Resultado das eleições deixa Alemanha num impasse

Resultados dão vitória aos sociais-democratas, com uma curta vantagem sobre a CDU/CSU, que regista o pior resultado de sempre. Verdes passam a terceira maior força política

Os resultados oficiais preliminares dão ao SPD a vitória nas eleições parlamentares alemãs, com 25,7% dos votos e 206 deputados eleitos. O partido liderado por Olaf Scholz consegue assim interromper o ciclo de quatro escrutínios seguidos em que a união entre a CDU e a CSU foi sempre a mais votada. Com 24,1%, os democratas-cristãos registam o pior resultado de sempre e ficam-se pelos 196 deputados. Mas podem, mesmo assim, vir a formar governo.

A noite também sorriu aos Verdes, embora não tanto quanto desejavam, com o partido liderado por Annalena Baerbock a saltar para o terceiro lugar, passando de 8,9% em 2007 para 14,8% nestas eleições, que lhe dão 118 deputados. Quem também consegue um excelente resultado são os liberais do FDP, que aumentam a votação de 10,7% para 11,5%, elegendo 92 parlamentares para o Bundestag.

As sondagens à boca das urnas mostram que foi sobretudo entre os jovens e os novos votantes que estes dois partidos mais conquistaram terreno, enquanto as gerações mais velhas preferiram as forças tradicionais. São também eles que têm a chave do próximo governo, que terá forçosamente de reunir o apoio de três partidos para formar uma maioria parlamentar. A última vez que isso aconteceu na Alemanha foi logo após a Segunda Guerra Mundial.

O resultado eleitoral deixa o país num impasse, com SPD e CDU/CSU a quererem governar e a disputarem nas próximas semanas e meses o apoio de Verdes e FDP.

Após serem conhecidos as primeiras projeções e os líderes terem falado nas respetivas sedes de campanha, reuniram-se no domingo à noite para um debate transmitido pela ZDF e a ARD, onde todos disseram querer um acordo rápido, de preferência até ao Natal, mas sem que as duas forças políticas que vão decidir para que lado cai a liderança do Governo — Verdes de FDP — tenham tornado claro com quem se pretendem juntar, apesar de cobiçadas por Olaf Scholz (SPD) e Armin Laschet (CDU).

Os moderadores bem insistiram, mas nem Christian Lindner (FDP) nem Annalena Baerbock (Verdes) quiseram abrir o jogo. “Não vou começar as negociações num debate televisivo”, atirou o líder dos liberais, embora reconhecendo que as políticas que defende estão mais próximas da CDU. Os dois aproveitaram para deixar clara a sua importância e as suas prioridades nas conversações que se vão seguir.

Esta noite mostrou de forma muito clara que os eleitores querem os Verdes e a sua política no governo”, sublinhou Baerbock, que antes tinha assumido responsabilidade por o partido não ter alcançado um resultado mais robusto, apesar do significativo crescimento face aos 8,9% conseguidos há quatro anos. A líder dos Verdes voltou a defender a necessidade de um forte programa de investimento público, sem os constrangimentos do travão orçamental, que determina que o défice estrutural não pode ser superior a 0,35% do PIB. E, claro, uma agenda ambiciosa de digitalização e neutralidade carbónica.

Aqueles dois últimos pontos são a única consonância relevante com o FDP. O líder dos liberais não quer aumentos de impostos, nem um alívio nas restrições orçamentais ou um gigantesco pacote de investimento público. Pelo contrário, quer menor carga fiscal e medidas amigas das empresas.

Ficou evidente que o mais difícil será talvez conciliar as posições destes dois partidos, que serão decisivos para haver coligação, já que sociais-democratas e democratas-cristões não querem repetir a fórmula dos últimos anos. O líder dos liberais, Christian Lindner, sugeriu mesmo que as primeiras conversações fossem entre o seu partido e os Verdes.

Mesmo ficando em segundo, Armin Lashet quer suceder a Angela Merkel. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para formar um governo federal sob a liderança da CDU/CSU”, garantiu no debate. Daí que tenha defendido que uma coligação entre a CDU/CSU, os Verdes e a FDP seria mais natural do que uma combinação destes últimos com o SPD. Ficar no executivo é também crucial para Markus Söder, o líder da CSU, que no próximo ano vai a eleições na “sua” Baviera.

Olaf Sholz, atual ministro das Finanças e líder do SPD, afirmou que “os resultados dão um mandato muito claro ao SPD” para formar governo. Mas como o que conta são as negociações, fez questão de salientar o que aproxima os sociais-democartas dos Verdes em matéria ambiental — “as metas são as mesmas, é uma questão de discutir como lá chegar” — e no investimento público.

O candidato tem ainda a seu favor o facto de as sondagens apontarem-no como o preferido para ocupar a cadeira de Angela Merkel. Segundo um inquérito do Forschungsgruppe Wahlen para a estação de televisão ZDF Olaf Scholz é o preferido para suceder a Merkel, com 48% contra 24% de Armin Laschet. O SPD é também o preferido para liderar o próximo governo (55%), muito acima da União (CDU/CSU) com 36%.

Aquilo em que todos os líderes dos quatro partidos mais votados concordam é na necessidade de chegar rapidamente a um acordo. Olaf Sholz garantiu que “vai tudo fazer para que as negociações terminem antes do Natal” e Angela Merkel não tenha de voltar a fazer a mensagem de Ano Novo ao país. Mas com a necessidade de uma coligação a três, tudo pode acontecer.

