Maioria das cotadas não cumpre recomendações sobre nomeações

Grau de cumprimento do código de governo das sociedades é, em média, de 79%. Comissão de acompanhamento nota um "progresso qualitativo ao nível da informação prestada nos relatórios".

As empresas portuguesas com títulos cotados na Bolsa de Lisboa cumprem, em média, 79% das recomendações do Código de Governo das Sociedades do Instituto Português de Corporate Governance, um nível que a comissão de acompanhamento considera “amplamente satisfatório”. Há, ainda assim, aspetos onde o grau de cumprimento é baixo, nomeadamente ao nível dos processos de nomeações.

A adesão às recomendações do código sobe quando o universo considerado inclui apenas as 17 empresas do PSI-20, crescendo para 83%. Estes números, relativos a 2020, ficam ligeiramente abaixo do que se verificava na avaliação do ano anterior, quando a percentagem era de 80% considerando todos os emitentes e de 86% olhando apenas para o índice principal da Bolsa de Lisboa. Os dados não são, no entanto, inteiramente comparáveis, porque o número de recomendações mudou, assim como o número de empresas avaliadas: desta feita foram 35.

Este é o terceiro Relatório Anual de Monitorização, desde que foi introduzido o Código de Governo das Sociedades (CGS) do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), aprovado em 2018. Mas é o primeiro depois da revisão das recomendações às empresas feita em 2020, que passaram a ser 53, desdobradas em 74 subrecomendações.

Apesar do nível médio elevado, existe bastante disparidade no grau de adesão às recomendações, havendo temas onde a adesão fica aquém. É o caso do tema das nomeações. Só 28% dos emitentes considerados têm uma comissão de acompanhamento e apoio às designações de quadros dirigentes. Também só 14 empresas (53% das elegíveis) têm uma comissão especializada em matéria de nomeações dos órgãos sociais.

Por outro lado, o universo das empresas em que as propostas para eleição de membros dos órgãos sociais são acompanhadas de fundamentação sobre a adequação à função a desempenhar, do perfil, conhecimentos e currículo de cada candidato, é de apenas 47% do total ou 16 emitentes. Uma percentagem mais baixa do que em anos anteriores, por deixarem de existir casos de não aplicabilidade.

Há outras áreas onde é necessária maior progressão. É o caso da existência de administradores não executivos independentes em número não inferior a um terço, que é seguida por apenas 13 empresas. Uma maior proporção destes administradores, sem relação próxima com a gestão executiva, permite uma fiscalização mais eficaz da sociedade.

A existência de uma comissão especializada em matéria de governo societário e a definição, pelo órgão de fiscalização, dos procedimentos de fiscalização destinados a assegurar a independência do revisor oficial de contas têm também baixa adesão, com apenas 13 e 14 sociedades a seguirem estas recomendações, respetivamente. A aprovação de montante máximo de todas as compensações a pagar por cessação de funções de membro de órgão social só é acolhida por 16.

A não observância das recomendações não implica qualquer sanção para as empresas. O CGS é de adesão voluntária e a sua observância assenta na regra do “comply or explain” – cumpre ou explica porque não cumpre. Os resultados da monitorização são publicitados de forma global e sem individualizar ou detalhar os resultados relativos a cada entidade aderente.

Há também recomendações que são cumpridas por todos. É o caso da instituição de mecanismos para atempada divulgação de informação, da adoção de uma política de comunicação de irregularidades (whistleblowing), da fixação das remunerações por uma comissão (ou pela AG, sob proposta de comissão) ou a instituição de uma função de gestão de riscos, identificando os principais riscos a que se encontra sujeita a empresa emitente.

"O grau de acolhimento das recomendações pode continuar a considerar-se amplamente satisfatório.”

Relatório Anual de Monitorização do Código de Governo das Sociedades do IPCG

A comissão de acompanhamento faz um balanço geral positivo. “Não apenas o grau de acolhimento das recomendações pode continuar a considerar-se amplamente satisfatório, como também os contactos estabelecidos com as empresas emitentes permitiram evidenciar, uma vez mais, a sua crescente preocupação com o governo societário“, destaca.

Está também otimista em relação ao futuro: “Antecipa-se que, a uma maior dificuldade inicial em lograr o acolhimento, perante conteúdos recomendatórios com novas feições, se siga no futuro próximo uma melhoria das práticas e/ou do seu reporte em sede dos relatórios de governo das empresas emitentes. É essa a expectativa com que perspetivamos o exercício que se seguirá”.

A Comissão de Acompanhamento e Monitorização do Código de Governo das Sociedades do IPCG é composta por Pedro Maia (Presidente) Alexandre Lucena e Vale, Ana Perestrelo de Oliveira, Isabel Ucha, José Gonçalo Maury, José Veiga Sarmento, Miguel Athayde Marques e Paulo Câmara. Duarte Calheiros (Presidente) Abel Sequeira Ferreira, Rui Pereira Dias (Diretor Executivo) e Renata Melo Esteves fazem parte da Comissão Executiva.

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Medidas para a habitação durante a pandemia foram “insuficientes” e “ineficazes”, afirma Tribunal de Contas

Tribunal de Contas analisou as medidas extraordinárias adotadas por Pedro Nuno Santos na habitação para lidar com a pandemia. Governo "não compreende" conclusões da auditoria.

