Médicos de Saúde Pública alertam para situação “absolutamente insustentável” nos cuidados de saúde

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2021

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública considerou “absolutamente insustentável” a situação vivida atualmente na prestação de cuidados de saúde no âmbito da pandemia.

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, considerou este sábado “absolutamente insustentável” a situação vivida atualmente em Portugal na prestação de cuidados de saúde no âmbito da pandemia da covid-19.

“É absolutamente insustentável o que se está a passar na prestação de cuidados, é uma situação dramática. Acho que é essa a descrição possível“, afirmou o médico em declarações à agência Lusa, lembrando que, “infelizmente os alertas dos hospitais e de todos os envolvidos não são de agora, [já vêm] até [de] antes do Natal”.

No dia em que Portugal contabilizou dois novos recordes diários relacionados com a pandemia de covid-19 – 166 mortes e 10.947 novos casos de infeção com o novo coronavírus, em 24 horas – alguns hospitais alertaram estarem em rutura.

O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, apresentava este sábado um total de 169 doentes com covid-19 internados, dos quais 18 em cuidados intensivos, com a unidade hospitalar a admitir um “cenário de pré-catástrofe”, caso a situação se mantenha. O diretor do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), Daniel Ferro, disse que o hospital de Santa Maria está em “sobre esforço” e que a adaptação aos picos de atendimento “tem limites”, estando a trabalhar além da capacidade instalada.

Para o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, “não é surpreendente que haja de facto pressão”. “O que acontece é que estamos a atingir um nível insustentável e isso tem muito que ver com aquilo que foi acontecendo”, afirmou. Embora o país esteja no início de um novo confinamento, “a realidade é que na prática, olhando para a rua e vendo o que se vai passando, há de facto uma grande mobilização das pessoas na rua, etc.” e “acaba por ser difícil combater a pandemia com esta situação”, considerou.

“Eu espero que apesar disso possa haver uma redução [nos números], mas vai demorar que isso se venha a verificar, na medida em que sabemos que estas infeções que estão a surgir agora são infeções que se calhar aconteceram há uma semana”, disse. Para Ricardo Mexia, esta pressão “enorme nos serviços” de saúde “tem que ver com aquele volume de novos casos que houve já no início do ano” e esta pressão ainda se vai manter durante alguns dias.

Temo que a mortalidade se vá agravar ainda”, referiu também. O médico alerta que “toda a gente avisou que era importante não ter criado aqui uma sensação de que estava tudo resolvido, e, portanto, as pessoas acabaram por ter muito mais contactos no Natal e na passagem de ano”.

Além disso, “era importante ter reforçado os meios em tempo útil para quando eles fossem necessários estarem já aptos a trabalhar, portanto era importante ter planeado esta resposta”. “E agora, cá estamos a correr atrás do prejuízo, só que é um prejuízo elevado e com muita dificuldade em o conter, é uma situação evitável e agora vamos ter rapidamente que conseguir empurrar estes números para baixo”, considerou.

O médico considera que “mais até do que as questões restritivas, que podem ter o seu papel, o reforço dos meios, a melhoria na comunicação e a clareza com que se dizem as coisas, isso seguramente pode melhorar”. “Já devia ter melhorado antes, mas ainda vamos a tempo também de corrigir isso, por forma a que consigamos ser mais assertivos e mais claros, para tentar empurrar esta situação para baixo, no sentido de conseguirmos ter maior sustentabilidade naquilo que é a nossa resposta, mas de facto vão ser semanas difíceis”, afirmou.

Em Portugal, morreram 8.543 pessoas dos 528.469 casos de infeção pelo SARS-CoV-2 confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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ASAE instaura 19 processos de contraordenação e um por crime devido a incumprimento das medidas para a pandemia

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2021

Foram instaurados um processo-crime por especulação de preços e 19 processos de contraordenação dos quais se destaca a falta de cumprimento das regras de ocupação.

A ASAE instaurou este sábado um processo-crime por especulação de preços e 19 contraordenações por incumprimento das medidas adotadas para conter a pandemia de covid-19, além de ordenar o encerramento de quatro estabelecimentos de restauração e bebidas.

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), diz que “foram fiscalizados 198 operadores económicos, tendo sido instaurado um processo-crime por especulação de preços e 19 processos de contraordenação dos quais se destaca a falta de cumprimento das regras de ocupação, permanência e distanciamento físico nos locais abertos ao público e a falta de cumprimento das regras relativas a restrição, suspensão ou encerramento de atividades”.

Foi ainda determinada a suspensão da atividade em quatro operadores económicos da restauração e bebidas “pela existência de clientes no seu interior”, indica a ASAE.

A autoridade lembra que, com o estado de emergência, “esta atividade apenas poderá ser exercida para efeitos de confeção destinada ao consumo fora do estabelecimento, seja através de entrega ao domicílio, diretamente ou através de intermediário, ou para disponibilização de refeições ou produtos embalados à porta do estabelecimento ou ao postigo (take away)”.