Em cima da mesa estão sobretudo duas combinações de partidos. A coligação semáforo, que junta SPD, Verdes e FDP, que conseguiria 416 lugares no Bundestag, ou a coligação Jamaica, com os cristãos-democratas no lugar dos sociais-democratas, que teria 416 deputados.

Além da hecatombe da CDU/CSU, que caiu 8,8 pontos, dos 32,9% para os 24,1%, a terceira maior de sempre na história eleitoral do país, os outros derrotados da noite foram os partidos da extrema-direita e extrema-esquerda. A Alternativa para a Alemanha (AfD) viu a votação recuar de 12,6% para 10,3%, embora alargando a influência no Leste da Alemanha, ficando com 83 deputados num hemiciclo que terá 735.

Pior resultado teve a esquerda do Die Linke, com um trambolhão de 9,2% para 4,9%. Apesar de não ter chegado aos 5% nas listas nacionais do partido, o mínimo para ter representação no Bundestag, o facto de terem eleito três deputados pelos círculos locais permite-lhes assegurar essa representação, ficando com 39.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Covid-19 ditou a maior queda na esperança média de vida desde a Segunda Guerra Mundial

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Setembro 2021

Face a 2019, a esperança média de vida caiu mais de seis meses no ano passado em 22 dos 29 países analisados num estudo da Universidade de Oxford, uma queda atribuída à pandemia de Covid-19.

Um estudo publicado pela Universidade de Oxford mostra que a pandemia de Covid-19 levou à maior redução da esperança média de vida desde a Segunda Guerra Mundial, revela a Reuters.

Face a 2019, a esperança de vida caiu mais de seis meses no ano passado em 22 dos 29 países analisados no estudo, que abrangeu a Europa, os Estados Unidos e o Chile. Segundo a universidade, esta redução da esperança de vida em diferentes países poderá estar ligada às mortes oficiais por Covid-19, que já chegam quase aos 5 milhões.

Os resultados mostram que se registaram maiores quedas na esperança média de vida dos homens do que das mulheres na maioria dos países, verificando-se o maior declínio nos homens norte-americanos, que viram a esperança de vida diminuir em 2,2 anos em relação a 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Feedzai muda de escritório no Porto. Semana de trabalho de quatro dias regressa em agosto de 2022

Em Portugal, trabalhadores da "unicórnio" portuguesa inclinam-se "ligeiramente" para o trabalho remoto. Startup tem ainda 52 vagas de trabalho por preencher.

A Feedzai está a mudar-se para um novo escritório no Porto, espaço que irá receber os funcionários que escolheram o trabalho presencial ao longo dos próximos seis meses. Depois do piloto da semana de trabalho de quatro dias no passado mês de agosto, a “unicórnio” vai repetir esse modelo todos os anos no mesmo mês. E ainda há 52 vagas de emprego em aberto.

Ao ver o sucesso da semana de trabalho de quatro dias na Islândia, a Feedzai decidiu fazer a mesma experiência em agosto com os seus mais de 500 trabalhadores em Portugal e EUA e espalhados por cidades como Londres, Sidney e Hong Kong, congregando mais de 20 nacionalidades.

“O sentimento dos colaboradores foi positivo. Como iniciativa, está perfeitamente alinhada com o nosso foco no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e, efetivamente, passou a mensagem de que queremos que as pessoas façam pausas. Agosto foi a altura certa para fazê-lo”, diz Dalia Turner, VP of People da Feedzai, à Pessoas.

Ao nível de produtividade, a redução da semana de trabalho gerou resultados “em linha com o que esperávamos”, afirma. “O serviço aos clientes foi mantido, nada caiu por terra, todos os objetivos que pretendíamos atingir em agosto foram alcançados”, assegura.

Mas, nesta fase, a companhia não vai avançar com este modelo da semana de quatro dias de forma alargada a todo o ano: “Não digo que não o possamos fazer algures no futuro, mas não é algo com que nos vamos comprometer neste momento”, diz a VP Person da Feedzai.

Aquilo com que, neste momento, a startup está disposta a se comprometer é com a repetição desta iniciativa em todos os meses de agosto: “É algo que temos intenção de fazer todos os agostos, portanto, vamos repetir em agosto do próximo ano”, adianta Dalia Turner.

Portugueses “tendem ligeiramente” para trabalho remoto

Contudo, como modelo mais imediato, e numa altura em que as empresas estão a fazer regressar os colaboradores ao escritório, a Feedzai quer dar aos trabalhadores a possibilidade de, num período de seis meses, escolherem em que moldes preferem trabalhar: se baseados no escritório ou de forma remota. O modelo de regresso é variado. “Depende da localização”, diz Dalia Turner.

“No nosso escritório de Hong Kong, a quase totalidade dos colaboradores indica que prefere estar, sobretudo, no escritório. Em Portugal, é um pouco mais equilibrado: quase metade disse que preferia estar ou no escritório ou de forma remota (tendendo ligeiramente para o modelo remoto). E, nos EUA, sobretudo no nosso escritório em San Mateo (São Francisco), optaram mais por um modelo remoto”, descreve.

Com dez escritórios em países como Portugal, EUA, Reino Unido, Austrália, Singapura e Hong Kong, a empresa conta “manter o status quo em termos da área de escritórios” que tem atualmente “nos próximos 12 meses, porque os colaboradores terão a possibilidade de escolher (o modelo que preferem) a cada seis meses”, explica.

Em Portugal quase metade (dos trabalhadores) disse que preferia estar ou no escritório ou de forma remota (tendendo ligeiramente para o modelo remoto).

