Há mais 16 mortes e 3.742 casos de Covid-19 em Portugal. Incidência continua a subir

Desde o início da pandemia, o país soma 1.185.036 casos de infeção e 18.626 mortes por Covid-19. Há 1.101.911 pessoas recuperadas da doença.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 3.742 novos casos de Covid-19, o que eleva o número total de infetados desde o início da pandemia para 1.185.036. O boletim desta sexta-feira indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram mais 16 pessoas com a doença, para um total de 18.626 óbitos. A incidência média no território nacional subiu para 457,7 casos por 100 mil habitantes, enquanto o risco de transmissibilidade (Rt) estabilizou em 1,11.

O boletim dá conta de um total de 1.101.911 recuperados, mais 4.357 do que no balanço anterior. Há, neste momento, 64.499 casos ativos em Portugal, menos 631 face a quinta-feira.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa e registou-se um ligeiro recuo no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 947 doentes estão internados em unidades hospitalares (menos 14 nas últimas 24 horas), dos quais 137 em unidades de cuidados intensivos (menos cinco).

Por regiões, a maioria das novas infeções continua a ser registada em Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Dos 3.742 novos casos confirmados, 1.227 localizam-se nesta região (32,8%), seguindo-se a região Norte, que contabilizou 1.126 novas infeções (30,1%).

Boletim epidemiológico de 10 de dezembro:

Neste contexto, LVT é a região com mais casos e mortes registados até ao momento (452.284 casos de infeção e 7.877 mortes), seguindo-se o Norte (443.400 casos e 5.690 mortes), o Centro (168.562 casos e 3.288 mortes), o Alentejo (43.415 casos e 1.069 mortes) e o Algarve (51.318 casos e 543 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 10.382 casos e 49 mortos, enquanto a Madeira regista 15.675 casos e 110 vítimas mortais.

Há ainda 86.769 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, mais 3.742 face a quinta-feira.

Rt estabiliza, mas incidência continua a subir

Os dados da DGS revelam ainda que o valor do Rt, que mostra quantas pessoas cada infetado contagia em média, está em 1,11 quer a nível nacional quer no continente. Trata-se, portanto, de uma estabilização face ao último balanço (estava em 1,11 a nível nacional e no continente), o que coloca Portugal na “zona vermelha” da matriz de risco do Governo.

Matriz de risco com dados de 10 de dezembro de 2021DGS

Em contrapartida, a incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) continua a subir, estando agora em 457,7 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 462,5 casos por 100 mil habitantes no continente (na última atualização estes valores eram 438,4 por 100 mil habitantes e 442,1 por 100 mil habitantes, respetivamente).

(Notícia atualizada pela última vez às 14h46)

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Investimento público deve ter análise custo-benefício, diz OCDE

A OCDE pede a Portugal que mantenha a monitorização dos custos e benefícios dos projetos financiados por fundos europeus, os quais vão ajudar a aumentar o investimento público nos próximos anos.

Com a chegada de “níveis recorde” de fundos europeus, exige-se uma análise de custo-benefício ao investimento público. A recomendação é feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) no Economic Survey de Portugal divulgado esta sexta-feira. A entidade sediada em Paris antecipa que a absorção possa ser “lenta” devido a entraves.

“Os fundos da União Europeia disponíveis [a Portugal], incluindo os que estão dentro do plano Próxima Geração UE, vão atingir níveis recorde”, começa por escrever a OCDE no relatório, alertando que a “absorção [dos fundos] pode ser lenta devido a entraves no desenho, aprovação e implementação dos programas”.

A OCDE diz que Portugal tem de assegurar uma implementação “eficaz e transparente” dos programas financiados pelos fundos da União Europeia, dando “prioridade aos projetos que têm um maior impacto económico e social, baseando-se em análise de custo-benefício”. Dito por outras palavras, as verbas têm de ser bem aplicadas para terem a rentabilidade desejada.

Será importante manter a monitorização dos custos e benefícios dos projetos, favorecendo aqueles que tenham maiores retornos económicos e sociais e assegurando que os fundos irão financiar projetos que não teriam sido realizados na ausência de cofinanciamento público“, detalha a OCDE.

Para contornar os entraves identificados será necessário desenvolver “capacidades administrativas para acelerar a gestão dos fundos”, reduzindo a “burocracia” e racionalização dos processos administrativos do Código dos Contratos Públicos, ao mesmo tempo que assegura “níveis elevados de transparência e responsabilização para prevenir os riscos de fraude”.

A Organização nota ainda que os fundos europeus vão ajudar a aumentar o investimento público em Portugal, após os baixos níveis que se registaram nos últimos anos em comparação com a média dos países da OCDE — segundo o gráfico do relatório, só o México está pior. “Na década passada, o limitado investimento público fez parte da estratégia de consolidação orçamental que focou-se no défice global, com melhorias estruturais limitadas“, critica.