As ações de fiscalização contaram com cerca de 30 inspetores e decorreram nos concelhos de Lisboa, Porto, Matosinhos, Guimarães, Lamego, Coimbra, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Santarém, Faro e Évora.

A operação foi direcionada a operadores económicos cuja atividade se encontra sujeita a novas regras de funcionamento, “tendo como principal objetivo a verificação do cumprimento integral das regras de lotação, ocupação, permanência e distanciamento físico em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, bem como o cumprimento da determinação de suspensão de determinados tipos de instalações, estabelecimentos e atividades”, lê-se no comunicado.

A ASAE afirma que continuará a desenvolver “ações de fiscalização no âmbito das suas competências, em todo o território nacional, para garantia do cumprimento das regras de saúde pública determinadas pela presente situação pandémica”.

O decreto do Governo que regulamenta o novo confinamento geral devido à pandemia de covid-19 entrou em vigor às 00h00 de sexta-feira e decorre até 30 de janeiro. Entre as restrições, o diploma prevê o encerramento do comércio e restauração, com exceção dos estabelecimentos de bens e serviços essenciais. Os restaurantes e similares podem funcionar apenas em regime de take away ou entregas ao domicílio.

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Associação pede ao Governo regime que só os restaurantes possam vender refeições

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2021

PRO.VAR, que representa a restauração, quer que o setor tenha exclusividade na venda de refeições, através de um regime comparável à limitação de venda de alguns artigos nos supermercados.

A associação PRO.VAR, que representa a restauração, quer que o setor tenha exclusividade na venda de refeições, referindo em comparação a limitação de venda de alguns artigos nos supermercados. “A PRO.VAR vai pedir ao Governo que crie uma regulamentação, bem à semelhança do que irá acontecer aos supermercados, na limitação de venda de alguns artigos, pedindo que se proíba a venda de refeições prontas fora dos espaços de restauração que estejam devidamente autorizados para a sua confeção”, lê-se num comunicado enviado às redações.

Em causa estão não só os supermercados com serviço de take-away, mas também cafés e pastelarias, que não deveriam confecionar refeições, e até talhos e bombas de gasolina, explicou à Lusa o presidente da associação. “Numa situação em que a restauração está sujeita a uma restrição tal que é esta de não poder trabalhar, não poder abrir a sala, confronta-se aqui com um problema grave”, sublinhou Daniel Serra.

Para o presidente da PRO.VAR, a situação já era grave antes da pandemia da covid-19, sobretudo em relação aos supermercados, que desde que estabeleceram serviços de refeições ‘take-away’ passaram a representar uma concorrência desleal ao setor da restauração. O problema agravou-se com as medidas restritivas impostas para combater a pandemia da covid-19, com outros espaços a readaptarem-se e passarem também a disponibilizar esse serviço.

“Isso denota aqui uma oportunidade de negócio que estão a aproveitar, mas que no fundo é um ganho acrescido que podia ser dado à restauração, e isso é uma injustiça muito grande quando a restauração está a lutar por sobreviver, e vê aqui todo um conjunto de empresas a aproveitarem-se disso”, lamentou Daniel Serra.

A situação é caracterizada pela associação como “a maior agressão alguma vez feita ao setor da restauração” e uma “anarquia total”, em que “tudo virou restaurante”. A isto, acresce ainda a insuficiência de apoios do Estado face às perdas que os restaurantes têm enfrentado nos últimos meses.

No novo confinamento geral, que entrou em vigor às 00h00 de sexta-feira, os restaurantes e cafés funcionam exclusivamente para efeitos de atividade de confeção destinada a consumo fora do estabelecimento, através de entrega ao domicílio ou take-away. Na quinta-feira, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciou que os supermercados e hipermercados vão ficar impedidos, a partir da próxima semana, de vender artigos não alimentares, como roupa, livros e objetos de decoração, ou seja, artigos vendidos em lojas que foram obrigadas a encerrar no novo confinamento.

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Morreu Rodrigo Guimarães, fundador da Explorer Investments

O fundador e partner da Explorer Investments morreu este sábado na sequência de uma operação cirúrgica.

O gestor e sócio fundador da Explorer Investments, Rodrigo Guimarães, morreu este sábado em Lisboa, na sequência de uma operação cirúrgica, apurou o ECO e confirmado em comunicado oficial pelo fundo de private equity. “A Explorer Investments comunica com grande pesar a morte do seu CEO, Rodrigo Guimarães, no seguimento de complicações pós operatórias“.

Nascido em 1962, Rodrigo Guimarães era presidente do Conselho de Administração e membro da Comissão Executiva da Explorer Investments e membro da administração de várias participadas dos fundos Explorer II e Explorer III.

De acordo com as informações que constam da página online do fundo Explorer, Rodrigo Guimarães fundou a Midas Investimentos em 1990, uma das sociedades financeiras de corretagem de referência no mercado à data que foi, posteriormente, comprada pelo BBVA.