“Antecipo que, à medida que as pessoas se sintam mais confortáveis, mais pessoas queiram voltar ao escritório e, daqui a um ano, avaliamos o que faz mais sentido como solução mais permanente — se será algo flexível ou mantermos o que temos hoje”, continua.

Porto tem novo escritório

Em Portugal, onde a empresa mantém a sede e cerca de 60% dos colaboradores, a opção recaiu ligeiramente para o trabalho remoto. Na zona Norte, no Porto, os colaboradores que optem por trabalhar a partir do escritório terão um novo espaço. Com aproximadamente 980 metros quadrados, o novo escritório tem capacidade para um total de 100 colaboradores e está localizado no recém-inaugurado Porto Business Plaza, entre a Rua de Santos Pousada e o Campo 24 de Agosto.

“Aproveitamos a oportunidade, em que as pessoas estavam a trabalhar a partir de casa por causa da Covid, para pensarmos no escritório, para que tivesse mais zonas de colaboração, fosse mais aberto e mais adaptado ao modelo flexível que vamos adotar”, comenta Dalia Turner.

“A nossa política de trabalho remoto permite que os colaboradores estejam ou mais baseados no escritório ou em trabalho remoto. Temos de de assegurar que temos espaços preparados para trabalhadores que querem estar num ambiente onde têm um monitor e um bom sítio para trabalhar, mas também para equipas que se querem juntar para colaborar, temos este espaço desenhado de modo a responder às duas situações”, destaca.

regras transversais a todos os espaços. “Em todos os escritórios acabamos com a ideia de ‘a minha secretária’. Se um colaborador vai ao escritório — em qualquer um dos nossos escritórios — tem de se registar e indicar qual a secretária onde se vai sentar, se for para o escritório todos os dias pode, se o quiser, sentar-se sempre nessa secretária, mas no fim do dia tem de sair. E a razão pela qual estamos a fazer isso é para assegurarmo-nos de que podemos manter em todas as nossas localizações o nível de limpeza e segurança para todos”, refere.

“Isso é algo que estamos a fazer de forma consistente em todas as localizações. Mas depois há uma série de iniciativas que estão a ser impulsionadas por países”, comenta. É o caso da vacinação nos EUA. No início de setembro, a administração Biden — num esforço de conter o impacto da variante Delta — anunciou a intenção de tornar mandatório que empresas com mais de 100 trabalhadores exijam vacinação ou testes semanais ao coronavírus, uma decisão que afeta cerca de 80 milhões de norte-americanos, segundo noticiou a Associated Press.

“Estamos a avaliar o que isso significa para nós na Feedzai e estamos a avaliar o que teremos de fazer de diferente — se tivermos de fazer alguma coisa — para cumprirmos com isso. Mas só porque tem de acontecer nos EUA não quer dizer que tenha de acontecer em todo o lado. Estamos a monitorizar todas as questões legais e legislações em todos os países onde os escritórios estão localizados para assegurar que estamos a cumprir com o que é necessário“, diz Dalia Turner.

52 vagas em aberto

À procura de reforçar operações em Portugal, a Feedzai, que este ano contava contratar cerca de 180 colaboradores em todo o mundo, tem ainda 52 vagas em aberto, para várias funções, como data scientists, software engineers e analistas para a equipa financeira.

Todas as vagas em território nacional têm um modelo flexível que permite o trabalho a partir de um dos escritórios ou principalmente à distância. Todas as vagas ativas podem ser vistas na página oficial de recrutamento da empresa: a Feedzai Careers.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mulheres ganham 9% das câmaras, menos do que em 2017

  • Lusa
  • 27 Setembro 2021

Das 308 câmaras do país, 28 foram ganhas por uma mulher, o que corresponde a aproximadamente 9% do total e menos do que as 32 autarcas eleitas em 2017, de acordo com o EyeData.

Das 308 câmaras do país, 28 foram ganhas por uma mulher, o que corresponde a aproximadamente 9% do total e menos do que as 32 autarcas eleitas em 2017, segundo o portal de dados estatísticos EyeData.

Numa altura em que os resultados de 98% das freguesias estão apurados, o PS foi quem mais elegeu mulheres para presidente de câmara, com 18 das 28, o que corresponde a 12,86% do total de câmaras que o partido venceu.

Seguiu-se o PPD/PSD, com quatro câmaras lideradas por mulheres (5,80% do total de câmaras ganhas pelo PSD), as coligações PSD/CDS-PP que conseguiram eleger três mulheres para presidente de câmara e o Partido Comunista Português (PCP) (que concorre coligado com o Partido Ecologista Os Verdes – PEV) com duas mulheres na liderança (11,11% do total de câmaras que o partido ganhou).

Por fim, o Movimento Independente Anadia Primeiro (MIAP) elegeu Teresa Belém para presidente daquela câmara, com 45,34% dos votos.

Cristina Calisto (PS), eleita para presidente da Câmara Municipal de Lagoa, nos Açores, foi a mulher que alcançou a maior percentagem de votos (62,63%).

Pelo contrário, Helena Lapa (PS) foi eleita para presidir à câmara de Sabrosa com a menor percentagem de votos (28,86%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: rendas, emprego e esperança de vida

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Setembro 2021

Os berlinenses apoiam a expropriação de grandes imobiliárias face ao aumento das rendas na capital alemã. EUA, Reino Unido e UE aflitos com falta de mão-de-obra. E a Covid reduziu esperança de vida.

Perante o aumento das rendas, a maioria dos residentes em Berlim são a favor da expropriação do alojamento de grandes empresas imobiliárias na capital alemã. Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia estão a braços com a contínua falta de mão-de-obra, mesmo depois do término das medidas de apoio ao emprego que vários Governos implementaram durante a pandemia de Covid-19, a mesma que reduziu a esperança média de vida no maior número desde a Segunda Guerra Mundial. Conheça esta e outras notícias da atualidade internacional.