Apoios são para manter, mas dívida terá de descer em breve

Face ao surgimento de uma nova variante e o aumento de casos de Covid-19 em vários países, a OCDE admite que a recuperação económica “pode ser lenta devido às medidas de contenção necessárias para limitar a propagação do vírus”. Assim, a política orçamental deve continuar a apoiar até que a retoma seja firme, tornando os apoios mais direcionados para onde são mais necessários.

Porém, Portugal não se pode esquecer que tem uma das maiores dívidas públicas do mundo e que, além disso, acumulou passivos contingentes (devido às garantias que deu nas linhas de crédito para as empresas durante a pandemia) que “podem complicar a consolidação orçamental”. Acresce que a Organização diz que faltam detalhes sobre a estratégia para conter a despesa pública nos próximos anos.

No que toca aos passivos contingentes, a OCDE nota que tal aumentou a exposição do Estado a uma “potencial onda de falências de empresas”, ainda que este cenário tenha uma “probabilidade baixa”. “A execução de garantia pode ser grande se a recuperação económica for lenta no setor do turismo e dos transportes”, refere a Organização, acrescentando que, da mesma forma, as injeções de capital em empresas como a TAP podem “gerar custos elevados, se as empresas ajudadas não recuperarem”.

A recomendação da OCDE é que assim que a retoma esteja sólida, o Governo deve retirar os apoios Covid de forma gradual e “anunciar uma estratégia de médio prazo clara e credível para a consolidação orçamental“.

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“Um carro autónomo necessita de um terabyte de informação por dia”, diz administrador da NOS

  • Francisco Almeida Fernandes, Fatima Ferrão e
  • 10 Dezembro 2021

O consumo médio diário de um carro sem condutor é "astronómico". Só uma rede com grande capacidade, como a 5G, poderá processar tantos dados, explica João Ricardo Moreira, da Nos.

A presença das telecomunicações na gestão de sistemas de tráfego, como semáforos, ou na gestão das redes de transportes é um trabalho invisível, mas indispensável. No entanto, como explica João Ricardo Moreira, este é também um suporte aos meios de mobilidade, uma área em que a NOS quer posicionar-se, assumindo uma “visão mais completa do tema”.

Em conversa com o ECO, o administrador da NOS para a área da transformação digital, demonstra a importância deste ‘trabalho invisível’, dando como exemplo os carros autónomos. “Um carro autónomo necessita de um terabyte de informação por dia”, explica. “Se pensarmos que isso é um volume de informação absolutamente astronómico, só uma rede com uma grande capacidade de processar esses dados é capaz de dar suporte à sua existência“, acrescenta.

Este é um dos exemplos mais futuristas do trabalho que a operadora está a desenvolver, mas ilustra a importância dos dados no suporte a toda a operação. As plataformas analíticas são, por isso, ferramentas essenciais. Nestas plataformas, como explica o responsável, “com dados agregados dos utilizadores da rede móvel, conseguimos ter uma perspetiva dos grandes fluxos agregados de população, os fluxos pendulares de manhã e noite, de dias de semana e dias de fim-de-semana”. Uma visão completa, que permite tomar decisões e ajustar a rede de acordo com as necessidades.

A introdução do 5G neste ecossistema acrescentará fiabilidade e resiliência que estão “perfeitamente adequadas à gestão de serviços críticos como o da mobilidade e transporte de pessoas”, reforça João Ricardo Moreira.

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Ministro do Ambiente espera ter avaliação da exploração do lítio terminada em janeiro

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

Matos Fernandes afirmou esta sexta-feira que espera que “até meados de janeiro, mais ou menos” a avaliação do estudo de impacto ambiental do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio esteja concluída.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática disse esta sexta-feira que a consulta pública sobre a avaliação ambiental à exploração do lítio é “o processo mais transparente” que conhece, e espera ter o processo terminado em janeiro.

João Pedro Matos Fernandes, que falava aos jornalistas à margem de uma conferência sobre a transição energética, na Reitoria da Universidade do Porto, adiantou que espera que “até meados de janeiro, mais ou menos”, a avaliação do estudo de impacto ambiental do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio (PPP Lítio) esteja concluída.

O processo de consulta pública, que termina esta sexta-feira, é “um projeto absolutamente claro, transparente, participado, discutido”, considerou o governante.

“Foram identificadas um conjunto de treze áreas onde há um potencial de existência de lítio em Portugal, dessas, três ficavam maioritariamente em áreas naturais protegidas e foram excluídas. Dessas, em duas delas – Boticas e Montalegre – já havia intenções para o terreno e, portanto, não fazia sentido estar a incluí-las no concurso e, relativamente às oito que sobraram, retiramos todas as áreas que pertenciam à Rede Natura 2000”, detalhou.

