, o custo do trabalho caiu 2,4%.
O custo do trabalho recuou 2,4%, no segundo trimestre do ano, por efeito do “aumento expressivo” do número de horas trabalhadas, indicou, esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Portugal tem estado em desconfinamento desde meados de março, o que explica a evolução destes indicadores.
O ano de 2021 arrancou com um agravamento da pandemia e, à boleia, das restrições a ela associadas, tendo milhares de empresas aderido ao lay-off simplificado e ao apoio à retoma progressiva, o que fez diminuir as horas trabalhadas e ditou um aumento de 7,1% do custo do trabalho. Já entre abril e junho, o país viveu um processo de desconfinamento “a conta-gotas” com os empregadores a retomarem a sua atividade, o que provocou um “aumento expressivo” das horas trabalhadas e justifica o recuo agora conhecido de 2,4% do custo do trabalho.
Em maior detalhe, os custos salariais por hora efetivamente trabalhada caíram 4,7%, no segundo trimestre. Só na construção foi registado um aumento destes custos, indica o INE. Por outro lado, os outros custos subiram 7,2% face ao período homólogo, o que resulta do “acréscimo nas contribuições patronais [para a Segurança Social] decorrente da da diminuição significativa de empresas abrangidas pelo regime de lay-off simplificado”, medida extraordinária que prevê a isenção total da taxa social única relativa aos empregadores.
A menor adesão aos regimes de lay-off e o desconfinamento levaram também a uma subida de 10,8% do número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador, evolução observada na maioria das atividade, com exceção da construção. “Numa outra perspetiva, o custo médio por trabalhador aumentou 7,3% (tinha aumentado 2,3% no trimestre anterior)”, acrescenta o INE.
A nota divulgada esta manhã explica, também, que o índice de custo do trabalho relativo ao setor privado subiu 1,6%, em termos homólogos, enquanto o relativo ao setor público recuou 9,3%, sendo que neste último as horas trabalhadas subiram mais, o que explica a evolução dos indicadores em questão.
(Notícia atualizada às 11h48)
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