“Iniciou a sua vida profissional em Londres, na Smith New Court, e na Carnegie International onde integrou a Comissão Executiva. Entre 1990 e 1992 integrou o Conselho de Administração da Apolo Cerâmicas em representação do Kuwait Investment Office. Possui um MBA pela Universidade de George Washington, EUA (1987) e um BA em Economia pela Universidade de York, Canadá (1985)”, lê-se na descrição da equipa do private equity.

De acordo com o comunicado da Explorer Investments, “a presidência será assumida pela sócia fundadora Elizabeth Rothfield, que contará a seu lado com Rodrigo Carvalho Martins Guimarães”, filho de Rodrigo Guimarães, “que como o seu Pai e Avô também abraçou uma carreira de empreendedor e financeiro”.

A Explorer Investments é uma das principais sociedades de fundos de Private Equity em Portugal e conta com mais cinco sócios. A Explorer Investments gere e assessora fundos com ativos superiores a 1.300 milhões de euros divididos em três áreas de negócio: Private Equity, Imobiliário e Turismo.

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Há risco de contágio nas eleições? Especialistas dizem que é baixo se seguirmos estas regras

Risco não é zero, mas usar máscara, ser rápido a votar, manter o distanciamento e não ficar à conversa são algumas das coisas que ajudam a reduzir a transmissibilidade do vírus nas próximas eleições.

O dia em que os portugueses elegem o próximo Presidente da República está perto: é domingo, 24 de janeiro. Porém, com os casos de Covid-19 a aumentarem em todo o país, ir votar presencialmente nas Presidenciais é fator de preocupação para muitos portugueses. Mas quão grande será o risco? Especialistas ouvidos pelo ECO indicam que não há motivos para temer… desde que algumas regras sejam respeitadas.

“Risco zero, só a ficar em casa”, atira ao ECO o enfermeiro Mário André Macedo. No entanto, há medidas que podem “minimizar ao máximo o risco”, porque também “não queremos um elevado nível de abstenção”. Algumas das recomendações têm ido no sentido do uso de máscara, manutenção do distanciamento físico, seguimento dos circuitos indicados, desinfeção das mãos à entrada e saída do local e, preferencialmente, levar uma caneta própria de casa.

De acordo com o também mestre em saúde pública, para quem vai votar, “o risco aproxima-se do zero”, ao contrário daqueles que estão nas mesas de voto, para quem o risco poderá ser maior pelo longo período de exposição, mesmo com as medidas de segurança.

Também Jorge Torgal, médico especialista em saúde pública, considera que não há um risco expressivo. “Com o aumento do número de mesas de voto e com o distanciamento que certamente será cumprido, e o pequeno espaço de tempo em que as pessoas estão juntas, não me parece que seja suficiente para aumentar de forma notória a contagiosidade”, explica o especialista.

Está previsto um aumento do número de secções nestas eleições Presidenciais. No total, haverá 12.287 secções de voto e 61.435 membros de mesa, uma subida de 2.087 secções de voto e de mais 10.435 elementos do que nas eleições anteriores. Este foi um dos reforços feitos para que os portugueses possam votar em segurança.

Eu vou votar, irei levar máscara, irei manter o distanciamento dos outros, e aquilo que peço é que o espaço onde eu vá votar tenha a ventilação adequada, ou que seja mesmo ao ar livre.

Bernardo Mateiro Gomes

Médico de saúde pública

Na opinião de Bernardo Mateiro Gomes, médico de saúde pública, o risco de contágio “pode ser gerido”. Para o especialista, o ideal até seria que as mesas de voto fossem “ao ar livre ou em espaços muito ventilados”, desde que se protegesse os membros da mesa do frio, permitindo, assim, que a população vote “nas condições máximas de segurança”.

Um dos receios do médico é, não o ato eleitoral em sim, mas que “as pessoas facilitem na espera para votar”, com conversas sem máscara e pouco distanciamento. Uma preocupação também reconhecida pela diretora-geral da saúde. Numa conferência de imprensa no início deste mês, Graça Freitas admitiu que, mais perto da data das eleições fará um apelo aos eleitores para “diferirem ao longo do dia a sua deslocação” às urnas. “Quanto mais se dispersarem, menor a concentração” e menor o risco de contágio, indicou.

Mais rapidez, menos convívio

Mário André Macedo também está preocupado com a possibilidade de convívio à porta das mesas de voto. Insiste, por isso, que “todo o processo” de votar “tem de ser rápido”, para que seja diminuída a exposição. Os habituais “convívios à porta das escolas” não devem acontecer, pois são “oportunidades de transmissão do vírus, coisa que queremos evitar”, alerta.

Mas, resumindo, os especialistas ouvidos pelo ECO concordam que o mais importante é que as regras sanitárias sejam cumpridas. Bernardo Mateiro Gomes dá o seu caso como exemplo: “Eu vou votar, irei levar máscara, irei manter o distanciamento dos outros e aquilo que peço é que o espaço onde eu vá votar tenha a ventilação adequada ou que seja mesmo ao ar livre.” “Moral da historia, é cumprir as medidas”, conclui.

