Holandeses vendem participação de 5% na dona do Pingo Doce

14 anos após terem entrado no capital da Jerónimo Martins, a multinacional holandesa Heerema vai vender a participação de 5% que lhe restava.

O fundo Asteck da holding do setor petrolífero chamada Heerema vai vender a participação de 5% que tem na Jerónimo Martins, a dona do Pingo Doce, de acordo com um comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este grupo holandês tinha uma posição na retalhista portuguesa desde 2007, ano em que comprou 10% do capital, tornando-se na altura no segundo maior acionista, posição que manteve até agora. Não se conhece o valor investido, mas no dia da operação as ações cotavam nos 3,866 euros.

Em 2013, o fundo holandês vendou metade (5%) dessa participação original por um preço fixado entre 16,50 e 17,25 euros. Agora, em 2021, oito anos depois, desfaz-se dos restantes 5%, um total de 31.464.750 ações da Jerónimo Martins, a 19,75 euros por ação, de acordo com a informação posterior avançada ao mercado.

Ao preço de fecho da sessão desta segunda-feira (21,61 euros), o fundo Asteck encaixará quase 680 milhões de euros com a venda da sua posição na dona do Pingo Doce. A operação será realizada pela Goldman Sachs International através de um mecanismo chamado “accelerated bookbuilt offering” no qual a venda é feita num curto período de tempo.

Após a conclusão da transação, a Asteck deixará de deter ações de Jerónimo Martins“, esclarece o comunicado. O maior acionista continuará a ser a família, através da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, com 56,14%, segundo o site da empresa. Caso os 5% da Asteck sejam dispersos em diferentes mãos, o segundo maior acionista deverá passar a ser a JP Morgan Asset Management Holdings com 2,35%.

(Artigo atualizado com o valor de venda das ações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subida dos juros da dívida dos EUA dita queda em Wall Street

A preocupação com a evolução da inflação está a refletir-se nos juros da dívida norte-americana. Esta segunda-feira Wall Street até arrancou no verde, mas fechou a sessão no vermelho.

A incerteza sobre a evolução da taxa de inflação nos Estados Unidos voltou a dominar a sessão bolsista em Wall Street. A taxa de juro das obrigações norte-americanas a dez anos subiu para os 1,6% e a 30 anos para 2%, sinalizando que os investidores esperam uma subida das taxas de juro para breve por causa do aumento dos preços, ainda que a Reserva Federal tenha argumentado que esta subida é temporária.

A evolução do mercado obrigacionista esta segunda-feira é um indicador do quão fluida é a historia da inflação“, diz Charlie Ripley, analista da Allianz Investment Management, à CNBC, referindo que, apesar de a Fed ainda não ter tornado claro qual é o próximo passo, “os mercados continuam a ajustar-se” face às expectativas que têm do que fará a Fed.

Normalmente, quando os juros da dívida sobem as cotadas tecnológicas descem e foi isso que aconteceu nesta sessão, ao contrário do que indicavam os primeiros minutos de negociação. O Nasdaq, o índice tecnológico, desvalorizou 0,04% para os 15.853,85 pontos e o Dow Jones caiu 0,04% para os 36.087,45 pontos. Já o S&P 500 ficou inalterado nos 4.682,8 pontos.

Esta queda acontece após uma semana de perdas provocada pelo maior aumento anual do índice de preços no consumidor em três décadas, divulgado na semana passada, uma subida superior ao esperado. A consequência foi a primeira desvalorização semanal dos principais índices em cinco semanas.

Na sessão desta segunda-feira, entre as cotadas, o destaque vai para a Tesla, cujas ações desceram quase 2%, após Elon Musk ter trocado tweets durante o fim de semana com o senador democrata de Vermont, Bernie Sanders, acerca da cobrança de impostos aos mais ricos. A cotada já tinha perdido 15% na semana anterior, a maior queda semanal desde março de 2020, com a notícia de que Musk vendeu um total de 6,9 mil milhões de dólares em ações da empresa de carros elétricos.

Já nos ganhos, destaca-se a Boeing, fabricante norte-americana de aviões, com uma valorização de mais de 5%, face a notícias sobre mais encomendas dos seus aviões.

