Vendas e escala são barreiras para as fintech no acesso a investidores

Relatório descreve a abordagem aos investidores e aponta dificuldades no ciclo de vendas e na busca pelo talento. Veja o top 30 das fintech portuguesas, que já angariaram 437 milhões de euros.

Quase metade das fintech portuguesas demora mais de meio ano para angariar capital, sendo as métricas das vendas (48%) e a capacidade para escalar o negócio (28%) os obstáculos mais referidos na abordagem aos investidores.

Por outro lado, como características positivas das empresas nacionais que desenvolvem tecnologia para o setor financeiro, os investidores apontam a capacidade de executar (33%), o talento (24%), a resolução de problemas (21%) e o mercado (19%).

Estes dados resultam de um inquérito realizado às 30 fintech portuguesas que mais se destacam no panorama nacional e internacional, tendo já angariado mais de 437 milhões de euros de investimento. Os mais atrativos são os segmentos da cibersegurança (60%), blockchain & criptomoedas (27%) e seguros (8%).

Considerando uma amostra de 11 empresas que angariaram capital estrangeiro, em média, perto de um terço (31%) do financiamento veio de investidores internacionais, mostram os dados revelados esta quinta-feira pela Associação Portugal Fintech. OS Estados Unidos (EUA) são a principal proveniência do investimento.

No Portugal Fintech Report 2021, são precisamente os investidores (56%) os agentes mais citados como “facilitadores”, seguidos das associações e dos aceleradores. Ninguém referiu o apoio parte do Governo português. Por outro lado, as maiores barreiras na área da regulação são a fragmentação das regras, o acesso a parceiros, a transparência, a disponibilidade de informação e o acesso a casos de estudo.

Lisboa (60%), Porto (20%), Aveiro (8%) e Braga (4%) concentram os hubs para as empresas deste género sediadas em Portugal. No estrangeiro, os outros países onde mais fintechs de origem portuguesa têm sede são França, Alemanha, EUA, Reino Unido e Países Baixos.

Segundo o retrato traçado na quinta edição deste relatório, que foi elaborado em parceria com a VISA, a sociedade de advogados Morais Leitão e a consultora Accenture, as maiores fintech portuguesas têm uma média de 30 funcionários, operando a esmagadora maioria (85%) no segmento empresarial (B2B).

Quais são as maiores dificuldades que enfrentam? O ciclo de vendas é apontado por 43%, o que para um ecossistema em que predominam as empresas B2B é “particularmente elevado”, sublinham os autores. A busca pelo talento (37%) é o segundo aspeto mais referido, com os gestores a lamentarem sobretudo a escassez nas posições de engenharia.

“Embora Portugal seja um país com elevadas qualificações na área da tecnologia, tanto o trabalho remoto como o estabelecimento de hubs por parte de operadores de grande dimensão aumentaram a concorrência pela força de trabalho qualificada”, lê-se neste documento, em que dois em cada três inquiridos admitem que a quantidade de developers no país não é suficiente.

Quais as 30 maiores fintech portuguesas?

Divididas em nove segmentos de atividade, o relatório apresenta o Top 30 das fintechs portuguesas, que é dominado pelo vertical de pagamentos e transferências (27%), seguido pelo segmento de seguros e de crédito, ambos com 17%. Quase três em cada dez foram fundadas no ano de 2019.

  • Pagamentos e transferências: Coverflex, Easypay, Fraudio, Ifthenpay, InvoiceXpress, Switch, Swood, YData.
  • Crédito: hAPi, Invisible Cloud, ParcelaJá, Raize e StudentFinance.
  • Blockchain & criptomoedas: Anchorage Digital, UTRUST e Velvet Formula.
  • Insurtech: Habit Analytics, Keep Warranty, Kooli, Lovys e Mudey.
  • Cibersegurança e regtech: Elucidate, Jscrambler, Loqr e Probely.
  • Finanças pessoais: Doutor Finanças
  • Imobiliário: Alfredo
  • Mercado de capitais e gestão de fortunas: nBanks
  • Financiamento alternativo: GoParity e Paylend.

Na edição deste ano, a Portugal Fintech volta também a destacar seis fintechs emergentes – Yoonik, Exxo Trade, Anachron Tech, Reflora, RM Analytics e Zharta – e 14 empresas internacionais que operam em Portugal: ArcoPay, Ebury, Lydia, Revolut, Viva Wallet, Tink, StockRepublic, Zego, FinChatBot, Apiax, Keyles, ZoomiMoney, Paylink e Younited Credit.

“O ecossistema fintech português tem hoje um elevado grau de maturidade, que o coloca ao nível de outros hubs mundiais. Por um lado, Portugal atrai novas startups e empreendedores em diferentes verticais. Por outro, as instituições maduras [estarem] mais interessadas e a trabalhar com startups fintech mostrou como 2021 foi um ano de viragem na cooperação entre estes dois universos”, salienta João Freire de Andrade, fundador e presidente da Portugal Fintech.