Sobre a contestação à mineração deste metal, Matos Fernandes disse que “há quem não queira fazer a exploração do lítio a qualquer custo, esquecendo-se, de propósito ou sem querer, que o lítio é essencial para a descarbonização, que o lítio é essencial para a digitalização”.

“Nós não queremos, ao contrário de quem pensa assim, explorar o lítio a qualquer custo. Estamos a fazer isso com todo o rigor técnico, com toda a participação normal da comunidade científica, das pessoas, das autarquias”, afirmou.

O titular da pasta do ambiente garantiu que, se “as condições ambientais de base já estudadas tornam extraordinariamente complexa a exploração, ficarão por aí”. As zonas que forem identificadas como potenciais locais de exploração, “avançarão, sabendo que nunca haverá nenhuma exploração sem uma avaliação de impacto ambiental do projeto concreto”, frisou.

Para o ministro, não faz sentido, “em plena crise das matérias-primas”, virar “as costas” a “um metal essencial para o futuro da economia”. “Temos, de facto, um projeto industrial para Portugal, projeto industrial esse que quer aproveitar alguns dos seus recursos que são essenciais”, reiterou.

A consulta pública do relatório de avaliação ambiental preliminar do PPP do lítio em oito potenciais áreas para lançamento de procedimento concursal, começou em setembro. Inicialmente, terminava em 10 de novembro, mas na sequência da contestação de autarquias, partidos políticos e movimentos cívicos, o prazo que foi alargado para 10 de dezembro.

No relatório de avaliação ambiental preliminar, foram analisadas oito áreas do Norte e Centro do país: Arga (Viana do Castelo), Seixoso-Vieiros (Braga, Porto e Vila Real), Massueime (Guarda), Guarda – Mangualde (quatro zonas espalhadas por Guarda, Viseu, Castelo Branco e Coimbra) e Segura (Castelo Branco).

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Reformas estruturais acrescentam 4,8% ao PIB per capita em 15 anos, estima OCDE

A OCDE estima que se fossem implementadas apenas quatro reformas estruturais em Portugal isso poderia acrescentar 4,8% ao PIB per capita nos próximos 15 anos.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é conhecida por recomendar várias reformas estruturais aos países. Desta vez, além de as sugerir a Portugal, a OCDE calculou o potencial impacto positivo para a economia nacional: a implementação de quatro reformas estruturais provocaria um crescimento de 4,8% do PIB per capita em 15 anos, segundo o Economic Survey de Portugal divulgado esta sexta-feira.

As quatro reformas são: melhorar o nível de habilitações da população adulta (aumentar a média de número de anos de estudo em seis meses), aumentar a despesa em políticas ativas do mercado de trabalho (para 0,3 pontos percentuais do PIB), ajudar mais as PME diretamente no investimento em investigação e desenvolvimento (para 0,4 pontos percentuais do PIB) e melhorar a eficiência judicial e a execução dos contratos.

Entre estas medidas, a que mais teria impacto económico no longo prazo seria a melhoria da eficiência do sistema judicial. No relatório, a OCDE nota que Portugal não fez progressos em recomendações passadas, como o aumento da autonomia de gestão do sistema judicial para que haja uma alocação de recursos mais eficaz ou a introdução de um mecanismo fora do tribunal para facilitar a liquidação de empresas inviáveis. Noutros pontos relativos ao CITIUS, por exemplo, houve mudanças, assim como na avaliação do desempenho dos juízes.

Estas são algumas das reformas “chave” que a OCDE propõe para Portugal. As estimativas são ilustrativas, tendo sido calculadas com base na relação histórica nos países da OCDE entre essas reformas e o crescimento económico. Estes números não incluem os potenciais efeitos indiretos positivos que as reformas podem provocar no crescimento e nas receitas públicas.

Na frente orçamental, as reformas escolhidas pela OCDE acabam por ter um impacto nulo no curto prazo. Por um lado, o aumento da despesa em políticas ativas do mercado de trabalho e em investigação e desenvolvimento custaria 0,7% do PIB. Por outro lado, a melhoria da eficiência da despesa pública e o aumento dos impostos ambientais (com medidas de compensações para os cidadãos mais afetados) têm um impacto positivo nas contas públicas de 0,7% do PIB.

No relatório, a OCDE faz também um balanço das reformas estruturais que propôs em fevereiro de 2019 quando lançou o último Economic Survey de Portugal. Há sete reformas onde houve progressos desde então — nomeadamente na concorrência, no setor da eletricidade, no SIFIDE, na educação vocacional, na redução da dualidade do mercado de trabalho e a melhoria das qualificações dos gestores — e cinco reformas onde não houve avanços.

