Nas notícias lá fora: OMS, Embraer e combustíveis fósseis

  • ECO
  • 19 Outubro 2021

Comissão Europeia deverá estender a flexibilidade nas regras das ajudas, enquanto a OMS criou um programa para adquirir medicamentos contra a Covid por 10 dólares.

A marcar o dia lá fora estão as notícias de que a Comissão Europeia deverá estender a flexibilidade nas regras das ajudas de Estado e ainda do programa criado pela OMS para adquirir medicamentos contra a Covid por dez dólares para os países mais desfavorecidos. Esta terça-feira, destaque ainda para a Fundação Ford, que vai desinvestir em combustíveis fósseis e reforçar em energias renováveis.

Financial Times

Comissão Europeia sinaliza extensão da flexibilidade nas regras das ajudas de Estado

A flexibilidade nas regras das ajudas de Estado introduzida pela Comissão Europeia em 2020 por causa da crise pandémica vai continuar para lá de 2021. A vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela pasta da concorrência disse que Bruxelas se prepara para estender o prazo, esperando que esta seja a última vez que o tenha de fazer. Porém, abriu a porta a que certas indústrias (como a aviação e o turismo) tenham um tratamento especial, com exceções, no pós-pandemia. Margrethe Vestager avisa que é preciso usar “um pouco de dinheiro dos contribuintes para incentivar o investimento privado”.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

Reuters

OMS cria programa para adquirir medicamentos contra a Covid por 10 dólares

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um programa que visa garantir que os países mais pobres têm acesso às vacinas, testes e tratamentos contra o novo coronavírus. Esta iniciativa pretende conseguir medicamentos antivirais para pacientes com sintomas leves por apenas dez dólares (8,6 euros), prevendo-se que a pílula experimental molnupiravir da Merck & Co seja um dos fármacos disponíveis. Um relatório do programa prevê entregar, até setembro de 2022, cerca de mil milhões de testes para a Covid aos países mais pobres e adquirir medicamentos para tratar 120 milhões de pacientes em todo o mundo.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso pago, conteúdo em inglês)

Cinco Días

Espanha reduz corte nas receitas às elétricas que cobrem 60 euros/MWh aos clientes

Após uma ronda de negociações com as principais elétricas do país — Iberdrola, Endesa, Naturgy, EDP e Acciona — e associações industriais, o Governo espanhol já definiu as alterações que vai introduzir no polémico RDL (Decreto de Lei Real). A principal mudança prevê uma redução do corte nas receitas das empresas que continuem a libertar CO2 para aquelas que oferecerem um “preço razoável” de eletricidade aos consumidores internalizando parte do aumento dos custos da energia. De acordo com várias fontes próximas do processo, esse preço “razoável” deverá rondar os 60 euros/MWh e em causa estarão contratos anteriores a 14 de setembro e futuros, assinados com qualquer tipo de cliente.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Valor Econômico

Embraer e Fokker Techniek unem-se para explorar áreas da Defesa e aviação comercial

A fabricante brasileira de aeronaves e as empresas holandesas Fokker Techniek e Fokker Services assinaram um memorando de entendimento para explorar em conjunto várias atividades nos mercados de Defesa, aviação comercial, serviços e suporte. Nos próximos meses, as empresas discutirão as várias oportunidades disponíveis e procurarão utilizar conhecimentos e capacidades em novos projetos. “A Fokker Techniek e a Fokker Services são empresas aeroespaciais conhecidas e respeitáveis, com raízes na construção aviões e no suporte de frotas em todo o mundo. A sua rede, experiência e tradição em aviação mundialmente reconhecidas, serão uma combinação perfeita com os serviços e suporte da Embraer”, disse o presidente executivo da Embraer Serviços&Suporte, Johann Bordais.

Leia a notícia completa no Valor Econômico (acesso pago)

Bloomberg

Fundação Ford desinveste de combustíveis fósseis e reforça em energias renováveis

Fundação Ford, uma das maiores fundações privadas dos Estados Unidos, vai desinvestir dos combustíveis fósseis, seguindo as pisadas da Fundação MacArthur e da Universidade de Harvard. “Embora apenas 0,3% da dotação da Fundação Ford seja diretamente investida em empresas de combustíveis fósseis, levamos a sério as nossas obrigações como fiduciários e estamos cientes de que, se colocarmos restrições nos nossos investimentos, podemos abrir mão de algum retorno para as gerações futuras”, disse o presidente da Fundação Ford, Darren Walker. No futuro, adiantou, a fundação diz que investirá em energias alternativas e renováveis e fundos que “enfrentem a ameaça das mudanças climáticas e apoiem a transição para uma economia verde”.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSI-20 segue em alta com Pharol a subir 3%

Após ter registado uma queda na sessão anterior, o PSI-20 abriu esta terça-feira em alta, beneficiando da subida de 3% da Pharol.

