Jerónimo Martins cai 11% depois de saída de holandeses e afunda PSI-20

O índice de referência nacional inverteu a tendência sentida no início da sessão após a queda da Jerónimo Martins, que ocorre depois do fundo Asteck decidir vender a participação no grupo.

A bolsa de Lisboa prolongava os ganhos no arranque esta sessão, num dia marcado por recordes nas praças do Velho Continente. No entanto, uma queda abrupta da Jerónimo Martins provocou uma reviravolta nos mercados. Desvalorização de mais de 11% ocorre depois de os holandeses venderem a participação de 5% na dona do Pingo Doce.

Os títulos da Jerónimo Martins caem 11,22% para os 19,1850 euros, depois do fundo Asteck, da holding do setor petrolífero chamada Heerema, anunciar que vai vender a participação de 5% que tem na dona do Pingo Doce. Este grupo holandês tinha uma posição na retalhista portuguesa desde 2007, ano em que comprou 10% do capital, tornando-se na altura no segundo maior acionista, posição que manteve até agora.

Perante esta queda, o índice de referência nacional PSI-20 segue a perder 1,60% para os 5.687,45 pontos. A maioria das cotadas encontra-se a valorizar nesta sessão, mas as subidas não são suficientes para compensar o recuo da Jerónimo Martins.

Jerónimo Martins afunda 11%

Em “terreno” vermelho nesta sessão em Lisboa encontra-se também a Sonae, que perde 1,05% para os 1,039 euros, e a EDP, que recua 0,52% para 4,817 euros.

Por outro lado, nos ganhos, destaque para a Galp Energia, que sobe 1,29% para os 8,934 euros, depois de a UBS subir a recomendação para “buy”. Nota ainda para o BCP, que avança 0,56% para 0,1612 euros, e para a EDP Renováveis, que valoriza 0,26% para os 22,78 euros.

pela Europa, o dia é de recordes. O índice pan-europeu STOXX 600 arrancou a sessão a subir 0,3% e atingiu um novo máximo, sendo que o mesmo aconteceu com o alemão DAX, que avança 0,2%. Já o francês CAC-40 chegou mesmo a bater um máximo histórico, ao somar 0,3%, enquanto o britânico FTSE 100 ganha 0,1%.

(Notícia atualizada às 08h38)

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Receitas da Vodafone Portugal crescem 7,4% com “maior resiliência” do segmento móvel

As receitas totais da Vodafone Portugal aumentaram 7,4% no primeiro semestre fiscal, entre abril e setembro, para 577 milhões de euros. A empresa destaca a "maior resiliência" do segmento móvel.

As receitas da Vodafone Portugal atingiram 577 milhões de euros no semestre de abril a setembro, um crescimento homólogo de 7,4%. Contando apenas com as receitas de serviço, o montante aumentou 6,9%, para 529 milhões.

No dia em que apresenta os resultados do segundo trimestre fiscal, a Vodafone Portugal destaca a “maior resiliência” do segmento móvel, que foi impulsionado pelo “acréscimo de utilização de dados móveis” no contexto do desconfinamento e “pela sazonalidade associada ao período do verão”.

Com efeito, o processo de vacinação contra a Covid-19 e o alívio das restrições às deslocações, sobretudo as viagens de estrangeiros a Portugal, resultou num aumento das receitas da Vodafone com o roaming.

“Face ao período homólogo [de julho a setembro], as receitas de roaming, visitantes e pré-pago aumentaram tendo, consequentemente, um impacto positivo na evolução do principal indicador de negócio da empresa”, refere a operadora num comunicado. No final de setembro, a empresa tinha 4,688 milhões de clientes do serviço móvel, um aumento de 1,7% face ao mesmo mês de 2020.

Quanto ao número de clientes fixos, este totalizou 847 mil, um crescimento trimestral de 9%, enquanto os clientes de TV ascenderam a 780 mil, mais 9,3% do que no período homólogo. “Os resultados alcançados só são possíveis graças à contínua estratégia de investimento e inovação nesta área de negócio e ao reconhecimento dessa estratégia por parte dos nossos clientes”, acrescenta a Vodafone Portugal.

No que toca à infraestrutura, a rede de fibra ótica da empresa continuou em expansão, alcançando os quatro milhões de lares e empresas no final de setembro, mais 11% do que no ano passado.

“Os resultados hoje [terça-feira] apresentados espelham uma trajetória de crescimento que reforça o nosso empenho em dar continuidade a uma estratégia de prestação de serviço focada nos nosso clientes”, afirma Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone Portugal, citado na referida nota.

O gestor recorda ainda que “a Vodafone investiu de forma muito expressiva na aquisição de espetro 5G”. “Este investimento, juntamente com a experiência que retiramos de outros mercados europeus onde a empresa já lançou estes serviços e com o trabalho realizado localmente nos últimos anos — para termos a rede preparada para o seu lançamento em Portugal — permite que estejamos certos de que continuaremos a dar um importante contributo ao país na dinamização, na competitividade das empresas e na melhoria da qualidade de vida dos portugueses”, diz o gestor.

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Investigação do Caso EDP suspeita da entrega de malas de dinheiro no Ministério da Economia

  • ECO
  • 16 Novembro 2021

Há suspeitas de que uma adjunta de Manuel Pinho terá recebido de representantes da construtora Odebrecht uma mala com dinheiro vivo no Ministério da Economia.