João Freire de Andrade, presidente da Portugal Fintech.Hugo Amaral/ECO

O relatório reclama que há uma maior abertura dos operadores maduros para a inovação, através da associação às fintechs para acelerarem os seus processos de digitalização. Entre os casos de estudo sobre inovação através da colaboração destacados estão o programa Fintech 365 e as parcerias da hApi com a Credibom ou entre a Raize e o Banco Best.

Além de identificar sete tendências para 2021, o relatório lançado esta manhã inclui ainda entrevistas sobre o ecossistema da inovação financeira em Portugal, com personalidades como Hélder Rosalino (Banco de Portugal), José Miguel Almeida (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) ou o ex-ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral (Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões).

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Bruxelas admite necessidade de “algumas consultas” com Governo após chumbo do OE2022

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

O vice-presidente da Comissão Europeia disse esta quinta-feira que chumbo do Orçamento do Estado português para 2022 (OE2022) exigirá “algumas consultas” da parte das autoridades europeias.

O chumbo do Orçamento do Estado português para 2022 (OE2022) exigirá “algumas consultas” da Comissão Europeia com as autoridades portuguesas, para determinar ao certo como proceder com a avaliação do plano orçamental, disse esta quinta-feira o vice-presidente Valdis Dombrovskis.

Questionado durante uma conferência de imprensa em Bruxelas sobre a reprovação do OE2022, na quarta-feira, pela Assembleia da República, que abre caminho a eleições legislativas antecipadas, o vice-presidente executivo responsável por «Uma Economia ao Serviço das Pessoas» admitiu que esta situação “levanta questões”, que o executivo comunitário vai tentar esclarecer com o Governo português.

“Teremos agora de avaliar a situação com as autoridades portuguesas relativamente ao esboço de plano orçamental para 2022 e decidir como proceder ao certo, no sentido em que precisamos de compreender com as autoridades portuguesas quais são as perspetivas, quão cedo poderá chegar o próximo orçamento”, declarou Dombrovskis.

O vice-presidente assumiu que há agora dúvidas em torno da avaliação do plano orçamental que Portugal entregou em meados de outubro em Bruxelas, pois, face à sua rejeição pelo parlamento português, há que determinar “que plano exatamente há a avaliar”, e apontou a possibilidade de Bruxelas e Lisboa manterem “algumas discussões com base em cenários de políticas inalteradas”, aquele a que se recorre quando, por algum motivo, um Estado-membro não pode apresentar o seu plano orçamental nos prazos estabelecidos.

“Por isso, isto exigirá algumas consultas com as autoridades portuguesas para encontrar uma forma concreta de seguirmos em frente”, reforçou.

"Teremos agora de avaliar a situação com as autoridades portuguesas relativamente ao esboço de plano orçamental para 2022 e decidir como proceder ao certo, no sentido em que precisamos de compreender com as autoridades portuguesas quais são as perspetivas, quão cedo poderá chegar o próximo orçamento.”

Valdis Dombrovskis

Vice-presidente da Comissão Europeia

Já quanto às implicações do chumbo do OE2022 e do cenário de dissolução do parlamento e convocação de eleições antecipadas na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), atendendo sobretudo à fragilidade de um executivo cessante, o vice-presidente executivo da Comissão destacou que “o Mecanismo de Recuperação e Resiliência é um instrumento baseado no desempenho”, e nada altera esse princípio.

“Pela parte da Comissão, podemos ser muito claros, tal como também está claro no regulamento, que os desembolsos estão ligados ao cumprimento de objetivos e metas concretos, e esse continua a ser o caso”, disse.

Valdis Dombrovskis relativizou ainda assim as implicações de eventuais eleições na execução do plano, observando que “os Planos de Recuperação e Resiliência têm de coexistir com os desenvolvimentos políticos em cada Estado-membro” e notando que “já estão a ter lugar algumas mudanças governamentais [nos Estados-membros] e outras vão seguir-se”.

O vice-presidente falava por ocasião de uma conferência de imprensa após uma videoconferência informal de ministros das Finanças da UE para a aprovação, precisamente, de mais três PRR, da Estónia, Finlândia e Roménia, que eleva para 22 os planos que já receberam luz verde do Ecofin.

O parlamento chumbou na quarta-feira, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2022 com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.

O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Antes da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha avisado que perante um chumbo do OE2022 iria iniciar “logo, logo, logo a seguir o processo” de dissolução do parlamento e de convocação de eleições legislativas antecipadas.

Horas depois, Marcelo reuniu-se com o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, no Palácio de Belém, em Lisboa.

As legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.