Os investidores aguardam agora pelos números desta semana relativos aos resultados das grandes retalhistas norte-americanas como a Target, Lowe’s, Walmart e Home Depot. Esta semana os investidores vão saber ainda quanto é que os consumidores estão a gastar com a divulgação das vendas no retalho assim como a evolução do mercado imobiliário. Os próximos dias serão marcados também por várias declarações públicas de membros da Reserva Federal norte-americana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Deputados questionam Governo sobre impacto do fecho do gasoduto do Magrebe

  • Lusa
  • 15 Novembro 2021

"Há riscos de não serem honrados compromissos de entrega de gás aos parceiros europeus, num momento marcado pelo aumento do preço do gás", alertam os deputados do PS, PSD e CDS.

Deputados dos grupos parlamentares do PS, PSD e CDS questionaram o Governo sobre quais os impactos que o encerramento do Gasoduto Magreb-Europa poderá vir a ter no país, argumentando com a necessidade de acautelar os interesses nacionais.

Através de um requerimento dirigido ao ministro do Ambiente e Ação Climática, entregue esta segunda-feira na Assembleia da República, os deputados manifestam a sua preocupação face a uma eventual escassez de fornecimento de gás em Portugal e ao aumento dos preços, sobretudo numa altura em que o inverno se aproxima.

“A 31 de outubro de 2021 a Argélia decidiu unilateralmente não renovar o contrato do Gasoduto Magreb-Europa (GME) que transita através de Marrocos para chegar a Espanha e depois abastecer a Europa, incluindo Portugal. Há riscos de não serem honrados compromissos de entrega de gás aos parceiros europeus, num momento marcado pelo aumento do preço do gás e, além disso, na véspera da chegada do Inverno”, alertam.

Segundo os deputados dos três partidos, esta decisão de encerrar o GME poderá afetar os países que recebem gás proveniente da Argélia, como é o caso de Portugal, com expectáveis “impactos para a economia portuguesa, ainda que a médio ou longo prazo”.

“Há uma dimensão de política europeia, mas, cada Estado, como é o caso de Portugal, deverá acautelar os seus interesses nacionais. O que está em causa é antecipar problemas em vez de reagir quando for tarde demais e as pressões sobre os preços se fizerem sentir”, sublinham.

O GME faz parte de um conjunto de três gasodutos que ligam a Argélia, país produtor e exportador de gás natural, à União Europeia.

Os outros dois gasodutos são o Medgaz, que liga a Argélia diretamente a Espanha, e o TransMed (trans-Mediterrâneo) que serve o mercado italiano.

O GME chega a Espanha via Marrocos, que recebe 7% dos volumes, o equivalente a 160 milhões de dólares por ano, usados principalmente para produzir eletricidade.

A não renovação do contrato implica que a Argélia terá de contar apenas com o Medgaz, que fornece diretamente Espanha, mas que tem uma capacidade limitada a 8 mil milhões de metros cúbicos por ano, ou seja, metade das exportações anuais da Argélia para Espanha e Portugal.

Em contrapartida, o Gasoduto Magreb-Europa (GME) pode escoar até 13 mil milhões de metros cúbicos por ano para Espanha e Portugal.

Os dois gasodutos tinham uma capacidade global de mais de 20 mil milhões de metros cúbicos, que agora fica reduzida em dois terços.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Confinamento de não-vacinados na Áustria “já está a dar frutos”

  • Lusa
  • 15 Novembro 2021

Com 65% da população vacinada, a Áustria avançou com o confinamento de não-vacinados. "A medida já está a surtir efeito", disse o chanceler austríaco, referindo as inscrições nos centros de vacinação.

O chanceler austríaco, Alexander Schallenberg, declarou esta segunda-feira que o confinamento das pessoas não-vacinadas na Áustria é uma “medida difícil” mas que “já está a dar frutos”, referindo “o aumento maciço das inscrições nos centros de vacinação”.

“Não foi de ânimo leve que privámos parcialmente de liberdade uma parte da população, mas a medida já está a surtir efeito”, congratulou-se o chanceler, que tomou esta decisão inédita na União Europeia (UE) perante o agravamento da pandemia de covid-19 no país.

A Áustria enfrenta um aumento de novos casos, que atingiram o número mais elevado desde o início da pandemia – 12.000 por dia, em média, num país de 8,9 milhões de habitantes.

A única hipótese de sair deste círculo vicioso é aumentar a taxa de vacinação”, que é “vergonhosamente baixa” (65% neste momento), insistiu o chanceler.

“Quero levar os não-vacinados a vacinarem-se, e não trancar os vacinados em casa”, acrescentou ainda, descartando as acusações de discriminação ou violação dos direitos fundamentais dos cidadãos não-vacinados.

