Fabricantes da indústria automóvel temem perda de ativos e competências necessários à retoma
Fabricantes da indústria automóvel pedem apoio do Governo através dos meios que "possibilitem manter as equipas de colaboradores e compensem as dificuldades da liquidez momentânea".
O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), José Couto, solicitou esta quarta-feira o apoio imediato do Governo às empresas do setor para não perder ativos e competências que são necessárias para a retoma das encomendas.
“A direção desta associação considera que é necessário privilegiar o apoio às empresas sem demoras e sofismas. Concretizar hoje, significa não perder oportunidades. Disponibilizar amanhã, pode significar ficar fora do mercado durante anos”, disse José Couto.
O presidente da AFIA falava na abertura do 10.º Encontro da Indústria Automóvel, que decorre em Ílhavo, no distrito de Aveiro.
No seu discurso, o dirigente referiu que na atual conjuntura adversa, agravada pela “inusitada” subida de preços da energia e dos combustíveis, as empresas de componentes para a indústria automóvel “perdem margem, têm que encolher capacidade de produção, desfazer-se de recursos humanos, procurar financiamento para honrar compromissos, adiar e priorizar investimentos”.
Para o presidente da AFIA, as empresas “não podem perder capacidade competitiva e têm de se manter prontas para o retomar das encomendas e capazes de enquadrar projetos de novos produtos automóveis“.
“Não podemos perder ativos e competências que fomos capazes de acumular durante anos e nos diferenciam e dão um bom posicionamento junto dos clientes”, afirmou.
José Couto diz que esta indústria “vive uma crise estrutural e precisa de ser apoiada”, para “não deixar desfazer uma atividade que podia ter 5% do PIB, que contribui para a dinamização do ecossistema de I&D do país e que emprega 62 mil trabalhadores que na sua maioria são qualificados”.
Para enfrentar os desafios do futuro, o dirigente considera necessário o apoio do Governo para resolver “problemas e obstáculos que diminuem as empresas em termos competitivos e compara mal com os concorrentes”, apontando como exemplo a construção de uma solução logística ao centro da Europa que garanta fiabilidade nos fornecimentos e sustentabilidade dos meios de transporte.
“Isso pressupõe uma aposta acertada na ligação ferroviária e em plataformas multimodais nacionais, diminuição de custos de contexto e reformas da fiscalidade e apoio na produção de energia verde nas unidades produtivas”, afirmou.
Nesse sentido, solicitou o apoio do Governo aos fabricantes de componentes para a indústria automóvel através dos meios que “possibilitem manter as equipas de colaboradores e compensem as dificuldades da liquidez momentânea”, sem esquecer a necessidade de fazer chegar meios financeiros às empresas através do Banco de Fomento, como reforço do capital, o que possibilitaria viabilizar planos de investimento que incrementem a competitividade”.
“Consideramos que o momento é crucial que não podemos descurar o processo de modernização das empresas e de acompanhamento das repercussões que têm e terá o novo veículo automóvel”, concluiu.
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