Rui Rio arranca pré-campanha a um mês das Autárquicas

  • Lusa
  • 25 Agosto 2021

O presidente do PSD, Rui Rio, arranca esta quarta-feira, no distrito do Porto, a sua "volta" pelo país a um mês das Autárquicas de 26 de setembro, já com ritmo de campanha eleitoral.

O presidente do PSD, Rui Rio, inicia esta quarta-feira no distrito do Porto a sua “volta” pelo país, a um mês das Autárquicas de 26 de setembro, já com ritmo de campanha eleitoral.

De acordo com a agenda do líder social-democrata até domingo, divulgada pelo partido, Rio terá esta quarta-feira quatro iniciativas de pré-campanha, na quinta outras quatro e na sexta-feira mais cinco.

A primeira iniciativa pública de Rui Rio depois das férias será, pelas 10h30, uma visita a um lar em Marco de Canaveses, seguindo-se um almoço com empresários do turismo da região de Baião e uma visita de barco no Douro. Ao final do dia, o líder do PSD estará em Freamunde, Paços de Ferreira, onde visitará o comércio tradicional.

Do distrito do Porto, Rio segue na quinta-feira para o de Vila Real, com uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Ribeira de Pena e outra à GNR de Mondim de Basto, passando ainda por São Martinho da Anta, Sabrosa, e com a primeira arruada e comício desta pré-campanha marcada para o final da tarde em Chaves.

Na sexta-feira, o líder do PSD ruma ao distrito de Viseu, com visitas à Santa Casa da Misericórdia e uma empresa, ambas em Resende, um almoço com os candidatos autárquicos de Lamego e terminando o dia em Vila Nova de Paiva, onde inaugurará uma sede de campanha e visitará os bombeiros voluntários.

No fim de semana, Rio estará no Algarve, sendo o “ponto alto” desta primeira semana na estrada o Fórum Nacional Autárquico, no sábado em Faro, num fim de semana em que também decorre na mesma região o Congresso do PS, marcado para Portimão.

No Fórum, estão previstas intervenções de cerca de uma dezena de candidatos, entre eles os cabeças de lista a Lisboa, Carlos Moedas, ao Porto, Vladimiro Feliz, a Setúbal, Fernando Negrão, à Amadora, Suzana Garcia, ou à Figueira da Foz, Pedro Machado, entre outros.

Caberá ao presidente do partido encerrar a iniciativa, mais perto da hora do jantar, e, no domingo, presidir à apresentação dos candidatos do partido no Algarve, uma sessão que decorrerá em Albufeira.

A volta, que irá passar até 24 de setembro pelos 18 distritos de Portugal Continental (não estão previstas deslocações nem à Madeira nem aos Açores), prosseguirá na próxima semana pelo Alentejo (dias 30 e 31) e pelo distrito de Lisboa no dia 1, com ações já confirmadas na Amadora e em Torres Vedras, segundo explicou à Lusa o secretário-geral e coordenador autárquico do PSD, José Silvano.

Só a última semana de campanha está ainda por fechar, mas será nesse período que Rui Rio se deverá juntar aos candidatos às principais câmaras do país. Pelo menos até essa altura, não estão previstos nesta “volta” os tradicionais jantares-comício com militantes, devido às restrições ainda impostas pela pandemia de Covid-19.

“O objetivo é, nos concelhos por onde passarmos, integrarmos uma ação do próprio candidato”, explicou José Silvano, o que poderá passar por visitas a instituições ou almoços de trabalho com representantes locais. A estrutura de campanha, adiantou Silvano, será “pequena”, com um carro de apoio e um carro-palco, de onde Rui Rio poderá fazer as intervenções ou prestar esclarecimentos à comunicação social.

De acordo com o coordenador autárquico, a volta do líder privilegiará “médios e pequenos concelhos”, onde a direção do PSD considera que a presença de Rui Rio pode ter “mais influência no resultado final”.

Por enquanto, e seguindo a lei em vigor pelo menos até 12 de setembro, o uso de máscara será obrigatório em todas as iniciativas.

Nas Autárquicas de 26 de setembro, o PSD concorre sozinho a 153 municípios, integra 146 coligações (lidera 142 e as outras quatro são encabeçadas pelo CDS-PP), e em nove concelhos apoia listas de cidadãos independentes (a maioria nos Açores e na Madeira).