De acordo com Schallenberg, naquele país da Europa central, quase meio milhão de pessoas recebeu uma dose da vacina na semana passada, para 128.813 das quais foi a primeira dose, antecipando a aplicação das restrições.

Não posso imaginar que dois terços da população estejam dispostos a renunciar às suas liberdades e a aceitar um confinamento por solidariedade com o terço que ainda não foi vacinado”, sublinhou o chefe do executivo austríaco.

Inquirido também sobre a vacinação das crianças com idade entre cinco e 11 anos, já posta em prática pela cidade de Viena, o chanceler disse esperar que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) dê ‘luz verde’ “daqui a duas semanas”, acrescentando que “se for o caso”, emitirá “um apelo para que as crianças sejam vacinadas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salário médio da função pública sobe 0,2% para 1.536,3 euros brutos

No terceiro trimestre deste ano, o salário médio da função pública situava-se nos 1.536,3 euros brutos, subindo 0,2% em termos homólogos. O crescimento é contido pelas aposentações.

A saída de trabalhadores mais velhos e com salário mais elevados, os quais são substituídos por profissionais mais jovens com salários mais baixos, tem contido o crescimento da remuneração base média da função pública. Os dados do terceiro trimestre de 2021 divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) mostram que o salário aumentou 0,2% em termos homólogos para os 1.536,30 euros brutos.

Em julho de 2021, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em cerca de 1.536,30 euros, correspondendo a uma variação global média de +0,01%, em relação ao mês de referência do trimestre precedente (abril 2021), e a uma variação homóloga de +0,2%”, revela a DGAEP. Estes valores são brutos, ou seja, ainda serão alvo dos descontos para o IRS e Segurança Social.

Este valor resulta do “efeito conjugado da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios e da atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) e do valor da base remuneratória, atualmente nos 665 euros”, explica ainda a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público.

Ou seja, há fatores a pressionar em alta o salário médio, como é o caso do aumento do salário mínimo e das promoções e progressões que resultam das respetivas carreiras da função pública — em 2021 não houve aumento dos salários como em 2020 (e como deverá haver em 2022) uma vez que a inflação foi negativa no ano anterior.

Mas também há um pesado fator a pressionar em baixa: a reforma dos trabalhadores mais velhos e com salários mais elevados, os quais são substituídos por trabalhadores mais novos e com salários mais baixos. Recorde-se que na função pública o número de anos é determinante para a evolução na carreira e, por isso, para o valor do salário.

Além da remuneração base, a DGAEP também revela o ganho mensal, o qual engloba prémios e subsídios ou suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias. Neste caso, o valor médio era de 1.805,2 euros brutos em julho de 2021, registando uma subida de 0,4% em termos homólogos.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na semana passada mostravam que os salários no setor privado tinham aumentado 3,4% no terceiro trimestre para os 1.221 euros brutos. “As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o setor das Administrações Públicas e o setor privado refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado e nas qualificações dos trabalhadores que os integram. Com efeito, verifica-se que os trabalhadores do setor das Administrações Públicas têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados”, explicava o gabinete de estatísticas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dona da Pizza Hut, Burger King e KFC encaixa 40 milhões com emissão de ações

  • Lusa
  • 15 Novembro 2021

A procura total registada no aumento de capital representou cerca de 146% do montante da oferta, avançou a Ibersol.

A procura durante a emissão de ações da Ibersol, no âmbito de um aumento de capital, atingiu os 146%, tendo a empresa cumprido a meta de encaixar 40 milhões de euros, indicou o grupo em comunicado ao mercado.

Na nota, publicada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa indicou que “no exercício de direitos de subscrição foram objeto de subscrição proporcional 9.843.664 novas ações, representativas de cerca de 98,44% do total de ações a emitir no âmbito da presente oferta, tendo ficado disponíveis para rateio 156.336 novas ações”.

Além disso, indicou a Ibersol, “os pedidos suplementares de novas ações sujeitos a rateio totalizaram 4.725.148 ações, excedendo cerca de 29 vezes a quantidade disponível para o efeito”.

“Deste modo, a procura total registada no presente aumento de capital representou cerca de 146% do montante da oferta”, salientou a empresa, concluindo que “o aumento de capital foi assim totalmente subscrito correspondendo a um encaixe financeiro de 40.000.000 euros”.