Bloomberg

Berlinenses apoiam expropriação de grandes proprietários face à subida das rendas

Mais de 56% dos eleitores em Berlim apoiaram um referendo não vinculativo para expropriar o alojamento de grandes empresas imobiliárias na capital alemã, face ao aumento das rendas. Em caso de aprovação, esta medida poderia significar a transferência de cerca de 226 mil apartamentos para mãos públicas — incluindo os da imobiliária Deutsche Wohnen, detentora de mais de 100 mil imóveis em Berlim. Esta medida, que se aplicará às empresas imobiliárias que possuem mais de 3.000 unidades de arrendamento, sublinha a crescente divisão entre as pessoas que se sentem pressionadas por um mercado de aluguer cada vez mais caro e aquelas que querem manter Berlim como um centro que atrai empresas, capital e investimento imobiliário.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Financial Times

EUA, UE e Reino Unido aflitos com falta de mão-de-obra

Chris Gray, da Manpower no Reino Unido, aponta que as empresas britânicas estão a fazer quase tudo “para encontrar os braços e pernas para fazerem o trabalho”, aumentando salários, pagando formações e relaxando os requisitos laborais. Gray considera que esta falta de trabalhadores irá continuar mesmo após a próxima semana, em que o Reino Unido põe fim ao esquema de trabalho a curto prazo que pagou durante a pandemia. Esta escassez de mão-de-obra, mesmo após o fim das medidas de apoio ao trabalho no combate à Covid-19, está também a acontecer nos EUA e na União Europeia.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Reuters

Covid-19 ditou a maior queda na esperança média de vida desde a Segunda Guerra Mundial

Um estudo publicado pela Universidade de Oxford mostra que a pandemia de Covid-19 levou à maior redução da esperança média de vida desde a Segunda Guerra Mundial. A esperança de vida caiu mais de seis meses em 2020 face a 2019 em 22 dos 29 países analisados no estudo, que abrangeu a Europa, os Estados Unidos e o Chile. Segundo a universidade, esta redução da esperança de vida em diferentes países poderá estar ligada às mortes oficiais por Covid-19, que já chegam quase aos 5 milhões.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

The Wall Street Journal

Polestar prepara-se para rumar à bolsa avaliada em 21 mil milhões

A Polestar, fabricante sueca de carros elétricos que pertence à Volvo, está perto de alcançar um negócio com a Gores Guggenheim para entrar em bolsa. Caso esta operação se concretize, a Polestar ficará avaliada em 21 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros), incluindo a dívida. A empresa sueca levantou 550 milhões em financiamento em abril e anunciou planos em junho para construir veículos elétricos desportivos na fábrica da Volvo na Carolina do Sul, a partir do segundo semestre de 2022.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Business Insider

CEO da Pfizer prevê ser possível “voltar à vida normal” dentro de um ano

O CEO da Pfizer, Albert Bourla, acredita que a vida voltará ao normal dentro do próximo ano, embora considere que vão continuar a surgir novas variantes da Covid-19 por todo o mundo. “Dentro de um ano penso que poderemos voltar à vida normal”, disse. Apesar do cenário otimista, Bourla disse à ABC News que acreditava que a “Covid-19 iria provavelmente requerer vacinação anual para enfrentar as variantes que surgem em todo o mundo”. Os comentários de Bourla surgem depois de o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, ter afirmado que a pandemia terminaria “dentro de um ano”.

Leia a notícia completa no Business Insider (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novos escalões de IRS aliviam famílias? Poupança máxima nem chegou a 300 euros em 2018

O Governo está a ponderar voltar a desdobrar os escalões do IRS para dar algum alívio fiscal às famílias da classe média. Quando mexeu nas taxas em 2018, a poupança máxima nem chegou aos 300 euros.

O Orçamento do Estado para 2022 poderá trazer um novo desdobramento dos escalões de IRS, medida cujo objetivo é aliviar a carga fiscal a que as famílias da classe média estão atualmente sujeitas. Ainda não se conhece, contudo, nem o desenho dos novos níveis de rendimento coletável, nem as taxas que estarão associadas, contornos que serão determinantes para avaliar o impacto real destas mexidas no bolso dos contribuintes. No último desdobramento feito aos escalões, em 2018, a poupança máxima conseguida pelos portugueses nem chegou aos 300 euros.

No final de agosto, o primeiro-ministro sinalizou, em entrevista ao Expresso (acesso pago), que os escalões do IRS poderão vir a ser sujeitos a mexidas, no próximo ano, tendo sublinhado, nessa altura, quea medida faz parte do programa do Governo. Já mais recentemente, o chefe do Executivo veio detalhar que há, sobretudo, dois escalões que merecem ser revistos: o terceiro (que hoje abrange rendimentos entre 10.732 euros e 20.322 euros) e o sexto (que cobre rendimentos entre 36.967 euros e 80.882 euros).

Portugal tem hoje, de acordo com o Código do IRS, sete escalões de rendimento coletável. Ora, se o desdobramento sinalizado se traduzir em mais dois níveis nessa tabela, o país passará a ter nove taxas de imposto, um recorde na história da fiscalidade portuguesa e também o valor mais alto entre os vários Estados-membros da União Europeia.

Os fiscalistas ouvidos pelo ECO têm, no entanto, alertado que ter mais escalões de IRS não é necessária e intrinsecamente vantajoso, ou seja, é preciso conhecer, antes, o desenho dos novos níveis de rendimento coletável e as taxas associadas para avaliar o efeito real desta medida no bolso dos contribuintes portugueses.