A investigação do caso EDP não se foca apenas nas suspeitas centradas nos contratos de fornecimento de energia, incidindo também sobre a adjudicação da barragem do Baixo Sabor, perto de Torre de Moncorvo. Os procuradores responsáveis pelo caso suspeitam que uma adjunta de Manuel Pinho terá recebido de representantes da construtora Odebrecht uma mala com dinheiro vivo no próprio Ministério da Economia, segundo avança o Observador (acesso pago).

Em causa está uma entrega de 190 mil euros em dinheiro vivo no dia 1 de fevereiro de 2008, o que é desmentido pela adjunta, existindo ainda a suspeita de mais 505 mil euros entregues numa segunda reunião, a 9 de abril. Foi já feita uma auditoria, encomendada pela EDP à EY, ao processo de adjudicação da barragem do Baixo Sabor à Odebrecht, que encontrou irregularidades graves, nomeadamente relativas às regras.

As alegadas luvas terão um valor total de 4,7 milhões de euros pagos entre 2008 e 2015, sendo que poderão ter sido usadas duas sociedades offshore dominadas pela Odebrecht para fazer circular os fundos. As suspeitas dos procuradores de corrupção na adjudicação por parte da EDP daquela barragem surgiram após o envio do Ministério Público Federal brasileiro para Portugal de uma certidão da parte da contabilidade paralela da holding da Odebrecht, em agosto de 2020.

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Vacinas de segunda geração vão bloquear a transmissão do vírus

  • ECO
  • 16 Novembro 2021

O imunologista Manuel Rosa defende que é preciso "ganhar mais algum tempo ao vírus", porque a segunda geração de vacinas que está a ser desenvolvida vai atacar a transmissão e deve chegar em 2022.

Com a incidência e o ritmo de transmissão do SARS-CoV-2 a aumentar de dia para dia, o imunologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra, Manuel Santos Rosa defende que é preciso “ganhar mais algum tempo ao vírus” para se vencer a batalha, porque a segunda geração de vacinas que está a ser desenvolvida vai atacar a transmissão e deve chegar já em 2022, avança o Diário de Notícias (acesso pago).

“Só nesta altura, poderemos respirar de alívio e vencer esta batalha”, diz, reforçando que as atuais vacinas “são extremamente úteis” e é necessário usá-las “ao máximo”, porque “são a maior arma” de que se dispõe, sublinha o imunologista.

O médico considera ter sido “um erro o alívio de algumas das medidas de proteção individuais”, exemplificando com alguns eventos sociais, como o caso de concertos, onde se veem muitas pessoas sem máscara — ou, como referiu segunda-feira diretora-geral da Saúde, o caso do jogo da Seleção contra a Sérvia em que esse também foi um comportamento que se destacou.

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Hoje nas notícias: Teletrabalho, autoestrada Douro Litoral e vacinas bloqueantes

  • ECO
  • 16 Novembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A pandemia continua a marcar a atualidade. O Governo admite que um eventual regresso ao teletrabalho generalizado só será possível com o estado de emergência. As vacinas de segunda geração vão bloquear a transmissão do vírus e devem chegar no próximo ano. Fundo SVP põe autoestrada Douro Litoral à venda. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Regresso ao teletrabalho generalizado só com estado de emergência

Perante o aumento de casos de Covid-19 e a tomada de medidas na Europa, o Governo já veio admitir que poderá voltar a impor o teletrabalho, caso a situação continue a agravar-se. No entanto, três constitucionalistas sublinham que para aplicar tal medida de forma generalizada seria necessário decretar novamente o estado de emergência.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Fundo SVP põe autoestrada Douro Litoral à venda

Sete meses depois de ter chegado ao fim o diferendo entre a Brisa e os credores da Autoestradas do Douro Litoral (AEDL), liderados pelo fundo Strategic Value Partners (SVP), que passaram a deter integralmente esta concessionária, a infraestrutura está à venda. O mês passado foram convidados a apresentar propostas quatro players do setor com presença em Portugal, entre eles a Ascendi, Roadis, Globalvia e a SVP Global. O prazo dado para a entrega de ofertas vinculativas termina a 3 de dezembro.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Lufthansa ajuda TAP em troca de slots

A TAP poderá ter um aliado no plano de reestruturação: a companhia aérea alemã Lufthansa. O apoio da transportadora alemã estará ainda a ser negociado, mas deverá ter como contrapartida a TAP ceder alguns slots, ou seja, autorizações para levantamento e aterragem, que estão atribuídos nas rotas americanas de S. Francisco, Chicago e Miami. Isto numa altura em que a Comissão Europeia estará a endurecer a análise à ajuda financeira que o Estado concedeu à TAP.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Vacinas de segunda geração já vão bloquear a transmissão do vírus

Com o número de infetados e mortes por Covid-19 a aumentar de dia para dia, o imunologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra, Manuel Santos Rosa defende que “é preciso ganhar mais algum tempo ao vírus, até aparecerem as vacinas de segunda geração, que já estão a ser desenvolvidas no sentido de serem bloqueantes da transmissão”. “Só nesta altura, poderemos respirar de alívio e vencer esta batalha”, diz, reforçando que as atuais vacinas “são extremamente úteis e temos de as usar ao máximo”, porque “são a maior arma que temos”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Investigação do Caso EDP suspeita da entrega de malas de dinheiro no Ministério da Economia