O PSI-20 acompanha a tendência positiva na Europa e avança 0,21% para os 5.630,78 pontos no início desta terça-feira, após ter registado uma queda na sessão anterior. Em Lisboa, a maior parte das cotadas segue em alta, com a Pharol na dianteira. Nas quedas o destaque vai para a Novabase.

Entre as principais praças europeias, o verde domina: o alemão DAX sobe 0,2%, o francês CAC 40 avança 0,3%, o espanhol IBEX soma 0,3% e o britânico FTSE 100 valoriza 0,2%. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, sobe 0,2% neste início de sessão.

Em Lisboa, nove cotadas seguem em alta, três em baixa e as restantes cinco mantêm-se inalteradas. Entre as subidas, o destaque vai para a Pharol que valoriza 3,02% para os 9,5 cêntimos. Na semana passada, a Pharol revelou que vendeu ações próprias e reforçou a sua posição na Oi.

Segue-se a Corticeira Amorim com uma valorização de 1,14% para os 12,38 euros, a EDP com uma subida de 0,9% para os 4,72 euros, a Sonae com um avanço de 0,79% para os 95,85 cêntimos e, por fim, a Navigator com uma valorização de 0,52% para os 3,07 euros.

A evitar maiores ganhos no PSI-20 está a Novabase com uma queda de 4,18% para os 4,58 euros. Também os CTT desvalorizaram 0,39% para os 5,1 euros, assim como o BCP que cede 0,2% para os 15,27 cêntimos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OE2022: Rangel diz que aprovação “não compete ao PSD” e aponta eventuais eleições para “fevereiro ou março”

  • Lusa
  • 19 Outubro 2021

"Não compete ao PSD aprovar o Orçamento", disse o candidato à liderança do PSD, apontando eleições legislativas antecipadas em fevereiro ou março como "o normal".

O candidato à liderança do PSD, Paulo Rangel, defendeu esta segunda-feira que a aprovação do próximo Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) “não compete” ao partido e, no cenário “especulativo” de crise política, aponta eleições em fevereiro ou março como “o normal”.

Em entrevista à TVI, Paulo Rangel considerou que “não compete ao PSD aprovar o orçamento”, salientando que o documento atual “é um mau orçamento” e que não representa a matriz do partido, que deve ser muito claro no seu papel de oposição. “Eu acho que o país não perceberia uma crise política, nem é desejável que entremos, mas o PS tem de negociar com aqueles que são os seus parceiros de coligação, o PCP e o BE, defendeu.

No entanto, questionado se uma eventual crise política e eleições antecipadas em plena disputa interna do PSD não prejudicaria o partido, como defende o atual presidente Rui Rio, Rangel rejeitou este cenário. “Não há nenhum risco de uma eleição feita no PSD nesta altura não permitir que o partido tenha um candidato forte a legislativas se elas se dessem em início de fevereiro, meados de fevereiro ou até março”, defendeu.

Rangel invocou os precedentes das dissoluções em 2002, 2004/2005 e 2011 para considerar que este calendário não só “não era inédito, como era o normal”. “Em todos esses casos, o Presidente primeiro ouviu os partidos, depois ouviu o Conselho de Estado, depois anunciou que ia dissolver, depois a publicação demorou um mês a fazer porque se quis dar espaço para que os partidos se organizassem para eleições”.

No entanto, na semana passada, quando admitiu um cenário de eleições antecipadas perante a ameaça de chumbo do Orçamento por parte de BE e PCP, o Presidente da República apontou para outro calendário: estimou que as eleições legislativas antecipadas se realizariam em janeiro, que o novo Governo tomaria posse em fevereiro e que só haveria Orçamento em abril, realçando que neste período haveria uma “paragem em muitos fundos europeus”.

Na quinta-feira, o Conselho Nacional do PSD chumbou uma proposta da direção para que o calendário eleitoral interno fosse suspenso até se esclarecer se o Orçamento do Estado é ou não aprovado, por 71 votos contra e 40 a favor, e agendou diretas para 04 de dezembro e congresso para entre 14 e 16 de janeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Receita do ISP cresceu 600 milhões de euros desde 2015

  • ECO
  • 19 Outubro 2021

Em cinco anos, encaixe do Estado com o imposto sobre produtos petrolíferos cresceu 600 milhões um valor que duplica quando acrescido da Contribuição sobre o Setor Rodoviário.

A receita que o Estado encaixa com o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) cresceu de 2,1 mil milhões de euros em 2015 para mais de 3,3 mil milhões de euros em 2020, um valor que incorpora a Contribuição sobre o Setor Rodoviário que rendeu 600 milhões aos cofres do Estado, avança a TSF (acesso livre). Com estes aumentos, há empresas que já pedem para ser compensadas.