Para dissolver a Assembleia da República, o Presidente tem de ouvir os partidos parlamentares, o que acontece no sábado, e o Conselho de Estado, que se reúne na quarta-feira.

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Presidente da Anacom acusa Nos e Meo de atrasarem leilão do 5G

O presidente da Anacom acusou a Nos e a Meo de serem as maiores responsáveis pelo atraso no leilão do 5G, ao recorrerem sistematicamente a incrementos mais reduzidos.

O presidente da Anacom acusou a Nos e a Meo de serem as maiores responsáveis pelo atraso no leilão do 5G, ao recorrerem sistematicamente a licitações com incrementos mais reduzidos. Numa conferência de imprensa esta quinta-feira, João Cadete de Matos mostrou aos jornalistas uma tabela para dizer que 97% das licitações da Nos e 96% das licitações da Meo na faixa dos 3,6 GHz foram da ordem de 1%.

“A duração do leilão foi, sobretudo, resultado da opção de o retardar seguida de forma evidente por alguns dos licitantes”, lê-se numa apresentação exibida por João Cadete de Matos na referida conferência. No caso da Vodafone, a empresa licitou nos 3,6 GHz com incrementos de 1% em 81% das vezes, comparativamente com os 77% da Nowo e 58% da Dixarobil — as últimas os “novos entrantes” no negócio das comunicações móveis.

O presidente da Anacom fez ainda uma referência específica à Meo, detida pela Altice: “Pelo menos uma destas empresas iniciou um processo de despedimento dizendo que a culpa era do leilão do 5G. Já vimos de quem é a responsabilidade: é absolutamente falsa essa tentativa de imputação do motivo do despedimento coletivo”, apontou, salientando que havia “interesse em atrasar o leilão” para que “terminasse o mais tarde possível”.

A Anacom estimou inicialmente que a venda estivesse concluída no final do primeiro trimestre, o que não se verificou. Mas as obrigações de cobertura vão manter-se e Portugal atingirá nos próximos anos “cobertura quase plena do território” com rede móvel de quinta geração, assegurou o presidente da Anacom.

João Cadete de Matos, presidente da Anacom, fala aos jornalistas no rescaldo do fim do leilão do 5GFlávio Nunes/ECO

Mais concorrência é de “enorme benefício” para os consumidores portugueses

João Cadete de Matos, presidente da Anacom, enalteceu que o país recebeu por via do leilão do 5G “dois novos operadores móveis [Nowo e Dixarobil] e um operador móvel grossista [Dense Air]”. “O leilão permitiu atingir um objetivo que a Anacom, de forma fundamentada, considerou ser um objetivo relevante: o aumento da concorrência em Portugal”, defendeu.

Para justificar a posição, o líder do regulador disse que o atual estado do setor das telecomunicações tem tido uma “atuação oligopolista” e seguido uma “trajetória completamente divergente da trajetória europeia”.

Na visão do presidente da Anacom, Portugal estava “na terceira divisão em termos de concorrência”, com apenas três operadoras móveis e três operadoras móveis virtuais” (que alugam rede às incumbentes), enquanto alguns países da União Europeia (UE) têm quatro operadoras. “Espanha, aqui ao lado, tem 20 operadores móveis virtuais”, referiu.

A partir do leilão do 5G, “as empresas, para manter os atuais clientes e captar novos clientes, têm de ter ofertas diferenciadoras e preços competitivos”. “Não faz sentido que os portugueses tenham de pagar televisão que não necessitam, minutos que não precisam. Precisam, cada vez mais, de ter internet com boa velocidade e boa qualidade”, destacou Cadete de Matos, reforçando: “Não temos dúvidas que se traduzirá num enorme benefício para os consumidores”, acrescentou.

O leilão do 5G terminou na quarta-feira, gerando um encaixe de 566,8 milhões de euros, o equivalente a “0,26% do PIB”, destacou a Anacom. Ao fim de 1.727 rondas na fase principal e quase seis meses depois do início do processo, as frequências foram arrebatadas pela Nos, Vodafone e Meo, seguindo-se a Dixarobil, Nowo e Dense Air, por ordem decrescente de investimento.

Anacom prepara consulta pública para 26 GHz

A faixa dos 26 GHz, que também é considerada relevante para a quinta geração, não foi abrangida no leilão que agora termina. Um novo leilão pode estar a caminho.

Questionado pelo ECO acerca desse facto, um responsável da Anacom revelou que está a ser preparada uma consulta pública ao mercado, que deverá avançar “muito em breve”, para avaliar o apetite das operadoras por licenças de utilização na faixa dos 26 GHz.

Esta faixa de frequências é a que deverá permitir o 5G ultrarrápido, mas é uma tecnologia para a qual os equipamentos no mercado ainda não estão bem desenvolvidos, justificou o responsável.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h07)

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Apesar da pandemia, número de empresas em Portugal subiu quase 3% em 2020

A pandemia afetou seriamente a economia no ano passado. Ainda assim, Portugal viu o número de empresas crescer, sobretudo PME. Ainda assim, o volume de negócios tombou quase 10%.