A empresa tornou esta segunda-feira públicos “os resultados do aumento de capital social” de 36 milhões de euros para 46 milhões de euros “compreendendo a emissão de 10.000.000 novas ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1 euro cada (novas ações), com o preço de subscrição unitário de 4 euros, o que inclui um ágio de 3 euros [diferença entre valor nominal e de subscrição] por nova ação, com reserva de preferência dos acionistas, no exercício dos respetivos direitos legais de preferência e a outros investidores que tenham adquirido direitos de subscrição”.

De acordo com o grupo, “a liquidação financeira das novas ações, subscritas pelo exercício dos direitos de subscrição ocorre na presente data, e a liquidação financeira das novas ações atribuídas em rateio deverá ocorrer a 17 de novembro de 2021”.

Por fim, a Ibersol requereu à Euronext “a admissão da totalidade das ações objeto do presente aumento de capital à negociação no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, prevendo-se que a mesma ocorra tão brevemente quanto possível após o registo comercial do aumento de capital, nomeadamente no dia 19 de novembro de 2021 ou em data aproximada”.

O grupo explicou, no mês passado, que resolveu lançar a oferta tendo em conta a deterioração dos seus resultados.

“A Ibersol registou no primeiro semestre de 2021, resultados líquidos no montante de -22,9 milhões de euros, o que deteriorou o património líquido de uma forma substancial”, lê-se no prospeto da oferta.

“Assim, tendo em consideração o atual nível de endividamento e a substancial redução dos capitais próprios do grupo, o encaixe a obter com a oferta visa manter o nível de dívida bancária por si contraída e melhorar a estrutura de capitais“, salientou a empresa, que pretende obter “liquidez, capacidade de financiamento por via da melhoria do seu perfil creditício e os meios necessários para concretizar as suas linhas de orientação estratégica”.

A empresa atua na área alimentar, explorando várias marcas como a KFC, Burger King, Pizza Hut ou Taco Bell.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Regiões sem verbas para instrumentos financeiros no PT2030

PO Regionais do Continente têm reforço de 81 milhões face ao PT2020 e deixam de existir 1,5 mil milhões de euros destinados a instrumentos financeiros.

No novo quadro comunitário de apoio os Programas Operacionais Regionais do Continente não têm verbas destinadas a instrumentos financeiros, revelou esta segunda-feira o ministro do Planeamento na conferência de imprensa de apresentação do Acordo de Parceria do Portugal 2030, que tem 22,99 mil milhões de euros para apoiar o investimento em Portugal até 2029. Além disso, Nelson Souza sublinhou que estes PO têm um ligeiro reforço de dotação, tal como o ECO já tinha avançado quando revelou detalhes do documento que o Executivo estava a discutir com as várias entidades envolvidas no processo.

“O que está programado alocar aos PO Regionais do Continente face ao que dispunham no PT 2020 representa um ligeiro aumento, de cerca de 80 milhões de euros”, sublinhou Nelson de Souza. Ou seja, os PO Regionais do Continente contam uma dotação de 7,83 mil milhões de euros contra os 7,75 que tinham no Portugal 2020.

Mas estes 81 milhões de euros de reforço na verdade são ainda maiores, explicou o ministro do Planeamento, porque dentro do PO Regionais estavam cerca de 1,5 mil milhões de euros destinados a instrumentos financeiros. Aliás foi das dotações destes programas que saíram as verbas que para garantir o lançamento do Banco de Fomento. Razão pela qual o banco tem tantas restrições porque o dinheiro, sendo do quadro comunitário de apoio, tem mais condicionalidades face a outras fontes de financiamento. Agora a opção do Executivo para aumentar o capital social do banco vai passar pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

“Os PO Regionais continham medidas de instrumento financeiros que os PO não tinham forma de se apropriar”, afirmou Nelson de Souza. “A monitorização não era feita pelos PO, era mera programação de circunstância e de oportunidade”, acrescentou. Esta opção é também justificada pelo facto de as CCDR terem participado mais ativamente no desenho do Acordo de Parceria e por isso puderam exprimir o seu desagrado face a este instrumento de política.

“Quem programou o conteúdo dos PO Regionais, impulsionados pelo processo de descentralização, foram as próprias CCDR que numa primeira análise disseram o que queriam programa. Nunca iriam programar este tipo de medidas”, reconheceu Nelson de Souza.