A investigação do caso EDP não se foca apenas nas suspeitas centradas nos contratos de fornecimento de energia, incidindo também sobre a adjudicação da barragem do Baixo Sabor, perto de Torre de Moncorvo. Os procuradores responsáveis pelo caso suspeitam que uma adjunta de Manuel Pinho terá recebido de representantes da construtora Odebrecht uma mala com dinheiro vivo no próprio Ministério da Economia.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

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Investimento no hidrogénio e captura de carbono tem de chegar a 3,6 biliões em 2030

  • Capital Verde
  • 16 Novembro 2021

Um estudo do BCG diz que, o investimento privado em tecnologias de baixo carbono terá de chegar a 400 mil milhões de euros por ano. No total da década, estamos a falar de um montante de 3,6 biliões.

Um estudo levado a cabo pela BCG concluiu que, para se atingir a neutralidade carbónica, os investidores privados têm de apostar oito vezes mais em tecnologias emergentes de baixo carbono até 2030 comparativamente ao valor investido entre 2016 e 2021.

Feitas as contas, desde 2016, os investidores privados – incluindo capitais de risco, capitais privados, investidores corporativos (corporate ventures) e instituições financeiras – investiram apenas cerca de 140 mil milhões de euros no ecossistema de tecnologia emergentes de baixo carbono.

São elas: o hidrogénio, a captura, utilização e armazenamento de carbono, a compensação de carbono e de análise climática. Juntas são capazes de reduzir 30% das emissões de carbono, mas representam apenas 3% do investimento privado.

Diz a BCG que, para que os países consigam alcançar as metas de neutralidade carbónica, é necessário que, anualmente, se invista oito vezes mais do que o valor investido em 2021, até 2030. Ou seja, o investimento privado em tecnologias de baixo carbono terá de chegar aos 400 mil milhões de euros por ano. No total da década, estamos a falar de um montante de 3,6 biliões de euros.

O relatório mostra ainda que os corporate ventures têm sido “especialmente lentos a investir em tecnologias recentes” e avançam apenas com “pequenos montantes”.

No entanto, no que diz respeito a tecnologias mais “maduras”, como a dos veículos elétricos e da energia solar e eólica, estas sim têm captado a grande maioria do investimento privado.

Para a BCG, o papel dos investidores privados é essencial para o crescimento e amadurecimento destas tecnologias emergentes de baixo carbono, já têm o capital e a experiência de escalar negócios.

Por isso, apela a que à medida que vão sendo lançadas novas soluções no mercado, os investidores privados as encarem como oportunidades de retorno estratégico e financeiro e invistam.

“A BCG tem mostrado como os diferentes atores da economia, das pequenas às grandes empresas, públicas ou privadas, ao longo de toda a cadeia de valor, podem contribuir para a descarbonização da economia e este estudo vem revelar a importância de também os investidores privados assumirem o seu papel”, concluiu, em comunicado, Pedro Pereira, Managing Director & Partner da BCG.

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Empresas atentas à evolução da pandemia. Já há quem prepare regresso ao teletrabalho

O teletrabalho pode voltar a ser obrigatório, em função da evolução crescente da pandemia de coronavírus, admitiu o Governo. As empresas estão atentas, e já se preparam para os vários cenários.

Com o número de infeções por Covid-19 a aumentar novamente e o aproximar do inverno, o teletrabalho — que deixou de ser obrigatório a 1 de agosto, passando a ser apenas recomendo — pode voltar a ser uma realidade nas empresas portuguesas. Embora a maioria dos líderes e gestores das organizações ouvidas pela Pessoas/ECO considerem ser ainda prematuro tomar decisões — preferindo acompanhar as diretrizes da Direção-Geral da Saúde (DGS) — em algumas empresas já se prepara um possível regresso ao teletrabalho. A ideia é estar pronto para qualquer cenário, evitando ser “apanhado na curva”.

“Caso o número de infeções aumente substancialmente, poderemos tomar medidas no sentido de adotar o modelo remoto a 100% novamente“, adianta Filipa Carmo, people management da Critical Software, mostrando-se preocupada com o aumento de contágios diários por toda a Europa e, em especial, em território nacional. No entanto, desta vez não se repetirão erros do passado.

“Se há coisa que esta pandemia nos ensinou é que temos de ser cada vez mais ágeis e flexíveis, e que não podemos ficar agarrados a modelos tradicionais de trabalho, que já não acompanham aquilo que são as próprias expectativas das nossas pessoas”, diz a responsável pela gestão de talento da tecnológica.

Também a Organon está a acompanhar “atentamente” a evolução da pandemia e do número de casos em Portugal. Com 60 colaboradores e um escritório localizado no coração de Lisboa, a farmacêutica norte-americana oferece aos seus colaboradores a possibilidade de trabalharem remotamente, tendo até lhes oferecido os equipamentos necessários para que possam desempenhar as suas funções a partir de casa. “Queremos que os nossos colaboradores possam trabalhar no ambiente em que se sentem mais produtivos, mas também mais seguros”, diz Ricardo Oliveira, diretor-geral da Organon Portugal.

