Macron quer “repensar” regras orçamentais para permitir grandes investimentos europeus
"Para investir mais em grandes projetos comuns, deverá haver exceções às regras orçamentais instituídas pelos tratados", disse Macron, na apresentação das prioridades da presidência francesa da UE,
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta quinta-feira a intenção da presidência francesa do Conselho da União Europeia (UE), a partir de janeiro, de “repensar” as regras orçamentais para permitir grandes projetos de investimentos europeus.
A presidência francesa do Conselho da UE, cujos principais objetivos foram esta quinta apresentados pelo chefe de Estado francês, vai ter entre as suas prioridades o crescimento económico e, para investir mais em grandes projetos comuns, deverá haver exceções às regras orçamentais instituídas pelos tratados, nomeadamente a regra do défice de 3%, suspensa durante a pandemia, disse Macron.
“Estes novos investimentos devem ser integrados nos nossos quadros orçamentais, portanto precisamos de uma discussão estratégica de como enquadrar os investimentos mais favoráveis e repensar as nossas regras orçamentais nessa perspetiva”, detalhou o Presidente durante uma conferência de imprensa no Palácio do Eliseu.
“Vamos ter de começar a construir um quadro financeiro credível, transparente, capaz de transmitir a ideia de uma Europa forte, justa e sustentável […] Vamos refletir com os Estados-membros sobre este tema. Durante a pandemia pusemos entre parênteses a aplicação das nossas regras orçamentais comuns […] e não podemos agir como se nada se tivesse passado”, disse Emmanuel Macron.
Macron quer reformar Espaço Schengen
A reforma do Espaço Schengen e uma cimeira com a União Africana estão também entre as prioridades da França para a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE), a partir de janeiro, revelou o Presidente francês.
“O objetivo da nossa presidência é passar de uma Europa de cooperação no interior das nossas fronteiras a uma Europa poderosa exteriormente, no Mundo, completamente soberana, livre nas suas escolhas e dona do seu destino“, disse Emmanuel Macron, que detalhou esta tarde numa conferência de imprensa as prioridades da presidência francesa do Conselho da UE, entre janeiro e junho de 2022.
Na lista de prioridades apresentada pelo líder francês, a imigração é um dos pontos mais urgentes, com Macron a pretender propor uma reforma do Espaço Schengen, assim como um acompanhamento político contínuo da política migratória da Europa, com reuniões regulares dos responsáveis dos 27.
A França construiu as prioridades da sua presidência em torno de três principais eixos: soberania, crescimento e uma Europa humanista.
“Vamos também trabalhar com os países de origem e os países de trânsito, harmonizar as nossas regras e harmonizar os fluxos secundários, com procedimentos mais simples e mais cooperativos”, detalhou o Presidente francês.
De forma a resolver a crise migratória e evitar novos desastres como o que aconteceu há dias no Canal da Mancha, com a morte de 27 migrantes no mar, Emmanuel Macron quer uma relação mais próxima com África.
“A relação com a África é uma prioridade e acredito que o laço entre os dois continentes é o grande projeto político e geopolítico das próximas décadas. A relação entre a África e a Europa é estruturante em todos os aspetos para a paz no Mediterrâneo, mas também a paz e prosperidade na Europa e em África”, referiu o governante.
Assim, o governante francês anunciou uma Cimeira de dirigentes da União Europeia e da União Africana, para os dias 17 e 18 de fevereiro de 2022 em Bruxelas.
Outro região de cooperação que vai ser reforçado no semestre em que a França vai estar à frente do Conselho da União Europeia são os Balcãs Ocidentais.
Também a defesa foi apresentada pelo Presidente francês como um dos pontos importantes, sendo os próximos meses caracterizados como uma “momento de definição da bússola estratégica europeia”, passando a “uma fase mais operacional”.
O Governo francês anunciou também a emissão especial de uma moeda de dois euros, cunhada com o mote francês ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’, para assinalar esta presidência.
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