Em 2017, o PSD teve o seu pior resultado autárquico de sempre (e que levou à demissão do então presidente Pedro Passos Coelho): os sociais-democratas perderam oito câmaras em relação a 2013 e conquistaram 98 presidências (79 sozinhos e 19 em coligação), embora sem grandes variações em termos de votos e percentagens, tendo o partido somado, sozinho, 16,08% dos votos (contra os 16,7% de 2013).

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Acabam hoje as letras pequeninas nos contratos

  • Lusa
  • 25 Agosto 2021

Bancos, operadoras e fornecedores de água, entre outros, estão impedidos a partir desta quarta-feira de incluírem cláusulas com letras minúsculas nos contratos celebrados com os consumidores.

Contratos com letras pequeninas, pouco espaço entre linhas e palavras e com cláusulas contratuais previamente redigidas para o consumidor, nomeadamente por bancos ou fornecedores de telecomunicações ou água, estão proibidos a partir desta quarta-feira.

Uma quarta revisão do regime das cláusulas contratuais gerais, de 1985, publicada em maio, com entrada em vigor hoje, acrescentou uma nona cláusula: Estão em absoluto proibidas cláusulas que “se encontrem redigidas com um tamanho de letra inferior a 11 ou a 2,5 milímetros, e com um espaçamento entre linhas inferior a 1,15″.

O tamanho da letra e espaçamento de linhas juntam-se agora a outras cláusulas proibidas, como alterar regras respeitantes ao ónus da prova (obrigação de provar facto ou afirmação) ou à distribuição do risco.

Para garantir que não são aplicadas, por outras entidades, as cláusulas já consideradas proibidas por decisão de um tribunal, a lei prevê que seja criado, por regulamentação do Governo, um sistema de controlo e prevenção de cláusulas abusivas.

As novas regras do regime das cláusulas contratuais gerais resultaram de projetos do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e Bloco de Esquerda (BE), apresentados em 2020, e foram aprovadas em abril por maioria, com a abstenção do PS, o CDS a votar contra e votos a favor do PSD, BE, PCP, PAN, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e das duas deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira (ex-Livre) e Cristina Rodrigues (ex-PAN).

O Presidente da República promulgou em 22 de maio esta alteração legislativa.

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Mais de um milhão de famílias podem vir a ter alívio no IRS em 2022

António Costa admitiu baixar o IRS em 2022, o que poderá passar por um reforço das deduções à coleta previstas para descendentes. A concretizar-se, medida trará alívio a mais de um milhão de famílias.

O próximo ano poderá trazer uma redução do imposto aplicado sobre os rendimentos dos portugueses. O primeiro-ministro já admitiu estar a trabalhar nesse sentido, indicando que tal alívio poderá acontecer por via de um novo desdobramento dos escalões do IRS ou através do reforço das deduções à coleta previstas para as crianças. A concretizar-se esse segundo caminho, mais de um milhão de agregados familiares sairiam beneficiados.

Questionado sobre se 2022 trará alterações aos escalões do IRS, António Costa fez questão de lembrar, este fim de semana, em entrevista ao Expresso (acesso pago), que essa é uma das medidas inscritas no programa do Governo e deixou claro que está a ser estudada e conversada com os parceiros. “Estamos a medir. Se me disser que vamos adotar uma única medida, posso escolher se vou mexer nos escalões, se vou aumentar as deduções para todas as crianças… Se me disser que ambas são necessárias, então tenho de compatibilizar o quadro orçamental”, adiantou o chefe do Executivo ao semanário.

O alívio fiscal poderá chegar, assim, no próximo ano, por várias vias, ideia que, entretanto, também o Correio da Manhã (acesso pago) veio reforçar ao escrever que o Governo está a ponderar aumentar o valor das deduções fiscais fixas por filho como forma de reduzir o IRS das famílias de classe média, em alternativa à revisão dos escalões, sendo certo, ainda assim, que por agora o desenho do Orçamento para o próximo ano ainda está em aberto.