A pandemia condicionou fortemente os negócios no ano passado. Ainda assim, o número de empresas em Portugal subiu 2,8% em 2020 em relação ao ano anterior, embora o pessoal ao serviço tenha decrescido 0,5% e a faturação tombado quase 10%.

Os números provisórios lançados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) mostram um aumento do número de pequenas e médias empresas (PME) em 2,8%, evolução que ajudou a contrariar a quebra de 3% do número de grandes empresas. Ao todo, Portugal tinha mais de 1,35 milhões de empresas, das quais 99,9% eram PME.

Os indicadores financeiros revelam a brutalidade do impacto do vírus nas contas das empresas. O volume de negócios caiu 9,6% e o valor acrescentado bruto (VAB) — a riqueza que as empresas produziram — recuou 10,1%.

Ainda assim, o pessoal ao serviço das empresas ficou relativamente estável no ano passado, um total 4,2 milhões de trabalhadores, menos 0,5% em relação a 2019, beneficiando das medidas de apoio ao emprego lançadas pelo Governo para conter o impacto da pandemia no mercado de trabalho, tal como o lay-off.

A pandemia, contudo, não afetou por igual todos os setores de atividade. O setor do turismo — alojamento e restauração — perdeu 36,4% da faturação no ano passado devido às restrições impostas na circulação de pessoas em todo o mundo, embora, surpreendentemente, o número de empresas tenha subido 1,4%. Outra das indústrias afetadas foi dos transportes e armazenagem, com quebras de 24% do volume de negócios e 33% do VAB.

Por outro lado, o setor da informação e comunicação não só resistiu ao vírus como até teve um ano mais movimentado: o volume de negócios subiu 7,3% e o excedente bruto de exploração — receitas menos custos operacionais — acelerou mais de 20%.

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Importações atingiram níveis pré-pandemia no terceiro trimestre

Os números do comércio internacional já se encontram acima dos níveis pré-pandemia, no terceiro trimestre deste ano.

As exportações de bens aumentaram em valor 12,3% no terceiro trimestre de 2021, enquanto as importações dispararam 20%, face ao mesmo período do ano passado, revela a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Estes números representam um abrandamento face ao trimestre anterior, quando cresceram 48,9% e 49,2%, respetivamente.

Já se compararmos com o período ainda antes de ter surgido a pandemia de Covid-19, os níveis estão já mais elevados, tanto nas exportações (como já se tinha verificado no trimestre anterior) como importações. Face ao terceiro trimestre de 2019, registaram-se acréscimos de 8,9% nas exportações e 5,3% nas importações, adianta o INE.

Durante o ano de 2020, o comércio internacional foi bastante influenciado pela pandemia, que trouxe restrições às deslocações de bens e travões no consumo. Em 2021 já se tem vindo a notar uma recuperação, com as restrições para mitigar os efeitos da Covid-19 a serem levantadas, nomeadamente devido aos avanços da vacinação.

A estimativa rápida trimestral do Comércio Internacional, elaborada pelo INE, tem por base os dados do apuramento a 25 dias do último mês do trimestre e no que se refere aos dois primeiros meses do período de referência, os dados divulgados no mês anterior.

Os últimos dados mensais disponíveis são relativos a agosto, e mostram que as exportações portuguesas de bens aumentaram 16,6% e as importações subiram 21,9% nesse mês, face ao mesmo período de 2020.

(Notícia atualizada às 11h40)

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Preço das casas sobe 6,8% no segundo trimestre. Metro quadrado em Lisboa está a 3.497 euros

Entre abril e junho, os preços das casas em Portugal subiram 6,8% face ao mesmo período de 2020. Lisboa continua a ser a cidade mais cara do país: 3.497 euros por metro quadrado.

As casas ficaram 6,8% mais caras no segundo trimestre, com o metro quadrado a custar 1.268 euros a nível nacional. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quinta-feira, Lisboa continua no topo das cidades mais caras para comprar casa, com o metro quadrado a custar 3.497 euros, quase três vezes mais do que a mediana nacional. Apesar disso, o ritmo de crescimento foi mais baixo.

Entre abril e junho, o preço mediano de alojamentos familiares transacionados em Portugal foi 1.268 euros por metro quadrado, um valor que representa uma subida de 2,2% face ao primeiro trimestre e de 6,8% face ao mesmo trimestre do ano passado. Os números mostram uma aceleração dos preços, “interrompendo a desaceleração” do arranque do ano, diz o INE. Isto porque, entre janeiro e março, a subida tinha sido de apenas 3,1%.