O que ficou por fazer, na ótica da OCDE? A revisão das regulações sobre o uso de terreno e a limitação dos poderes discricionários das autarquias nos procedimentos de licenciamento; a melhoria da eficiência dos portos via renegociação dos contratos de concessão; a promoção da negociação salarial ao nível das empresas, colocando mais limites vinculativos às extensões administrativas dos acordos salariais; a publicação de indicadores sobre o mercado de trabalho e educação ao nível regional para permitir melhores escolhas de carreira; a criação de incentivos para atrair os professores com mais experiências para as escolas desfavorecidas.

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OCDE diz que há margem para aumentar IMI em Portugal

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) diz que há margem para aumentar IMI e impostos sobre as heranças em Portugal. Defende descida do IRC para estimular investimento.

Dado que são baixos em comparação com outros países, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) considera que “há margem” para aumentar os impostos sobre os imóveis e sobre as heranças. Na prática, tal significa aumentar o Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI) e o imposto sucessório, que foi abolido em Portugal em 2004.

Mas embora herdeiros como cônjuges, filhos, netos, pais ou avós tenham deixaram de estar sujeitos a esta tributação, os restantes, como por exemplo irmãos ou sobrinhos da pessoa falecida, têm de pagar Imposto do Selo sobre a herança, correspondente a 10% dos bens sujeitos a tributação.

Há margem para aumentos os impostos sobre as propriedades imóveis e os impostos sobre a herança, uma vez que são relativamente baixos” na comparação dentro da OCDE, lê-se no Economic Survey sobre Portugal, que faz um raio-x à situação do país, publicado esta sexta-feira pela organização. A divulgação deste relatório estava prevista há meses, mas foi sendo adiada sem razão aparente.

Além dos impostos sobre a propriedade, a organização diz também que “os impostos sobre as fontes de poluição também podem ser aumentados para refletir o seu impacto negativo no ambiente”. A OCDE revela que o Governo — que irá acabar dentro de um mês e meio — “planeia rever os impostos sobre as propriedades rurais e os veículos, mas os detalhes sobre as medidas não estão disponíveis ainda”.

A recomendação da OCDE não passa por aumentar o conjunto dos impostos que incidem sobre a economia portuguesa, mas sim por um “reajustamento do mix de impostos”, tendo como objetivo final a adoção de uma política fiscal pró-crescimento, reduzindo os impostos que “mais penalizam o crescimento e a inclusão”.

Assim, a OCDE propõe que se “avalie cuidadosamente” a redução nos impostos sobre os lucros das empresas (IRC) para “estimular o investimento”. “No longo prazo, as taxas de imposto contingentes ao tamanho [das empresas] devem ser revistas uma vez que podem dificultar o crescimento de empresas pequenas”, diz a organização, presumindo-se que se refere à derrama estadual cuja taxa varia consoante o valor dos lucros.

Em relação aos impostos sobre os imóveis, em relatórios anteriores a OCDE já tinha dado a entender qual era a sua opinião: defende o aumento do IMI (imposto pago anualmente pelo proprietário ao município) e a diminuição do IMT (Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis) e do Imposto do Selo (imposto pago na transação do imóvel pelo comprador).

Para a organização este reequilíbrio do mix de impostos beneficiaria o ajustamento do mercado imobiliário — cuja acessibilidade é um dos pontos fracos apontados ao mercado português — e daria recursos às autarquias para apostarem em habitação social. Além disso, a OCDE propõe que se reduza a regulação dos processos de licenciamento para que a oferta se ajuste mais facilmente à procura.

Pandemia aumenta problemas na acessibilidade da habitação

A OCDE reconhece que a acessibilidade da habitação já era um desafio antes da crise pandémica por causa do aumento dos preços das casas e das rendas — note-se que em 2018 um terço dos arrendatários com menor rendimento estavam a gastar mais de 40% do seu rendimento disponível na renda –, mas a Covid-19 veio exacerbar esse problema, mesmo tendo em conta das medidas de proteção implementadas pelo Governo.

A oferta de casas não tem respondido ao aumento da procura por casas induzido pelo ambiente de taxas de juro baixas, a forte procura por alojamento turístico e os incentivos fiscais para o investimento residencial por parte de estrangeiros“, descreve a OCDE, assinalando que o investimento em habitação para arrendamento “manteve-se subdesenvolvido”, nomeadamente da parte do Estado.

Dito isto, a Organização elogia o plano do Governo para aumentar o stock de habitação social para 5% do total até 2025 e pede que se melhore a capacidade técnica das autarquias para desenhar projetos de habitação social “adequados” e para usar os fundos europeus disponíveis para atingir esta “meta ambiciosa”.

Por fim, a OCDE alerta para o problema dos procedimentos “onerosos” para a construção, o que podem travar o ajuste da oferta à procura, dando o exemplo do número de processos e dias para ter uma autorização ser superior em Portugal do que a média dos países mais desenvolvidos da OCDE. Simplificação e racionalização dos processos são as palavras de ordem da OCDE.