No ano passado, o Governo tomou medidas para lidar com os efeitos da pandemia, sobretudo no campo da habitação. O Tribunal de Contas (TdC) resumiu essa atuação política em cinco medidas extraordinárias, mas as conclusões não foram as mais positivas. A auditoria concluiu que “nenhuma se revelou eficaz” e que, no geral, todas se mostraram “insuficientes” para ajudar o setor da habitação a recuperar da Covid.

O TdC decidiu “avaliar se a reação ao impacto adverso da pandemia” foi “adequada para assegurar a recuperação do setor da habitação”. Para isso, analisou a “eficácia das medidas tomadas e do grau de recuperação face à situação inicial”, refere o relatório, conhecido esta quinta-feira.

Foram várias as medidas identificadas pelo Ministério da Habitação, mas o TdC resumiu-as em cinco: conservação e reabilitação do parque habitacional público do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) — única medida anterior à pandemia; empréstimos às rendas; conversão do património do Estado em rendas acessíveis; conversão do alojamento local em rendas acessíveis; e redução, suspensão e isenção das rendas devidas ao Estado.

A primeira avaliação aconteceu a 30 de setembro de 2020. Nessa altura, verificou-se que, das cinco medidas, “duas estavam por aplicar, só uma tinha meta definida para 31 de dezembro de 2020 e nenhuma se revelava eficaz para alcançar o objetivo, nem para recuperar a situação inicial (anterior ao impacto adverso da pandemia)”, lê-se.

“As deficiências detetadas” evidenciavam que a resposta do Ministério de Pedro Nuno Santos “não estava a ser adequada para assegurar a recuperação do setor”. Entre os principais riscos, o TdC destacou a “incompletude e insuficiência da informação reportada” pelo Ministério, o “insuficiente grau de execução” das medidas e a sua “ineficácia”. Foi, por isso, feita uma segunda avaliação, a 31 de dezembro de 2020.

Evolução das cinco medidas no espaço de três meses

Sobre a reabilitação dos imóveis do IHRU, o tribunal diz que, a 30 de setembro, esta medida “não se revela eficaz”, uma vez que o número de fogos reabilitados era apenas 99 (33%) da meta anual e a execução financeira apenas 24% (1,7 milhões) do orçamentado. Além disso, “a redução de 29% na meta para 2020 (300) face ao resultado de 2019 (421) e o não incremento dessa meta (como reação à pandemia) são contrárias ao objetivo da medida”.

Contudo, a 31 de dezembro, a medida “quase atingiu o seu objetivo”, com 295 fogos reabilitados (meta eram 300). Apesar desta melhoria, a execução financeira correspondia a apenas 78% (5,5 milhões de euros) do orçamentado para 2020 (sete milhões de euros). Além disso, a redução na meta para 2020, tendo em conta o resultado de 2019, e o não aumento da mesma, continuava a ser “contrária ao objetivo desta medida”.

Do lado do Ministério, a justificação diz que “o setor da construção não esteve imune ao impacto da pandemia” e que é “compreensível”, “pelo menos em parte, a redução do número de operações de reabilitação”. Já o IHRU alega que “a execução desta medida foi condicionada por fatores externos”.

Sobre os empréstimos do IHRU para as rendas, cujo orçamento era de quatro milhões de euros, a 30 de setembro, “a eficácia desta medida não é suscetível de avaliação direta”, uma vez que o Ministério não deu qualquer meta para o número de empréstimos a conceder. Contudo, a execução financeira era de apenas 19% (744.644 euros) do orçamento. A 31 de dezembro, na segunda avaliação, a medida continuava a não poder ser avaliada diretamente, com a execução financeira a ser apenas 29% (1,16 milhões) do orçamento.

O Governo alega que, numa crise pandémica, “não é possível nem consistente antecipar, através da fixação de uma meta, o número de situações a abranger com esta medida”. Por sua vez, o IHRU afirma que era “desconhecido o universo de arrendatários com quebras de rendimentos” e que ” a medida não teve maior resultado” pelo facto de “muitas famílias terem optado por recorrer à moratória legal” ou a outras medidas municipais.

Quanto à conversão do património do Estado em rendas acessíveis, a 30 de setembro esta medida foi considerada “ineficaz” “por ainda não estar vigente”, apesar do orçamento de 48 milhões de euros. A 30 de dezembro a avaliação manteve-se. O Ministério diz ser “evidente” que a construção de um parque habitacional “é uma medida estrutural sem reflexos imediatos”, enquanto o IHRU afirma ter “implementado de forma eficaz e eficiente os procedimentos necessários” para concretizar esta medida.

Sobre a conversão do alojamento local em rendas acessíveis, a medida foi, nas duas avaliações, considerada “ineficaz para cumprir o seu objetivo, por falta de execução física e financeira, apesar do orçamento de 4,5 milhões de euros”. Também não foi estabelecida nenhuma meta anual. O Ministério alega que “não é possível estabelecer à partida uma meta”.

Por último, no que diz respeito à redução, suspensão e isenção das rendas devidas ao Estado, não foi possível avaliar diretamente esta medida. Porém, diz o TdC, os 30 pedidos aprovados e a perda de 28.767 euros de receitas em dezembro “são muito reduzidos”. As justificações do Ministério vão no mesmo sentido da medida anterior.

Medidas previam despesa de 63,5 milhões. Só se gastou 16%

Terminados os dois momentos de avaliação, o TdC concluiu que, a 31 de dezembro de 2020, “subsistiam as deficiências detetadas” a 30 de setembro de 2020, “evidenciando que essa reação não estava a ser adequada para assegurar a recuperação desse impacto no setor da habitação e confirmando a materialização como principais riscos relativos às medidas tomadas”.