Analisando as 25 sub-regiões do país, o Algarve tem o metro quadrado mais caro do país (1.875 euros), à frente da Área Metropolitana de Lisboa (1.757 euros/m2), da Região Autónoma da Madeira (1.460 euros/m2) e da Área Metropolitana do Porto (1.333 euros/m2). Contudo, em termos de evolução dos preços, na Região Autónoma da Madeira e na Área Metropolitana do Porto foi onde os preços mais subiram: 11,5%.

Numa análise mais fina, filtrando por cidades, entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, foram 17 aqueles cujo metro quadrado superou a mediana nacional, refere o INE. No topo está, com tem sido habitual, Lisboa, com o metro quadrado a custar 3.497 euros, quase o triplo da mediana do país. Atrás aparece Cascais (3.040 euros/m2), Oeiras (2.519 euros/m2) e Porto (2.189 euros/m2).

O INE destaca que “todos os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto — com exceção de Gondomar e Santa Maria da Feira — registaram preços medianos de habitação superiores ao nacional”.

Já em termos de evolução dos preços, foram 12 os municípios onde os preços subiram mais do que a mediana nacional (6,8%). No topo aparece a Maia (+16,8% para 1.412 euros/m2), à frente de Matosinhos (+15,4% para 1.882 euros/m2) e Vila Franca de Xira (+14,2% para 1.497 euros/m2). Lisboa, por sua vez, viu os preços subirem apenas 1,4%, recuperando, assim, da desaceleração observada no trimestre anterior.

Os dados publicados esta quinta-feira pelo INE permitem analisar a evolução dos preços nos últimos 12 meses terminados em junho. Assim, é possível perceber que o preço mediano das casas foi 1.218 euros por metro quadrado entre julho de 2020 e junho de 2021. Neste período, Lisboa foi também a cidade mais cara (3.318 euros por metro quadrado), enquanto Fornos de Algodres, na Guarda, foi a mais barata (166 euros por metro quadrado).

(Notícia atualizada às 11h32 com mais informação)

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Biden arrisca chegar à COP26 sem acordo climático dos EUA

  • Capital Verde
  • 28 Outubro 2021

Biden) quer mostrar que, depois de Trump, os EUA estão de novo no caminho certo e alinhado com os resto do mundo.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, deverá chegar à cimeira COP26 sem um plano na mão para combater as alterações climáticas na maior economia do mundo. De acordo com a Reuters, Biden está numa corrida contra o tempo para desatar os nós que amarram o pacote de 1,5 biliões a 2 biliões de dólares para enfrentar a emergência provocada pelo aquecimento global.

Biden deverá partir na quinta-feira para uma reunião dos líderes do G20 em Roma e depois para a Conferência das ONU sobre alterações climáticas em Glasgow, na Escócia. A COP26 deveria ser uma montra para Biden demonstrar os esforços dos EUA e para convencer outros países a adotarem medidas semelhantes.

Os responsáveis da Casa Branca admitiram no entanto que “o processo legislativo é complicado, mas insistiram que ainda à tempo para o país atingir as suas metas climáticas”, citou a Reuters

Acima de tudo, e depois de uma era Trump, em que a luta contra as alterações climática foram completamente esquecidas (e até gozadas), Biden) quer mostram que os EUA estão de novo no caminho certo e alinhado com os resto do mundo.

A questão são os constantes entraves no Congresso relacionados com legislação, para que a sua ambição possa avançar: aprovar metas para cortar as emissões de gases com efeitos de estufa entre 50 e 52% até 2030, por comparação com 2005. Sem legislação que faça avançar estes objetivos climáticos, Biden não terá nada para mostrar e não poderá ser um exemplo para o mundo, como gostaria.

O seu plano inclui também centenas de milhares de milhões de dólares de investimento em energia limpa, mas parte do programa que penalizava as empresas que não apostassem em renováveis foi vetado no Congresso.

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Uma em cada quatro crianças na UE está em risco de pobreza ou exclusão social. Portugal a meio da tabela

No ano passado, uma em cada quatro crianças na UE encontrava-se em risco de pobreza ou de exclusão social. Portugal está sensivelmente a meio da tabela, com cerca de 22% das crianças nesta situação.

Em 2020, cerca de uma em cada quatro crianças na União Europeia (UE) encontrava-se em risco de pobreza ou de exclusão social, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat. Portugal está, sensivelmente a meio da tabela, com cerca de 22% das crianças nesta situação.

Os dados do gabinete de estatísticas da UE revelam que, no ano passado, 24,2% das crianças com menos de 18 anos do bloco comunitário corriam o risco de pobreza ou de exclusão social, um aumento de 22,8% face a 2019. Quanto aos adultos entre os 18 aos 24 anos e aos idosos com 65 ou mais anos este indicador é ligeiramente inferior, situando-se em 21,7% e 20,4%, respetivamente.