No geral, os especialistas também concordam que, à partida, as eleições não serão um momento que gere, de seguida, um grande aumento no número de novos casos. Ainda assim, têm uma preocupação: os idosos, que representam também a faixa etária de maior risco na pandemia de Covid-19.

“A minha preocupação é em relação aos idosos. O saírem para o frio e o risco de transmissibilidade que pode ocorrer”, refere Jorge Torgal. No entanto, elogiou, tal como os outros especialistas, a medida decretada pelo Governo, que permite o voto nos lares.

De acordo com o decreto que regulamenta o estado de emergência, aprovado na quarta-feira em Conselho de Ministros, os residentes em estruturas para idosos têm estatuto equivalente a quem está em confinamento obrigatório. Assim, “podem deslocar-se para efeitos de exercício do direito de voto” no dia 24, mas devem “recorrer, preferencialmente, à modalidade de voto antecipado em mobilidade”. Se quiserem votar antecipadamente no lar devem manifestar essa intenção entre 14 e 17 de janeiro, realizando-se a votação entre 19 e 20 de janeiro.

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Hospital Garcia de Orta em pré-catástrofe

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2021

A administração do Garcia de Orta revela que tem 18 pessoas em cuidados intensivos. É um "cenário de pré-catástrofe" caso a situação se mantenha.

O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, apresentava este sábado um total de 169 doentes com covid-19 internados, dos quais 18 em cuidados intensivos, com a unidade hospitalar a admitir um “cenário de pré-catástrofe”, caso a situação se mantenha. Segundo informou a unidade hospitalar, a par dos pacientes na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), 148 doentes estão internados em enfermaria e outros três estão na Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD).

“Hoje, dia 16 de janeiro de 2021, e em enfermaria, o hospital volta a registar um crescimento dos doentes internados positivos para a infeção por SARS-Cov-2 e a ajustar a lotação afeta à covid-19, de modo a acomodar a necessidade do número de doentes internados positivos”, referiu o HGO num comunicado.

Na mesma nota informativa, a unidade hospitalar indicou que se mantém uma “enorme pressão assistencial”, devido à elevada procura de doentes covid-19 e doentes não covid-19, situação que “dura há mais de 10 semanas”, o que fez recorrer o HGO “a transferências para outros hospitais do país”.

“O HGO permanece no nível III do seu Plano de Contingência, apresentando à data de hoje uma taxa de ocupação superior a 250%, relativamente ao que previa o Plano de Contingência, nomeadamente de 66 camas em enfermaria e nove de cuidados intensivos, destinadas a doentes positivos para SARS-CoV-2”, precisou a estrutura hospitalar, frisando: “Situação a manter-se coloca hospital em cenário de pré-catástrofe”.

Perante tal cenário de pressão e a elevada procura de doentes (pacientes covid-19 e não covid-19), o HGO informou que tem vindo a realizar reafetações sistemáticas de circuitos e espaços, como a conversão de camas de enfermaria cirúrgicas, em camas médicas.

“Mas as conversões de camas, necessárias no HGO, abrangem também as áreas médicas. No total, e só na última semana, o total de camas reafectadas no hospital foi de 35”, indicou a unidade hospitalar, que destacou ainda o “elevado esforço e dedicação” dos profissionais daquela estrutura, conduta essa, “apesar dos níveis de exaustão que revelam”, tem sido “fator determinante para assegurar as soluções adequadas aos doentes”.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 2.009.991 mortos resultantes de mais de 93,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 8.709 pessoas dos 532.416 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Procura no Hospital de Santa Maria aumentou 70% em 15 dias

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2021

Diretor do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte pede medidas que estabilizem a procura de cuidados de saúde por causa da Covid-19.

A procura do Hospital de Santa Maria aumentou cerca de 70% nos últimos 15 dias, revelou o diretor do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN). Daniel Ferro pede, por isso, medidas para as próximas duas semanas. “Nós esperamos que nas próximas duas semanas esta situação fique controlada, porque a crescer… Só para ter uma ideia, em 15 dias a procura cresceu cerca de 70%”, disse o responsável aos jornalistas, à porta do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Daniel Ferro alertou que, “se a procura crescer mais 80 ou 90% nos próximos dias, não há capacidade no sistema”. “É preciso, nesta altura, que esta situação estabilize e que estabilize mesmo”, vincou o responsável do centro hospitalar que abrange o Santa Maria e o Hospital Pulido Valente.

O responsável negou ainda a existência de uma situação de caos na sexta-feira no Hospital de Santa Maria, falando em “situações de pico”. “Hoje os serviços têm capacidade de absorver a procura, mas há momentos em que essa procura, se for três vezes o que é nesta altura, ao mesmo tempo, isto naturalmente introduz congestionamento. Isso é normal numa altura de grande pressão”, disse. Ainda assim, garantiu que, na sexta-feira, todos os utentes do hospital ficaram atendidos, não tendo sido necessário transportar doentes para outras unidades hospitalares.