Entre os principais riscos identificados destacam-se a desarticulação entre a implementação das medidas e a prossecução do interesse público; a inadequação da estrutura de monitorização e controlo das medidas; a incompletude e insuficiência da informação reportada sobre as medidas extraordinárias; o insuficiente e incipiente grau de execução das medidas extraordinárias; a desadequação e ineficácia das medidas.

Estas cinco medidas previam uma despesa de 63,5 milhões de euros, mas apenas foram gastos dez milhões de euros (16%), refere a auditoria. “Em suma, o grau de execução das medidas extraordinárias foi insuficiente e incipiente em 2020”.

Assim, ao Ministério foram deixadas duas recomendações: promover a articulação das medidas com a prossecução do interesse público e dispor de uma estrutura adequada para monitorizar e controlar eficazmente as medidas. Já ao IHRU, o TdC aconselha que, enquanto entidade gestora das medidas tomadas, esta instituição “conceba e implemente um modelo de avaliação de eficácia” das mesmas, disponibilizando “um conjunto de informações relevantes” sobre cada uma.

Governo defende-se com “constante ‘aprendizagem em processo'”

Para além dos esclarecimentos que foi dando ao próprio TdC, o Ministério de Pedro Nuno Santos reagiu depois de a auditoria ter sido tornada pública. Em comunicado enviado esta quinta-feira, lê-se que “trata-se de um fenómeno novo, inédito, para o qual nenhum país estava preparado e que obrigou a uma resposta imediata e a uma constante ‘aprendizagem em processo’“.

Além disso, refere que estas medidas “não são quantitativamente qualificáveis”. “Como pode a suspensão dos despejos ou o regime excecional de proteção dos arrendatários (…) ser medido quantitativamente se, precisamente, o que dita o seu sucesso, é não terem existido despejos, ou os contratos terem permanecido válidos, e por isso as pessoas não terem perdido a sua habitação?”, refere o comunicado.

O Ministério da Habitação justifica que a análise que faz é “necessariamente diferente” e diz não compreender as conclusões desta auditoria, “seja quanto à definição, à partida, de uma meta orçamental, seja quanto à conclusão de que as medidas foram insuficientes”.

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Colquímica Adhesives, EDP, Google e Marriott distinguidas pela Câmara do Comércio Americana

Daniela Braga, CEO e fundadora da DefinedCrowd, recebeu o prémio Personalidade do ano e Carlos Rodrigues, antigo presidente da Amcham Portugal, recebeu o Prémio Carreira.

A Colquímica Adhesives, a EDP, a Google Portugal e o Marriott foram esta quinta-feira galardoados pela Amcham Portugal, a Câmara de Comércio Americana em Portugal, pelo seu contribuído no reforço das relações económicas e comerciais entre Portugal e os Estados Unidos.

Em causa estão os quatro “AmCham Tributes” entregues esta quinta-feira na gala comemorativa do 70º aniversário da Amcham Portugal, que visam reconhecer empresas, instituições e personalidades que contribuíram para aproximar Portugal e os EUA, nomeadamente através do setor económico e social.

João Pedro Koehler, CEO da Colquímica Adhesives, diz-se “honrado” pela distinção e garante que a empresa “está em sintonia total com os valores defendidos pelos EUA”, nomeadamente nos valores democráticos e no “respeito pelas liberdades individuais”. “Estamos certos que os nossos produtos, a nossa tecnologia e também a nossa forma de estar e simpatia vão contribuir para elevar a excelência das empresas portuguesas nos EUA”, afirmou, após a entrega do prémio.

Ao mesmo tempo, Rui Teixeira, CFO do grupo EDP, destacou que a distinção é o “reconhecimento do trabalho realizado desde 2016-2017”, apontando que os EUA são “um mercado com risco de retorno” elevado, pelo que o grupo quer continuar a investir nesse mercado.

Por outro lado, Bernardo Correia, country manager da Google Portugal, diz acreditar que “Portugal pode ser a ponte entre os EUA e a Europa” e que o território nacional “é o país certo para investir”. Já Elmar Derkitsch, diretor geral do Marriott, enalteceu o papel do grupo no apoio à comunidade durante a pandemia, nomeadamente através do acolhimento de vários profissionais de saúde nos seus hotéis.

Além dos quatro “AmCham Tributes” e para assinalar os 70 anos da Câmara do Comércio Americana em Portugal este ano foi criado o prémio “The Most Engaged Member”. Esta distinção foi entregue à Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento (FLAD). Para Rita Faden, presidente desta fundação, a relação entre Portugal e os EUA “é muito forte”, sendo que, a sua ver, “o trabalho de aproximar os dois países é um trabalho conjunto e envolve o esforço de muitas instituições”.

Nesta sétima edição de entrega de prémios, Daniela Braga, CEO e fundadora da DefinedCrowd, recebeu o prémio Personalidade do ano, ao passo que Carlos Rodrigues, antigo presidente da Amcham Portugal recebeu o Prémio Carreira, pelo seu longo percurso no setor bancário. “A única coisa que posso dizer é que fiz por cumprir aquilo que era a minha obrigação durante os 17 anos de Câmara. Sinto-me muito honrado por isso, mas ainda mais por este prémio”, disse.