Estamos preparados para qualquer cenário que possa vir a ocorrer, seguindo sempre atentamente as orientações da DGS.

Ricardo Oliveira

Diretor-geral da Organon Portugal

E preparação nunca é demais: “Estamos preparados para qualquer cenário que possa vir a ocorrer, seguindo sempre atentamente as orientações da DGS”, esclarece o gestor.

Na Sage, que decidiu recentemente voltar a abrir os escritórios de Lisboa e do Porto (sem ultrapassar os 50% de ocupação), as atenções estão também voltadas para as próximas fases da pandemia. Mas, antecipando qualquer decisão por parte do Governo, Fernanda Marmelo, people business partner da Sage Portugal, assegura que a empresa tem “todas as condições criadas para que a qualquer momento os colaboradores possam, se necessário, voltar ao teletrabalho”.

Esta é também a posição da EDP, que regressou em outubro ao escritório, também através de um modelo de trabalho híbrido. “A EDP tem estado atenta à evolução da pandemia e atualmente tem em vigor o regime de trabalho híbrido com um máximo de 50% de ocupação dos seus escritórios. Como tem sido prática até agora, a EDP continuará a seguir as diretrizes estipuladas pela DGS“, adianta fonte oficial da elétrica à Pessoas/ECO.

Na Atrevia, também ainda não foi implementada nenhuma medida adicional. “Neste momento estamos a cumprir com todas as normas de segurança e não temos contemplado modificar as medidas implementadas: contamos com os colaboradores no escritório dois dias por semana e três dias por semana a partir de casa“, diz Ana Margarida Ximenes. Ainda assim, a presidente da Atrevia Portugal salienta que, caso seja essa a indicação por parte do Governo, serão tomadas as medidas adicionais necessárias na empresa.

Continuaremos a acompanhar com toda a atenção as próximas fases e temos todas as condições criadas para que a qualquer momento os nossos colaboradores possam, se necessário, voltar ao teletrabalho.

Fernanda Marmelo

People business partner da Sage Portugal

O próprio Governo já admitiu um regresso ao teletrabalho obrigatório, quando compatível com as funções desempenhadas, caso a situação pandémica se continuar a agravar. Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência internacional, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que “a situação vai sendo acompanhada, avaliada, em função do risco”, pelo que o Governo tomará “as medidas que sejam necessárias” a cada momento. Em reação, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) diz esperar que sejam tomadas “medidas proporcionais”.

Modelo híbrido, difícil de abandonar

Há também quem prefira adotar outro tipo de medidas, que não ponham em causa o modelo de trabalho híbrido. É o caso da The Loop Co., que pretende manter este modelo, independentemente do ritmo da pandemia. “A The Loop Co. tenciona manter o modelo de trabalho híbrido, independentemente da evolução das infeções por Covid-19“, assegura Manuel Tovar, cofundador da The Loop Co.

No entanto, foram já reforçadas outras medidas: “Nesta fase incerta exigimos para a colaboração presencial a apresentação de certificado de vacinação ou teste realizado em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa. Nos espaços de trabalho implementamos ainda as medidas de distanciamento com recurso a divisórias entre áreas de trabalho e a utilização de máscara, arejamento e desinfeção”, detalha o líder da startup tecnológica com sede em Coimbra.

No ManpowerGroup, onde os colaboradores vão, pelo menos, um dia por semana ao escritório, o cruzamento entre colaboradores está muito limitado, o que torna mais fácil “garantir as regras de distanciamento e minimizar possíveis situações de risco”, garante Rui Teixeira, chief operations officer na ManpowerGroup Portugal.

“Tendo em conta os últimos dados sobre a evolução da pandemia em Portugal, consideramos que este continuará a ser o modelo mais indicado para salvaguardar a segurança e saúde das nossas equipas, sem deixar de garantir a evolução da nossa organização”, defende, acrescentando que, a curto prazo, não planeiam o regresso ao modelo presencial e que a companhia irá agir “em conformidade com as diretrizes que sejam anunciadas”.

Em declarações à Pessoas/ECO, o cofundador da Bloq.it diz que o regime de trabalho híbrido é o “melhor modelo”. A startup tem feito um um esforço para conciliar as preferências de todos os elementos da equipa com as diretrizes impostas pelas autoridades competentes, desde o início da pandemia. Esse esforço resultou num modelo híbrido — como, aliás, na maioria das companhias — em que são as pessoas que decidem a partir de onde querem trabalhar. O objetivo é “garantir sempre o máximo de segurança quando estão no escritório”, salienta João Lopes.

 

(Notícia atualizada às 11h30 com declarações da Sage Portugal)

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Peritos divididos quanto ao regresso do teletrabalho obrigatório

Regresso ao teletrabalho? Os peritos ouvidos pelo ECO estão divididos. Se há quem defenda que todas as medidas que não prejudiquem a economia devem ser tomadas, outros descartam medidas restritivas.