Por isso, os PO Regionais do Continente “não têm nada de instrumentos financeiros nem de medidas que não têm a ver com a vocação” dos próprios programas, concluiu.

Mas este reforço nem sempre esteve previsto. Os Programas Operacionais Regionais do Continente, sob a tutela da ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, nas primeiras versões do Portugal 2030, tinham uma perda de dotação de mil milhões de euros, tal como o ECO noticiou em setembro do ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Produção automóvel sobe 8,2% em outubro para 35.152 veículos

  • Lusa
  • 15 Novembro 2021

A Europa “continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional", destaca a ACAP.

Os automóveis produzidos em Portugal em outubro totalizaram 35.152, mais 8,2% face ao mês homólogo de 2020, tendo sido produzidas mais de 232 mil unidades desde o início do ano, divulgou esta segunda-feira a ACAP.

No conjunto dos dez primeiros meses de 2021 “saíram das fábricas instaladas em Portugal 232.883 veículos, ou seja, mais 8,1% do que em igual período do ano anterior”, refere a ACAP – Associação Automóvel de Portugal em comunicado, acrescentando que “97,5% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo”.

A Europa “continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional – com 87,5% –, com a Alemanha (16,9%), França (14,3%), Itália (13,1%) e Espanha (11,8%) no topo do ‘ranking’”, segundo a ACAP.

No que respeita aos veículos ligeiros de passageiros, em outubro foram produzidos em Portugal 25.554 veículos, mais 7,7% do que no mesmo mês do ano passado, sendo que no conjunto dos primeiros dez meses foi registado um aumento homólogo de 7,4% para 184.283 unidades.

Nos ligeiros de mercadorias foi registado também um crescimento, de 9,3%, em outubro, para 6.178 veículos, assim como um aumento de 9,2% para 45.056 veículos no conjunto dos primeiros dez meses deste ano.

Já a produção de veículos pesados aumentou em termos homólogos 22,4% em outubro, para 420 veículos, e 40% no conjunto dos dez meses, para 3.544 unidades.

Em outubro deste ano foram montados 14 veículos pesados, menos 30% face a igual mês de 2020.

Em termos acumulados, nos primeiros dez meses deste ano, a montagem de veículos pesados recuou 69,5%, face igual período do ano anterior, representando 170 veículos montados.

Entre janeiro e outubro apenas foram montados veículos pesados de passageiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A uma semana de ir para o ar, CNN Portugal divulga site com informação sobre o canal

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Novembro 2021

A CNN Portugal vai oficialmente para o ar no dia 22 de novembro. Para já, lançou um portal com mais informação sobre o canal.

A uma semana do arranque, a CNN Portugal divulgou um site com informação sobre o lançamento do canal, acessível em cnnportugal.pt. A partir de 22 de novembro, vai para o ar o novo canal de informação da grelha televisiva nacional, com pelo menos 18 pivôs, três correspondentes internacionais e 15 comentadores e analistas residentes que prometem “contribuir para uma democracia mais robusta e uma opinião pública mais esclarecida”.

O site inovará o panorama nacional com produção informativa própria e uma identidade fortemente multimédia“, lê-se na plataforma online do canal, cuja informação oferecida será complementar à divulgada no canal televisivo. O objetivo é, além de dar “notícias de última hora”, que as audiências possam “compreender as notícias, descobrir novas leituras da realidade e confiar na informação da CNN Portugal.

Para “encurtar distâncias e estreitar laços”, este projeto multiplataforma montou não só uma rede nacional de correspondentes, como também uma rede de correspondentes internacionais sedeados em regiões “estratégicas do globo”. Nesta, destacam-se Luís Costa Ribas como correspondente nos Estados Unidos, Filipe Santos Costa no Japão e Pedro Moreira em Bruxelas. A CNN Portugal contará ainda com correspondentes no Brasil e em cidades como Luanda, Paris, Toronto, Madrid, Londres, Roma, Sidney e Kuala Lumpur.

Quanto ao elenco de comentadores, alguns transitam da TVI24, mas a CNN Portugal também conta com caras novas. O antigo embaixador Francisco Seixas da Costa, o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, a diretora da Visão, Mafalda Anjos, o diretor do ECO, António Costa, o antigo deputado pelo PSD José Pacheco Pereira, a escritora e jornalista Maria João Avillez e o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto são alguns daqueles que farão parte da secção de opinião do canal.