Os dados são da Direção-Geral do Orçamento (DGO) e revelam ainda que, se a comparação for feita entre o ano de arranque da geringonça e 2019 (o último ano pré-pandemia, marcado por um recorde de receita do ISP), a diferença é ainda maior: cerca de 1.400 milhões de euros. Só nesse ano, o Fisco arrecadou pela primeira vez mais de 3,5 mil milhões de euros com este imposto, tendo em conta o contributo da Contribuição sobre o Setor Rodoviário.

Ora é esta contribuição que impede comparações diretas entre a receita de ISP a partir de 2016 face a anos anteriores. Em nota enviada à TSF, o Executivo explica que a Contribuição sobre o Setor Rodoviário gerou, em 2020, uma receita de 600 milhões de euros, mas apesar de, em termos contabilísticos, ter passado a ser considerada na receita do ISP, o seu efeito deve ser retirado da comparação com anos anteriores. Assim, a receita de ISP em 2020 cresceu 600 milhões de euros face a 2015, aos quais se somam outros 600 da contribuição rodoviária.

Em linha com estes aumentos, também a taxa do imposto do gasóleo tem vindo a subir anualmente: passou de 40 cêntimos por litro em 2015 para 61 cêntimos por litro em 2020 (+27,5%). O mesmo aconteceu com a taxa sobre a gasolina, que passou de quase 62 cêntimos por litro em 2015 para mais de 66 cêntimos em 2020 (cerca de +8%).

Face a estas subidas, os operadores de transporte rodoviário privado estão em negociações com o Governo para que as subidas excecionais de custos — combustíveis e salário mínimo nacional — passem a contar para atualização da remuneração que está prevista nos contratos de concessão, avançou o presidente da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (Antrop) ao Observador (acesso condicionado).

Nota: Notícia alterada às 16h15 com o esclarecimento enviado pelo Executivo à TSF.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas recorre à inteligência artificial para fiscalizar contratos públicos

  • ECO
  • 19 Outubro 2021

O Tribunal de Contas vai candidatar-se a um concurso internacional para desenvolver a sua capacidade de usar algoritmos na fiscalização dos contratos públicos.

O presidente do Tribunal de Contas, José Tavares, revela esta terça-feira em entrevista ao Público (acesso condicionado) que a instituição vai candidatar-se a um projeto com a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) para aproveitar fundos internacionais para avançar no projeto de usar inteligência artificial (algoritmo) na fiscalização de atos e contratos da Administração Pública, incluindo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Estamos a dar os primeiros passos – a gatinhar – no recurso à inteligência artificial“, diz o presidente do Tribunal de Contas. Em junho, José Tavares já tinha revelado ao ECO que o tribunal iria aceitar a sugestão dos deputados e usar algoritmos para identificar padrões ou desvios nos contratos do PRR entregues para fiscalização prévia (se o valor for superior a 750 mil euros) ou concomitante (se o valor for inferior a 750 mil euros).

Na mesma entrevista, o sucessor de Vítor Caldeira fala ainda da ausência de um decreto de execução orçamental já quase há dois anos. Perante o atraso sucessivo na sua publicação, José Tavares diz que o país tem de se questionar “se a existência deste decreto-lei faz sentido ou se pode ser substituído por outro tipo de ato”. “Faz muito sentido que exista um decreto com esta natureza e com este conteúdo, penso que é importante sabermos as regras que os milhares de gestores públicos devem conhecer para bem executarem o OE, mas não me repugnaria que fosse um decreto regulamentar“, sugere.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo tem de dar “alguma sequência” às propostas do PCP para chegar à aprovação

  • Lusa
  • 19 Outubro 2021

O líder da bancada comunista referiu várias vezes que o partido não está a pensar em eleições legislativa antecipadas, considerando que agora “é o momento de construir” soluções.

O líder parlamentar do PCP defendeu esta segunda-feira que se o Governo quiser ver o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) aprovado “tem de dar alguma sequência” às propostas apresentadas pelos comunistas para resolver os problemas do país.

Se o Governo quiser, efetivamente, ter Orçamento, tem de dar alguma sequência às questões que nós colocámos, tem de dar resposta, mas uma resposta concreta, com medidas de avanço”, sustentou o dirigente comunista, em entrevista ao programa Polígrafo SIC, transmitida durante a noite de hoje na SIC-Notícias. João Oliveira acrescentou que o PCP “não tomou nenhuma decisão ainda relativamente à votação” do OE2022.

Fizemos uma avaliação daquilo que é hoje o nosso posicionamento, não apenas face à proposta que o Governo entregou na Assembleia da República, mas também face a uma resposta mais global que é preciso dar aos problemas do país”, completou.