O Governo admite um regresso ao teletrabalho obrigatório, quando compatível com as funções desempenhadas, se a situação pandémica se continuar a agravar. Os peritos ouvidos pelo ECO estão divididos. Se Carlos Robalo Cordeiro e Bernardo Gomes defendem que “todas as medidas que não prejudiquem o tecido económico devem ser postas em cima da mesa”, por outro lado, Miguel Prudêncio considera que, neste momento, o regresso a medidas restritivas “não faria sentido”.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência internacional, a ministra do Trabalho e da Segurança Social afirmou que “a situação vai sendo acompanhada, avaliada, em função do risco”, pelo que o Governo tomará “as medidas que sejam necessárias” a cada momento, disse, quando questionada sobre um eventual regresso do teletrabalho. Em reação, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) diz esperar que sejam tomadas “medidas proporcionais”.

Recorde-se que esta medida deixou de ser obrigatória a 1 de agosto, passando apenas a ser recomenda. Dois meses depois, quando Portugal avançou para a última fase de desconfinamento, a recomendação foi, inclusivamente, levantada, apesar de ainda haver algumas empresas a manterem a medida.

“Estamos a entrar num processo de grande aumento da incidência e da transmissibilidade” da Covid, assinala Carlos Robalo Cordeiro, acrescentando ainda que se denota já “alguma pressão” sobre os serviços de saúde. Este agravamento da pandemia levou o primeiro-ministro a convocar para sexta-feira uma reunião no Infarmed.

Perante este cenário e com o aproximar do Inverno, período mais propício a infeções respiratórias, o diretor do serviço de Pneumologia dos Hospitais da Unidade de Coimbra e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia defende que o Governo deve já tomar medidas para conter a propagação da doença e admite que o regresso do teletrabalho, se compatíveis com as funções desempenhadas, é uma “forte possibilidade”.

Aquilo que se revelou positivo ou eficaz durante o processo anteriores, concretamente o teletrabalho ou outras medidas, como o uso obrigatório de máscara em espaços fechados ou ambientes ao ar livre com muita gente fazem todo o sentido“, assinala Robalo Cordeiro, em declarações ao ECO. “Todas as medidas que tendam a limitar o número de pessoas em contacto” e que “não comprometam a atividade económica” são bem-vindas, por forma a evitar “medidas mais graves” como futuros confinamentos, resume.

A par da aceleração do reforço da terceira dose da vacina contra a Covid aos maiores de 65 anos, também a aplicação das habituais medidas de contenção, bem como a “redução da lotação de pessoas nos espaços, o desfasamento de horários nos locais de trabalho ou, sempre que possível, na opção pelo teletrabalho” são medidas vistas com bons olhos por Raquel Duarte, pneumologista e ex-secretária de Estado da Saúde, em entrevista ao DN.

Além do regresso ao uso obrigatório de máscara em espaços fechados, o Infeciologista António Silva Graça considerou ainda que “seria prudente pensar em retomar a recomendação do teletrabalho”, em declarações à RTP3.

Um pouco mais comedido, Bernardo Gomes concorda que “tudo o que possa ser feito sem prejuízo da atividade e social e económica deve ser posto em cima da mesa“, pelo que defende que o regresso do teletrabalho “pode ser incentivado e legislado”, afirmou em declarações ao ECO. Contudo, o médico de saúde pública defende que, neste momento, a prioridade está na aposta da “ventilação dos espaços”, no reforço da testagem, pedindo, o regresso da comparticipação dos testes rápidos, bem como em tornar a comunicação mais clara e assertiva.

Neste âmbito, o também investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto reitera que é necessário fazer “recomendações genéricas” sobre os cuidados que os cidadãos devem ter, chamando ainda a atenção para o reforço das medidas às populações de determinadas regiões ou zonas, já que há algumas zonas do país onde o índice de transmissibilidade está “mais acelerado”, como é o caso da região Centro.

Em contrapartida, para Miguel Prudêncio a chave do controlo da pandemia está na vacinação. Com 87% da população portuguesa com a população completa, o investigador do Instituto de Medicina Molecular sublinha que “não há necessidade de fazer alterações muito significativas” nas medidas atualmente em vigor.

Em declarações ao ECO, Miguel Prudêncio diz-se “um otimista cauteloso”, dado que face à elevada taxa de cobertura vacinal considera que o foco neste momento não deve ser a subida do número de infeções, mas antes acompanhar a evolução dos internamentos e cuidados.

Antes das vacinas tínhamos uma cadeia de acontecimentos em que um número de infeções correspondia a um número de internamentos e a um número de óbitos. Neste momento, temos um elemento transformador em relação ao ano passado que quebra esta cadeia de acontecimentos”, sinaliza, sublinhando, no entanto, que é preciso continuar a acompanhar e a monitorizar estes indicadores e administrar as doses de reforço da Covid e da gripe aos mais idosos. Nesse contexto, o especialista considera que neste momento, o regresso a medidas restritivas “não faria sentido”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Novembro 2021

As operadoras nacionais Altice e Vodafone divulgam resultados, no mesmo dia em que Rui Moreira vai sentar-se pela primeira vez no banco dos réus, no âmbito do caso Selminho.

O início do julgamento de Rui Moreira no âmbito do caso Selminho vai marcar o dia em que também ficará a saber-se como evoluiu a economia e o emprego na União Europeia e na Zona Euro durante o terceiro trimestre de 2021. Na agenda desta terça-feira, destaca-se ainda a divulgação de resultados económicos de duas das principais operadoras de telecomunicações do país: da Vodafone, relativos aos primeiros seis meses do ano, e da Altice Portugal, relativos ao terceiro trimestre.