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OCDE sugere criação de empresa para lidar com subida do malparado da banca

Organização alerta para o fim das moratórias e avisa que, se o crédito em incumprimento disparar, Portugal deve ter "estratégia diversificada" para lidar com o problema e evitar crise financeira.

Se o crédito malparado disparar após o fim das moratórias, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) diz ao Governo para considerar a criação de uma empresa para gerir os ativos tóxicos da banca. “Aceleraria consideravelmente a limpeza dos balanços dos bancos”, nota a organização.

Segundo a OCDE, esta medida seria “particularmente adequada” para lidar com um disparo do nível de ativos problemáticos com colateral de elevada qualidade.

Contudo, conforme observa no Economic Survey de Portugal divulgado esta sexta-feira, “estabelecer uma empresa de gestão de ativos é complexo, especialmente se apoiado por fundos públicos”. Mas a OCDE deixa a recomendação: “Idealmente, a empresa [de gestão de ativos] deve ser financiada por investidores privados, e incluirá a venda de bancos para evitar conflitos com as regras da UE em matéria de auxílios estatais e da Diretiva de Recuperação e Resolução Bancária”. Já foi feito em Espanha e Irlanda e Portugal pode seguir o mesmo passo, sugere a OCDE.

A instituição diz que a participação pública nesta empresa “seria desejável” se a banca registasse uma deterioração acentuada dos seus ativos nos próximos meses, pois isso representaria uma ameaça à estabilidade financeira do país.

Portugal foi dos países da Europa onde mais se socorreu das moratórias bancárias para fazer face ao impacto da pandemia. Mais de 20% do crédito da banca esteve sob moratória durante o último ano e meio, tendo atingido os 48 mil milhões de euros no ano passado. O regime público terminou em setembro e, apesar dos alertas sobre um possível “tsunami” de incumprimentos dos devedores, os bancos têm dado sinais de tranquilidade quanto à evolução deste tema. Por outro lado, os últimos dados do Banco de Portugal mostram que o rácio de malparado do sistema caiu para níveis abaixo de 5%, o valor mais baixo desde 2008, depois de ter superado os 17% em 2016.

No relatório da OCDE, sugere-se ainda a adoção de medidas de apoio ao desenvolvimento de mercados secundários para empréstimos não produtivos, que poderia também contribuir para a alienação destes ativos tóxicos.

No fundo, a OCDE diz a Portugal para estar preparado para a eventualidade de uma subida expressiva do crédito em incumprimento. Essa situação “irá exigir uma adaptação da estratégia nacional” que terá de ser “diversificada” e deve incluir medidas que “a gestão interna dos NPL por parte dos bancos (abordagem no balanço)”.

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OCDE critica fidelizações, preços altos e baixa concorrência nas telecomunicações em Portugal

Relatório de Portugal diz que há falta de concorrência no setor das telecomunicações, em prejuízo dos consumidores. Preços são altos, fidelizações são prejudiciais e empresas copiam-se umas às outras.

Os preços das comunicações eletrónicas em Portugal, no geral, são “relativamente altos” no contexto da União Europeia (UE) e existem “problemas de concorrência” no setor português das telecomunicações. A posição é assumida pela OCDE num relatório apresentado esta sexta-feira, onde também são criticadas as fidelizações promovidas pelas operadoras.

Num capítulo dedicado ao ecossistema digital do país, a OCDE, um clube de países ricos, elogia a infraestrutura de telecomunicações instalada em Portugal, que está “bem desenvolvida” e cobre a “maioria das áreas” com banda larga “rápida e ultrarrápida”. No entanto, a organização sublinha que comunicações fixas e móveis “acessíveis” são um dos “pré-requisitos” da transição para uma economia mais digital.

“Embora se posicionem em torno da média da UE em alguns serviços, os preços das comunicações eletrónicas são relativamente altos em Portugal no geral. Isto pode parcialmente explicar a baixa utilização de serviços móveis e a grande diferença da penetração da internet por níveis de rendimento: apenas cerca de metade dos agregados mais pobres tinham banda larga fixa em casa em 2019″, lê-se no documento.

Apesar de recordar que está previsto que a tarifa social de internet entre em vigor em janeiro, a OCDE diz que é preciso “investigar mais” os fatores que resultam em “níveis de preços elevados” no país. E deixa uma pista: “Problemas de concorrência no setor das telecomunicações certamente desempenham um papel, o que sugere que as forças de mercado poderiam ajudar a melhorar a acessibilidade da banda larga.”

A OCDE lembra que a concorrência pode resultar em mais investimentos e redes mais rápidas e com melhor qualidade. No entanto, vê indícios de que “as pressões de concorrência são relativamente baixas em Portugal”, porque os mercados estão “concentrados em três operadores com quotas de mercado significativas” – designadamente, Meo, Nos e Vodafone.