Ainda assim, também nos adultos e nos idosos o risco de pobreza aumentou em 2020, um ano marcado pela pandemia, que afetou os rendimentos de várias pessoas. Isto porque, em 2019, 21,1% dos adultos encontravam-se nesta situação, bem como 19,4% das pessoas com 65 anos ou mais.

No que concerne ao risco de pobreza e exclusão social nas crianças, Portugal encontra-se sensivelmente a meio da tabela, na 12.ª posição e abaixo da média comunitária, com 21,9% da população em risco de pobreza ou de exclusão social, valor idêntico ao da Áustria e semelhante ao registado em 2019.

Risco de pobreza ou exclusão social das crianças na UE em 2020.Fonte: Eurostat

Os Estados-membros onde esta situação é mais acentuada são a Roménia, onde 41,5% das crianças foram identificados como estando em situação de risco de pobreza ou exclusão social, seguida da Bulgária (33,2%), de Espanha (31,8%) e, em quarto lugar, da Grécia (31,5%).

No extremo oposto, os Estados-membros da UE com menor proporção das crianças em risco de pobreza ou de exclusão sociais são a Eslovénia (12,1%), seguida pela República Checa (12,9%), Dinamarca (13,5%) e Finlândia (14,5%).

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Seguros com cobertura de doenças graves: o que deve saber

  • Conteúdo Patrocinado
  • 28 Outubro 2021

Segurança e tranquilidade para o segurado e família são determinantes na adesão a um seguro. Minimizar o gap de proteção, complementando o Serviço Nacional de Saúde, é uma oportunidade para o setor.

O atual estilo de vida, o envelhecimento da população e o consequente aumento dos custos com cuidados de saúde trazem novos desafios ao mercado segurador.

A aproximação das seguradoras às reais necessidades dos seus clientes implica o ajustamento da oferta nos ramos vida e não vida, incluindo a cobertura de doenças graves, papel que assume maior preponderância perante o contexto pandémico que se vive desde o início de 2020.

A diversificação dessa cobertura, a custos controlados, é uma oportunidade para um mercado confrontado com os avanços da medicina, a sobrevivência a doenças outrora fatais e a incapacidade das famílias em dar resposta aos custos associados à recuperação da doença.

Num país em que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a primeira causa de morte e incapacidade permanente no adulto, a resposta do setor tem-se revelado insuficiente, nomeadamente, na complementaridade ao Serviço Nacional de Saúde.

As mais recentes técnicas de reabilitação dos sobreviventes de AVC, com custos controlados e um programa estruturado até 60 dias, permitem oferecer um novo produto diferenciado, que potencie a autonomia e a reintegração social, familiar e profissional dos segurados.

O AVC em Portugal – os factos

Todos os anos são, aproximadamente, 20 mil os sobreviventes de AVC, dos quais 40% necessitam de reabilitação especializada. O sucesso da intervenção terapêutica depende da precocidade, da intensidade e da sua especialização.

A reabilitação do AVC em Portugal – a realidade

Anualmente, cerca de oito mil sobreviventes de AVC necessitam de reabilitação especializada e intensiva. Destes, 2/3 não têm acesso a cama disponível para reabilitação no Serviço Nacional de Saúde.

Há, ainda, carência de oferta de reabilitação especializada em: reabilitação cognitiva, reabilitação da disfagia e técnicas diferenciadas de reabilitação neuromotora.

O nosso futuro

Após a fase aguda, a reabilitação do AVC deve ser iniciada o mais precocemente possível. Só assim é possível minimizar os défices, melhorar a função e a autonomia dos sobreviventes, tendo em vista a sua reintegração social, familiar e profissional.

Em Portugal já existe um centro especializado de reabilitação, intensiva e personalizada, com custos controlados.

O CONSANAS Hospital da Prelada, localizado no Porto, nasceu de uma parceria entre a Boehringer Ingelheim Healthcare Management Portugal e a Misericórdia do Porto. É um projeto inovador que proporciona cuidados avançados de reabilitação neurológica de ponta que se centram nos cuidados do AVC.

A oferta deste centro privilegia a fase subaguda (primeiros 6 meses após AVC). São realizados tratamentos especializados, recorrendo às novas tecnologias.

O momento da alta acontece entre 40 a 60 dias após a admissão e depende da avaliação semanal do desempenho dos sobreviventes:

Além do internamento, destinado aos casos mais graves e complexos, há ainda a possibilidade de realizar programas de intensidade variável em regime de Hospital de Dia. Neste caso, combina-se a integração do sobrevivente no domicílio com a reabilitação abrangente e intensiva realizada no centro especializado de reabilitação.

Este novo serviço, inovador em Portugal, tem um custo menor e menos impacto na vida dos sobreviventes e das suas famílias.

Descubra mais sobre este novo centro de reabilitação para sobreviventes de AVC no site do CONSANAS Hospital da Prelada.