Questionado sobre um eventual cenário de crise política decorrente do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado, o líder da bancada comunista referiu várias vezes que o partido não está a pensar em eleições legislativa antecipadas, considerando que agora “é o momento de construir” soluções para resolver os problemas socioeconómicos de Portugal.

Interpelado sobre se ainda há tempo para construir as soluções aos problemas identificados pelo PCP, João Oliveira colocou o ónus no Governo. “A discussão que se vai fazer nos dias 26 e 27 [de outubro] na Assembleia da República é uma discussão que tem de ter já clarificada qual é a perspetiva que pode sair daquele Orçamento e na resposta global aos problemas do país, como é que esse Orçamento se encaixa nela”, elaborou.

O PCP sabe, prosseguiu o líder parlamentar comunista, que as propostas que apresentou não são “questões momentâneas, que de um dia para o outro se possam resolver”, mas da parte do Governo, insistiu várias vezes ao longo da entrevista, houve sempre “resistência”.

O também membro do Comité Central comunista disse ainda não ser possível fazer uma comparação com a viabilização de orçamentos anteriores, já que o PCP faz uma análise de acordo com o contexto em que os documentos apresentados estão inseridos.

Em 2021, explicou, o quadro era o da pandemia, mas este ano o cenário é outro, acrescentando, no entanto, que o executivo socialista “ainda tem tempo, ainda tem espaço para dar resposta” aos problemas do país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal é dos países da UE com menor redução do défice em 2022

  • ECO
  • 19 Outubro 2021

Porém, Portugal é dos países da Zona Euro onde o rácio da dívida pública mais vai encolher entre 2021 e 2022, graças ao crescimento da economia.

A redução do défice prevista pelo Governo na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) de 4,3% do PIB em 2021 para 3,2% do PIB em 2022 é uma das mais baixas entre os países da Zona Euro, de acordo com os esboços orçamentais remetidos a Bruxelas, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). Apenas o Luxemburgo prevê um ajustamento menor, de quatro décimas, em comparação com os 1,1 pontos de Portugal. Em Malta e Grécia, dois países também dependentes do turismo, a redução do défice é maior, mas o ponto de partida de 2021 é superior, tendo as contas públicas um maior desequilíbrio.

No que toca ao saldo estrutural, Portugal também é dos países da Zona Euro que prevê uma redução mais tímida (menos duas décimas). Menos só na Holanda e na Irlanda. Também neste indicador é a Grécia e Malta quem se destaca com uma maior redução: de 4,5 pontos percentuais e 4,1 pontos percentuais, respetivamente.

Por outro lado, a dívida pública portuguesa será uma das que mais vai cair dentro Zona Euro com uma redução de 4,1 pontos percentuais. Apenas a Grécia, o Chipre e Espanha terão uma contração maior entre 2021 e 2022. Mais uma vez, estes são dos países, incluindo Portugal, que têm um dos maiores rácios de dívida pública da União Europeia, apenas superado por Itália (que ainda não entregou o esboço orçamental à Comissão Europeia) e a Grécia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Défice, ISP e Tribunal de Contas

  • ECO
  • 19 Outubro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O dia arranca com a notícia de que Portugal é dos países da União Europeia com menor redução do défice em 2022. Destaque ainda para o peso do ISP no preço dos combustíveis, que tem marcado as notícias das últimas semanas. Este imposto cresceu 1,2 mil milhões de euros desde 2015 e, com esta subida, as empresas de transporte de passageiros querem ser compensadas. É ainda notícia o facto de o Tribunal de Contas pretender recorrer à inteligência artificial para controlar contratos.

Portugal é dos países da UE com menor redução do défice em 2022

A redução do défice prevista pelo Governo na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) de 4,3% em 2021 para 3,2% em 2022 é uma das mais baixas entre os países da Zona Euro. Apenas o Luxemburgo prevê um ajustamento menor de quatro décimas, em comparação com os 1,1 pontos de Portugal. Por outro lado, a dívida pública portuguesa será uma das que mais cairá dentro Zona Euro com uma redução de 4,1 pontos percentuais. Apenas a Grécia, o Chipre e Espanha terão uma contração maior entre 2021 e 2022.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Receita do ISP cresceu 1,2 mil milhões de euros desde 2015

A receita do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) cresceu de 2,1 mil milhões de euros em 2015 para um valor superior a 3,3 mil milhões em 2020, o equivalente a um crescimento de 58%. De acordo com os dados da Direção-Geral do Orçamento, se a comparação for entre o ano de arranque da geringonça e 2019 (o último ano pré-pandemia, onde houve um recorde de receita do ISP), a diferença é ainda maior: cerca de 1.400 milhões de euros. Nesse ano, o Fisco arrecadou pela primeira vez mais de 3,5 mil milhões de euros com este imposto.