Começa julgamento do caso que tem Rui Moreira como arguido

Tem início esta terça-feira, no Tribunal Judicial da Comarca do Porto, o julgamento do caso Selminho, que senta no banco dos réus o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira. Segundo a acusação do Ministério Público, o autarca terá favorecido a imobiliária da família, da qual era sócio, em detrimento do município, sendo-lhe por isso imputado o crime de prevaricação, que poderá resultar na sua perda de mandato. As restantes audiências do julgamento estão marcadas para os dias 17, 18 e 24 de novembro.

Vodafone divulga resultados do primeiro semestre de 2021

A empresa liderada por Mário Vaz revela os resultados relativos aos primeiros seis meses do ano, após ter registado uma subida de 8,4% das receitas totais no primeiro trimestre fiscal (entre abril e junho), face ao trimestre homólogo, fixando-se em 281 milhões de euros. Além disso, no primeiro ano de pandemia, a operadora ainda conseguiu que as receitas totais aumentassem 0,3%, enquanto as de serviços cresceram 0,6%.

Como correu o terceiro trimestre à Altice Portugal?

Depois de um segundo trimestre em que as receitas da Altice Portugal cresceram 10,3%, para 550,7 milhões, a operadora liderada por Alexandre Fonseca divulga esta terça-feira a performance relativa ao período de julho a setembro. A empresa atribui os bons resultados dos dois primeiros trimestres de 2021 ao desconfinamento. Terá a empresa conseguido manter-se em terreno positivo no terceiro trimestre, numa altura em que o leilão do 5G continuava em atraso?

Parlamento volta a discutir medidas contra a corrupção

Pelas 16 horas, a Comissão de Assuntos Constitucionais vai fazer nova apreciação na generalidade, com eventual votação, de uma série de propostas no campo do combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira. Entre elas está a Estratégia Nacional Anticorrupção, sobre a qual no início deste mês a vice-presidente da Comissão Europeia para os Valores e Transparência, Vera Jourová, disse ser um “passo positivo” num país onde esta luta continua a ser um “desafio”.

Como evoluem o PIB e o emprego na UE e na Zona Euro?

O Eurostat divulga esta terça-feira a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) e do emprego da União Europeia e da zona Euro relativos ao terceiro trimestre. Entre abril e junho, a economia da Zona Euro registou um crescimento de 13,7% em termos homólogos devido ao desconfinamento generalizado dos países do bloco comunitário. Entre os 11 países com dados, Portugal foi o quarto país com maior crescimento.

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Ex-gestora da Danone exporta pensos e tampões para 48 países

Marta Cardoso criou uma marca portuguesa de produtos biodegradáveis para a menstruação, que em dois anos já exportou mais de 300 mil artigos. Próxima aposta da Clementine são as cuecas menstruais.

Depois de uma viagem que fez à Ásia com os filhos, Marta Cardoso ficou chocada com a quantidade de plástico que vai parar ao oceano e aos aterros. Regressou a Portugal com a ideia de criar um projeto sustentável e, ao perceber o desperdício gerado pelos produtos para a menstruação, decidiu criar uma marca mais amiga do ambiente. Dois anos depois de nascer, a Clementine já chegou a mulheres de 48 países.

“Percebi que os produtos disponíveis no mercado estão cheios de plástico e que os fabricantes não são obrigados a comunicar nas embalagens a composição e, como tal, acabam por fazer o que querem. Usam cloro, lixívia e petróleo para tornar os produtos mais absorventes e mais brancos. Constatei que podia fazer a diferença neste nicho e ter uma oportunidade de negócio. Mais do que uma causa, era uma obrigação. Percebi rapidamente onde podia fazer a diferença“, conta a fundadora do projeto, Marta Cardoso.

Assumindo-se como pioneira em Portugal em produtos para a menstruação amigos do ambiente, a marca que tornar-se uma referência na Europa. Do portefólio fazem parte pensos, tampões e um copo menstrual, desenvolvidos à base de ingredientes naturais. Todos os produtos são ecofriendly e biodegradáveis: 95% nos pensos higiénicos e 100% no caso dos tampões, incluindo os que têm aplicador.

As mulheres têm menstruação, em média, 2.400 dias ao longo da vida. Durante todos os ciclos menstruais, cada mulher deita para o lixo entre 12 a 15 mil unidades de pensões e tampões. “São números avassaladores”, calcula Marta Cardoso. Além de evitar o desperdício e minimizar o impacto ambiental dos produtos menstruais, com a Clementine quer apostar na saúde íntima de quem menstrua, excluindo qualquer componente química ou tóxica.

“A maioria das mulheres não tem noção de que usa produtos com elevado grau de químicos e toxicidade, responsáveis por alergias, irritações e até problemas mais graves de saúde. Se formos ler os ingredientes do que está disponível no mercado, ficaremos chocados com aquilo que colocamos na nossa vagina, que é um sítio altamente permeável a infeções”, alerta a empresária, formada na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP).