O Código do IRS prevê atualmente um “desconto” de 600 euros por dependente à coleta devida pelos contribuintes, bónus que pode, além disso, beneficiar de algumas “majorações”. Por exemplo, no caso da idade do filho de um determinado contribuinte não ultrapassar os três anos, a dedução é de 726 euros em vez de 600 euros. Já no caso de a família contar com um segundo filho menor de três anos (independentemente da idade do primeiro dependente), a dedução relativa a esse dependente sobe para 900 euros. E se estiver em causa um terceiro filho com menos de três anos, o “bónus” associado a essa criança é, então, de 450 euros.

De acordo com as estatísticas da Autoridade Tributária, quase 1,3 milhões de agregados beneficiaram de deduções à coleta por dependentes (no valor de 998 milhões de euros) no IRS relativo a 2019. São essas famílias que poderão sentir algum alívio fiscal, em 2022, se o Governo decidir reduzir o IRS pela via do reforço das deduções para as crianças.

Os dados do gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat) ajudam a compor o retrato. Portugal tinha, em 2020, 806,5 mil agregados com somente um dependente. Aliás, cerca de 57% das famílias portuguesas com filhos tinham apenas um dependente, o que significa que a maioria pode beneficiar apenas da dedução à coleta de 600 euros ou 726 euros por descendente, não tendo direito às demais “majorações”.

Por outro lado, 519,2 mil agregados tinham dois filhos e 88,5 mil tinham três filhos ou mais. Contas feitas, cerca de 608 mil famílias estavam potencialmente aptas a beneficiar de “descontos” mais robustos no IRS.

Mais de metade das famílias portuguesas com filhos só têm um descendente

Fonte: Eurostat

Ainda no que diz respeito às famílias, António Costa admitiu incluir, no Orçamento do Estado para 2022, um “aumento significativo” das prestações para as famílias com crianças “em particular a partir do segundo filho”.

Atualmente, o valor do abono de família para crianças e jovens varia em função da idade dos dependentes, da composição do agregado e do rendimento de referência da família, estando previstas majorações para famílias monoparentais e famílias com dois filhos ou mais. Sem majorações, o abono varia entre 28 euros e 149,85 euros. Já com as majorações para as famílias numerosas, pode chegar aos 224,77 euros.

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Marcelo veta decreto da AR que muda Programa de Apoio à Economia Local. Espera pelas eleições

  • Lusa
  • 25 Agosto 2021

O Presidente da República devolveu ao Parlamento, sem promulgação, um decreto da Assembleia da República que altera o Programa de Apoio à Economia Local. Marcelo pede que se espere pelas Autárquicas.

O Presidente da República vetou o diploma do Parlamento que altera as regras de enquadramento do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), aprovado por PS, PCP e PEV, com oposição de PSD, BE e PAN.

Numa nota divulgada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa afirma ter tomado esta decisão “atendendo a que pode produzir efeitos concretos em autarquias locais e respetivos responsáveis e a que foi submetido a promulgação já depois de convocadas as eleições [autárquicas de 26 de setembro] e iniciado o prazo de apresentação de candidaturas”.

O chefe de Estado devolveu o diploma à Assembleia da República “solicitando que sobre ele se pronuncie depois da realização do ato eleitoral, ou seja daqui a um mês e dois dias”, lê-se na mesma nota.

Na carta enviada ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, Marcelo Rebelo de Sousa refere que deste diploma “decorre, em termos de facto, a eventual não aplicação de sanções a um número preciso e limitado de autarquias locais, relativas ao PAEL”.

“Afigura-se de meridiano bom senso não suscitar, com ele, interferências eleitorais e mesmo danos reputacionais para autarquias e autarcas, assim salvaguardando a separação entre a legislação sobre gestão autárquica e o período eleitoral em curso”, considera o Presidente da República.

De acordo com o portal da Assembleia da República, este diploma, um texto final saído da Comissão de Poder Local, com base num projeto de lei do PS, foi aprovado em votação final global em 22 de julho com a abstenção de CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal.

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Partidos apostam na descida do IRS no OE2022. Veja o caderno de encargos da esquerda

Os partidos começam a revelar que medidas querem ver no Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), tendo para já o foco no alívio do IRS, na área da saúde e do trabalho.