Leia a notícia completa na TSF (acesso livre)

Empresas de transportes públicos querem compensação para subida do diesel e do salário mínimo

Apesar de as empresas de transportes públicos de passageiros já estarem a recuperar do impacto provocado pela pandemia, enfrentam agora o problema do aumento acentuado do preço dos combustíveis, que acaba por não ser refletido no preço final cobrado aos passageiros. Os operadores de transporte rodoviário privado estão em negociações com o Governo para que as subidas excecionais de custos — combustíveis e salário mínimo nacional — passem a contar para atualização da remuneração que está prevista nos contratos de concessão.

Leia a notícia completa no Observador (acesso condicionado)

Tribunal de Contas recorre à inteligência artificial para fiscalizar contratos

O Tribunal de Contas (TdC) vai candidatar-se a um projeto com a OCDE para aproveitar fundos internacionais para avançar no projeto de usar inteligência artificial (algoritmo) para fiscalizar os atos e contratos da Administração Pública, incluindo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Em junho, o presidente do TdC já tinha revelado ao ECO que iria aceitar a sugestão dos deputados e usar algoritmos para identificar padrões ou desvios nos contratos do PRR entregues para fiscalização prévia ou concomitante. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Governo ajuda a fixar 23 mil funcionários contratados por lares

O Governo lançou em abril de 2020 a Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde (MAREESS), numa resposta à falta de profissionais de cuidados a idosos durante a pandemia. Com esse programa, até ao final de agosto deste ano, tinham sido colocadas mais de 22,6 mil pessoas em 2.040 instituições. Agora, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social avançou com um prémio de 5.266 euros por cada trabalhador cujo contrato seja convertido em permanente.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subida do preço do jet fuel complica contas da TAP

Cotação mais do que duplicou no espaço de um ano. No final de junho, a companhia já alertava que variações acentuadas do preço do jet fuel poderão vir a ter um impacto significativo nas contas.

A subida do petróleo não arrasta apenas o preço da gasolina ou do gasóleo. Também o combustível usado pelos aviões disparou com a retoma da economia e do setor, mais do que duplicando de preço no espaço de um ano. Uma má notícia para a recuperação da TAP, que vê agravar-se um dos seus principais custos.

O preço da tonelada métrica de jet fuel na Europa acumula uma valorização de 124% nos últimos 12 meses, para os 774,75 dólares, segundo dados da Platts disponibilizados pela IATA. A subida acentuou-se durante o verão, acompanhando a cotação do petróleo, que atingiu os 86 dólares em Londres na segunda-feira, o nível mais elevado desde outubro de 2018.

O preço do combustível é uma das variáveis determinantes nas contas de uma companhia aérea, como reconheceu a presidente da TAP durante uma entrevista no Portugal Air Summit, a 13 de outubro. “O preço do jet fuel está a subir, isso é uma certeza. Há duas dimensões críticas no negócio da aviação e que não conseguimos controlar, uma é o preço do combustível a outra é o mercado cambial, e neste momento o real brasileiro não está muito forte”, afirmou.

O preço atual do jet fuel está já acima do preço médio de 2019, de 631,7 dólares por tonelada métrica, e é duas vezes mais do que os 360,3 dólares registados em média no ano passado. A preocupação com este fator já constava do último relatório e contas da companhia aérea portuguesa: “Durante o primeiro semestre de 2021, o preço spot do jet fuel apresentou uma subida bastante significativa acompanhando a recuperação e abertura das principais economias globais, com um mínimo de 439 dólares por tonelada em janeiro de 2021, chegando a um máximo de 628 dólares por tonelada em junho de 2021″.

"Eventuais variações acentuadas do preço do jet fuel após 30 de junho de 2021 poderão vir a ter um impacto significativo nas contas da empresa.”

Relatório e contas da TAP

“Eventuais variações acentuadas do preço do jet fuel após 30 de junho de 2021 poderão vir a ter um impacto significativo nas contas da empresa”, acrescenta o mesmo documento. Variações que estão a acontecer, dado que a cotação já vai nos 775 dólares.

O ECO questionou a TAP sobre o impacto deste aumento do preço do combustível usado nos aviões, mas até ao momento não obteve resposta. É habitual as companhias aéreas fazerem a cobertura de risco (hedging) do preço, pelo menos de parte do combustível que compram. Antes da pandemia a empresa tinha como política fazer contratos até 12 meses, abrangendo entre 50% a 60% do consumo mensal estimado.

