Regras das viagens para Inglaterra simplificadas para vacinados

  • Lusa
  • 4 Outubro 2021

A partir desta segunda-feira, pessoas com a vacinação completa, bem como os acompanhantes menores de 18 anos, ficam isentos de teste antes de viajar.

Pessoas totalmente vacinadas contra a covid-19 que viajem de Portugal deixam esta segunda-feira de ser obrigadas a apresentar testes ao coronavírus para entrar em Inglaterra, mas o sistema simplificado deixa de fora países africanos e sul-americanos.

O novo sistema substituiu o antigo modelo que classificava os países com as cores do semáforo de acordo com o grau de risco, embora o Governo britânico mantenha em vigor uma lista vermelha que inclui Angola e Moçambique.

“A nossa prioridade continua a ser a proteção da saúde pública, mas, com mais de oito em cada dez pessoas agora totalmente vacinadas, podemos tomar estas medidas para reduzir o custo dos testes e ajudar o setor [da aviação] a continuar a sua recuperação”, afirmou o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps.

A partir desta segunda-feira, pessoas com a vacinação completa, bem como os acompanhantes menores de 18 anos, ficam isentos de teste antes de viajar e, no caso dos países da anterior “lista amarela”, de um teste PCR oito dias após a chegada a Inglaterra ou quarentena de 10 dias.

Todos os viajantes, exceto crianças menores de cinco anos, continuam obrigados a pagar um teste de PCR nas primeiras 48 horas após a chegada, o qual deverá passar a ser teste antigénio, mais barato, antes do final do mês.

Este modelo favorece países com vacinas reconhecidas pelas autoridades de saúde britânicas, nomeadamente aquelas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), territórios britânicos ultramarinos, e outros como Estados Unidos, Malásia, Japão, Nova Zelândia, Arábia Saudita ou Qatar.

Porém, países como Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Guiné Equatorial, que antes estavam na “lista amarela”, não beneficiam porque as suas vacinas anti-Covid-19 não são reconhecidas pelo Reino Unido.

O mesmo acontece com a Índia, que na sexta-feira decidiu retaliar, determinando que os cidadãos britânicos que cheguem ao país sejam submetidos a testes à Covid-19 e a uma quarentena obrigatória de dez dias. Nova Deli tem manifestado indignação contra Londres porque, embora a vacina AstraZeneca seja reconhecida pelo Reino Unido, a versão da mesma produzida pelo Serum Institute of India foi excluída.

Assim, os viajantes destes países, bem como os não vacinados ou parcialmente vacinados, continuam sujeitos às regras anteriores, nomeadamente de apresentar testes pré-partida e no segundo e oitavo dia.

Entretanto, Angola, Moçambique, Brasil e Cabo Verde continuam na “lista vermelha” de Londres, pelo que os viajantes que cheguem daqueles países ou ali tenham feito escala estão obrigados a cumprir quarentena de 10 dias num hotel designado em Inglaterra a um custo de 2.285 libras (2.672 euros), além de testes no segundo e oitavo dia.

A imprensa britânica noticiou nas últimas semanas que o Governo britânico pretende reduzir esta lista, atualmente com 54 países, mas não foi adiantada uma data.

As mudanças aplicam-se apenas a Inglaterra, pois as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte são determinadas pelos respetivos governos regionais autónomos, embora até agora se tenham mantido alinhadas na generalidade.

O Reino Unido registou 43 mortes e 30.439 casos no domingo, tendo somado 136.953 óbitos deste o início da pandemia Covid-19.

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BE quer travar despedimentos em empresas com lucros

Catarina Martins criticou as declarações de António Saraiva que afirmou ser "contra qualquer aumento irracional" do salário mínimo e defendeu valorização do salário médio.

O Bloco de Esquerda vai entregar esta segunda-feira, 4 de outubro, no Parlamento uma proposta para impedir que as empresas que têm resultados positivos possam despedir trabalhadores durante o ano de 2022.

Catarina Martins, à saída de reunião com os trabalhadores da Altice abrangidos pelo despedimento coletivo avançou aos jornalistas que o partido vai voltar a insistir numa medida que trave os despedimentos, apesar de já ter apresentado várias no passado e estas terem sido chumbadas pelo Partido Socialista com o apoio da direita.

“Insistimos e hoje mesmo entregaremos no Parlamento uma proposta que impede as empresas que têm resultados positivos de despedirem durante o tempo da pandemia, ou seja, durante o ano de 2022, que é uma altura em que a economia ainda não está a recuperar e o Orçamento do Estado e a Segurança social estão muito pressionados”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda.