O país ainda está a banhos com as reuniões entre partidos em banho-maria, mas já só falta menos de dois meses para que o Governo tenha de apresentar o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) ao Parlamento, com umas eleições autárquicas pelo meio. As negociações arrancaram no final de julho e, apesar de ainda não terem revelado tudo, os partidos começam a formar o seu caderno de encargos: PCP, Bloco, PAN, PEV e deputadas não inscritas já têm exigências a fazer ao Executivo PS.

Transversal a todos os partidos — incluindo até o próprio PS, segundo o Expresso (acesso pago) — está a pressão que vai incidir sobre o Governo para aliviar o IRS, o imposto que incide sobre os rendimentos do trabalho, dos portugueses neste Orçamento, cumprindo uma promessa eleitoral das legislativas de 2019. Além disso, a área da saúde e do trabalho também deverão dar que falar nas negociações entre o Executivo e a esquerda. Conheça em detalhe as exigências que cada partido já revelou para o OE 2022.

Entretanto, em entrevista ao Expresso, o primeiro-ministro abriu o jogo sobre o Orçamento: admite a descida do IRS com a revisão dos escalões que beneficie a classe média, mas se caírem outras prioridades. Quase certo é o aumento “substancial” do abono de família no caso do segundo filho. A ideia é continuar com medidas de apoio criadas na pandemia, como o lay-off simplificado, para as empresas que ainda precisarem em 2022. Em termos salariais, a prioridade é valorizar a carreira dos técnicos superiores da função pública e continuar o aumento do salário mínimo.

PCP aposta na negociação pós-autárquicas com os olhos no trabalho e no IRS

Os comunistas estão fechados em copas e focados na execução do atual Orçamento, sem revelar exigências concretas para o OE 2022, nem confirmando a repetição de medidas que se tem repetido ano após ano como o aumento extraordinário das pensões mais baixas ou o aumento do salário mínimo. O PCP parece apostar nas negociações apenas depois das autárquicas e até à apresentação na AR: “O Governo teve pressa em marcar as eleições para as autarquias para 26 de setembro. Não teria grande lógica misturar uma coisa com a outra”, disse Jerónimo de Sousa a propósito do OE2022. Em entrevista ao ECO, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, admitiu que o calendário “só cria dificuldades”.

Porém, há sinais que os comunistas vão dando, desde logo a prioridade que dão às mudanças na lei laboral. “Essa estabilidade política será possível de encontrar se forem respeitados os direitos de quem trabalha, os direitos daqueles que estão ameaçados de encerrarem as suas portas, os direitos daqueles a quem se levanta o cutelo do despedimento coletivo”, disse o líder do PCP. Na sessão legislativa que terminou o PS viabilizou propostas do PCP sobre o trabalho, mas desceram à especialidade e não é claro que mudanças vão ver a luz do dia.

A par das leis laborais, os comunistas querem ver aumentos nos rendimentos dos portugueses. “O aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, incluindo os da Administração Pública, a valorização das carreiras e profissões, o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros, são essenciais”, disse Jerónimo de Sousa no início deste mês, aproveitando para criticar os despedimentos coletivos em empresas como a PT/Altice e Galp Energia. Nessa altura, o líder do PCP tocou no problema dos baixos salários dos jovens, o que casa com a ideia dada pelo Expresso de que o Governo quer que o OE2022 seja focado nessa faixa etária.

Além da área do trabalho, existe a expectativa, tal como em anos anteriores, que o Governo cumpra algumas promessas eleitorais como a introdução de mais escalões de IRS e o englobamento obrigatório para quem tem rendimentos elevados. “No último OE, apresentámos várias propostas relacionadas com o IRS, não apenas de desagravamento fiscal sobre os rendimentos mais baixos mas também tributação mais elevada para os rendimentos de maior valor, nomeadamente por via do englobamento obrigatório de todos os rendimentos acima de 100 mil euros, considerando que esse era um elemento de avanço na justiça fiscal. Quando tivermos condições para isso, faremos a ponderação relativamente ao que é adequado levar a discussão ao nível do OE 2022”, respondeu João Oliveira ao ECO.

Em junho, Jerónimo de Sousa tinha pedido a descida do preço dos passes intermodais dos transportes públicos de 40 para 30 euros. Mais recentemente, o PCP disse ser necessária a gratuitidade das fichas de exercícios para todos os alunos do ensino obrigatório, à semelhança dos manuais escolares, como forma de “valorização da escola pública”.