Da grelha de programação, além dos espaços informativos, farão parte vários conteúdos que integram o portfólio internacional da marca CNN, com tradução para português, tais como especiais de Covid-19, os programas de viagens “O Admirável Mundo com Richard Quest” e “24 horas” ou o programa dedicado ao mundo dos negócios “Passageiro Frequente”.

O lançamento da CNN Portugal marca ainda o regresso de Judite Sousa aos ecrãs, que alternará a apresentação do “Jornal da CNN” com Júlio Magalhães, todos os dias, entre as 21 e as 22 horas.

Nuno Santos assume a direção do canal e é acompanhado por Pedro Santos Guerreiro, como diretor-executivo responsável pelo meio digital, e Frederico Roque de Pinho, como diretor-executivo responsável pela operação do canal de televisão.

(Notícia atualizada às 13h11 de 16 de novembro)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Teresa Lameiras é a nova diretora de comunicação e marca da SIVA|PHS

A profissional é, agora, responsável por conduzir os destinos da marca e comunicação Volkswagen, Audi, Seat, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra.

Teresa Lameiras é a nova diretora de comunicação e marca da SIVA|PHC. A profissional é, agora, responsável por conduzir os destinos das marcas Volkswagen, Audi, Seat, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra.

Licenciada em direito, Teresa Lameiras iniciou o seu percurso profissional no setor automóvel em 1989 na área de relações públicas. Desde aí desempenhou várias funções nas áreas de comunicação, formação, recursos humanos e marketing. “Em 2003 inicia o projeto da SEAT Portugal, que passou a representar a marca espanhola no nosso país e onde era, desde então, responsável pelo marketing e comunicação”, lê-se em comunicado.

Ricardo Tomaz, que até aqui desempenhava funções de diretor de marketing estratégico e relações externas da SIVA, deixou a empresa para dedicar-se a projetos pessoais. Agradecemos ao Ricardo todo o esforço e empenho demonstrados, nos vários cargos que desempenhou no grupo SIVA, ao longo dos últimos 18 anos”, refere a empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas vão ter seis mil milhões no PT2030 mas uma parte é para agenda climática

Ministro do Planeamento revelou que no PT2030 o objetivo é adotar um conjunto de medidas de simplificação que ajudem a diminuir as barreiras de acesso a informação e apresentação das candidaturas.

As empresas vão ter seis mil milhões de euros em apoios no Portugal 2030, mas uma fatia tem de ser dedicada a projetos de combate às alterações climáticas, ou seja, nem todo o dinheiro será canalizado através do tradicional sistema de incentivos.

O ministro do Planeamento, Nelson Souza, revelou que o montante não está fechado a 100%, porque estas são “opções estratégicas”. “Ainda não estão definitivamente tomadas todas as opções que nos permitam fazer essa contabilidade”, explicou o responsável na conferência de imprensa de apresentação do Acordo Estratégico do Portugal 2030, que foi colocado esta segunda-feira em consulta pública. “Fizemos um primeiro planeamento orçamental”, reconheceu, e é com base nesse planeamento que é feita a estimativa dos seis mil milhões de euros. Uma verba que começou por ser inicialmente de cinco mil milhões, vindo depois a ser reforçada.

Em causa estão apoios diretos às empresas e apoios de natureza coletiva ou por parte de associações empresariais. Mas, nem todos estão no primeiro objetivo estratégico (OP1) “Uma Europa mais inteligente”, onde se encaixam os investimentos em inovação, digitalização, competitividade, competências para a especialização inteligente, empreendedorismo e transição industrial”. Uma fatia das verbas para as empresas está reservada na OP2 “Uma Europa mas verde”, mas o ministro do Planeamento não revelou qual a fatia que lhes é destinada nesta gaveta dedicada à transição energética, energias renováveis e na luta contra as alterações climáticas.

“Este é um valor global, são estimativas e ainda não estão totalmente definidas”, sublinhou, precisando contudo que “a parte maior será atribuída através da inovação e transição digital”. Recorde-se que o apoio às empresas é atribuído quer seja através do Programa Operacional dedicado às empresas (o Compete que agora será substituído pelo PO Inovação e Transição Digital) quer seja através dos Programas Operacionais Regionais, que agora vêm a sua dotação reforçada em 80 milhões de euros face ao quadro anterior.

De acordo com os dados avançados pelo Executivo é possível perceber que o OP1 tem uma dotação de 5,3 mil milhões de euros, inteiramente dedicados às empresas.