A cerimónia terminou com o discurso do ministro dos Negócios Estrangeiros, que referiu que as distinções são a prova vida da “densidade e intensidade” das relações bilaterais entre Portugal e os EUA, enaltecendo o pilar histórico, geográfico, bem como de aliança entre os países. “Para além de países vizinhos somos aliados dos bons e dos maus momentos e essa aliança faz-se no quadro da NATO, mas também no quadro de defesa e segurança bilateral”, disse.

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Biden diz que EUA “estão a considerar” boicote a Pequim 2022

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

Os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 estão marcados de 4 a 20 de fevereiro do próximo ano. Participação norte-americana divide Congresso dos EUA.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse esta quinta-feira que o país está “a considerar” um boicote diplomático dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, como forma de protestar contra a violação de direitos humanos em solo chinês.

“É algo que estamos a considerar”, declarou Biden em Washington, quando questionado sobre se o governo estava a considerar não enviar qualquer representante à competição.

Deixando claro que os atletas poderão competir, o presidente não deixou de parte um possível boicote diplomático a todas as outras formas de representação.

A China tem reagido com termos fortes a quaisquer menções de boicote, há muito pedido por associações e organizações não-governamentais, sobretudo dado o tratamento da população uigur em Xinjiang, que os norte-americanos denunciam como uma situação de “genocídio”.

Também poderá abrir nova frente de tensão diplomática entre as duas superpotências mundiais, apenas dias depois de um encontro entre presidentes, com Biden e Xi Jinping a discutirem “salvaguardas” que possam evitar um conflito.

Pequim 2022 decorrerá de 4 a 20 de fevereiro do próximo ano, na capital chinesa, e a participação no evento tem dividido a política norte-americana, com vários projetos no Congresso destinados quer a sancionar empresas que apoiem o evento quer a instar a um boicote total.

Se os representantes políticos se dividem, com uma decisão final e oficial esperada para o final do mês, o Comité Olímpico Norte-Americano pediu para que não se punam os atletas após quase dois anos de pandemia de covid-19, além de lembrar o boicote em Moscovo1980, entre outros, como “um erro”, dada a transformação do desporto numa “ferramenta política”.

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Carro da Apple conduz Wall Street a novos recordes

O S&P 500 e o Nasdaq fecharam em máximos históricos, assim como a Apple. Bloomberg garante que a fabricante do iPhone acelerou os planos para desenvolver um veículo elétrico.

As bolsas norte-americanas encerraram mistas esta quinta-feira, com o S&P 500 e o Nasdaq a fecharem a sessão em níveis recorde. Já o industrial Dow Jones recuou pelo segundo dia consecutivo, face à escalada dos preços da energia e receios quanto à subida da inflação.

Os investidores estão mais otimistas na tecnologia, levando a Apple a atingir um máximo histórico. A Bloomberg assegura que a empresa acelerou os planos para desenvolver um automóvel elétrico e totalmente autónomo, que poderá chegar às estradas em 2025. À luz desta notícia, a empresa subiu 2,87%, para 157,89 dólares por ação.

O avanço de uma das cotadas de maior peso levou o S&P 500 e o Nasdaq a registarem novos recordes de fecho. O S&P 500 subiu 0,32%, para 4.703,05 pontos; o Nasdaq somou 0,43%, para 15.990,56 pontos; o Dow Jones recuou 0,19%, para 35.863,95 pontos, sucumbindo ao peso da Cisco, cujos títulos encolheram 5,51%, para 53,63 dólares.

A Visa voltou a estar sob pressão, cedendo 0,84%, para 203,33 dólares. A empresa de pagamentos prolonga assim a queda iniciada na sessão anterior, depois de terem surgido sinais de grande deterioração na relação da Visa com um dos parceiros de maior peso, a Amazon.

“À parte da política da Fed ou de grandes desilusões com resultados, penso que há solo bastante estável por baixo de nós, mas os mercados podem ser instáveis e continuar prudente é o principal conselho”, disse à Reuters Eric Metz, administrador com o pelouro do investimento na SpiderRock Advisors, em Chicago.

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Sporting obrigado a regularizar contas com BCP e Novo Banco até final do ano

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

A SAD ‘leonina’ falhou o reforço das ‘contas reserva’ acordadas com os dois bancos, no valor de 16,2 milhões de euros, segundo o prospeto do empréstimo obrigacionista.

A Sporting SAD tem que regularizar a situação financeira junto dos credores BCP e Novo Banco até 31 de dezembro deste ano, segundo a informação esta quinta-feira disponibilizada ao mercado no lançamento do empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros.

Isto, depois de a SAD ‘leonina’ ter falhado o reforço das ‘contas reserva’ acordadas com os dois bancos em 30 de setembro de 2020 e em 30 de setembro de 2021, no montante total de 16,2 milhões de euros, e que se destinavam à compra de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) em ações ordinárias (categoria B) da Sporting SAD.

Além disso, a SAD ‘verde e branca’ tinha a obrigação de reembolso, em 15 de junho de 2020, de dívida e juros num valor próximo de 600 mil euros referentes ao próprio clube, um reembolso “que não foi realizado”, mas que se encontra garantido pelo emitente (Sporting SAD) por ser solidariamente responsável, lê-se no prospeto da operação disponibilizado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“No entanto, o Millennium BCP e o Novo Banco, S.A. concederam um ‘waiver’ [dispensa] até ao final deste ano para regularizar as obrigações de reforço das ‘contas reserva’ do emitente e as obrigações do SCP [Sporting Clube de Portugal] de reembolso de dívida e juros”, avançou a Sporting SAD no documento.