BE repete exigências que levaram ao voto contra no OE 2021

Após ter votado contra no ano passado, o Bloco de Esquerda decide ir a jogo com as mesmas exigências que foram recusadas pelo PS: as áreas da saúde, do trabalho e da proteção social continuam a ser as bandeiras orçamentais dos bloquistas. “As prioridades do Bloco de Esquerda são conhecidas: saúde, trabalho e proteção social“, disse Catarina Martins no final de julho, referindo que o que o partido “dizia há um ano mantém-se como absolutamente urgente”, pelo que vai “voltar a apresentar as mesmas prioridades”.

Em concreto, por exemplo na área da saúde, a coordenadora do Bloco disse ser necessário contratar mais equipas de saúde pública que libertem os profissionais dos cuidados de saúde primários ocupados com a Covid-19. Em maio, na convenção do partido, Catarina Martins já tinha garantido que não ia ceder nas exigências feitas há um ano, nomeadamente a reversão das medidas da troika no Código de Trabalho e a transformação do Rendimento Social de Inserção numa nova prestação social permanente.

Além disso, os bloquistas pretendem pressionar o Governo a cumprir a promessa eleitoral do PS de aumentar os escalões do IRS e com isso desagravar os impostos. “O Governo parece ter já abandonado o compromisso do seu próprio programa. Pela nossa parte, não esquecemos“, disse Catarina Martins na convenção, referindo ainda as prioridades da habitação e da transição climática.

No OE 2021, o Bloco apresentou 12 propostas para viabilizar o Orçamento. Na saúde, os bloquistas queriam que os hospitais tivessem autonomia administrativa e financeira na contração de novos profissionais, a exclusividade para os profissionais do SNS, com a dedicação plena ao setor público, e a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde. Na lei laboral, propunham a redução do prazo de garantia para atribuição do subsídio de desemprego para 180 dias, a redução do período experimental (revertendo a decisão do ex-ministro do Trabalho Vieira da Silva), o aumento das indemnizações que as empresas têm de dar aos trabalhadores em caso de despedimento, a obrigação de manutenção do nível de emprego nas empresas beneficiadas pelos apoios do Estado e mudanças na contratação coletiva.

PAN focado no alívio do IRS e na transição climática e proteção animal

À saída da reunião com o Governo, o partido liderado por Inês Sousa Real foi vocal na prioridade de baixar o IRS através do aumento dos escalões e, a par disso, a valorização dos salários: “Precisamos de garantir não só que existe uma recuperação da trajetória do ordenado mínimo nacional, mas também do rendimento médio para que não haja um achatamento e perda de rendimentos da classe média“, disse a nova líder do PAN em julho.

O PAN tem outras prioridades como a preservação ambiental dos rios, a criação de mapas de risco de alterações climáticas nas áreas metropolitanas, o reforço das linhas de apoio para a proteção animal, a revisão de carreiras em áreas como os auxiliares de saúde ou os intérpretes de língua gestual, o aumento do Rendimento Social de Inserção e o fim das parcerias público-privadas no setor rodoviário. Além disso, quer mais avanços na resposta à emergência climática dado que são necessárias “medidas urgentes” para combater a crise climática que têm de estar previstas no OE 2022.

A líder parlamentar do partido, Bebiana Cunha, disse que sentiu “vontade de aproximação” por parte do Governo, mas não se deixa convencer: “Falta saber se ela é apenas simbólica ou se será de facto efectiva“, afirmou em entrevista ao ECO, notando que tal se verá nas próximas reuniões em que se vai “dissecar” temas e propostas. E avisa que “não põe de lado nesta fase qualquer posicionamento em relação ao Orçamento do Estado”, admitindo votar contra. Porém, recordou que o PAN se tem “pautado por elevado sentido de responsabilidade e disponibilidade para o diálogo”.

PEV quer ver medidas do OE 2021 executadas

Tal como o PCP, também o PEV está focado na execução das medidas do atual Orçamento, evitando falar do próximo. “Em relação ao Orçamento do Estado para 2021, consideramos que há um otimismo moderado e a esperança de que, até ao fim do ano, todas as propostas dos Verdes sejam executadas”, disse em julho José Luís Ferreira, líder parlamentar dos Verdes. De resto, nada de sabe sobre as exigências do PEV para o OE 2022.