Mas apesar de a economia ainda não estar a recuperar, Catarina Martins criticou as declarações de António Saraiva que afirmou ser “contra qualquer aumento irracional” do salário mínimo. Em cima da mesa está a possibilidade de o salário mínimo aumentar para 705 euros. A coordenadora do BE considera que as crescentes desigualdades “só se corrigem com salário”. “Por isso, sim, o salário mínimo nacional tem de aumentar”, disse em declarações transmitidas pelas televisões. “Bem sei que os patrões dizem sempre que [o salário mínimo] não pode aumentar, mas pode. É o que puxa pela economia, já ficou provado no passado”.

O presidente da CIP, em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, reconheceu que está disponível para discutir a subida do salário mínimo em 2022, mas opõe-se a “aumentos irracionais”. António Saraiva sugeriu que, dado o impacto da pandemia na atividade económica, o Governo deveria reduzir o ritmo de subida do salário mínimo nacional. Catarina Martins contrapõe que além da subida do salário mínimo “é preciso que os salários médios possam também ser valorizados”, pondo fim às políticas da troika.

A coordenadora do Bloco de Esquerda chamou ainda à atenção para o facto de grandes empresas estarem “a substituir trabalhadores que ganham mil euros por trabalhadores que ganham salário mínimo nacional”. “É inaceitável”, frisou. Tal como é inaceitável a situação que se vive na Altice. Catarina Martins disse que vai “exigir explicações ao Governo”. “Também tem algumas competências em matérias de despedimentos, embora seja uma empresa privada”, reconheceu Catarina Martins criticando o facto de o Governo não ter “colocado nenhum obstáculo a esta substituição ilegal de trabalhadores na Altice”.

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Cometeu um erro no trabalho? Saiba como recuperar

Assumir a falha, procurar soluções e não voltar a cometê-la é essencial para ultrapassar um erro no trabalho e não deixar que isso afete o seu desempenho e bem-estar.

Seja uma gralha embaraçosa num email ou algo mais grave e impactante como adotar uma estratégia ineficaz ou tomar medidas que lhe custaram a perda de um cliente, todos cometemos erros, gerando preocupação, stress e ansiedade em colaboradores e líderes de pessoas. A boa notícia é que se pode (e deve) sempre recuperar desse momento menos bom e entender que errar faz parte do crescimento e desenvolvimento de carreira. E há estratégias para dar a volta de forma positiva.

“A chave é aprender com eles e tornar-se um profissional melhor no futuro. É a forma como lida e entende a situação como uma oportunidade para progredir que determina o tipo de profissional que é”, diz a Adecco Portugal, em comunicado.

Conheça as cinco dicas da empresa especializada em recursos humanos para lidar com os erros, de forma a tornar-se um melhor profissional:

1. Assuma a responsabilidade

“A primeira coisa que se deve fazer é assumir a responsabilidade do erro. Isto pode ser difícil, mas é um primeiro passo muito importante para corrigir a situação”, começa por aconselhar a Adecco Portugal. Evite arranjar desculpas e, sobretudo, culpar os outros ou circunstâncias atenuantes. “Tome posse, as pessoas irão respeitá-lo por isso.”

2. Seja genuinamente apologético

“As pessoas são geralmente compreensivas quando se comete um erro. Se achar que é necessário um pedido de desculpas, torne-o genuíno”, refere a empresa de recursos humanos, salientando que falar imediatamente com as pessoas afetadas e dizer-lhes que lamenta o que aconteceu é sempre a melhor opção.

3. Ofereça uma solução

O mais importante é a forma como se lida com o erro. Assim que notar que cometeu uma falha, comece a pensar em formas de retificar a situação. Ou seja, comece logo a procurar uma solução. “Ir à sala do gestor de equipa só para dizer que cometeu um erro é uma coisa, mas se oferecer também um leque de opções possíveis para resolver o problema é uma abordagem muito mais positiva.”

4. Mantenha a perspetiva

“Não exagere nem se castigue pelo facto de ter cometido um erro no trabalho. Manter as coisas em perspetiva e considerar a gravidade e o impacto do erro é fundamental para conter a ansiedade”, diz a Adecco. Meça, por isso, o impacto do seu erro: se for menor, aceite-o e siga em frente; se for mais grave, poderá ter algum motivo de preocupação, mas o leque de soluções que oferece para resolver ou atenuar as consequências poderão ser positivos.