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que tinha nas últimas 24 horas 201 internados com covid-19, 44 dos quais em unidade de cuidados intensivos (UCI), considera que não está a viver “uma situação de caos”. Daniel Ferro disse também que se podem esperar picos “todos os dias” com a procura a aumentar diariamente, sendo “expectável” que aumentem nas próximas semanas.

Perante a grande pressão na urgência dedicada a doentes respiratórios e nos internamentos, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte alargou o plano de ‘contingência covid’, o que prova não só que não está em rotura.

Administração do Hospital de Santa Maria

O diretor hospitalar disse também que alguns recursos humanos não alocados à covid-19 estão a ser temporariamente transferidos para serviços associados à pandemia, para dar resposta aos picos.

“Perante a grande pressão na urgência dedicada a doentes respiratórios e nos internamentos, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte alargou o plano de ‘contingência covid’, o que prova não só que não está em rotura”, como houve “capacidade de adaptação do seu plano às necessidades assistenciais”, informou fonte da administração, questionada pela agência Lusa.

“No âmbito da ‘urgência covid’, nas próximas horas, o hospital irá reforçar a capacidade de resposta desta urgência com uma segunda estrutura, junto à Urgência Central, com capacidade para cerca de 10 doentes, pelo que os atuais postos de atendimento/boxes/quartos da urgência autónoma passarão de 33 para 51 durante a próxima semana”, lê-se na mensagem do hospital.

No que respeita ao internamento, a “capacidade covid” em enfermaria passará das atuais 160 para 200 camas, “com a abertura, na sexta-feira última, de uma enfermaria com cerca de 20 camas e mais 20 camas noutra enfermaria, que começa a funcionar no início da semana”.

Ao nível dos cuidados intensivos, a capacidade atual de “internamento covid” contempla 48 camas, estando previstas, em caso de necessidade, mais 10 vagas em UCI num próximo passo, de acordo com a assessoria do conselho de administração deste centro hospitalar.

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Governo dá apoios, mas não chegam. Associações querem todas mais

  • ECO
  • 16 Janeiro 2021

Maioria das associações empresarias diz que as medidas anunciadas pelo Governo vão no bom caminho, mas continuam a não ser suficientes.

Portugal entrou num novo confinamento geral esta sexta-feira, que ficará em vigor, pelo menos, até às 23h59 de 30 de janeiro. Na quinta-feira, o Governo anunciou um conjunto de medidas para mitigar o impacto das restrições, incluindo o regresso do lay-off simplificado, mas será suficiente para as empresas? As opiniões dividem-se: uns aplaudem, outros criticam, mas todos querem mais.

Associação da Hotelaria de Portugal

A hotelaria critica a posição adotada pelo Governo em relação ao setor neste novo confinamento. Para a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), encerrar os serviços dos hotéis vai ser penalizador para as empresas, numa altura em que cerca de 90% estão encerradas devido à pandemia. A entidade afirma ainda que esta decisão demonstra um “desconhecimento total da realidade da operação dos hotéis”.

Para a AHP é “incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes, como até aqui”, uma vez que a maioria dos trabalhadores do setor está em lay-off. A associação salienta que “não há sequer capacidade para prestar o serviço em room service, como é agora indicado pela lei”.

O presidente da AHP indicou, em comunicado, que “estas medidas são desnecessárias” e “lamentáveis”. Raul Martins queixa-se de não ter tido tempo para “prevenir os clientes e escoar os produtos alimentares”. Além do mais, critica o facto de o Governo não ter declarado “o encerramento dos hotéis permitindo-lhes aceder ao regime de lay-off simplificado como as demais atividades económicas cujo encerramento foi determinado”. Os hotéis podem abrir, mas apenas quem tenha um motivo profissional poderá deslocar-se aos mesmos, havendo assim uma grande quebra na procura.

Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal

Para a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) os setores da restauração e da hotelaria vivem uma “situação dramática” que só será agravada pelo novo confinamento, onde os restaurantes, por exemplo, só poderão funcionar por take away ou entrega ao domicílio.

Ainda assim, a associação aplaudiu, esta sexta-feira, em comunicado, a maioria das medidas anunciadas pelo ministro da Economia para fazer face ao impacto de um novo confinamento. No entanto, lamentaram “que o apoio às rendas comerciais não tenha sido objeto de reforço, à semelhança do Programa Apoiar, uma vez que é incomportável suportar a totalidade deste relevante custo de atividade” das suas empresas.

Os empresários destes setores defendem ainda a criação de um novo mecanismo de apoio ao emprego, alternativo ao lay-off, em que a Segurança Social asseguraria 100% dos salários, além de ficar garantida a isenção total das contribuições sociais aos empregadores. A proposta foi entregue ao Governo antes do anúncio das novas medidas de apoio à economia, mas não teve efeito nas mesmas.