De seguida, criticando as “margens elevadas de lucro em comparação com outros países europeus” — citando dados da Anacom –, a OCDE refere que “as operadoras oferecem, sobretudo, serviços em pacote, e, ao fazê-lo, tendem a copiar as ofertas dos concorrentes (pacotes e preços) ou tentar aumentar as ofertas para serviços mais caros, em vez de descerem os preços”.

OCDE elogia a infraestrutura instalada em Portugal, mas arrasa as práticas do setorPixabay

Fidelizações prejudicam concorrência

O Economic Survey sobre Portugal da OCDE também faz mira às fidelizações nas telecomunicações praticadas pela generalidade das empresas do setor, que impedem os clientes de mudar de operadora — “geralmente, por dois anos” a contar a partir do início do contrato. Quem quer mudar durante este vínculo, muitas vezes, vê-se obrigado a pagar centenas de euros em penalizações.

Para a organização, este sistema “reduz o efeito disciplinar nos preços de mercado, na inovação e na qualidade do serviço, enfraquecendo os incentivos à concorrência e deixando os consumidores mais vulneráveis ao poder do mercado”. “Cláusulas de fidelização, a par com outros fatores, como a complexidade do procedimento de rescisão contratual e a falta de informação transparente, enfraquece a concorrência no setor das telecomunicações ao limitar a mobilidade dos consumidores em Portugal”, reforça a OCDE.

Nesse sentido, a OCDE recomenda que se adotem medidas para a “redução dos custos de mudança”, afirmando que tal “iria reforçar a concorrência entre fornecedores em benefício dos consumidores”. Além disso, alinha com a opinião já transmitida pela Autoridade da Concorrência de que “a extensão dos períodos de vínculo deve estar associada” à oferta de “serviços adicionais”.

A OCDE vai mais longe e sugere à Anacom que “trabalhe em conjunto com as operadoras” para “desenvolver e publicitar um conjunto de indicadores comparáveis relacionados com a qualidade de serviço”, assim como conduzir inquéritos online junto dos consumidores. Na quinta-feira, o Governo aprovou o mapa das redes fixas e móveis em Portugal, um levantamento feito pela Anacom junto das empresas do setor, e que vai servir de instrumento para ajudar na definição de políticas públicas, entre outras utilidades.

Expandir cobertura requer ajuda do Estado

Apesar dos elogios à infraestrutura em Portugal, a OCDE avisa que expandir a cobertura a todo o território “requer intervenção pública”, designadamente nas regiões que não são suficientemente atrativas para o investimento privado (devido à baixa densidade populacional, por exemplo). A instituição destaca duas, Açores e Madeira, e enaltece o facto de o Governo ter criado um grupo de trabalho que está a avaliar, precisamente, a utilização de fundos europeus para esse propósito.

Além das redes fixas, as redes móveis são a “alternativa nas áreas” onde não existe fibra ótica. Mas a OCDE aponta que a velocidade do atual 4G em Portugal está abaixo da média do grupo, e a utilização destes serviços também.

O 5G está aí ao virar da esquina, mas só depois de longos meses de licitações que pareciam não ter fim. Por esse motivo, a OCDE dá um puxão de orelhas a Portugal, por ser um dos poucos países da OCDE que, em novembro, ainda não tinham redes de quinta geração — 32 de 38 países do grupo já tinham lançado a tecnologia nessa altura.

Também aqui existem fatores que podem contribuir para a concorrência. A Anacom desenhou o leilão de frequências com o pressuposto de que existe pouca concorrência neste mercado em Portugal (algo com que as operadoras discordam veementemente). Agora, a OCDE concorda e diz que, mesmo com a reserva de espectro para os chamados “novos entrantes”, continuam a existir “barreiras” à entrada de novos players no mercado (Portugal vai ter mais três: a Nowo, a Dixarobil e a grossista Dense Air).

“Os incumbentes queixaram-se das regras do leilão do 5G, considerando-as injustas, e alguns ameaçaram cortar o investimento e postos de trabalho” no país, diz a OCDE. No entanto, “as autoridades portuguesas devem manter estas medidas para reforçar a concorrência e continuar a reforçar os incentivos para acelerar o investimento em infraestrutura”.

O relatório da OCDE deverá lançar mais lenha na fogueira das telecomunicações em Portugal, numa altura em que Anacom e Apritel, a associação que representa as empresas do setor, guerreiam sobre os preços praticados. Na ótica da Anacom, os preços têm estado a subir. Na ótica da Apritel, têm estado a descer.

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Portugal deve melhorar condições de trabalho dos profissionais de saúde para facilitar recrutamento, diz OCDE

O rácio de enfermeiros e prestadores de cuidados continuados por habitante em Portugal "continua a ser baixo em comparação com a média da OCDE", sublinha a organização.