5. Analise os processos que conduziram ao erro

Finalmente, para evitar voltar a cometer o mesmo erro e para conseguir retirar alguma aprendizagem da situação, analise os processos ou passos que levaram a que a falha fosse cometida. “Para erros menores, pode ser óbvio. No entanto, para erros maiores, pode não ser imediatamente óbvio. Não tenha receio de pedir ajuda. Fale com o seu gestor e colegas sobre formas de evitar que se repita.”

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Famílias da zona euro poupam menos e investem mais no segundo trimestre

  • ECO e Lusa
  • 4 Outubro 2021

Taxa de investimento das famílias na área do euro aumentou para 9,4% no segundo trimestre, o valor mais elevado desde 2011, e que compara com os 7,7% homólogos e os 9,2% do período anterior.

A taxa de poupança das famílias na zona euro recuou para os 19% no segundo trimestre e a de investimento subiu para um novo máximo de 9,4%, divulgou esta segunda-feira o Eurostat.

De acordo com o gabinete estatístico europeu, a taxa de poupança das famílias na zona euro foi de 19% no segundo trimestre do ano, abaixo dos 25,2% do período homólogo e dos 21,5% registados nos primeiros três meses do ano.

Taxa de poupança das famílias na zona euro

Fonte: Eurostat

Ao mesmo tempo, a taxa de investimento das famílias na área do euro aumentou para 9,4% no segundo trimestre de 2021, o valor mais elevado desde 2011, e que se compara com os 7,7% homólogos e os 9,2% do período anterior.

Por seu lado, a taxa de investimento das empresas fixou-se nos 23,6% na zona euro, em comparação com a de 23,1% homóloga e a de 23,9% no primeiro trimestre de 2021.

Já a margem de lucro das empresas foi de 41,2%, acima dos 38,3% registados no período homólogo, mas recuando face ao trimestre anterior (41,6%).

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IGCP só vai fazer um leilão de bilhetes do Tesouro até ao fim do ano

A agência liderada por Cristina Casalinho agendou para 17 de novembro um duplo leilão de dívida a seis e 12 meses com o qual pretende arrecadar um montante entre 1.000 a 1.250 milhões de euros.

Portugal fará poucas incursões nos mercados de dívida nestes últimos meses do ano. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) mantém a porta aberta à realização de leilões de dívida de longo prazo, mas no que toca à emissão de bilhetes do Tesouro está previsto apenas um leilão com o qual pretende arrecadar até 1.250 milhões de euros.

Na atualização ao plano de financiamento, o IGCP revela que “prevê emissões de obrigações do Tesouro através de leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão“, sendo que agendado, para já, está apenas um leilão de bilhetes do Tesouro.

Neste último trimestre do ano, a agência liderada por Cristina Casalinho agendou para 17 de novembro um duplo leilão de dívida a seis e 12 meses com o qual pretende arrecadar um montante entre 1.000 a 1.250 milhões de euros.

É habitual que nos últimos meses sejam menores as operações de financiamento, já que grande parte do montante tende a ser arrecadado nos meses anteriores. Este ano é preciso ter em conta que Portugal tem obtido empréstimos ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, a “bazuca” da União Europeia contra a Covid-19.

A dívida pública, depois de sucessivos recordes, tem vindo a descer. Baixou pelo segundo mês seguido em agosto. O endividamento das administrações públicas baixou 1.000 milhões de euros naquele mês, atingindo os 273,6 mil milhões na ótica de Maastricht (a que interessa a Bruxelas), segundo os dados revelados pelo Banco de Portugal.

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Justiça é a instituição em que os portugueses menos confiam

Um inquérito da Deco Proteste mostra a desconfiança dos portugueses no sistema judiciário, na Autoridade da Concorrência e no Banco de Portugal. No topo da lista, só a escola pública supera Marcelo.

O sistema judiciário (4) é a instituição em que os portugueses depositam menos confiança, de acordo com um inquérito realizado pela Deco Proteste e em que surgem também a Autoridade da Concorrência (4,4) e o Banco de Portugal (4,9) no grupo das avaliações mais baixas.

No extremo oposto desta tabela, divulgada poucos dias depois de um novo abalo na Justiça portuguesa com a fuga de João Rendeiro para o estrangeiro, surge o ensino público (6,9). Para medir os níveis de confiança, os 1.516 inquiridos em Portugal atribuíram uma classificação de 1 a 10.