Associação Nacional de Jovens Empresários

A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) também elogia a maioria das medidas de apoio anunciadas pelo Governo, mas no geral considera que “ficam aquém dos apoios e incentivos defendidos” pela própria e aguarda políticas “mais sólidas”.

A ANJE pede que os apoios “cheguem rapidamente à tesouraria das empresas”, pois sem eles, várias empresas podem entrar em insolvência, uma vez que já vêm “bastante fragilizadas” de 2020. Adicionalmente, pretendem que haja um benefício fiscal direto (“20% de redução no IRS durante cinco anos e até ao limite máximo de três vezes o valor capitalizado”) para quem aplique capital nas empresas em 2021.

A associação propõe “a criação de um gabinete de acompanhamento das medidas de apoio à economia”, o reforço de tesouraria “através de um programa de compra de dívida a fornecedores, destinado a setores estratégicos” e a “criação de uma linha de financiamento às PME exportadoras gerida pela AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal]”.

Os jovens empresários apresentam ainda uma alternativa para as empresas que não recorram ao lay-off: “um subsídio direto de três IAS (Indexante dos Apoios Sociais) por colaborador, desde que estas registem quebras de faturação iguais ou superiores a 20% e se comprometam a não efetuar despedimentos até ao final do ano”.

Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

Com o novo confinamento, a maioria do comércio vai fechar, apesar de haver algumas exceções. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) elogia alguns apoios, nomeadamente o reforço do Apoiar, mas reitera que “estes apoios nunca chegarão a tempo de contribuir” para os compromissos financeiros de janeiro, como os custos acrescidos de Segurança Social e IRS relativos aos subsídios de Natal. Preocupa-se também com as dificuldades que os empresários poderão ter “no acesso às novas linhas de crédito, face aos níveis de endividamento já existentes”.

A confederação alertou ainda que o acesso automático ao lay-off simplificado pelas empresas encerradas tem “um grande potencial para introduzir injustiças entre os operadores económicos”. Para a confederação deve ser “introduzido um critério que abranja quer o encerramento ou suspensão, quer as quebras significativas de atividade”.

Já no que diz respeito à limitação de venda nos supermercados e hipermercado de alguns produtos comercializado nas lojas cujo encerramento se determina, como livros e artigos de desporto, a CCP diz que é uma medida “positiva”, que “procurar minorar as situações de desigualdade que se criaram no anterior confinamento entre os vários setores”.

Associação Portuguesa de Editores e Livreiros

Ao contrário da CCP, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) protestou esta sexta-feira contra a decisão do executivo de proibir venda de livros em hipermercados, estagnando 90% do mercado livreiro, uma situação “gravíssima”.

Além do mais, a APEL considera que os novos apoios financeiros “não resolvem nada” e queixa-se de que o setor não é ouvido pela tutela antes de decidir as novas medidas de confinamento. Com o novo confinamento, as livrarias estão encerradas com possibilidade de venda ao postigo (à porta) – algo que a associação considera “irrelevante para a dimensão do problema”.

“Isto é inconcebível, é uma atividade que movimenta, no seu conjunto, direta e indiretamente, 500 milhões de euros por ano, e está completamente esquecida e parada neste momento”, disse o presidente da APEL, João Alvim, à agência Lusa.

Associação de Marcas de Retalho e Restauração

A Associação de Marcas de Retalho e Restauração vê com bons olhos os apoios anunciados no âmbito do novo confinamento, mas defende a extensão das moratórias de crédito. O presidente da associação disse que “é muito difícil que [as medidas de apoio do Governo] sejam suficientes, porque não vão evitar despedimentos nem insolvências. Mas é melhor do que não ter nada”.

Para o presidente da AMRR, estender as moratórias de crédito, cujo prazo de adesão termina a 31 de março, seria uma ajuda fundamental. “Seria um fator chave que isso fosse aprovado, pelo menos, até ao final do ano. Mas acho que terá de ser mais tempo, provavelmente até março de 2022”, afirmou.

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João Ferreira considera lay-off pago a 100% como “medida importante”

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2021

Candidato presidencial afirmou que o Presidente da República colocou os jovens numa situação de “vulnerabilidade”, acusando quem governa de não ter estado ao seu lado.

O candidato presidencial João Ferreira afirmou este sábado que o Presidente da República colocou os jovens numa situação de “vulnerabilidade”, acusando quem governa de não ter estado ao seu lado e de se ter esquecido da lei fundamental do país. Falando perante dezenas de apoiantes no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, o candidato comunista considerou que a “proteção especial” prevista na Constituição relativamente a determinados grupos da população, como é o caso dos jovens, se tornou, nos últimos anos, numa “vulnerabilidade especial”.

“Porque aquele que exerceu as funções de Presidente da República utilizou os seus poderes não para defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição, como jurou fazer, mas pelo contrário, usou esses poderes para, ao arrepio da Constituição, deixar os jovens numa vulnerabilidade especial, por exemplo, quando se trata de aceder ao primeiro emprego ou de aceder à habitação, condições essenciais de autonomização dos jovens”, declarou.