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Sentimento económico sobe na UE em outubro. Expectativas de emprego renovam máximos

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

Entre as maiores economias da UE, o sentimento económico avançou em Espanha (2,5 pontos), França (2,1), Itália (1,8), Polónia (1,5) e Países Baixos (1,4).

O indicador do sentimento económico avançou em outubro na zona euro e na União Europeia (UE) face ao mês anterior, e o das expectativas de emprego registou novos máximos, divulga esta quinta-feira a Comissão Europeia.

Segundo dados da Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, o sentimento económico cresceu 0,8 pontos, para os 118,6, na zona euro e 1 ponto, para os 117,6 na UE.

O indicador das expectativas de emprego, por seu lado, aumentou 1,1 pontos na zona euro, para um novo máximo de 114,5 pontos desde maio de 2018, e 1,2 pontos na UE, para os 118,6, um novo máximo desde fevereiro de 2018.

Entre as maiores economias da UE, o sentimento económico avançou em Espanha (2,5 pontos), França (2,1), Itália (1,8), Polónia (1,5) e Países Baixos (1,4), tendo recuado ligeiramente na Alemanha (-0,5 pontos).

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Portugal sobe um lugar no índice da igualdade de género, mas continua abaixo da média da UE

  • Lusa
  • 28 Outubro 2021

Portugal sobe agora para 15.º no Índice da Igualdade de Género 2021, mas continua abaixo da média da União Europeia.

Portugal subiu um lugar no Índice da Igualdade de Género para 15.º, tendo conquistado quatro lugares desde 2010, mas continuando abaixo da média da União Europeia, revela o Instituto Europeu para a Igualdade de Género.

Depois de ter alcançado o 16.º no ano passado, Portugal sobe agora para 15.º no Índice da Igualdade de Género 2021, uma iniciativa do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês) que avalia o estado da igualdade de género na União Europeia e que divulga esta quinta-feira os resultados para este ano.

No máximo de 100 pontos, Portugal conquistou 62.2 pontos, 5.8 pontos abaixo da média europeia, apesar de o país ter vindo sempre a melhorar desde 2010, ano que o EIGE começou a fazer este ranking, tendo conquistado mais 8.5 pontos e subido quatro lugares. Na avaliação do EIGE, Portugal destaca-se na área da saúde, onde tem o melhor desempenho de todos os países e onde pontua 84.8 pontos.

“Esta performance deve-se sobretudo a uma pontuação elevada na subcategoria ‘acesso à saúde’ [95.8 pontos]. No entanto, Portugal consegue apenas um 19.º lugar entre os Estados-membros nesta subcategoria e a sua pontuação é três pontos abaixo da média europeia [98.2]”, lê-se no relatório.

Acrescenta que “são necessários melhoramentos para aumentar o nível da saúde e os comportamentos saudáveis de homens e mulheres”. O foco do relatório deste ano é, aliás, a saúde e as desigualdades de género no acesso à saúde, tendo sido analisados cinco itens, entre “nível da saúde e saúde mental”, “comportamentos saudáveis”, “acesso a serviços de saúde”, “saúde sexual e reprodutiva” e “a pandemia Covid-19”.

Por outro lado, o índice avalia também outras cinco áreas, entre “trabalho”, “dinheiro”, “conhecimento”, “uso do tempo” e “poder”, sendo o pior desempenho de Portugal precisamente nos usos e partilhas do tempo, na qual consegue apenas 47.5 pontos, bem abaixo dos 61 pontos da média da União Europeia.

Esta baixa pontuação deveu-se sobretudo às atividades sociais, em que Portugal conseguiu 35.7 pontos, tendo o EIGE constatado que só 10% das mulheres com mais de 15 anos praticam atividades desportivas, culturais ou de lazer, contra 20% dos homens, ou que, por exemplo, 78% das mulheres com mais de 18 anos cozinham ou fazem tarefas domésticas todos os dias, contra 19% dos homens.

É na partilha e no uso do tempo que o EIGE entende que as desigualdades de género são mais acentuadas e onde há mais margem para melhorar em Portugal e salienta que, apesar das melhorias feitas desde 2010, “as pontuações permanecem especialmente baixas nas atividades sociais”, sublinhando que os 35.7 pontos dão a Portugal o segundo lugar mais baixo entre os 27 países da União Europeia.

Onde Portugal melhorou mais desde 2010 foi na área do “poder”, tendo somado mais 18.7 pontos nestes 11 anos até alcançar os 53.6 pontos no ranking de 2021, apesar de isso só se ter refletido na conquista de mais um degrau, para 11.º lugar. “Esta mudança é devida às melhorias consideráveis nas subcategorias da política e da economia desde 2010 (mais 20.7 pontos e 27.5 pontos, respetivamente)”, refere o EIGE.