Através do prospeto, a SAD sportinguista adiantou ainda que, paralelamente, em março de 2021, “foi alcançado um entendimento” com o BCP e o Novo Banco para “realizar um processo competitivo de venda dos seus créditos e de cessão da posição no Acordo Quadro”, que foi celebrado com ambas as entidades bancárias em 14 de novembro de 2014 e aditado em 09 de outubro de 2019, definindo novas condições de financiamento e refinanciamento da Sporting SAD.

Segundo os ‘leões’, este entendimento inclui os VMOC, garantindo ao emitente o direito de preferência na venda desses créditos, no seguimento do previsto no Acordo Quadro.

Porém, caso a Sporting SAD não regularize as obrigações de reforço das ‘contas reserva’ até ao final deste ano, e caso não se conclua o processo de venda destes créditos, incluindo os VMOC, nem seja alcançado um acordo entre as partes para a alteração do Acordo Quadro, o BCP e o Novo Banco “têm a faculdade de acionar os mecanismos jurídicos previstos no Acordo Quadro e tal afetará materialmente a situação financeira do emitente e o cumprimento dos compromissos financeiros assumidos”, sublinharam os ‘verde e brancos’.

A Sporting SAD tem atualmente duas emissões de 55.000.000 e 80.000.000 VMOC, com valor nominal de um euro e valor nominal total de 135 milhões de euros, que se vencem em dezembro de 2026, e cujos reembolsos se realizarão exclusivamente através da conversão do respetivo valor nominal em novas ações da Sporting SAD a emitir para o efeito.

“O emitente constitui-se solidariamente responsável, em conjunto com o SCP e a Sporting SPGS, pelo cumprimento dos contratos de financiamento celebrados por essas entidades. O valor das obrigações garantidas das referidas entidades do Grupo Sporting, incluindo dívida e VMOC, ascendia, com referência a 30 de setembro de 2021, a 147.179 milhares de euros [147 milhões de euros]”, assinalou a SAD ‘leonina’.

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APS e ISCAL juntos em curso de finanças para o setor segurador

  • ECO Seguros
  • 18 Novembro 2021

Um curso online pós-laboral vai dar formação completa em contabilidade, fiscalidade e planeamento no setor segurador. Começa em 30 de novembro e decorre até junho do próximo ano.

Como resultado de um protocolo estabelecido entre a Associação Portuguesa de Seguradores – APS e o ISCAL – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, vai ter início no próximo dia 30 de novembro o Curso de especialização em contabilidade, fiscalidade e planeamento no setor segurador.

O curso beneficia do conhecimento e ligação ao mercado da APS e da experiência profissional e longa prática letiva do corpo docente do ISCAL . O programa formativo assenta em módulos interdependentes realizados a distância, complementados com workshops presenciais, e irá decorrer entre até 9 de junho de 2022, usualmente às 3ª e 5ª feiras das 19.00h às 22.00h, num total de 130 horas letivas.

A avaliação do curso compreenderá uma vertente de participação nas aulas e trabalhos. Aos participantes será atribuído no final do curso um Certificado de Conclusão ou um Certificado de Frequência no caso de efetuar a inscrição em módulos isolados.

Todas as informações podem ser vistas aqui.

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Crescimento dos seguros vai desacelerar em 2022-23

  • ECO Seguros
  • 18 Novembro 2021

Economia global e perspetivas para o negócio segurador apontam desaceleração nos próximos dois anos. Previsão da Swiss Re coloca região EMEA e seguros Vida em crescimento mais moderado.

Assinado por 11 economistas e analistas da resseguradora suíça, o documento (sigma 5/2021) antecipa clara desaceleração do crescimento na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), onde após 4,9% de incremento estimado em 2021 (combinado de prémios seguro Vida e não-Vida) sucederá taxa média de 2,0% nos próximos dois anos (2022 e 2023). O ramo Vida que, após subida estimada de 6,9% em 2021, deve sofrer travagem para avançar apenas 1,7% no horizonte do forecast.

Apesar destes sinais, o Swiss Re Institute prevê que a procura de seguros cresça globalmente, em 2022 e 2023, a uma taxa superior à tendência de longo prazo, perspetivando evolução positiva para o volume global de prémios de seguros e a antecipar crescimento de 3,3% em 2022 e 3,1% em 2023 (3,2% no conjunto dos dois anos).

Projeção de crescimento real nos prémios de seguro

Os economistas da resseguradora suíça identificam tendências estruturais, três “D” que deverão moldar as perspetivas de longo prazo: Divergência, Digitalização e Descarbonização:

Divergência crescente dentro e entre países na recuperação económica, riqueza, rendimento e oportunidade socioeconómica “é um motivo de preocupação. Estas divergências tornam a recuperação frágil”.
Digitalização poderá confirmar-se como “chave” para um maior crescimento da produtividade para um progresso rápido é vital.
Descarbonização é “imperativa”, uma vez que acontecimentos climáticos extremos em todo o mundo este ano indicam que os riscos climáticos estão a materializar-se.

O relatório Turbulence after lift-off: global economic and insurance market outlook 2022/23″ refere que, na sequência do choque da COVID-19, assiste-se a uma “consciência crescente do risco, tanto nos seguros de Vida como em não-Vida, entre consumidores e empresas”. O endurecimento contínuo dos preços em linhas comerciais de seguros de não Vida dará suporte adicional à tendência, esperando-se que o mercado global ultrapasse os 7 biliões de dólares (USD 7 trillion) em prémios de seguros pela primeira vez, a meio de 2022, mais cedo do que o previsto pelo instituto em julho passado.