Dirigindo-se aos jovens, João Ferreira sublinhou que a lei fundamental do país está do seu lado, ao contrário de quem tem governado, incluindo o chefe de Estado português, que se tem esquecido daquilo que diz a Constituição.

“Tem uma força imensa a gente poder dizer a um jovem que luta pelo seu primeiro emprego, pela sua autonomização, pelo direito à habitação: a lei fundamental do país está do teu lado, quem não está do teu lado são aqueles que governando ou exercendo as funções de Presidente da República se esqueceram daquilo que diz a lei fundamental do país”, afirmou.

Numa sessão dedicada ao emprego, direitos e desenvolvimento, João Ferreira questionou há quanto tempo se deixou de falar em pleno emprego no país e recordou o papel que o PCP teve na aprovação de uma “medida importante” como a atribuição do lay-off a 100%.

Antes da intervenção de João Ferreira, a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira (PCP), sublinhou que a candidatura à Presidência da República apoiada pelo PCP e PEV “visa também combater os novos fascistas”. “Soubemos combater os velhos ‘fachos’, saberemos derrotar os novos fascistas”, exclamou, recebendo aplausos dos participantes que se encontravam na sessão.

As eleições presidenciais realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal em 24 de janeiro, a 10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em democracia, desde 1976. A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro.

Há sete candidatos: o incumbente Marcelo Rebelo de Sousa (apoiado oficialmente por PSD e CDS-PP), a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre), o deputado único do Chega, André Ventura, o eurodeputado e dirigente comunista, João Ferreira (PCP e “Os Verdes”), a eurodeputada e dirigente do BE, Marisa Matias, o fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan e o calceteiro e ex-autarca socialista Vitorino Silva (presidente do RIR – Reagir, Incluir, Reciclar).

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Mayan defende recurso a toda capacidade instalada da saúde

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2021

Candidato presidencial disse esperar que “cenário de guerra” não se alastre pelo país e afirmou que esta realidade “torna ainda mais urgente envolver toda a capacidade instalado do país".

O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves defendeu este sábado que o Governo deve recorrer a toda a capacidade de saúde, incluindo a oferta privada e social, numa reação às filas de ambulâncias com doentes covid à porta de hospitais.

“É infelizmente o cenário que vi pré-anunciado na reunião do Infarmed e que se está a verificar. Nós estamos a entrar num cenário de guerra, efetivamente, e é lamentável que tenhamos chegado a este ponto. Os motivos para isso são, acima de tudo, de má gestão e de responsabilidade e de falta de previsão e de impreparação deste Governo”, afirmou o candidato liberal após uma visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Albufeira.

Instado a comentar os relatos de filas de ambulâncias, que alegadamente transportam doentes covid-19, que se têm verificado à porta de hospitais, como, por exemplo, de Torres Vedras, Tiago Mayan Gonçalves disse esperar que esse “cenário de guerra” não se alastre pelo país e afirmou que esta realidade “torna ainda mais urgente envolver toda a capacidade instalado do país na resposta à pandemia”.

Questionado sobre a requisição civil, afirmou que está prevista no decreto do estado de emergência, mas, apontou, “vai implicar sempre o que se chama o pagamento da justa compensação e a justa compensação não é o que alguns candidatos anunciam de preço de custo”. “Os tribunais irão decidir isso, mas a verdade é que estamos num cenário em que sim, provavelmente vai ter que acontecer requisição civil, mas a custos muito maiores do que algo negociado e preparado com tempo”, frisou.

E continuou: “Eu concordo naturalmente que toda a capacidade privada da saúde seja usada, os termos em que o Governo o fizer determinarão custos diferentes. Se o tivesse feito antes, estou certo de que teríamos custos muito menores nesse contexto”. Agora, o custo dependerá de como o Governo “negoceia ou não com os privados”, mas, na sua opinião, “o certo é enfrentar, infelizmente, um peso muito mais excessivo no Orçamento do Estado por não ter preparado isto a tempo”.

Nos bombeiros de Albufeira, o candidato liberal ouviu as preocupações com os serviços do dia a dia, desde os acidentes aos incêndios e, agora, também a pandemia de covid-19. Com quatro casos positivos no corpo ativo e 10 elementos em quarentena, a corporação assegura o serviço no concelho de Albufeira. “Pois, há quem possa sair logo, mas pronto”, ironizou o candidato.

Tiago Mayan defendeu que a “prioridade de investimento em todo o sistema de saúde implica ter em conta estes profissionais, todos eles, seja no setor da saúde seja em setores associados que estão também a contribuir para a luta desta pandemia”, frisou.