Por outro lado, na categoria onde Portugal registou o menor progresso, foi na categoria “dinheiro”, tendo, aliás, caído dois lugares desde 2018 e estando agora 8.8 pontos abaixo da média europeia, em 21.º lugar. De acordo com o EIGE, “a evolução estagnou na subcategoria dos recursos financeiros, onde a classificação de Portugal caiu da 18.ª para a 19.ª posição”.

Na categoria do “conhecimento”, Portugal consegue 65.5 pontos, abaixo dos 62.7 da média europeia. A categoria do “trabalho” é a única onde Portugal está acima da média europeia, tendo conseguido um total de 73.2 pontos, acima dos 71.6 da média dos 27.

Em relação a Portugal, o EIGE aproveita também para destacar que o fosso de género no emprego continua por resolver, que as mulheres, particularmente as mais velhas e as que vivem sozinhas, ganham menos do que os homens, a segregação de género na educação continua alta e que as mulheres continuam a ser sobrecarregadas com trabalho doméstico ou de cuidado.

Salienta, por outro lado, que aumentou o número de mulheres em cargos de decisão política, enquanto a esfera económica continua a ser a menos igualitária, acrescentando que as mulheres têm pior saúde, sem melhorias nos últimos tempos.

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Nas notícias lá fora: Poupanças, COP26 e Shell

Preço grossista da eletricidade cai 10%, mas continua acima de 200 euros/MWh. Sete em cada dez famílias espanholas atingiu limite de poupança. Biden arrisca chegar à COP26 de mãos a abanar.

Os preços da eletricidade continuam a marcar a atualidade. Preço da eletricidade em Espanha baixa 9,33%, mas ainda está acima dos 200 euros por MWh. Ainda em Espanha, sete em cada dez famílias atingem limite de poupança. Biden corre risco de chegar à COP26 sem um acordo climático nos EUA. Conheça estas e outras notícias que marcam a atualidade na imprensa internacional.

Rtve

Preço da luz cai 10%, mas mantém-se acima dos 200 euros/MWh

O preço médio diário da eletricidade no mercado grossista caiu 9,33% esta quinta-feira, mas o custo do MWh ainda está acima dos 200 euros. O preço mais alto esta quinta-feira será entre as 9h00 e as 10h00, quando atingirá 252,33 euros/MWh, enquanto o mais baixo será entre as 16h00 e as 17h00 horas, aliviando para 169 euros/MWh, de acordo com os dados do operador do mercado de eletricidade designado (OMIE).

Leia a notícia completa na Rtve (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Cinco Días

Sete em cada dez famílias em Espanha atinge limite de poupança

Entre 60% e 70% das famílias espanholas não preveem poupar mais dinheiro após a pandemia, o que significa que sete em cada dez espanhóis não considera aumentar as suas poupanças, embora, na maioria dos casos (70%), estas se situem entre 0% e 14% do rendimento disponível. 52,6% dos espanhóis com rendimentos mais baixos foram obrigados a poupar menos dinheiro, em comparação com 29% das famílias com melhores rendimentos, de acordo com o Observatorio del Ahorro Familiar.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso pago/conteúdo em espanhol).

Reuters

Biden arrisca chegar à COP26 sem acordo climático dos EUA

O Presidente dos EUA, Joe Biden, deverá chegar à cimeira COP26 sem um plano para combater as alterações climáticas na maior economia do mundo. Biden está numa corrida contra o tempo para desatar os nós que amarram o pacote de 1,5 biliões a 2 biliões de dólares para enfrentar a emergência provocada pelo aquecimento global. Biden deverá partir na quinta-feira para uma reunião dos líderes do G20 em Roma e depois para a Conferência das ONU sobre alterações climáticas em Glasgow, na Escócia. A COP26 deveria ser uma montra para Biden demonstrar os esforços dos EUA e para convencer outros países a adotarem medidas semelhantes.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Reuters

Austrália quer smartphones com motores de pesquisa alternativos ao Google

A autoridade da concorrência australiana quer que a Google instale um “ecrã de escolha” nos smartphones, para que os utilizadores possam optar por outro motor de busca. A medida colocaria a Austrália em linha com a Europa, depois de Bruxelas ter obrigado a multinacional a oferecer motores de pesquisa alternativos ao Google nos telemóveis com sistema Android. A Google tem uma quota de 94% do mercado australiano de motores de busca.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso pago/conteúdo em inglês).

The Wall Street Journal

Hedge fund quer partir a Shell em duas

A Third Point acumulou uma participação de peso na petrolífera Shell e quer vai dar início a uma campanha para tentar “partir” a empresa em duas. O hedge fund ativista defende que o negócio do petróleo e o das renováveis devem estar em empresas distintas, uma forma de reter e atrair mais investidores. A posição da Third Point na Shell valerá mais de 500 milhões de dólares.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

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