Na já referida entrevista na Portugal Air Summit, Christine Ourmières-Widener afirmou que a TAP está a fazer hedging do preço do jet fuel, mas não detalhou qual a política que está a ser seguida atualmente. Em 2020, a empresa teve de reconhecer uma perda de 165,3 milhões de euros devido ao cancelamento de contratos, decorrente da enorme quebra nos voos realizados — e no combustível consumido — por causa da pandemia.

A subida do preço do combustível é uma contrariedade para um setor que ainda se debate com fronteiras encerradas, restrições à circulação e alguma desconfiança dos passageiros por causa da pandemia. Na semana passada a Delta Airlines alertou os investidores que deverá voltar aos prejuízos nos últimos três meses do ano, mencionando o impacto do jet fuel mais caro. “O preço do combustível continua a aumentar, o que vai pressionar a nossa capacidade para manter os lucros”, afirmou Ed Bastian na apresentação dos resultados. A necessidade de recuperar a procura tem inibido as companhias áreas de repercutirem estes aumentos no preço dos bilhetes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O INE divulga os dados relativos ao movimento de passageiros nos aeroportos nacionais, enquanto o BdP revela indicadores das empresas. Gabriel Bernardino vai ser ouvido na AR.

Esta terça-feira serão conhecidos os dados relativos ao movimento de passageiros nos aeroportos nacionais, bem como ao índice de preços na produção industrial. Ao mesmo tempo, o Banco de Portugal divulga indicadores das empresas. Na política, Gabriel Bernardino vai ser ouvido na comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento.

Como evolui o movimento de passageiros nos aeroportos nacionais?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta terça-feira os dados relativos à atividade dos transportes, referentes a agosto. Em julho, os aeroportos nacionais receberam 2,8 milhões de passageiros, isto é, mais do dobro dos passageiros recebidos em igual período de 2020. Contudo, nesse período, o movimento os aeroportos continuava abaixo dos valores pré-pandemia.

INE divulga dados sobre a produção industrial

O Instituto Nacional de Estatística vai divulgar ainda os dados da produção industrial referentes a setembro de 2021. O índice de preços na produção industrial (IPPI) aumentou 11% em agosto, depois da subida de 10,1% em julho, em termos homólogos, segundo o último balanço do gabinete de estatísticas.

Banco de Portugal divulga indicadores das empresas

O Banco de Portugal (BdP) divulga esta terça-feira os indicadores económico-financeiros das empresas, referentes ao terceiro trimestre de 2021. Estes indicadores incluem um conjunto de rácios que permitem analisar as empresas do ponto de vista da sua rendibilidade, atividade e financiamento. São produzidos com base no Inquérito Trimestral às Empresas não Financeiras e excluem agricultura e pescas.

Gabriel Bernardino ouvido no Parlamento

Gabriel Bernardino vai ser ouvido esta terça-feira na comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia a República. O antigo presidente da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma vai ser o novo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), substituindo Gabriela Figueiredo Dias, cujo mandato terminou no final de junho.

Fesap reúne comissão Executiva para discutir OE2022

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) vai reunir-se esta terça-feira para discutir formas de luta para os trabalhadores pressionarem o Governo no sentido de melhorar a proposta de Orçamento do Estado (OE2022) e dar resposta às suas reivindicações, estando em cima da mesa a convocação de uma greve. A Fesap considera que o aumento de 0,9% dos salários, proposto pelo Governo, é “claramente insuficiente” face à “estagnação” salarial dos últimos anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Polopique e americana Recover querem tornar a indústria da moda mais sustentável

O grupo liderado por Luís Guimarães fez uma parceria com a Recover, fundo americano que produz algodão reciclado a partir de resíduos têxteis. Objetivo é tornar a indústria da moda mais sustentável.

A têxtil Polopique e o fundo norte-americano Recover, que produz algodão reciclado a partir de resíduos têxteis, criaram uma parceria com o objetivo de alcançar um fabrico sustentável e fornecer soluções de ponta para a indústria da moda. Ao incorporarem a fibra Recover no processo, as duas empresas querem apoiar marcas e retalhistas em cada etapa da cadeia de fornecimento e criar uma solução para que as marcas produzam vestuário totalmente sustentável. A Polopique, que é das poucas empresas têxteis totalmente verticais no país, domina todas as fases do processo de produção têxtil, desde a fiação, tecelagem e acabamento, até ao design e comercialização de produtos.

Isabel Carneiro, vice-presidente do conselho administração da Polopique, conta ao ECO que a empresa vai trabalhar em parceria com a Recover em artigos com algodão reciclado proveniente de peças de roupa. “A sustentabilidade é um tema que sempre nos preocupou e uma área com bastante potencial de crescimento. Com esta aposta na sustentabilidade queremos chegar a clientes em todo o mundo”, explica a vice-presidente do grupo.