Principais conclusões

Prémios de seguro devem crescer 3,4% a nível global em 2021, em termos reais, elevando em 8% o total da produção global (prémios diretos), acima do nível de 2019.

A rentabilidade dos seguros deverá melhorar em 2022, à medida que a indústria absorve os sinistros relacionados com a COVID-19, perdas catastróficas acima da média e a subida da inflação.

A rentabilidade na atividade de subscrição não Vida deverá recuperar a partir de 2022 à medida que as seguradoras internalizem as expectativas de uma inflação ascendente.

– Para as seguradoras de Vida, o avanço nas vacinas COVID-19 deverá também fortalecer a rentabilidade a partir de 2022, após um ano de elevada mortalidade em 2021.

A rendibilidade dos investimentos será provavelmente contrariada por taxas de juro baixas e que não compensará totalmente a inflação, fazendo com que disciplina de subscrição seja nota crucial.

PIB abranda e inflação é o risco de curto prazo

– O ciclo de crescimento económico global abrandará à medida que os choques do lado da oferta persistirem, e a política monetária se tornar menos acomodatícia. Por isso, estudo aponta previsões de crescimento do PIB abaixo do consenso.

Inflação anual global estimada no estudo é superior à média do consenso em 2022, incluindo 5,0% nos EUA, 2,6% na zona euro e 3,8% no Reino Unido, sendo também superior aos objetivos dos bancos centrais de 2%. A pressão sobre os custos está a alimentar preços difíceis de inverter.

Em termos do cenário global, a análise prevê um crescimento económico real de 5,6% este ano, abrandando para 4,1% em 2022 e 3,0% em 2023, à medida que persistirem pressões na cadeia de abastecimento global, escassez de mão-de-obra e alta nos preços da energia.

O nosso risco macro a curto prazo é a inflação, que deriva destes mesmos fatores,” assumem os autores do estudo sugerindo necessidade de apoio dos governos para uma recuperação estrutural.

Temos uma oportunidade única de construir um sistema de mercado melhor. Para isso, todos os intervenientes terão de aceitar e internalizar os custos das alterações climáticas, e os decisores políticos que deverão ter em conta os efeitos distributivos das respetivas políticas económicas. Isso ajudará na transição de que necessitamos para um caminho sustentável rumo a uma economia net-zero até 2050,” complementou Jerome Haegeli, economista-chefe da Swiss Re.

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Envolver oposição foi importante para políticas de longo prazo entre 1995 e 2019

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

A disposição governamental para envolver a oposição foi um fator importante para a aprovação de medidas de longo prazo, de acordo com um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian.

Um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian concluiu que a disponibilidade dos governos para envolver os partidos da oposição foi um dos fatores importantes para a aprovação de políticas de longo prazo entre 1995 e 2019 porque “diminuiu as hipóteses de contestação”.

“Dos vários fatores que identificámos como sendo importantes para a implementação, ou não implementação, de políticas de longo prazo, destacamos, em primeiro lugar, a disposição governamental para envolver a oposição, ‘stakeholders’ relevantes e lograr compromissos. Este foi um fator importante para a aprovação de medidas de longo prazo, já que diminuiu as hipóteses de contestação às mesmas”, lê-se nas conclusões do estudo.

O estudo “Governar para a próxima eleição ou para a próxima geração? O caso de Portugal (1995-2019)”, hoje divulgado, é da autoria de Catherine Moury e Daniel Cardoso com Ana Paula Costa, Mafalda Escada (investigadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e foi publicado pela Fundação Gulbenkian.

Os autores analisaram “10 tentativas concretas (bem-sucedidas e fracassadas) de implementação de políticas que visavam a resolução de problemas sociais a longo prazo, impondo custos no presente em nome das gerações futuras” e, apesar “do contexto desfavorável à implementação deste tipo de políticas, foram identificados casos de sucesso bastante inovadores e que tornaram o país uma referência internacional”.

No estudo foram analisadas medidas em cinco áreas, como a Taxa de Recursos Hídricos, a descriminalização do consumo e da posse para consumo de drogas, a implementação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade e a não implementação da Contribuição de Sustentabilidade ou o contrato único de trabalho.

Nas conclusões do estudo (com 76 páginas e que pode ser consultado no ‘site’ da Fundação Gulbenkian), os autores exemplificam que “a descriminalização do consumo e da posse para consumo de drogas” é um exemplo da importância do envolvimento de várias entidades, apontando que “o tema foi discutido no âmbito de comissões parlamentares, contou com o apoio da esquerda radical, do Presidente da República e envolveu cientistas e o movimento associativo, bem como figuras políticas relevantes à direita”.

Com esta análise, os autores concluíram que também “a produção e comunicação científica mostraram-se importantes para elaborar a lei e justificar a adoção” de certa medida, “legitimando-a”, e que, igualmente, “a influência externa pode funcionar como uma janela de oportunidade para adoção de medidas de longo prazo”.

O estudo concluiu ainda que as “políticas a longo prazo são mais facilmente adotadas quando os governos são pressionados para resolver um problema”, e que “o papel da opinião pública, da sociedade civil organizada (ONG, parceiros sociais, movimentos sociais) e dos media é fundamental”.