Isto mesmo sublinhou Luís Leon, da Deloitte, em declarações ao ECO: “Não conseguimos, nesta fase, [avaliar] se a redução será significativa ou não sem saber quais vão ser os escalões e as taxas“. O fiscalista lembrou que, em 2018, por exemplo, o valor máximo de redução do IRS por efeito do desdobramento feito nessa ocasião nos escalões “não chegou a 300 euros por ano“. As simulações da EY confirmam-no.

Em 2018, já com António Costa na liderança do Governo, os escalões do IRS passaram de cinco para os atuais sete (ou seja, mais dois, tal como sinalizado para 2022), depois do “enorme aumento de impostos” de Vítor Gaspar, que tinha resultado num encolhimento dessa tabela.

Com o desdobramento levado a cabo pelo Executivo socialista, os contribuintes com salários de 2.300 euros a 2.600 euros, brutos, destacaram-se como os que tiveram a maior poupança: 293,27 euros, no conjunto do ano (cerca de 21 euros por mês, em 14 meses), simulou, na altura, a EY. Por exemplo, um trabalhador solteiro, sem filhos, com uma remuneração de 2.500 euros teve uma redução total de 496,53 euros. A esta poupança é preciso “descontar o impacto da eliminação da sobretaxa, que já estava prevista, pelo que o alívio fiscal decorrente da alteração de escalões traduziu-se numa redução de 293 euros, no IRS“, explica Anabela Silva, partner da consultora.

E acrescenta: “As mexidas nos escalões de IRS [levadas a cabo em 2018] não trouxeram qualquer alívio fiscal para contribuintes com rendimentos coletáveis anuais superiores a 45.500 euros. Ou seja, a partir daquele patamar, a redução no IRS resultou do fim da sobretaxa em 2018″.

É importante explicar que, em 2018, o Governo desdobrou os antigos segundo e terceiro escalões, pelo que a mexida agora anunciada (para o terceiro e sexto escalões) deverá abranger um grupo de contribuintes diferente.

De resto, em 2018, o desdobramento de dois escalões foi também uma cedência do Governo de António Costa aos partidos mais à esquerda, que pediam um alívio mais amplo do que o segundo escalão de rendimento coletável. Já desta vez, o primeiro-ministro sinalizou o desdobramento sem ter sequer negociado primeiro com os partidos mais à esquerda.

A proposta do Orçamento do Estado para 2022 deverá ser entregue pelo Governo na Assembleia da República a 11 de outubro. Depois dessa data, poderá ainda ser alvo de alterações, no âmbito da discussão e negociação na especialidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Destinos turísticos menos massificados, digitalização e preocupações ambientais vieram para ficar

  • Lusa
  • 27 Setembro 2021

A procura por destinos turísticos menos massificados e com maiores preocupações ambientais são algumas das transformações provocadas pela Covid-19 no setor do turismo que vieram para ficar.

A procura por destinos turísticos menos massificados e com maiores preocupações ambientais, bem como uma maior aposta na digitalização são algumas das transformações provocadas pela pandemia de Covid-19 no setor do Turismo, que vieram para ficar, segundo algumas associações.

Para assinalar o Dia Mundial do Turismo que se celebra esta segunda-feira, a Lusa perguntou a algumas das associações mais representativas do setor em Portugal o que mudou de forma permanente devido à pandemia.

“Uma maior aposta na digitalização, a utilização de serviços de entrega ao domicílio através da utilização de plataformas, proporcionar experiências integradas que criem memórias e emoções e continuar a privilegiar as medidas de segurança e higiene sanitária, são propostas que podem criar valor acrescentado para os negócios”, destacou a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto.

Já no que diz respeito ao consumidor, esta associação defende que se deve procurar “corresponder às suas novas exigências de procura, que hoje se centram muito mais em destinos menos massificados e com maiores preocupações ambientais”, acreditando que se trata de “tendências que vieram para ficar, e que por essa razão é preciso adaptar e mudar para evoluir”.

“A crise sanitária que ainda atravessamos deve fazer-nos refletir sobre os efeitos que esta provocou no turismo e também no turista, com novas tendências que, embora impostas pela pandemia, podem perdurar no tempo e criar novas oportunidades para os negócios do alojamento turístico e da restauração e bebidas”, apontou Ana Jacinto.

Por seu turno, na perspetiva da vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, falar no que mudou em Portugal no Turismo por causa da pandemia não é possível. “Se mudou em Portugal é porque mudou no mundo”, considerou.

“Na operação – hoteleira e outras – houve com certeza muitas alterações, adaptações e revisões de procedimentos. Muitas destas alterações decorrem do cumprimento de restrições e protocolos e higiossanitários e irão passar”, defendeu a responsável da AHP.

“No entanto, e no meio de várias alterações que têm sido apontadas, destaco duas que me parecem de facto estruturais. A primeira, a aceleração da digitalização dos serviços, incluindo um maior uso da automação, por exemplo em pagamentos e serviços contactless; experiências virtuais; informação em tempo real, etc. A segunda, a aceleração da busca da Sustentabilidade, nos destinos, nos prestadores de serviços (hotéis, companhias aéreas, etc etc.); no menor impacto ambiental que as escolhas individuais podem ter”, ressalvou Cristina Siza Vieira.