Portugal foi duramente atingido pela pandemia, nomeadamente no que diz respeito ao sistema de saúde, que esteve sob alta pressão nas fases mais graves da Covid-19. Numa altura em que Portugal ainda se encontra abaixo da média no rácio de enfermeiros por habitante, a OCDE defende que o país deve melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde, para facilitar o recrutamento e assim mitigar os efeitos da pandemia.

A pressão que a pandemia exerceu sobre o setor da saúde foi “agravada pela escassez de profissionais de saúde”, sublinha a OCDE, no Economic Survey de Portugal, que faz um raio-x à situação do país, publicado esta sexta-feira. Esta situação verifica-se quando o rácio de enfermeiros e prestadores de cuidados continuados por habitante “continua a ser baixo em comparação com a média da OCDE”.

Portugal tem cerca de sete enfermeiros no ativo por cada 1.000 habitantes, segundo os últimos dados disponíveis, rácio que se situa abaixo da média da OCDE, de mais de oito enfermeiros por mil habitantes. A diferença é ainda maior nos prestadores de cuidados continuados: em Portugal, não chega a um por cada 100 pessoas com 65 anos ou mais, enquanto na OCDE se fixa em cinco.

Rácio de enfermeiros no ativo por 1000 habitantesOCDE

Perante este contexto, e tendo em vista mitigar os efeitos da pandemia e suportar a recuperação económica, a principal recomendação da OCDE neste campo específico para o país é melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde, nomeadamente para facilitar o recrutamento.

O Governo tem vindo a abrir alguns concursos para a contratação de mais profissionais, tendo anunciado, por exemplo, em novembro a autorização para preencher 2.160 postos de trabalho para categorias superiores de carreiras especiais da saúde. No entanto, alguns dos concursos acabam por não ter todas as vagas preenchidas.

Ainda assim, o Governo salienta, em reação ao relatório, que “os últimos dados apresentados pela OCDE em relação ao número de enfermeiros dizem respeito ao ano de 2018, não considerando o aumento significativo do número de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos três anos”. “Há agora mais de 7000 enfermeiros do que 2018 (um aumento de 17%)”, salienta o Executivo, com base nos dados disponíveis no Portal da Transparência do SNS.

A OCDE aponta também que vários países tomaram medidas para melhorar a disponibilidade do serviço de saúde, seja por direcionar os esforços para os estudantes de medicina no início da formação, ou ao fornecer incentivos financeiros para a prática em áreas carentes.

A organização sublinha ainda que “para garantir uma recuperação inclusiva, será necessário reforçar as políticas públicas na área da saúde e do mercado de trabalho”. Na saúde, uma das áreas que carece de um “reforço rápido” destas políticas são os problemas de saúde mental, que a pandemia veio agravar.

(Notícia atualizada com a reação do Governo às 15h30)

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Faltam regras para controlar relação dos deputados com o setor privado, diz OCDE

A OCDE defende que se devem adotar códigos de conduta para os contactos dos deputados com representantes de grupos de interesses.

A OCDE alerta para a falta de regras específicas para o relacionamento dos deputados com o setor privado e com os grupos de interesses, em Portugal, no mais recente Economic Survey. A organização recomenda códigos de conduta para o contacto dos deputados com os lobistas, bem como um registo destes.

Já estiveram em discussão no Parlamento propostas do PS, CDS e PAN sobre este assunto, nesta legislatura, mas o processo foi adiado. Os textos foram fundidos, resultando num projeto que foi aprovado pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, mas o PS acabou por se juntar ao PSD para adiar a votação final. Os partidos avançaram assim com o adiamento sem prazo do processo legislativo sobre a regulamentação do lobby, que apenas vai ser retomado na próxima legislatura, após as eleições de 30 de janeiro.

Tendo em conta que estão ainda em falta as regras específicas para os deputados nesta área, a OCDE defende que devem ser introduzidos em Portugal códigos de conduta para os contactos com representantes de grupos de interesses, bem como outros instrumentos de integridade e transparência, como um registo dos lobbies.

No relatório, a OCDE salienta também a necessidade de avançar com medidas para melhorar a responsabilidade e integridade dos funcionários públicos com cargos de maior responsabilidade.

As regras em matéria de conflitos de interesses para titulares de cargos políticos “não são suficientemente rigorosas”, sublinha a organização, pelo que deverão ser reforçadas, nomeadamente porque “já têm havido relatos repetidos de envolvimento de altos funcionários públicos no setor privado (especialmente exercer advocacia) enquanto ocupavam cargos, devido à natureza não exclusiva do mandato”.

A OCDE admite que já foi aprovado um código de conduta para os deputados em 2019 e novas regras relativas, nomeadamente, ao financiamento da atividade política, mas salienta que “ainda falta um mecanismo de supervisão eficiente”. Isto já que a entrada em funcionamento da Entidade da Transparência se tem vindo a arrastar, nomeadamente por problemas com o local onde se instalar.