Pelo contrário, o mandato eleitoral, que é “uma das condições apresentadas pela literatura como sendo importante para a adoção de medidas de longo prazo, não se revelou um dos fatores mais relevantes nas políticas” analisadas, indicam os autores.

Os autores recomendam então aos governos que envolvam “as partes interessadas”, estando dispostos “a fazer concessões” se necessário e utilizar “os constrangimentos europeus para contornar interesses setoriais instalados” mas “procurar consensos com as partes interessadas e com a oposição” face ao risco de reversões após uma crise.

E aconselham também os futuros governantes a “apostar na produção de conhecimento sobre a medida e comunicar efetivamente quais os ganhos da mesma e os custos de não a implementar, quer durante a campanha eleitoral, quer durante o mandato de governo” e ainda a “introduzir na Constituição formas de atender aos direitos/necessidades das gerações futuras, por exemplo através de limites à utilização de recursos naturais ou proteção da biodiversidade”.

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Sovena entra na transformação de óleos usados em detergentes

A dona da marca Fula passa a ser acionista da EcoXperience, empresa de Penela que nasceu num departamento de Química da Universidade de Coimbra e que faz parte do grupo que detém a Mistolin.

A Sovena anunciou esta quinta-feira a entrada no capital da EcoXperience, uma jovem empresa pertencente ao MSTN Group, que detém a Mistolin, e que se apresenta como “pioneira” a nível mundial na transformação de óleos alimentares usados em detergentes biodegradáveis.

Com origem no departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, a empresa de base tecnológica sediada em Penela juntou-se ao MSTN Group em 2019. Começou por transformar óleos alimentares em kits científicos de sabão líquido, tendo depois alargado a tecnologia para os produtos de limpeza.

“Esta operação reflete a nossa essência, que passa por acrescentar valor à cadeia, com decisões sustentadas e sustentáveis. A associação à EcoXperience permite-nos reforçar a adoção das melhores práticas de valorização dos recursos e de eliminação dos desperdícios ao longo de toda a cadeia de produção”, frisa Jorge de Melo, CEO do Grupo Sovena.

A Sovena é dona das marcas de óleos vegetais Fula, Vêgê e Frigi, e Oliveira da Serra e Andorinha no setor do azeite. Faturou 1,1 mil milhões de euros em 2020, com a exportação para mais de 70 países a valer 75% do negócio. Com 1.200 trabalhadores, a empresa do Grupo Nutrinveste soma operações diretas em dez países: Portugal, Espanha, EUA, Brasil, Chile, Argentina, Marrocos, Itália, China e Angola.

Salientando as “sinergias com enorme mais-valia para o projeto” resultantes da junção da Sovena com a Mistolin, César Henriques, fundador e sócio da EcoXperience, acredita que a categoria de detergentes ecológicos “continuará a crescer nos próximos anos”, notando que “contar com o know-how e credibilidade” da Sovena é “importante para adequar a resposta à necessidade do mercado e acelerar o crescimento nacional e internacional” do projeto.

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Polónia defende que falar com Lukashenko equivale a “legitimar” o seu regime

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

Minsk indicou que estão atualmente cerca de 7.000 migrantes na Bielorrússia. Merkel está em contato com Lukashenko para arrefecer tensões. Polónia é contra negociar com presidente bielorrusso.

O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, criticou esta quinta-feira qualquer tentativa de reunião oficial com o regime bielorrusso de Alexander Lukashenko, considerando que tal equivale a “legitimá-lo”.

“É preciso ter consciência de que qualquer encontro direto com Lukashenko o ajuda, porque legitima o seu regime”, disse o chefe do Governo polaco à imprensa.

As declarações do primeiro-ministro nacionalista polaco referem-se a encontros da chanceler alemã, Angela Merkel, com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com Lukashenko, seguidos de uma chamada telefónica a Morawiecki.

“Sublinhei junto da senhora chanceler [Angela Merkel] que nenhum acordo envolvendo a Polónia e toda esta situação poderá ser concluído sem a nossa participação”, indicou.

A ação de Merkel, procurando uma solução para a crise migratória nas fronteiras orientais da União Europeia (UE), foi recebida com duras críticas por parte dos representantes do poder nacionalista polaco.

Na quarta-feira, o Presidente polaco, Andrzej Duda, comentou o assunto numa reunião com o seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier. “Somos um país soberano que tem o direito de decidir os seus próprios assuntos e vamos manter-nos intransigentes quanto à defesa desse direito”, insistiu Duda.

Por sua vez, a ex-primeira-ministra nacionalista polaca Beata Szydlo considerou na rede social Twitter que, ao falar por iniciativa própria com Minsk e Moscovo, “a chanceler alemã está a violar todos os princípios da UE. A sua atitude faz pensar nos piores momentos da história, quando os países da Europa central eram considerados objetos de negociatas políticas”.

Horas antes, a Presidência bielorrussa tinha indicado que estão atualmente cerca de 7.000 migrantes na Bielorrússia, mais de 2.000 dos quais na fronteira com a Polónia, adiantando que Minsk irá trabalhar para repatriar 5.000 pessoas “se assim o desejarem”.

Já hoje, um avião iraquiano transportando 431 migrantes que estavam retidos na fronteira da Bielorrússia com a Polónia partiu de Minsk e aterrou no aeroporto de Erbil, no Curdistão iraquiano, região de onde muitos deles são originários.