Em abril, o presidente da Polopique, Luís Guimarães, já tinha revelado ao ECO em primeira mão, que tinha firmado um contrato com um player internacional para fiar algodão reciclado em Portugal. Ao incluir as fibras Recover, a Polopique, conhecida por ser um dos principais fornecedores do grupo Inditex, reduzirá ainda mais a sua pegada ecológica.

O grupo liderado por Luís Guimarães já incorpora na grande maioria das produções de algodão orgânico, algodão com certificação Better Cotton Initiative (BCI), poliéster reciclado com certificação Global Recycled Standard (GRS), viscose EcoVero, entre outros. “Neste momento a Polopique só trabalha praticamente com matérias sustentáveis”, sublinha Isabel Carneiro.

Luís Guimarães, presidente da têxtil Polopique

A Recover, um spinoff da Hilaturas Ferre controlado desde o ano passado pelo fundo norte-americano Story3 Capital, foi homenageada nos prémios Fast Company’s Innovation by Design Awards para 2021, nas categorias sustentabilidade e materiais. Já a portuguesa Polopique é uma referência mundial no setor têxtil, exporta para 47 países, conta com um volume de negócios de aproximadamente 90 milhões de euros e emprega cerca de mil pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fernando Pinto e ex-administradores da TAP ilibados pelo Ministério Público

Em causa o processo de compra da empresa brasileira VEM-Varig, negociada entre 2005 e 2007 por Fernando Pinto. Investigação surge depois de uma denúncia anónima feita em 2014.

Fernando Pinto – ex-presidente da TAP — e mais quatro ex-administradores da transportadora aérea foram absolvidos pelo Ministério Público dos alegados crimes de administração danosa, tráfico de influência, branqueamento, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, burla, prevaricação e abuso de poder.

Fernando Pinto estava a ser investigado por suspeitas de gestão danosa no processo de compra da empresa brasileira VEM-Varig, negociada entre 2005 e 2007. Um negócio em que a TAP perdeu cerca de 500 milhões de euros e que começou a ser investigado em 2010. O processo teve origem numa denúncia anónima feita em 2014, alegando que a administração da TAP teria orquestrado operações e negócios prejudiciais para a empresa e, ainda, enriquecido ilicitamente à custa do Estado português. O Ministério Público decidiu investigar estas alegações e foram constituídos arguidos no processo os membros da administração da TAP Fernando Sobral, Fernando Pinto, Luís Gama Mór, Luís Miguel da Silveira Ribeiro Vaz, Manoel José Fontes Torres (entretanto falecido) e Michael Anthony Conoly.

Segundo o despacho de arquivamento do Ministério Público (MP) — a que o ECO/Advocatus teve acesso — ficou provado de que foi dado prévio conhecimento das operações desenvolvidas em 2005 pela administração da TAP ao Governo e à Parpública e que, relativamente às operações em 2007, a administração não necessitava de autorização para as realizar. “Não se encontrava preenchido o tipo legal do crime de administração danosa, que pressupõe que o agente infrinja intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão racional, o que, como se pode retirar exposto anteriormente, não se verificou”, diz o despacho.

Mais: o Ministério Público afirmou que “não ocorreu solicitação ou aceitação de uma
vantagem patrimonial ou não patrimonial ou a sua promessa, para abuso de influência, real ou
suposta, junto de qualquer entidade pública, por qualquer dos arguidos ou qualquer pessoa, não existindo, por isso, provas que indicam a prática do crime de trafico de influências”.

O titular da investigação criminal concluiu ainda que “não foram recolhidas provas no sentido de algum dos funcionários ter aceite qualquer vantagem como contrapartida de qualquer ato que se tomou no processo de decisão relativo ao pagamento de prémios.

Em novembro de 2005, quando o negócio da VEM ficou fechado, a Varig já estava envolvida em vários processos judiciais, o que implicou a separação de negócios do grupo. No início, a TAP ficou com apenas 15% da VEM e os restantes 85% ficaram com a Geocapital, uma sociedade de investimentos de Stanley Ho. Em 2007, a Geocapital acabou por sair do negócio e a TAP comprou a totalidade (o negócio acabou, no final, por ficar em 500 milhões de euros).

Na altura em que foram feitas as buscas, em abril de 2016, a PJ tentava ainda recolher informação que permitisse perceber se a operação levou ou não ao pagamento de prémios e quem os recebeu.

Outra das questões levantada na investigação foi o facto de o negócio ter avançado sem aval do Ministério das Finanças. Por esta altura, o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, fez saber que precisava de documentos que validassem a compra da VEM. No despacho de 2007 falava mesmo “da ausência de elementos suficientemente conclusivos para uma decisão final”. Num despacho assinado em 2009, Carlos Costa Pina terá ainda questionado a administração de Fernando Pinto sobre o prémio de 20% à Geocapital: pagou 25 milhões de dólares em vez dos 21 milhões de dólares inicialmente previstos.