As mulheres têm menstruação, em média, 2.400 dias ao longo da vida. Durante os ciclos menstruais, cada mulher deita para o lixo, por ano, entre 12 a 15 mil unidades de pensões e tampões. São números avassaladores.

Marta Cardoso

Fundadora da Clementine

Os primeiros produtos a serem lançados, em 2019, foram os tampões e pensos higiénicos desenvolvidos à base de algodão orgânico, bambu e amido de milho, que garante serem biodegradáveis e isentos de qualquer resíduo poluente ou químico prejudicial à saúde. Mais recentemente, a marca portuguesa apostou no copo menstrual zero desperdício, que vende através da loja online.

O copo menstrual é apresentado como uma das opções mais amigas do ambiente, na medida em que não gera desperdício e evita que cerca de 2.200 tampões de plástico vão parar a aterros. É feito com um silicone médico suave e totalmente livre de substâncias tóxicas, sem BPA e latex. A versão do copo menstrual Clementine é reutilizável, tem uma duração estimada de 10 anos e custa 19 euros.

Apesar de o copo menstrual ainda ser tabu, a fundadora da empresa conta ao ECO que o produto está a ter muita “adesão”. No entanto, Marta Cardoso sublinha que ainda existe um longo caminho a percorrer: “95% das mulheres não usa copo menstrual e não está aberta, ainda, a estas tendências”.

Digital como pilar de crescimento

Atualmente, o canal online representa 95% das vendas. Alemanha, Espanha, Reino Unido, Itália e Irlanda são os mercados mais relevantes. Até ao momento, a Clementine já vendeu mais de 300 mil produtos e está a registar um crescimento entre 30% a 40% ao ano, segundo os números oficiais fornecidos ao ECO.

Marta Cardoso aponta as vendas online como cruciais na estratégia da marca. “Queremos fazer chegar a casa das mulheres produtos menstruais amigos do ambiente, democratizando o uso destes produtos e aumentando a consciência das mulheres para a poluição mensal que provocam todos os meses”, insiste.

A marca disponibiliza também uma subscrição mensal à medida do período de cada mulher. A Period Box cria a combinação de produtos que usa — pensos higiénicos e/ou tampões –, com diferentes níveis de absorção e de acordo com as características do seu período. “Esta box pode ser uma compra única ou através de um sistema de subscrição que permite selecionar os produtos e alterar também, se necessário, a frequência com que é entregue”, explica a fundadora.

A próxima aposta da Clementine são as cuecas menstruais. Marta Cardoso revela ao ECO que este novo produto deverá estar no mercado no próximo ano. As restantes novidades ficam, para já, no “segredo dos deuses”, brinca a empresária, que trabalhou durante uma década como marketing manager da Danone e brand manager da Super Bock.

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Um quarto dos trabalhadores recebe o salário mínimo. Aumento é discutido hoje

Atualização do salário mínimo começa a ser discutida esta terça-feira. Em antecipação, Governo fez notar aos parceiros sociais que cerca de 25% dos trabalhadores recebem a retribuição mínima.

Pouco menos de um quarto dos trabalhadores portugueses recebe hoje o salário mínimo nacional, cujo valor para 2022 começará a ser negociado, esta terça-feira, entre o Governo e os parceiros sociais. A última palavra cabe ao Executivo, que deverá propor subir a retribuição mínima garantida para 705 euros, no próximo ano.

De acordo com o Código do Trabalho, o valor da retribuição mínima mensal garantida é “determinado anualmente por legislação específica” — daí que o Governo possa atualizá-lo, mesmo não tendo conseguido fazer aprovar o Orçamento do Estado, no Parlamento –, após ouvir a Comissão Permanente de Concertação Social, requisito que se cumpre esta terça-feira.

De notar que do programa do Governo de António Costa consta a meta de o salário mínimo nacional atingir os 750 euros até 2023. Foi, por isso, que em 2020 esse nível remuneratório subiu para 635 euros e em 2021, mesmo em plena pandemia, para 665 euros. “A retribuição mínima mensal garantida encontra-se a 85 euros do objetivo traçado para daqui a dois anos”, nota, assim, o Ministério do Trabalho, num documento partilhado agora com as confederações patronais e com os sindicatos — ao qual o ECO teve acesso — em antecipação à reunião desta terça-feira.

E a julgar pela entrevista recente de o primeiro-ministro à RTP, neste encontro, Ana Mendes Godinho deverá propor subir o SMN para 705 euros, em 2022, um acréscimo de 40 euros em comparação com o valor atualmente em vigor, que não agrada nem patrões (que querem discutir contrapartidas, à semelhança do que aconteceu este ano), nem trabalhadores (que exigem uma valorização mais robusta, apesar dos referidos 40 euros representarem o salto absoluto mais pronunciado de todos aqueles feitos durante os dois Executivos de António Costa).

Na perspetiva do Governo, atualizar o salário mínimo nacional — explica o próprio no referido documento — contribuiu para melhorar a coesão social, com “impacto específicos na diminuição do gap salarial de género” — já que a incidência do SMN é superior entre as mulheres do que entre os homens — e “na melhoria da proteção dos segmentos mais precários do mercado de trabalho“, uma vez que a fatia de trabalhadores a receber este valor é mais expressiva entre aqueles que têm contratos não permanentes.