No segundo dia do novo confinamento, o candidato a Presidente da República dedica o sétimo dia de campanha ao Sul do país com atividades restritas. Depois de uma passagem pelo aeroporto de Faro, o candidato passou pelos bombeiros de Albufeira e seguiu viagem para Beja.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena pandemia de Covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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Ana Gomes acusa Marcelo de “minar” requisição civil dos privados na saúde

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2021

Candidata presidencial acusou o atual chefe de Estado de ter “minado” uma requisição civil dos privados na saúde, responsabilizando Marcelo por nem todos os meios estarem a ser aproveitados.

A candidata presidencial Ana Gomes voltou este sábado a acusar o atual chefe de Estado de ter “minado” uma requisição civil dos privados na saúde, responsabilizando Marcelo por nem todos os meios humanos e físicos estarem a ser aproveitados.

No final de uma visita às instalações do INEM em Coimbra, a candidata admitiu estar preocupada com os números crescentes de casos e óbitos devido à covid-19, e recordou que deve ter sido a primeira candidata a falar na necessidade de requisição civil dos privados e do setor social. “Foi o professor Marcelo Rebelo de Sousa que, de facto, minou, impediu uma melhor negociação do Estado com os privados”, acusou.

Ana Gomes considerou que a requisição civil dos privados “a custo justo” foi prejudicada por o atual Presidente da República e recandidato ao cargo ter dado “palco e força aos privados contra a decisão e intenções da ministra da Saúde”.

“Isto tem de ser dito e os portugueses têm de saber isto: foi o professor Marcelo Rebelo de Sousa que, ao impor no próprio decreto presidencial que o Estado devesse procurar antes acordos com os privados em vez de imediatamente avançar para a requisição civil a custo justo, também determinou que, até hoje, a capacidade instalada não esteja a ser totalmente aproveitada e os recursos humanos também não estejam a ser totalmente mobilizados”, afirmou.

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Quero apagar o WhatsApp. Quais são as alternativas?

A mudança dos termos do WhatsApp permite à plataforma partilhar os dados dos utilizadores com o Facebook. Se não quer aceitar as novas regras, experimente estas aplicações alternativas.

O WhatsApp surpreendeu os utilizadores no início deste ano ao avançar com uma alteração nos termos e condições da aplicação que possibilita a partilha de dados pessoais com o Facebook. A nova política deveria entrar em vigor no início de fevereiro, mas originou uma “fuga” para aplicações concorrentes, e o WhatsApp acabou por adiar a decisão.

Como o ECO noticiou, os cerca de dois mil milhões de utilizadores do WhatsApp foram confrontados nos últimos dias com um aviso sobre esta alteração das regras. Era solicitado que aceitassem os novos termos até 8 de fevereiro, dia a partir do qual perderão o acesso à ferramenta até que optem por aceitar o novo “contrato” de utilização.

Em concreto, segundo a Bloomberg, a novidade é que as regras preveem agora, explicitamente, a partilha de dados dos utilizadores do WhatsApp com as restantes aplicações do grupo Facebook. Ou seja, não só com a rede social Facebook, mas também com o Instagram, e mesmo que o utilizador do WhatsApp não tenha conta criada nestas duas outras redes sociais.

Desde então, os apelos a um “êxodo” da plataforma de mensagens têm sido constantes por parte daqueles que mais temem pela respetiva privacidade. Conheça as duas aplicações que mais estão a ganhar com esta tendência.

Signal

É considerada uma das aplicações de mensagens mais seguras e adeptas da privacidade. Tal como no WhatsApp, as mensagens dos utilizadores são cifradas e só podem ser lidas nos ecrãs de quem as envia ou quem as recebe.

A aplicação é gratuita e pode ser descarregada na Play Store (Android) e na App Store (iOS). É necessário um número de telemóvel para fazer o registo. A aplicação permite trocar mensagens e fazer chamadas de voz ou videochamadas, tanto individuais como em grupo.

O Signal é financiado por uma fundação homónima, criada em 2018 por Moxie Marlinspike, antigo chefe de segurança do Twitter, e por Brian Acton, que foi um dos fundadores do WhatsApp.

Pouco depois das primeiras notícias sobre a mudança dos termos e condições do WhatsApp, o Signal ganhou um adepto de peso: Elon Musk, presidente executivo da Tesla e o homem mais rico do mundo, publicou um tweet a recomendar a sua utilização.

Telegram

É outra aplicação de mensagens alternativa ao WhatsApp e que tem vindo a crescer com a recente “fuga” da plataforma do Facebook. Foi fundada por Pavel Durov, empreendedor russo ficou conhecido por ter criado a rede social russa VK.

O Telegram também é gratuito e tem funcionalidades semelhantes às do Signal. As mensagens também são cifradas para maior privacidade dos utilizadores e o aplicativo pode ser descarregado da Play Store (Android) ou App Store (iOS).

Apesar destas alternativas, a utilização destas aplicações está, contudo, condicionada à adoção das mesmas pelos seus contactos. Ou seja, se sair do WhatsApp e adotar o Signal ou o Telegram, deixará de poder comunicar com um contacto que não opte por fazer esta transição.

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