A organização refere ainda que é necessária uma “reforma geral que conduza a uma divulgação mais eficaz dos ativos”, argumentando que as declarações de ativos “devem ser verificadas com frequência e disponibilizadas ao público”.

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Mar 2020 com 6.400 projetos aprovados e 97% de compromisso até novembro

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

Mar 2020 fecha novembro com 6.400 projetos aprovados, que envolvem um investimento de 716,7 milhões e um apoio público de 486 milhões. Taxa de compromisso é agora de 97% da dotação.

O programa Mar 2020 registou 6.400 projetos aprovados até novembro, que envolvem quase 717 milhões de euros de investimento, e uma taxa de execução de 97%, foi anunciado.

“O Mar 2020 fecha o mês de novembro com 6.400 projetos aprovados, que envolvem um investimento de 716,7 milhões de euros e um apoio público de 486 milhões de euros. A taxa de compromisso é agora de 97% da dotação programada”, lê-se numa nota divulgada no ‘site’ deste programa operacional.

A execução do Mar 2020 está nos 60%, com perto de 318 milhões de euros de apoio transferidos para os beneficiários.

Segundo o mesmo documento, este desempenho está nove pontos percentuais acima da média da União Europeia.

No Mar 2020 destacam-se os projetos da Prioridade 1, que promovem uma pesca sustentável, eficiente, inovadora e competitiva, com 69% de execução, e da Prioridade 5, que incentivam a comercialização e transformação dos produtos da pesca e da aquicultura, com 79%.

O Mar 2020, que se insere no Portugal 2020, tem como objetivo a implementação das medidas de apoio enquadradas no Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), estando entre as suas prioridades a promoção da competitividade e a sustentabilidade económica, social e ambiental, bem como o aumento da coesão territorial.

Este programa tem uma dotação global de 508 milhões de euros, dos quais 116 milhões de euros correspondem à contrapartida pública nacional, que tem origem no Orçamento do Estado.

Conforme estipulado pela Comissão Europeia, o Portugal 2020 está sujeito à regra n+3, o que significa que, apesar de o prazo de vigência dos programas ser apenas até ao final de 2020, o orçamento pode ser executado até três anos depois.

Por outro lado, esta regra determina, por exemplo, a perda de fundos em caso de incumprimento das metas.

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Governo baixa para 6% IVA na construção para rendas acessíveis

Governo cedeu a um pedido há muito exigido pelo setor imobiliário. Baixou o IVA na construção de 23% para 6%, mas apenas quando a finalidade são casas de renda acessível.

Há muito que o setor imobiliário pedia a redução do IVA na construção e o Governo acabou por ceder… mas parcialmente. O ministro das Infraestruturas e da Habitação descartou há uns tempos esse corte no imposto, mas a verdade é que acabou por baixar o IVA de 23% para 6% quando se trata de construção de imóveis para renda acessível, refere uma portaria publicada em Diário da República.

A construção de imóveis para renda acessível passa, assim, a beneficiar do mesmo regime previsto para a habitação de custos controlados, que acabou por ser revisto com este documento. Ou seja, ao construir casas para renda acessível, o promotor privado poderá beneficiar de IVA a 6%, desde que cumpra certas condições.

A primeira diz que os imóveis terão de ser arrendados no primeiro ano posterior à construção e a segunda condição é que os imóveis têm de ficar no regime de renda acessível durante 25 anos a contar da data do fim das obras. Se neste período colocar os imóveis no mercado “tradicional”, ou seja, fora das rendas acessíveis, terá de devolver ao Estado a diferença entre os 6% e a taxa normal de IVA (23%).

Na mesma portaria, o Governo esclarece que são consideradas como habitação de custos controlados os imóveis construídos ou reabilitados com apoio do Estado, que obedeçam a certos limites de área e de preços de venda ou de renda; e ainda os imóveis construídos para arrendamento acessível nos termos do Programa de Arrendamento Acessível (PAA) e que cumpram os requisitos previstos no programa.

No que toca aos critérios a cumprir em termos dos imóveis, a lei define limites máximos de área bruta segundo a tipologia: um T0 não pode ter uma área superior a 57 metros quadrados, enquanto o T2 não pode passar os 95 metros quadrados. Já um T5 termina nos 150 metros quadrados.

Outras das mudanças previstas tem a ver com o cálculo do custo de promoção, que passa a ter em conta as “rápidas variações dos preços dos materiais de construção”, que têm sido acentuadas nos últimos meses. “Importa, desse modo, assegurar que o cálculo do custo de promoção da habitação de custos controlados é suficientemente flexível para absorver esse tipo de alterações”, lê-se na portaria.

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