No mesmo sentido, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, acredita que, apesar de se tratar de um setor que vai sempre sofrendo alterações, como o que aconteceu com o surgimento das companhias aéreas low cost, “o sol e mar vai continuar a ser o sol e mar, os incentivos vão continuar a ser incentivos, os city breaks vão continuar a ser os city breaks, o Golf, etc”.

No entanto, o responsável apontou alterações no que diz respeito às viagens de negócios, provocadas pela pandemia, uma vez que se tornou usual fazer essas mesmas reuniões através de meios informáticos e telemáticos, sem necessidade de deslocações.

“Há vários estudos feitos da mudança de hábitos da população mundial com esta pandemia e a maior parte das pessoas diz que vai gastar mais dinheiro em duas coisas: em saúde – reforçar os seus seguros, fazer seguros – e em viagens, porque isto mostrou que tudo é finito e, de facto, a viagem deixou de ser um luxo, passou a ser uma necessidade”, apontou Francisco Calheiros.

Também a Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT), apesar de considerar que é “ainda um pouco cedo para se perceber mudanças permanentes”, destacou algumas tendências que a pandemia veio reforçar, como “a redução das equipas, a digitalização de processos e as preocupações ambientais, resultantes também de uma nova agenda política”.

Para o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto de Barros, do lado do consumidor “tem-se verificado, por exemplo, um interesse crescente por destinos tradicionalmente menos visitados, com menor densidade populacional, e essa é uma oportunidade que, não só as empresas, mas também as autarquias devem procurar explorar”.

Já no que diz respeito a uma das regiões mais turísticas do país, a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) realçou que “ofertas turísticas pouco consistentes encerraram definitivamente, quer ao nível do alojamento privado e local, quer no que se refere a oferta menos estruturada, como o ‘self-catering’, por exemplo”.

Mais, no Sul do país, “o desemprego aumentou, exponencialmente, e muita mão-de-obra regressou aos países de origem e/ou migrou para outros setores de atividade, criando um problema estrutural de falta de mão-de-obra qualificada no período de retoma”.

“No Algarve, o número de desempregados inscritos é muito mais elevado do que no período pré-pandemia (três vezes mais) e falta mão-de-obra para satisfazer as necessidades empresariais”, alertou a AHERTA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Energia põe Lisboa na rota dos ganhos da Europa

  • ECO
  • 27 Setembro 2021

Praça portuguesa segue a tendência das restantes praças europeias. Bolsa alemã lidera ganhos no Velho Continente no rescaldo de uma noite eleitoral discutida taco a taco.

Lisboa está em alta. A praça portuguesa acompanha o bom desempenho das restantes praças europeias, beneficiando dos ganhos registados nos setor da energia.

Enquanto o Stoxx 600 soma 0,7%, o DAX, na Alemanha, lidera as subidas ao avançar mais de 1% no rescaldo de uma noite eleitoral discutida taco a taco. Em Lisboa, o PSI-20 avança 0,68% para os 5.461,17 pontos.

Mais de metade das cotadas no principal índice da bolsa lisboeta está em alta, com destaque para as empresas do setor da energia. A Galp Energia lidera as subidas, avançando 1,5% para 9,096 euros por ação.

Nota positiva também para a EDP, que ganha 0,65%, enquanto a EDP Renováveis avança 0,63%, seguindo a cotar nos 22,24 euros.

A ajudar aos ganhos estão também os títulos da Jerónimo Martins e da Nos, com a retalhista e a operadora de telecomunicações a avançarem ambas cerca de 0,3%.

Nas quedas, impedindo um ganho mais expressivo do PSI-20, nota para a REN e a GreenVolt, com perdas de 0,3% e 0,16%, respetivamente, isto numa sessão em que a Pharol lidera as descidas ao cair 0,43%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo só usou um terço das linhas de crédito criadas para o setor

  • ECO
  • 27 Setembro 2021

A secretária do Estado do Turismo adianta que as empresas só utilizaram cerca de 30% das linhas de crédito criadas para o setor. A justificar este cenário está a “tesouraria mais fortalecida”.

Meio ano depois de terem sido lançadas as linhas de crédito destinadas especificamente ao turismo, a utilização destes instrumentos está muito aquém do esperado. A secretária de Estado do Turismo adiantou que, até agora, as empresas do setor só utilizaram cerca de 30% destas linhas, que disponibilizam um valor conjunto de 400 milhões de euros, avançou o Jornal de Negócios (acesso pago).

As linhas de crédito criadas para apoiar o setor do turismo não estão a ter a procura que o Governo antecipava. Para Rita Marques, a recuperação da atividade turística, ainda que tímida, que explica esta baixa adesão. “A falta de procura tem que ver com a retoma turística já experienciada em junho, julho e agosto, que deixou as nossas empresas com uma tesouraria mais fortalecida, com alguma margem”, aponta a secretária de Estado do Turismo.

Apesar da “tesouraria mais fortalecida”, Rita Marques sublinha que as empresas “ainda estão a passar por um período difícil”. “Não podemos relaxar, temos de executar o Plano Reativar o Turismo”, sublinha, referindo-se ao pacote de seis mil milhões de euros lançado pelo Governo, este ano, para apoiar a retoma deste setor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marta Temido é a preferida para suceder a Costa na liderança do PS

  • ECO
  • 27 Setembro 2021

A atual ministra da Saúde fica à frente de Fernando Medina e Pedro Nuno Santos no barómetro de setembro da Intercampus, aumentando a vantagem junto dos inquiridos que tencionam votar no PS.

Marta Temido é a preferida para suceder a António Costa na liderança do PS, superando mesmo Fernando Medina e Pedro Nuno Santos, segundo o barómetro de setembro da Intercampus para o Jornal de Negócios, a CMTV e o Correio da Manhã.