Só a escola pública supera o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (6,7), com o Exército (6,6) a Polícia (6,5) e o Serviço Nacional de Saúde (6,3) a completarem o top 5. A Deco assinala que a gestão da pandemia de Covid-19 “contribuiu para melhorar a imagem” das autoridades de saúde, uma vez que, no inquérito feito em 2016, o índice de confiança no SNS tinha sido de 5,1.

Ainda assim, sublinha num comunicado divulgado esta segunda-feira, parece haver “um longo caminho a percorrer na melhoria do sistema”, dado que o grau de conhecimento e de confiança no Serviço Nacional de Saúde (SNS) oscilou consoante as perguntas realizadas entre abril e maio de 2021, em questionários online ou em papel, a uma amostra da população adulta, entre os 18 e os 75 anos.

“Um terço dos inquiridos, por exemplo, desconhece o valor das taxas moderadoras em vigor no SNS, e 40% não sabe como apresentar uma reclamação dos serviços prestados. Metade dos portugueses revela baixa confiança no SNS para responder atempadamente às suas necessidades, sobretudo devido ao aumento das listas de espera com a pandemia”, escreve a organização portuguesa de defesa dos consumidores.

E lá fora, de quem é que os portugueses desconfiam? A Organização Mundial de Saúde (5,8), apesar de ligeiramente reforçada em relação aos resultados de há cinco anos, antes da pandemia, vê 41% dos portugueses a não acreditar na independência da instituição, “perante os interesses da indústria farmacêutica ou dos governos”.

Seja por causa da ação dos eurodeputados, seja pela crença de que a instituição privilegia certos países e grupos económicos, o Parlamento Europeu é a outra instituição internacional com pouco nível de confiança dos portugueses (5,4 nesta escala de 1 a 10). Ainda assim, com uma pontuação superior à Comissão Europeia (5).

Num comentário global aos resultados, Rita Rodrigues, responsável de relações públicas da Deco Proteste, sublinha que “uma das razões para a desconfiança parece estar relacionada com a convicção de um elevado número de inquiridos de que estas organizações não são independentes e são permeáveis a interesses de governos ou de grupos económicos, por isso, melhorar o acesso dos cidadãos à informação pode ajudar a mitigar essa desconfiança”.

No campo empresarial, sem avançar com mais detalhes ou a lista completa das avaliações, a organização coloca a Google (7,4), Microsoft (7), IKEA (6,9) e Decathlon (6,9) no topo; e a AstraZeneca (5,1) e as operadoras de telecomunicações Nos e Nowo no fundo da lista relativa à imagem que projetam para os consumidores, com 4,9 e 4,1, respetivamente.

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Nobel da Medicina atribuído a cientistas que descobriram recetores da temperatura e do toque

  • Lusa
  • 4 Outubro 2021

Nobel da Medicina foi atribuído conjuntamente a David Julius e Ardem Patapoutian.

O prémio Nobel da Medicina foi atribuído conjuntamente a David Julius e Ardem Patapoutian pelo seu trabalho na descoberta dos recetores da temperatura e do toque, anunciou esta segunda-feira o secretário-geral do Comité Nobel, Thomas Perlmann.

David Julius nasceu em Nova Iorque, em 1955, e é atualmente professor na Universidade da Califórnia.

Ardem Patapoutian nasceu em Beirute, no Líbano, em 1967, mas mudou-se durante a juventude para os Estados Unidos e é agora cientista no instituto Scripps Research, em La Jolla, na Califórnia.

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Gabriel Bernardino vai ser o novo presidente da CMVM

O antigo presidente do supervisor europeu dos seguros vai substituir Gabriela Figueiredo Dias, cujo mandato terminou em junho. Ministério das Finanças já solicitou à CRESAP a avaliação do gestor.

Gabriel Bernardino vai ser o novo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, substituindo Gabriela Figueiredo Dias, cujo mandato terminou no final de junho. Conforme o ECO avançou, o nome foi proposto pelo Ministério das Finanças para avaliação pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP).

O antigo presidente da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA, na sigla em inglês) tinha sido convidado ainda em junho para liderar o regulador português do mercado de capitais, como noticiou o ECO, mas o processo não avançou durante o verão.