Nelson Souza explicou que, à semelhança do que já aconteceu nas negociações do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Comissão Europeia impôs limites (ring fencing) e, por isso, 40% do FEDER tem de ser alocado ao OP1 e 25% do Fundo Social Europeu à inclusão. Ou seja, o Executivo não estava completamente livre na forma de alocar os 22,99 mil milhões de euros que Portugal tem para investir no Portugal 2030.

O ministro do Planeamento revelou ainda que o objetivo no novo quadro comunitário é “adotar um conjunto de medidas de simplificação que ajudem a diminuir as barreiras de acesso quer ao nível da informação quer da apresentação das candidaturas”. “Vamos apostar na simplificação para ter um maior número de candidaturas, mas isso não quer dizer necessariamente uma maior pulverização. Quer dizer maior equidade, sempre presente na gestão das políticas públicas e melhor qualidade dos projetos selecionados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas obrigações da Mota-Engil valem a pena? Um guia para ajudar a decidir

A Mota-Engil tem em curso uma emissão de obrigações com um juro de 4,25% ao ano. O ECO preparou um guia com perguntas e respostas para decidir se deve investir.

A Mota-Engil regressa ao financiamento junto dos investidores de retalho com uma emissão de, pelo menos, 75 milhões de euros. O juro é atrativo, mas convém fazer bem as contas para perceber o rendimento efetivo do investimento e ter noção dos riscos. O ECO preparou um guia para ajudar as esclarecer dúvidas.

Qual o juro pago e o período de investimento?

As obrigações têm um prazo de cinco anos, durante os quais será pago um juro bruto anual de 4,25%. Retirando a taxa liberatória de 28%, fica um juro líquido de 3,06%. O investidor deve ainda ter em conta que terá de pagar comissões ao seu intermediário financeiro pela operação de subscrição e um montante anual pela custódia dos títulos. Os bancos podem ainda cobrar um valor sobre o pagamento periódico dos juros e pelo reembolso final.

Para o investimento valer a pena, pode ser necessário um montante mais elevado do que o investimento mínimo, de forma a diluir o impacto dos custos acima descritos. Peça uma simulação ao seu intermediário financeiro com a taxa de rentabilidade final.

O pagamento dos juros é feito duas vezes a cada ano, a 2 de junho e a 2 de dezembro. O reembolso final será feito em duas prestações, metade a 2 de dezembro de 2025 e a outra metade no mesmo dia de 2026.

Qual o investimento mínimo?

Cada obrigação terá um valor nominal de 500 euros. A ordem de subscrição mínima é de cinco obrigações, ou seja, 2.500 euros. Tenha em atenção que o intermediário financeiro que receber a ordem de subscrição poderá, nessa altura, solicitar o provisionamento da conta à ordem pelo valor correspondente à subscrição pretendida.

Caso a procura exceda a oferta, a Mota-Engil pode optar por aumentar o montante global da emissão, como aconteceu em 2019, quando o valor saltou de 75 para 140 milhões de euros. Se mesmo assim não for suficiente, as ordens serão sujeitas a rateio. As condições podem ser consultadas no folheto da operação ou no prospeto.

Se, pelo contrário, as ordens não atingirem os 75 milhões previstos na emissão, serão emitidas as obrigações correspondentes ao montante subscrito.

Quais as datas da operação?

O período de subscrição começou esta segunda-feira, dia 15, e estende-se até às 15h00 de 26 de novembro. Até dia 23 de novembro a construtora pode aumentar o montante global da emissão, através de uma adenda ao prospeto a aprovada pela CMVM.

As ordens podem ser alteradas ou revogadas até às 15h00 do dia 26 de novembro. O apuramento dos resultados da operação está previsto para dia 29. A liquidação financeira da operação ocorre no dia 2 de dezembro. Nesse dia o dinheiro sai da conta e o investidor passa a ser titular das obrigações.

Quais os riscos do investimento?

Apesar de muito procurados pelos pequenos investidores em busca de rentabilidade para os seus investimentos, o risco das obrigações é muito superior ao de um depósito a prazo. Não existe um fundo de garantia e se a empresa entrar em graves dificuldades financeiras, pode não conseguir pagar os juros anuais ou ser mesmo incapaz de reembolsar os títulos, com perda parcial ou mesmo total do capital investido.