A atual ministra da Saúde apresenta, neste barómetro, um resultado de 25,9%, ficando à frente de Fernando Medina e Pedro Nuno Santos. Esta vantagem é ainda maior ao analisar as respostas daqueles que tencionam votar no Partido Socialista: Temido regista 33,5%, seguindo-se Pedro Nuno Santos com 24,6% e Fernando Medina com 20,1%.

Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes, também referenciadas como possíveis sucessoras do atual secretário-geral do PS, ficaram-se, ambas, pelos 8,9%, considerando o universo dos inquiridos que assumem votar PS.

Marta Temido é filiada socialista desde 28 de agosto deste ano, no decurso do congresso do PS realizado em Portimão. Na altura, a ministra da Saúde recebeu o seu cartão de militante das mãos do secretário-geral do PS, António Costa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Escalada de preços da eletricidade “não é o novo normal”, diz Axpo

"O que se passa nos mercados de energia neste momento é uma combinação de fatores que não deve ser interpretada como o novo normal", diz o CEO do Grupo Axpo, Christoph Brand.

A escalada de preços por toda a Europa nos mercados grossistas de eletricidade “não é o novo normal”, avisam dois dos gestores de topo do Grupo Axpo: o CEO da empresa estatal suíça, Christoph Brand, e Domenico De Luca, Head of Trading & Sales.

“O que se passa nos mercados neste momento é uma combinação de fatores que não deve ser interpretada como o novo normal: temos tido pouco vento nas últimas semanas e meses, o que obrigou as centrais a gás e a carvão a produzir mais, a emitir mais gases poluentes e a pagar mais pelas licenças de emissão de CO2. Os preços do gás também estão extremamente altos devido a questões políticas europeias e mundiais“, começou por explicar o CEO num encontro com jornalistas de Portugal, Espanha e Itália em Baden, na sede da empresa.

CEO do Grupo Axpo, Christoph Brand,

Ambos confirmam que este cenário de escalada de preços, com os valores por MWh a baterem sucessivos máximos históricos, está já a levar as empresas de alguns países (como Espanha, por exemplo) a aumentar os pedidos para celebrar contratos de compra e venda de energia a longo prazo (PPA), por 10 a 15 anos

“Os grandes consumidores de energia estão assustados com os preços altos e preferem comprar a longo prazo. Com esta extrema volatilidade, toda a gente está demasiado assustada e a ponderar as suas decisões de investimento. Até para o trading, a volatilidade é demasiada neste momento. Os clientes estão a demorar a tomar as suas decisões, porque querem primeiro estabilidade”, disse por seu lado De Luca.

Neste momento a Axpo está a seguir os preços do mercado e a assinar PPA a um valor médio de 150 euros por MWh para a eletricidade vendida em 2021, descendo depois este valor para os 100 euros em 2022 e para os 60 euros em 2023. Eventualmente, voltará a rondar os 30€/MWh. “É o que nos diz o mercado e é a melhor referência que temos. Estamos a assinar PPA a estes preços neste momento, mas é difícil ter ainda uma visão de longo prazo”, diz o responsável pelo trading e vendas.

No entanto, questionado sobre é possível esperar uma estabilidade de preços já na primavera de 2022, De Luca garante que “será ainda demasiado cedo”. Mas deixa a ressalva: “se as temperaturas no inverno forem amenas e o consumo de gás natural não disparar, os preços podem relaxar mais cedo do que se pensava. Tudo vai depender da meteorologia”.

No pior dos cenários, e se os meses mais frios trouxerem de facto temperaturas muito baixas, “há o risco de sérios problemas”, com os governos europeus forçados a intervir para travar consumo de gás de famílias e empresas.

Domenico de Luca sublinha que as “reservas de gás na Europa estão muito baixas, e daí os preços elevados: deviam estar a 90% para o inverno, mas estão a 70%. É uma percentagem demasiado baixa. Se houver mais cortes no abastecimento, os preços do gás subirão ainda mais, para competir com a China“.

Neste momento, o gigante asiático enfrenta uma procura muito forte de gás para responder à retoma económica pós-pandemia e está a comprá-lo “a qualquer preço”.

Domenico De Luca, Head of Trading & Sales da Axpo

Em risco, a curto prazo, estão os países europeus que mais consomem gás, como a Alemanha, Itália, Reino Unido, Espanha e França, esta última menos, por causa do nuclear.

Medidas de Espanha para travar preços da luz foram “invasivas” e assustaram investidores em renováveis

Na visão dos dois responsáveis, a única forma de travar este cenário é investir mais em fontes de energia limpas. “Há muito dinheiro no mercado e toda a gente quer investir para ter capacidade renovável. Não teremos problemas com isso desde que os políticos e os governos não tomem decisões que desencorajem o investimento nas renováveis, que foi o que aconteceu em Espanha”, diz Brand, avisando que “com as novas medidas de choque que provocaram o pânico, muitos investidores quiseram desistir dos PPA que assinaram”.

Na visão de De Luca, isto é exatamente o contrário do que deve acontecer, porque o objetivo é que os investidores se comprometam com os projetos renováveis a longo prazo.

“Os políticos têm de pensar duas vezes antes de enviarem estes sinais para o mercado. É necessário ajudar as famílias, claro, porque as tarifas de luz e gás estão a ultrapassar todas as barreiras (em Espanha e Itália, os preços já mais do que duplicaram). Mas as medidas a tomar devem limitar os danos no mercado, que até tem vindo a funcionar bem até agora”, garante.