O Executivo dá conta, de resto, de que atualmente (os dados citados são de abril deste ano) 24,6% dos trabalhadores com remuneração permanente declaradam que recebem o salário mínimo, uma fatia considerável, mas inferior à registada em junho do ano passado (25,2%). Já em comparação com o período pré-pandémico, a percentagem de trabalhadores que ganham o SMN é mais significativa, já que, em junho de 2019, por exemplo, somente 20,9% dos trabalhadores estavam nessa situação.

Além da atualização do SMN, o Governo quer discutir, esta terça-feira, a metodologia a seguir para monitorização dos impactos desse aumento ao longo do próximo ano.

A reunião desta terça-feira deverá, além disso, marcar o “regresso” das confederações patronais à Concertação Social, após a suspensão da sua participação nesse órgão por considerarem ter sido desrespeitadas face à aprovação de mexidas à lei laboral sem que antes tenha havido negociação.

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Há “folga para acomodar eventual” subida dos juros, diz Casalinho

A presidente do IGCP garante que o país tem "folga" para acomodar o impacto da eventual subida dos juros decidida pelo Banco Central Europeu. E diz que até poderá ser uma boa notícia para Portugal.

Os investidores suspeitavam que o Banco Central Europeu (BCE) ia subir os juros no próximo ano, mas dias depois Christine Lagarde veio afastar esse cenário ao dizer que é “muito improvável”. Ainda assim, durante algumas sessões os juros dos soberanos da Zona Euro, incluindo Portugal, foram pressionados e trouxeram de volta os alertas sobre o aumento do custo de financiamento da dívida. Porém, para já, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, afasta as preocupações, garante que há uma “folga” e nota que a eventual subida dos juros até “deve ser celebrada”.

“A queda de taxas de juro nos últimos anos (taxa média da dívida encontra-se em 2% enquanto o custo de financiamento este ano se situa em 0,5%) permite a existência de uma folga para acomodar a eventual elevação das taxas de juro – que se for induzida por aceleração do crescimento deve ser celebrada“, afirma a presidente do Instituto que gere a dívida pública em resposta a questões colocadas pelo ECO. Essa folga resulta também do alongamento das maturidades com, por exemplo, a emissão de dívida a 30 anos realizada no início deste ano.

Para Cristina Casalinho a subida das taxas de juro, se decorrer da melhoria das previsões económicas, “não deve ser encarada como uma preocupação” uma vez que quer dizer que haverá um maior crescimento do PIB, um menor peso da dívida pública — a inflação tende a ser positiva para quem está endividado — e um défice orçamental mais baixo, o que na prática se traduziria em menores necessidades de financiamento e, logo, em menos emissões de dívida do IGCP, retirando pressão à gestão da terceira maior dívida pública da União Europeia.

A relação mais importante para a gestão de dívida não será tanto a taxa de juro absoluta mas a sua relação com o crescimento nominal do PIB“, argumenta, notando que só será preocupante se a taxa de juro média for superior à taxa de crescimento do PIB nominal dado que essa relação “questiona a capacidade de responder cabalmente às responsabilidades criadas”. Ou seja, se a economia portuguesa crescer a uma taxa superior à taxa cobrada pelas obrigações soberanas, os investidores continuarão a confiar na capacidade da República de reembolsar a dívida.

Porém, nem tudo são rosas. Casalinho, que está na reta final do seu mandato, admite que há um outro problema: a volatilidade, a qual é “tão ou mais relevante” que a subidas dos juros para os emitentes de dívida pública como o IGCP. Tal acontece porque variações acentuadas dos juros tendem a afastar os investidores, prejudicando as emissões de dívida pública. “A incerteza associada à evolução da oferta, da inflação, da pandemia, provocando volatilidade promove o adiamento de decisões dos investidores/empresas/famílias e dificulta a execução normal de projetos de investimento“, alerta.

Crise política não parece ter afetado mercados

Em setembro, a Moody’s anunciou uma subida da notação financeira da República portuguesa, o que surpreendeu pela positiva dado o aumento do peso da dívida pública portuguesa por causa da pandemia. Porém, mais recentemente, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) e a dissolução do Parlamento, a agência de rating avisou que as eleições antecipadas podem levar a um impasse político, o que é “negativo” para Portugal, e a uma menor execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), prejudicando as previsões económicas.

Confrontada com esta visão, Cristina Casalinho considera que, para já, “o comportamento geral das taxas de juro portuguesas tem sido idêntico ao verificado pelos seus pares”. Isto é, não parece que os mercados estejam a diferenciar Portugal pela negativa por causa da crise política, limitando-se a replicar os efeitos relacionados com o BCE. “A volatilidade observada nas últimas semanas tem afetado o mercado nacional da mesma forma que outras geografias do espaço europeu“, considera a presidente do IGCP.

Quanto ao futuro, fica em aberto. Questionada pelo ECO sobre se poderia adiar a habitual grande emissão de dívida sindicada a dez anos em janeiro, dado que as eleições legislativas antecipadas se vão realizar a 30 de janeiro, Casalinho não quis antecipar o que poderá acontecer: “Presentemente, temos o programa de financiamento relativo a 2021 para cumprir, sendo este exercício que ocupa a nossa atenção”, responde.

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