Nos últimos dias conheceu novos desenvolvimentos, com o Ministério das Finanças a dar andamento à seleção do novo presidente da CMVM. Gabriela Figueiredo Dias, que substitui Carlos Tavares em 2015, já tinha afirmado que não pretendia manter-se no cargo além do fim do mandato, o que já aconteceu há três meses.

O ministério das Finanças emitiu um comunicado este tarde a confirmar que convidou Gabriel Bernardino para o cargo e que foi solicitado à CRESAP “o relatório de avaliação curricular e adequação de competências ao exercício de cargo ao qual se aplica o estatuto de gestor público e o estatuto dos membros do Conselho de Administração da CMVM”. Depois do parecer desta entidade, e da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, onde o gestor será ouvido, a nomeação é aprovada em Conselho de Ministros.

O futuro presidente da CMVM fez carreira nos seguros e tem uma vasta experiência internacional. Terminou em março o segundo mandato como presidente da EIOPA, depois de um longo percurso no Instituto de Seguros de Portugal (atual ASF), onde ocupou o cargo de Diretor do Departamento de Desenvolvimento entre 2000 e 2007 e de Diretor Geral de Desenvolvimento e Relações Institucionais entre 2007 e 2010.

Em 2007, presidiu o grupo de trabalho Solvência II do Conselho da União Europeia, tendo sido responsável pela negociação da Diretiva Solvência II com os Estados-Membros e o Parlamento Europeu. Antes de entrar para a liderança da EIOPA, em 2011, foi presidente do Comité Europeu dos Supervisores de Seguros e Pensões Complementares de Reforma (CEIOPS) entre 2009 e 2010. É licenciado em Matemática pela Universidade Nova de Lisboa e mestre em Estatística e Optimização.

A CMVM conta atualmente com apenas três elementos no conselho de administração, o mínimo legal, depois de Filomena Oliveira, que ocupava o cargo de vice-presidente, se ter demitido em maio de 2019, após seis meses no cargo, alegando “razões sobretudo de cunho pessoal”. Em setembro de 2020, foi a vez do administrador João Gião pedir a renúncia ao cargo “por motivos familiares”, regressando às funções que desempenhava no Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Gabriel Bernardino irá exercer um mandato único de seis anos, conforme prevê atualmente a Lei-quadro das entidades reguladoras.

(Notícia atualizada com comunicado do Ministério das Finanças às 18h50)

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Renováveis já abastecem 61% do consumo de eletricidade em Portugal

De acordo com os dados da REN, nos primeiros nove meses do ano dominou a energia hidroelétricas (28%), eólica (24%), biomassa (7%) e fotovoltaica (3,7%). 31% do consumo veio de fontes poluentes.

De toda a eletricidade consumida em Portugal entre janeiro e setembro de 2021, 61% foi proveniente de produção com origem em fontes renováveis, revelou esta segunda-feira a REN. Dentro das energias “limpas”, predominaram nos primeiros nove meses do ano as fontes hidroelétricas (28%), seguidas da eólica com 24%, da biomassa com 7% e da fotovoltaica com 3,7%.

Já a produção de energia elétrica com origem em fontes fósseis abasteceu 31% do consumo, repartida por gás natural com 29% e carvão com 2%, enquanto os restantes 8% corresponderam a energia importada.

Nos primeiros nove meses do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica registou 1,13 (média histórica igual 1) e o de produtibilidade eólica 0,98 (média histórica igual 1), mostram os dados da REN

Olhando em particular para o mês de setembro, o consumo de energia elétrica ficou praticamente em linha com o verificado no mesmo mês do ano anterior, registando uma variação homóloga negativa em 0,3%, ou positiva em 0,7% considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.

No final do 3º trimestre do ano, o consumo acumulou uma variação, face ao mesmo período do ano anterior, de 1,8%, ou 2,4% com correção de temperatura e dias úteis. Relativamente a 2019, registou-se uma quebra de 1,7%.

No mês que terminou, as condições para a produção hidroelétrica ficaram próximas do regime médio com o índice respetivo a registar 1,01 (média histórica igual 1), enquanto na produção eólica se registou um índice de produtibilidade de 1,12 (média histórica igual 1).

Consumo de gás natural recua 3,5% até setembro face ao ano anterior

Já no mercado de gás natural, em setembro, manteve-se a tendência de quebra registada nos últimos meses, com uma contração homóloga de 12%, resultado de quebras de 17% no mercado de produção de energia elétrica e de 7 % no segmento convencional, que abrange os restantes consumos.

A quebra no segmento convencional deveu-se à redução de consumo nos grandes clientes industriais.