Intervir para corrigir a forma de funcionar do mercado é, na sua visão, “uma péssima ideia. “Ao intervir estamos a criar distorções e custos para a economia. É uma expropriação dos lucros das empresas, que fizeram investimentos a 20 anos. Porque é que o Governo não interveio também quando os preços da eletricidade estavam demasiado baixos? Por causa disto espero agora preços ainda mais elevados, com as empresas em Espanha que produzem energia hidroelétrica a restringirem a água que usam”, defende o CEO.

O responsável pelo trading e vendas da Axpo diz que as medidas em Espanha “foram muito invasivas e assustaram os investidores em projetos renováveis, o que pode, em última análise, mudar a formação de preços no mercado”. E teme que as medidas de Madrid possam “contagiar-se a outros países europeus. As más ideias costumam ser copiadas”, defende. Ainda assim, Portugal, Itália, e França já deram sinais de que não vão fazer “copy paste” das medidas de Madrid.

Se este tipo de intervenção do Governo tivesse sido na Suíça, por exemplo, os gestores da Axpo garantem que teriam “perdido muito dinheiro”. Para já, estes preços altos da eletricidade não afetam a empresa, “mas também, não beneficiamos deles. Vamos ter um bom ano não porque os preços estão altos, mas porque temos um bom desenvolvimento da nossa estratégia, em termos de PPA, frisa De Luca.

Sobre o mercado de carbono, diz que “é estúpido e muito controlado. Não tem um preço alvo, mas os governos sabem que os preços têm de chegar a um certo nível para permitir a descarbonização. As licenças de emissão de CO2 estão nos 60 euros por tonelada, mas não é suficiente. Deviam estar a 80 ou 90 euros”. Ou até mais caro, acrescenta Brand: “Se queremos descarbonizar a economia, o preço tem de ser 200 euros por tonelada, mas essa é uma decisão política difícil”.

O CEO garante que não viram até agora especulação nos preços do carbono. “Não é por causa do preço do carbono que os preços da eletricidade estão altos, mas sim por causa os preços do gás”, refere Brand, rematando que a forma mais fácil de resolver o problema e acabar com os subsídios é criar um “imposto global de carbono”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Linhas do Turismo, Temido e gasolina

  • ECO
  • 27 Setembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A semana arranca com o preço da gasolina a subir um cêntimo por litro, numa altura em que já foi aprovada a proposta do Governo de limitar as margens de lucro das petrolíferas. Destaque ainda para o setor do turismo que só usou um terço das linhas de crédito criadas para o setor. E Marta Temido é apontada como a preferida para suceder a Costa.

Turismo só usou um terço das linhas de crédito criadas para o setor

Meio ano depois de terem sido lançadas as linhas de crédito destinadas especificamente ao turismo, a utilização destes instrumentos está muito aquém do esperado. A secretária de Estado do Turismo, adiantou que, até agora, as empresas só utilizaram cerca de 30% destas linhas, que disponibilizam um valor conjunto de 400 milhões de euros. A justificar este cenário está a “tesouraria mais fortalecida” do setor, considera Rita Marques.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Marta Temido é a preferida para suceder a Costa

A ministra da Saúde, Marta Temido, é a personalidade melhor posicionada para suceder a António Costa na liderança do PS, de acordo com o barómetro de setembro da Intercampus para o Negócios, CMTV e Correio da Manhã. A ministra da Saúde obtém um resultado de 25,9%, o qual a coloca à frente de Fernando Medina (21%), que acaba de perder a Câmara de Lisboa para Carlos Moedas, e Pedro Nuno Santos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso livre)

Reservas de vacina contra a gripe já chegam a 400 em algumas farmácias

Inicia-se esta segunda-feira a primeira fase da vacinação contra a gripe, indicada para utentes de lares, unidades de cuidados continuados e grávidas. Este processo de vacinação arranca nas farmácias apenas daqui a um mês, em 25 de outubro, mas já há estabelecimentos em que o número de reservas chega a 400, segundo a Associação Nacional de Farmácias, que representa cerca de 2.800 farmácias das cerca de 3.200 existentes no País. Há ainda uma segunda fase, a 11 de outubro, em que a toma gratuita é alargada aos maiores de 65 anos, sendo realizada nos centros de vacinação e nas farmácias. No total, são cerca de três milhões as doses de vacinas contra a gripe disponíveis.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso condicionado).

Gasolina aumentou 26 cêntimos por litro desde janeiro

Segundo a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), o valor médio de venda ao público do litro de gasóleo simples aumentou cerca de 22 cêntimos entre janeiro e setembro, enquanto a gasolina simples 95 teve uma subida ainda mais pronunciada, na ordem dos 26 cêntimos por litro. Fontes do setor indicam que ambos os combustíveis deverão registar novo crescimento de um cêntimo por litro esta semana, numa altura em que já foi aprovada a proposta do Governo de limitar as margens de lucro das petrolíferas.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso condicionado).

Mais de 2 mil milhões no caminho de Sporting, FC Porto e Benfica

O Sporting, FC Porto e Benfica vão defrontar, entre terça e quarta-feira alguns dos maiores tubarões do futebol europeu na segunda jornada da fase de grupos da Champions. Os leões defrontam na Alemanha o Borussia Dortmund, os dragões recebem o Liverpool e o Benfica defronta na Luz o Barcelona. Juntos, os plantéis de Dortmund, Liverpool e Barcelona estão avaliados em 2,122 mil milhões de euros, contra 748,7 milhões do agregado de mercado dos plantéis dos três grandes portugueses. Só a equipa do Liverpool vale mais do que Sporting, FC Porto e Benfica juntos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.