Lucros da EDP baixam 2% até setembro
Nos primeiros nove meses do ano, a EDP registou lucros de 510 milhões de euros. Quebra homóloga sem efeitos extraordinários deve-se aos custos com compra de energia e recursos eólicos abaixo da média.
Nos primeiros nove meses do ano, a EDP apresentou um resultado líquido recorrente de 510 milhões de euros, o que representa uma descida de 2% face a igual período de 2020. Se forem considerados os efeitos extraordinários, o comparativo aponta para uma progressão de 21%.
A empresa de energia assinala que estes resultados foram “marcados pela positiva pela integração da Viesgo em Espanha e pelo bom desempenho das redes no Brasil, tendo sido penalizados pela subida dos custos com compra de energia no mercado ibérico e por recursos eólicos abaixo da média”.
Em comunicado enviado à CMVM, a empresa liderada por Miguel Stilwell d’Andrade aponta que o EBITDA recorrente caiu 1% neste período, para 2.511 milhões de euros, embora excluindo o impacto das variações cambiais (-4% em termos homólogos) tenha aumentado 3%.
No segmento das renováveis, o EBITDA recorrente baixou 4%. “Apesar do desempenho da produção hídrica tenha sido acima da média na Península Ibérica e ainda que a capacidade instalada eólica e solar tenha aumentado 13% para 13,0 GW, estes impactos foram mais do que compensados por recursos eólicos 5% abaixo da média e pelos efeitos negativos do Vortex polar nos EUA no mês de fevereiro”, lê-se no mesmo documento.
Por outro lado, nas redes de eletricidade disparou 43%. Em Portugal e Espanha, os custos operacionais mantiveram a trajetória decrescente (-6%) devido à digitalização e no país vizinho, com o avanço da integração da Viesgo, mais do que duplicou a dimensão das operações. No Brasil, os investimentos em novos projetos de transmissão e reforço do capex de redes de distribuição, assim como a atualização anual das receitas reguladas à taxa de inflação, mais do que compensaram a desvalorização de 11% do real face ao euro.
No comunicado de 29 páginas divulgado esta quinta-feira, a EDP assinala ainda que o segmento de serviços a clientes e gestão de energia foi penalizado pelo disparo dos preços da energia nos mercados grossistas, em particular no segundo e terceiro trimestres, que implicou a “subida dos custos de produção e sourcing e teve um impacto mark-to-market negativo nos contratos de hedging de energia”. A quebra neste segmento foi de 66%.
A dívida líquida totalizava 12,1 mil milhões de euros em setembro, em linha com o valor no final do ano passado. Foi “impactada pela aceleração do investimento, sobretudo em renováveis e redes no seguimento do plano estratégico, e pelo aumento do fundo de maneio, que foram mitigados pelo aumento de capital de 1,5 mil milhões da EDPR e pela emissão de 2 mil milhões de híbridos verdes”.
Entre janeiro e setembro, o investimento bruto da EDP ascendeu a 2,7 mil milhões de euros (+15%) — dos quais 95% em energias renováveis e redes de eletricidade –, naquilo que descreve como um “forte alinhamento com a transição energética”. Com o reforço de 2,5 GW de capacidade ao longo dos últimos 12 meses, 76% da produção de eletricidade teve origem em energias renováveis. A capacidade instalada de carvão caiu 37%, explicada pela “estratégia de descarbonização até 2025”.
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