No período de janeiro a setembro, o consumo de gás natural registou, face ao período homólogo do ano anterior, uma contração de 3,5%, com o crescimento de 4,2% no segmento convencional a não ser suficiente para compensar a quebra de 16% no segmento de produção de energia elétrica.

Relativamente ao mesmo período de 2019, registou-se um recuo de 5%.

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As dissonâncias nas organizações: quem cala consente!

  • PESSOAS + EY
  • 4 Outubro 2021

Num mundo cada vez mais conectado, a transparência está a redesenhar a relação entre as pessoas e as organizações, refere Beatriz Marques, Senior Consultant EY, People Advisory Services.

Hoje, uma organização é encarada como uma autêntica glass box – um caixa de vidro – em que se consegue ver tudo aquilo que se passa no seu interior. É possível ver as pessoas, as estratégias, os processos, os valores e até as emoções de quem vive lá dentro.

Esta realidade representa uma evolução, dado que até há pouco tempo as organizações eram encaradas como caixas opacas, sendo muito difícil compreender o que se passava lá dentro. Apenas deixavam transparecer para o exterior aquilo que estava “aprimorado do lado de fora da caixa” e que, na maioria das vezes, era o que chegava através das campanhas de marketing.

Apesar da atual evolução, existem ainda algumas organizações em que a realidade que é vivida internamente não corresponde àquilo que é comunicado para o exterior.

Quando isto acontece, acaba por se dar uma dissonância cognitiva. Este conceito remete para a necessidade de o indivíduo procurar coerência entre suas cognições, isto é, conhecimentos, opiniões ou crenças. A dissonância ocorre quando existe uma incoerência entre as atitudes ou comportamentos nos quais o indivíduo acredita serem certos e o que realmente é praticado.

Quais são as dissonâncias mais comuns ao nível das organizações?

Na minha opinião existem algumas dissonâncias que tipicamente se destacam de forma transversal nas organizações, que estão assentes na Cultura Organizacional e nas Lideranças.

Concretizando alguns exemplos entre a narrativa que é comunicada e praticada no dia a dia:

  • Comunica-se que é parte da cultura de uma organização o comportamento de “sair fora da caixa”, assumir riscos, procurando inovar. Contudo, quando as pessoas erram, são punidas ou rotuladas de alguma forma.
  • Apregoam-se culturas autênticas, próximas, assentes na confiança e na colaboração. Todavia, revelam-se culturas hierárquicas, com falta de comunicação e transparência.
  • Promove-se o empowerment nos colaboradores e a capacidade de tomar decisões, mas, quando é solicitado algum guidance às chefias, assume-se que não têm autonomia e que não têm capacidade para desenvolver o seu trabalho, sendo mais tarde prejudicados.
  • Divulga-se que, cada vez mais, as organizações estão preocupadas com a saúde mental e o wellbeing dos colaboradores. Porém, verifica-se um excesso de workload, que ultrapassa os horários “normais” e é exigido o cumprimento de objetivos, cada vez mais, ambiciosos.

"Cada organização poderá estar num estádio de maturidade diferente, no entanto, acredito que a missão de cada um de nós passa por ter coragem de trazer para cima da mesa o que é disfuncional, para atuar como facilitador da mudança.”

Beatriz Marques

Senior Consultant EY, People Advisory Services

O que podemos fazer para evitar estas dissonâncias?

Estas dissonâncias podem impactar negativamente a experiência do colaborador na organização, pelo que é importante manter uma visão crítica, ampla e o discernimento de identificar aquilo que não é funcional na cultura organizacional.

Adicionalmente, é fundamental preparar e apoiar as lideranças no desenvolvimento de algumas skills que promovam na organização os comportamentos desejados.

Mudar crenças disfuncionais enraizadas poderá ser um desafio, mas terá a vantagem de olhar para o que efetivamente podemos alterar e mobilizar para uma mudança de atitudes e mindset.

Cada organização poderá estar num estádio de maturidade diferente, no entanto, acredito que a missão de cada um de nós passa por ter coragem de trazer para cima da mesa o que é disfuncional, para atuar como facilitador da mudança, através de um diálogo constante e de uma postura positiva, procurando ressaltar aquilo que é funcional para os vários grupos que convivem na organização.

Ao garantir a cultura como um eixo firme e, simultaneamente, flexível, em constante evolução, é possível promover a humanização das organizações e ser mais fiel na experiência que é vivenciada internamente e que é partilhada para o exterior.