“Depois de uma investigação morosa e aprofundada, o Ministério Público concluiu pela total inocência dos meus clientes. O negócio de aquisição da VEM – realizado há cerca de 16 anos – ocorreu com total transparência e boa-fé por parte da administração da TAP, nunca tendo havido qualquer indício de crime”, explicou ao ECO o advogado de defesa de Fernando Pinto, Michael Conolly, Luiz Mór e Fernando Jorge Sobral. Francisco Proença de Carvalho, sócio da Uría Menéndez – Proença de Carvalho acrescentou ainda: “lamentamos que o desfecho do processo tenha demorado tanto tempo, mas o seu arquivamento é a única decisão justa”.

E que argumentos usou o Ministério Público no despacho de arquivamento?

  • Que a constituição da Groundforce não poderia ser considerada como um ato comprometedor de normas de gestão racional por parte da administração da TAP, uma vez que a mesma se revelou justificada, e que a recompra em 2008 do capital social da Groundforce se fundamentou pelos condicionalismos impostos à operação pela gestão da GLOBÁLIA. Pelo que, foi considerado que se recolheu prova bastante de que não foi praticado o crime de administração danosa;
  • Determinou que não restavam dúvidas que no decorrer de 2005, o Governo à época teve conhecimento prévio da compra da VEM, não se tendo oposto à realização do negócio e dando o seu apoio à estratégia delineada pela TAP;
  • Foi ainda entendido pelo Ministério Público, que a Parpública também teve conhecimento prévio das operações ocorridas em 2005 e 2007, ao contrário do alegado pelo Presidente da Parpública no seu testemunho, e que não se mostrou contra. Quanto à operação de controlo da VEM em 2007 por parte da TAP, a presidência da Parpública entendeu até que a mesma não precisava de autorização por parte da acionista única;
  • Considerou também que os ex-administradores da TAP não avançaram com a aquisição da VEM contra a vontade do Governo ou sem que o Governo tivesse conhecimento destas operações, tendo ainda acrescentado que a referida autorização por parte do Governo nem seria necessária;
  • Sublinhou ainda que o processo de reestruturação da VEM não pode ser atribuído apenas aos arguidos, sendo que “as decisões tomadas, sendo hoje eventualmente discutíveis e certamente discutidas do ponto de vista da racionalidade económico-financeira, não podem ser interpretadas como sendo fruto de uma conduta isolada dos arguidos, tomada contra opiniões e conselhos à data de todos os restantes elementos do CA, CAE ou CGS [Conselho Geral e de Supervisão] da TAP SA e da TAP SGPS ou em sentido contrário da informação disponível à data.”. Ademais, o Ministério Público afirmou que não foi possível determinar exatamente o valor económico-financeiro que a VEM trouxe à TAP SGPS, nem os eventuais prejuízos que existiram, e a existirem, qual a sua dimensão;
  • Que na altura da compra da VEM, já existiam trabalhos no sentido de apurar o valor económico desta, e que foram apresentadas versões preliminares dos mesmos à tutela, à Parpública e aos elementos do CA, uma vez que não se poderia afirmar que os arguidos decidiram pela realização das operações sem acesso a qualquer estudo de avaliação;
  • Quanto aos planos de recuperação em si, o Ministério Público considerou que, “embora estes não tenham sido bem sucedidos”, não é possível dizer que, de um ponto de vista penal, tenham sido desadequados ou fora de uma gestão racional, nem que os arguidos tivessem intenção de infringir regras económicas de gestão racional e, modo, causar danos patrimoniais à TAP;
  • Por fim, concluiu o Ministério Público que das provas analisadas não resultaram indícios de comparticipação de funcionários do Estado com funções decisórias quanto à matéria dos prémios no sentido de beneficiação dos arguidos com remunerações que não lhes eram devidas. As tutelas ministeriais e a Parpública tiveram uma atuação crítica relativamente às metas a serem atingidas por parte dos administradores da TAP SGPS aquando do calculo da remuneração variável devida pelo exercício de 2007, sendo que segundo o Ministério Público “se alguma coisa resultou provada foi que as entidades administrativas competentes acabaram por atribuir aos arguidos uma remuneração variável referente ao exercício 2007 inferior àquela a que, por força das normas contratuais e legais aplicáveis, os mesmos teriam direito”.
  • Acresce que não foram recolhidas provas no sentido de algum dos funcionários ter aceite qualquer vantagem como contrapartida de qualquer ato que se tomou no processo de decisão relativo ao pagamento de prémios aos administradores da TAP;

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.