Convém ainda ter em conta o risco de liquidez. Se precisar do dinheiro antes dos cinco anos, o investidor pode não conseguir vender os títulos pelo mesmo preço a que subscreveu, incorrendo numa perda. Nesse caso, valerá a cotação a que estiverem no mercado.

E o risco de investir na Mota-Engil?

Além do risco genérico de investir em obrigações, existe o risco específico do momento atual da economia e da própria Mota-Engil. No prospeto, a construtora alerta, por exemplo, que “é expectável que os impactos económicos da pandemia de Covid-19 continuem a refletir-se nos resultados da Mota-Engil”.

"É expectável que os impactos económicos da pandemia de Covid-19 continuem a refletir-se nos resultados da Mota-Engil.”

Mota-Engil

Prospeto da emisssão de obrigações

A construtora salienta ainda que “uma parte significativa das empresas do Grupo Mota-Engil que se dedicam à área de engenharia e construção (representando 72% do volume de negócios registado em 2020) dependem, quanto à formação da sua estrutura de custos, da evolução dos preços internacionais de algumas commodities, como sejam o petróleo, o aço e o cimento”. A estes acrescem “riscos associados à cadeia de abastecimento e logística de fornecimentos nos mercados onde está presente”.

Outro risco particular da Mota-Engil diz respeito aos países onde opera, 14 deles em África e seis na América Latina, mercados emergentes mais propensos a alterações políticas, sociais, económicas e financeiras que podem por em causa os negócios aí realizados ou o recebimento de valores em dívida.

A empresa sublinha também os riscos relacionados com a implementação do acordo de investimento com a China Communications Construction Company, Ltd, que este ano passou a deter 32,4% do capital da Mota-Engil.

Como está o negócio da Mota-Engil?

O Grupo que está presente em três continentes e 25 países viu o negócio afetado pela pandemia em 2020, com um decréscimo do volume de vendas para 2.429 milhões e do EBITDA (resultados antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 380 milhões.

A tendência manteve-se no primeiro semestre de 2021 no que toca ao volume de negócios, que recuou 2% para 1.138 milhões de euros. Já o EBITDA recuperou de 144 para 181 milhões, com uma melhoria da margem de 12% para 16%. O resultado líquido atribuível ao grupo passou de prejuízos de cinco milhões a lucros de oito.

Outro dado importante para quem investe em obrigações é da dívida líquida da empresa, que no final de junho era de 1.141 milhões, 2,7 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses. No final de dezembro situava-se em 1.243 milhões.

A Mota-Engil tinha uma carteira de encomendas de 7,4 mil milhões de euros no final de junho, um montante recorde. No dia 8 de novembro a construtora apresentou um plano estratégico até 2026 onde traça como objetivo alcançar um volume de negócios anual superior a 3,8 mil milhões de euros até 2026, com o “contributo equilibrado” de mercados como Europa, África e América Latina.

Porque é que a emissão é considerada sustentável?

A Mota-Engil sustenta a ligação à sustentabilidade ao seu compromisso de atuar de forma a “promover a melhoria de um indicador-chave de desempenho”, neste caso do índice dos acidentes de trabalho não mortais com baixa. Este indicador estava em 5,51 no final de 2020 e terá de descer para 3,30 até ao final de 2025. Se a construtora não cumprir este critério, terá de entregar aos investidores uma remuneração adicional de 1,25 euros por obrigação, na data do reembolso final. A averiguação será feita por uma “entidade independente”, assegura a Mota-Engil.

Quais as condições das ofertas de troca?

Além da emissão de novas obrigações, a operação anunciada pela Mota-Engil envolve ainda duas ofertas públicas de troca, que visam levar os titulares de duas emissões antigas a trocar os seus títulos pelos novos. Em causa estão as “Obrigações Taxa Fixa Mota-Engil 2018/2022 e o empréstimo obrigacionista denominado “Mota-Engil 2018/2023”, com taxas de juro de 4,5% e 4%, respetivamente.

Para convencer os investidores a fazer a troca, a construtora oferece um prémio de 11,44 euros por obrigação, o equivalente a uma remuneração extra bruta de 2,287%, no caso das obrigações com maturidade em 2022. No empréstimo com prazo até 2023, os investidores recebem 20 obrigações da nova emissão e um prémio de 195,3 euros, equivalente a 1,953%.

Os investidores que aceitarem a troca receberão os juros corridos das atuais obrigações até 2 de dezembro. Na oferta de troca não existe mínimo de investimento, mas está sujeita a rateio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.