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Governo não propõe aumentos salariais gerais para funcionários públicos

O Orçamento do Estado não deverá trazer um aumento dos salários dos funcionários públicos, já que o Governo não apresentou qualquer proposta nesse sentido aos sindicatos.

No próximo ano, os funcionários públicos poderão não ter aumentos salariais, já que o Governo não apresentou qualquer proposta nesse sentido aos sindicatos, na reunião de negociação coletiva anual desta segunda-feira. À saída desse encontro no Ministério da Administração Pública, o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, revelou que, em 2022, “vai haver aumento do salário mínimo” e que o Governo disse que “não há margem para mais aumentos na Função Pública. Na mesma linha, a líder do Sindicato dos Quadros Técnicos Superiores (STE), Maria Helena Rodrigues, adiantou que foi sinalizado que em 2023 poderá haver uma atualização remuneratória. Já o líder da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) assegurou que a questão dos salários não está fechada e dependerá da avaliação macroeconómica que o Governo ainda não finalizou.

“Não houve apresentação de qualquer atualização salarial [para 2022]. Eventualmente, a proposta que poderá acontecer é em 2023“, disse a sindicalista, em declarações aos jornalistas. Questionada sobre se o que foi deixado foi um sinal ou uma promessa, Maria Helena Rodrigues explicou que o Governo indicou que em 2023 “com certeza será possível olhar para as coisas de outra forma“.

Também o líder da Frente Comum adiantou aos jornalistas que o Governo disse que não haverá aumentos salariais, em 2022. “O Governo disse que vai haver aumento do salário mínimo e que não há margem para mais aumentos na Função Pública“, assegurou Sebastião Santana, classificando como “negativa” esta ronda negocial.

Já José Abraão garantiu aos jornalistas que o Governo indicou ter vontade de cumprir a promessa deixada em 2019 para 2020 — mas que a pandemia acabou por impedir — de avançar com aumentos de 1% para todos os funcionários públicos, não estando esta questão ainda fechada. José Abraão explicou que a proposta depende da avaliação macroeconómica que o Governo ainda não finalizou.

Por outro lado, a líder do STE revelou que o Executivo mostrou-se aberto a começar a revisão da carreira de técnico superior, a partir do próximo ano, o que significa que as mudanças produziriam efeitos também só em 2023. O Governo tem dito, repetidamente, que é necessário valorizar os técnicos superiores, nomeadamente através do reforço da remuneração de entrada na carreira. O ministro das Finanças, João Leão, chegou mesmo a adiantar que queria levantar a cabo essa atualização já no próximo Orçamento do Estado, mas esta segunda-feira o Governo não apresentou qualquer proposta concreta nesse sentido aos sindicatos, assegurou Maria Helena Rodrigues e confirmou, entretanto, o Governo no projeto de articulado do OE.

Já José Abraão explicou aos jornalistas que o Governo admitiu melhorar a posição de ingresso na carreira de técnico superior e repercutir essa melhoria nas posições seguintes. Para o sindicalista, a proposta apresentada pelo Governo, no seu todo, é “pobre” e gera “frustração”, por estar “aquém das expectativas” dos trabalhadores.

Aos jornalistas, Maria Helena Rodrigues avançou, por outro lado, que o próximo Orçamento do Estado deverá trazer a fixação de um valor do subsídio de risco e insalubridade para os assistentes operacionais. “Pensamos que não é de subsídios que o trabalhador vive, mas da remuneração do seu trabalho”, atirou a líder do STE.

Em 2021, esse subsídio ficou previsto no Orçamento do Estado, diploma que tem efeitos transitórios, reconhece o Governo agora no projeto de decreto-lei partilhado com os sindicatos. Mais: Este ano, houve algumas dificuldades na “operacionalização” deste complemento, tarefa a cargo das autarquias. Assim, o Executivo diz querer agora proceder à consagração definitiva deste subsídio, definindo que deve equivaler, para as situações de risco baixo, a 3,36 euros. Já para as situações de risco médio, deverá corresponder a 4,09 euros. Em em caso de risco elevado, equivalerá a 4,99 euros ou 15% da remuneração base diária, “sendo abonado o que corresponde ao valor superior”.

Também do OE2022, deverá constar “eventualmente” a alteração do sistema de recrutamento, de modo a que seja mais simplificado, medida a que o STE não se opõe, desde que sejam garantidos os direitos dos trabalhadores. De resto, sindicatos e Governo deverão continuar a negociar a revisão do sistema de avaliação de desempenho dos funcionários públicos, processo que está parado desde maio.