A porta-voz da Presidência bielorrussa, Natalia Eïsmont, anunciou também que a chanceler alemã ia negociar com a UE a criação de um “corredor humanitário” para levar os restantes 2.000 migrantes e refugiados para a Alemanha, uma solução que, segundo Minsk, foi abordada esta semana com Merkel, e que Berlim entretanto desmentiu.

“A UE vai criar um corredor humanitário para 2.000 migrantes que estão no acampamento [na fronteira da Bielorrússia com a Polónia] e iremos, na medida do possível e caso as pessoas o desejem, repatriar os outros 5.000”, afirmou a porta-voz.

Estas declarações foram feitas um dia depois de Merkel ter falado ao telefone, pela segunda vez em três dias, com o Presidente bielorrusso sobre a crise migratória em curso na fronteira oriental da UE.

De acordo com a porta-voz de Lukashenko, cerca de 2.000 migrantes estão atualmente num acampamento improvisado na fronteira com a Polónia, enquanto entre 200 e 500 outros migrantes estão espalhados ao longo da fronteira.

Uma informação que difere em muito do que disse na quarta-feira à Lusa Natalia Gebert, representante do Grupo Granica – que reúne 14 organizações não-governamentais (ONG) que trabalham na área dos direitos humanos e apoiam refugiados e migrantes na Polónia -, segundo a qual o número de migrantes acampados na fronteira bielorrussa à espera de entrar em território polaco ultrapassa as 10.000 pessoas.

O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, desmentiu esta quinta-feira, durante uma visita oficial a Varsóvia, que a Alemanha se tenha comprometido a acolher um contingente de 2.000 migrantes procedentes da Bielorrússia.

“É uma notícia falsa”, declarou Seehofer, numa conferência de imprensa com o seu homólogo polaco, acrescentando que em situações de “ameaça híbrida”, referindo-se à crise fronteiriça com a Bielorrússia, abundam as informações fraudulentas.

O ministro defendeu que é necessário fornecer ajuda humanitária às pessoas retidas na fronteira, uma vez que são “instrumento de uma pérfida estratégia”, e que prestar assistência está em consonância com “os valores europeus”, mas sempre em território bielorrusso.

“O que não faremos será deixá-los entrar, ceder à pressão e dizer que admitiremos refugiados na União Europeia”, frisou, dando a entender que isso significaria fazer o jogo do Presidente bielorrusso.

Seehofer pronunciou-se ainda sobre as duras críticas de que Merkel foi alvo por parte do Governo polaco devido às suas conversas telefónicas com Lukashenko, acusando-a de agir sem ter em conta o seu país.

“Tudo o que fazemos é coordenado, é discutido, e não fazemos política de costas voltadas aos nossos parceiros, isso é claro”, sublinhou o ministro alemão, vincando também que a Polónia age em nome da União Europeia e conta com o total apoio da Alemanha.

O ministro do Interior alemão indicou, por último, que não está nos seus planos a introdução de controlos fronteiriços fixos na fronteira entre a Polónia e a Alemanha, como pedem alguns sindicatos policiais alemães, em resposta ao fluxo migratório procedente da Bielorrússia.

Desde o início de 2021, foram intercetados na Alemanha cerca de 10.000 migrantes dessa rota migratória.

“Estamos de acordo quanto ao facto de que isso não solucionaria o problema, estamos de acordo quanto a manter fronteiras abertas”, declarou Seehofer.

O seu homólogo polaco, Mariusz Kaminski, insistiu também na unidade de atuação dos dois países vizinhos, afirmando: “O problema é grande, estamos a resolvê-lo juntos, passo a passo, e fazemos uma avaliação conjunta do que está a acontecer”.

Kaminski frisou ainda que se trata de um “problema político”, já que “o regime de Lukashenko está a tentar criar uma rota artificial para a União Europeia”.

A UE acusa Minsk de ter atraído estas pessoas, sobretudo oriundas de países do Médio Oriente, para a Bielorrússia e de as ter transportado para a fronteira com a Polónia para provocar uma crise migratória e vingar-se das sanções ocidentais impostas ao regime de Lukashenko, após as eleições fraudulentas que o reconduziram no poder, a repressão violenta de protestos populares contra o resultado do escrutínio, detenções arbitrárias de opositores e o desvio de um avião comercial para deter um jornalista bielorrusso independente.

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Ferro Rodrigues vai abandonar o Parlamento

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

O atual presidente da Assembleia da República vai ficar fora das listas de deputados do Partido Socialista nas eleições antecipadas agendadas para 30 de janeiro de 2022.

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, comunicou esta quarta-feira aos líderes das diferentes bancadas parlamentares que não se recandidatará nas listas de deputados do PS nas próximas eleições legislativas.

Esta decisão de Ferro Rodrigues consta da súmula da última reunião da conferência de líderes, um documento que é assinado pela secretária da mesa, a deputada socialista Maria da Luz Rosinha.

Ali é indicado que o presidente da Assembleia da República “referiu que, efetivamente, alguns deputados já lhe tinham manifestado pretender fazer breves despedidas” do Parlamento.

E foi nessa ocasião que Ferro Rodrigues esclareceu que “o mesmo sucedia consigo, visto que já não seria candidato nas próximas eleições”.

“Informou que, em princípio, no dia 26 de novembro, antes das votações, se poderia destinar algum tempo para essas intervenções dos deputados com mais tempo de funções na Assembleia da República”, acrescenta o mesmo documento.

A possibilidade de Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República desde a legislatura passada, não voltar a candidatar-se a deputado, já era dada como muito provável pela maioria dos dirigentes socialistas.

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