Altice vende mais torres à Cellnex avaliadas em 70 milhões de euros

Altice separou numa nova entidade um portefólio de torres de telecomunicações avaliado em 70 milhões de euros, que se prepara para vender à Cellnex. Venda aguarda aval da Autoridade da Concorrência.

A Altice Portugal prepara-se para vender mais antenas à Cellnex. Poucos meses depois de ter entregado 700 torres de telecomunicações a este grupo por 209 milhões de euros, a empresa vai transferir um portefólio de 70 milhões de euros para uma nova entidade, Hivory Portugal, que venderá ao grupo espanhol, confirmou o ECO.

De acordo com o projeto de cisão, a que o ECO teve acesso, a Hivory vai receber da Meo um conjunto de ativos avaliados em mais de 70 milhões de euros. Contabilizando também o passivo, o valor do portefólio encolhe ligeiramente, para 68,88 milhões. Além dos mastros, equipamentos e estruturas associadas, vão transitar para a Hivory alguns contratos associados às mesmas.

Contactada pelo ECO, a Altice Portugal confirmou que a cisão é um passo no sentido da venda destes ativos à Cellnex. “Esta operação enquadra-se no acordo global que tinha sido celebrado em maio de 2021 com a Cellnex Portugal“, explica a empresa.

“O respetivo acordo contemplava dois lotes de torres, cuja venda do primeiro lote foi concretizada no passado mês de setembro, enquanto a concretização da alienação do segundo lote está prevista concretizar-se no primeiro trimestre de 2022. Para este efeito, foi registado neste mês de dezembro o projeto de cisão da unidade de negócio que inclui a torres desse segundo lote”, acrescenta fonte oficial.

Já depois da publicação desta notícia, a Cellnex Portugal também confirmou ao ECO os detalhes do negócio: “A notificação recentemente realizada à Autoridade da Concorrência constitui uma extensão do acordo de cooperação entre a Meo e a Cellnex Portugal, anunciado em junho do presente ano, transação esta cuja produção de efeitos fica, naturalmente, pendente de decisão formal” do regulador, disse fonte oficial do grupo.

Desta forma, a nova empresa, Hivory Portugal, é o veículo envolvido nesta segunda transação entre a Altice e a Cellnex este ano. Em 22 de dezembro, um dia depois da certificação do projeto de cisão por um advogado, a Cellnex notificou a Autoridade da Concorrência da “aquisição do controlo exclusivo” de uma nova empresa da esfera da antiga PT, que inclui “um conjunto de ativos da atual infraestrutura passiva da Meo”.

O comunicado da Autoridade da Concorrência explicava ainda que esses ativos iriam ser separados da Meo e transferidos para uma nova empresa, que será adquirida na totalidade pela Cellnex Portugal. Hivory é também o nome de uma subsidiária da Cellnex em Espanha.

Esta é a quinta transação da Cellnex em Portugal desde setembro de 2018, seguindo-se à compra de 700 antenas de telecomunicações à Meo em agosto, por 209 milhões de euros, um ganho de 25 milhões para a Altice, noticiou o Público na altura. Em abril de 2020, a Cellnex comprou a Nos Towering à Nos, com um pagamento inicial de 375 milhões, que pode chegar aos 550 milhões ao longo de seis anos.

No projeto de cisão que deverá dar origem à Hivory Portugal, a Altice explica que “a unidade de negócio” em causa “é, por sua natureza, distinta e, por conseguinte, requer diferentes condições organizacionais e operacionais, as quais podem ser alcançadas de forma mais satisfatória através de uma entidade jurídica autónoma”.

A Altice Portugal refere ainda que “o panorama regulatório atual promove e suporta a partilha deste tipo de infraestrutura”, pelo que “o destaque desta unidade de negócio, através da constituição de uma nova sociedade, permite a outros operadores aceder a esta infraestrutura passiva através de uma sociedade independente”.

Em concreto, os ativos transferidos para a Hivory incluem toda a “infraestrutura passiva” localizada nos sites, isto é, locais onde estão as antenas de rede móvel, “incluindo construções em aço e betão, condutas de fibra, vedações, torres, mastros, abrigos, cabines, arrendamentos e garantias e quaisquer outros materiais instalados nos locais que sejam relevantes para a prestação de serviços de comunicações eletrónicas através dos referidos sites“.

O negócio abrange ainda os equipamentos de segurança e infraestruturas localizadas no solo, no subsolo, ou aéreas. Nos locais onde já existe partilha das torres com outras operadoras, “a infraestrutura passiva consiste apenas nas torres e mastros”.

(Notícia atualizada às 16h31 com confirmação por parte da Cellnex)

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