Esta foi a primeira de duas reuniões de negociação coletiva anual entre o Ministério da Administração Pública e os sindicatos. A segunda acontecerá dia 7 de outubro. Nessa reunião, o Governo deverá apresentar contornos mais concretos das “intenções” apresentadas esta segunda-feira, segundo o líder da Frente Comum.

(Notícia atualizada às 14h05)

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Ferro Rodrigues sublinha importância de interconexões energéticas para Portugal e Espanha

  • Lusa
  • 4 Outubro 2021

Há várias semanas que o preço da eletricidade tem vindo a bater recordes sucessivos no Mibel (Mercado Ibérico de Eletricidade) e os governantes estão preocupados.

O presidente da Assembleia da República sublinhou esta segunda-feira em Madrid que as interconexões energéticas e a cooperação em segurança e defesa são alguns dos desafios comuns que Portugal e Espanha têm de enfrentar na Europa.

Eduardo Ferro Rodrigues e a presidente do Congresso dos Deputados de Espanha, Meritxell Batet Lamana, inauguraram hoje o 9º Fórum Parlamentar Luso-Espanhol que vai fazer o balanço e a avaliação anual das relações bilaterais entre os dois países.

Ferro Rodrigues recordou que a reunião de um dia também vai contribuir para “ajudar a preparar” a cimeira luso-espanhola, cuja 32.ª edição vai ter lugar a 28 de outubro próximo em Trujillo, na Comunidade Autónoma da Extremadura.

Neste encontro entre os Governos de Portugal e Espanha “Portugal vai continuar a insistir nas interconexões energéticas”, disse o Presidente da Assembleia da República.

Há várias semanas que o preço da eletricidade tem vindo a bater recordes sucessivos no Mibel (Mercado Ibérico de Eletricidade) e os governantes estão preocupados com as implicações que isso está a ter no aumento da fatura das famílias.

Ferro Rodrigues manifestou a “preocupação com a tensão entre a Argélia e Marrocos”, com o primeiro país a anunciar a sua intenção de não fazer uso do gasoduto que atravessa o segundo, o que “pode ter um impacto negativo acrescido no abastecimento e no preço do gás natural”.

No discurso que proferiu Ferro Rodrigues também referiu os “novos desafios” na área da segurança e defesa internacionais tendo passado em revista as ameaças à estabilidade que têm aparecido em várias partes do globo.

“Na segurança e defesa enfrentamos desafios emergentes, reflexo de novas correlações de forças na comunidade internacional e do impacto de novas tecnologias críticas e emergentes”, disse o presidente do parlamento português, acrescentando que é com preocupação que vê “postos em causa os fundamentos em que assenta a ordem internacional multilateral, assente em regras”.

O presidente da Assembleia da República salientou ainda a necessidade de os dois países continuarem a trabalhar para resolver os problemas das populações das zonas da fronteira entre Portugal e Espanha, com “enfoque nas questões do despovoamento local, e da perceção de afastamento do progresso e prosperidade económica e social”.

“É fundamental que os dois países consigam dar resposta aos problemas da interioridade e do repto demográfico. Sem expectativas de futuro de vida, não conseguiremos fixar as populações locais”, sublinhou.

No discurso que fez, a presidente do Congresso dos Deputados de Espanha, Meritxell Batet Lamana, referiu o ex-Presidente português Jorge Sampaio, falecido recentemente, como sendo um “europeísta convicto” que sabia da importância das reuniões como o presente fórum para os avanços na cooperação europeia.

Os discursos de abertura desta manhã foram seguidos de três painéis de discussão sobre os “desafios comuns” que Portugal e Espanha enfrentam na Europa.

Neles, estão a ser abordadas questões relacionadas com as interconexões energéticas, cooperação em segurança e defesa, colaboração transfronteiriça na luta contra o despovoamento e o desafio demográfico, infraestruturas, mobilidade, serviços públicos, desenvolvimento económico, inovação digital e proteção ambiental, bem como cooperação na educação e cultura.

A cerimónia de encerramento do 9º Fórum Parlamentar luso-espanhol, no qual falarão os presidentes das duas câmaras legislativas, está agendada para as 16:30 (15:30 em Lisboa).

Este fórum realiza-se desde 2009, reunindo regularmente delegações das duas instituições.

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