Cristina Rodrigues quer agravamento do IVA nas raspadinhas e venda de animais

As deputadas não inscritas, Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira, que viabilizaram o OE 2020 e OE 2021 com a sua abstenção, também se reuniram com o Governo no âmbito do OE 2022. No final de julho, Cristina Rodrigues revelou as medidas que iria negociar com o Executivo: na área económica, a deputada quer aumentar a taxa de IVA de 23% aos jogos tipo raspadinhas, implementando “medidas apropriadas para regular o jogo”, aumentar o IVA de 6% para 23% nos serviços associados à compra e venda de animais de companhia e propõe um “apoio financeiro incondicional, com valor base mínimo de 1 IAS (Indexante de Apoio Social) para os trabalhadores do setor da Cultura, até dezembro de 2022”.

O ECO contactou Joacina Katar Moreira, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

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Goldman Sachs passa a exigir máscara e vacinação aos trabalhadores

  • ECO
  • 24 Agosto 2021

A máscara passa a ser obrigatória já esta quarta-feira, dia 25 de agosto, e quem não estiver completamente vacinado no dia 7 de setembro terá de trabalhar a partir de casa.

O Goldman Sachs vai passar a exigir aos funcionários o uso de máscara e vacinação contra a Covid-19, avança a agência Bloomberg. O grupo financeiro, que esteve entre os primeiros a promover o regresso aos escritórios no mês de junho, junta-se a outros bancos e empresas norte-americanasque estão a apertar as regras com o avanço da variante delta nos EUA.

A máscara passa a ser obrigatória já esta quarta-feira, dia 25 de agosto, e quem não estiver completamente vacinado no dia 7 de setembro terá de trabalhar a partir de casa, de acordo com as orientações comunicadas à equipa. O uso da máscara aplica-se às zonas comuns dos edifícios e em algumas cidades, como São Francisco ou Washington, até é obrigatória na própria secretária.

Agora, com a decisão do Goldman Sachs, os seis maiores bancos dos EUA têm em vigor diretivas obrigatórias para os respetivos trabalhadores, ainda que com variantes. O Morgan Stanley, por exemplo, exige uma prova de vacinação aos trabalhadores mas não requer máscara nos escritórios de Nova Iorque.

Com estas medidas, também já adotadas pelas gigantes tecnológicas, as empresas tentar evitar surtos da doença num momento em que a variante delta se está a espalhara rapidamente pelos EUA, colocando em alguns estados o sistema de saúde sobre grande pressão.

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Benfica encaixa 37 milhões com entrada na fase de grupos da Champions

O clube da Luz empatou com o PSV por 0-0 e está na fase de grupos da Liga dos Campeões. Este feito desportivo permite ao Benfica receber 37 milhões de euros nos seus cofres.

O Benfica empatou esta terça-feira diante PSV por 0-0, mas o triunfo por 2-1 na primeira mão do playoff foi suficiente para o clube da Luz chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Para além do feito desportivo, as ‘águias’ são ainda brindadas com um prémio bastante avultado de muitos milhões.

O clube encarnado junta-se assim a FC Porto e Sporting na competição mais importante da Europa e encaixa cerca de 37 milhões de euros. A este valor vai somar-se também o dinheiro relativo aos direitos de transmissão dos jogos, o chamado market pool, no qual a UEFA distribuirá esta temporada um total de 300 milhões de euros pelos 32 clubes.

Para explicar este valor de 37 milhões, é necessário olhar para todas as variantes relacionadas com os prémios que o organismo que tutela o futebol europeu distribui às equipas nesta competição em específico. Na presente edição, quem chegar à fase de grupos é automaticamente premiado com 15,64 milhões de euros, valor a que se soma um outro montante em função do ranking dos últimos 10 anos — neste caso, o Benfica recebe um total de 21,60 milhões tendo em conta o 14.º lugar que ocupa atualmente.

Recorde-se que na época passada, o conjunto treinador por Jorge Jesus falhou o acesso à Liga dos Campeões após ter perdido diante dos gregos do PAOK Salónica (2-0) na 3ª eliminatória da prova. Uma eliminação que relegou o Benfica para a fase de grupos da Liga Europa e impediu o clube de receber cerca de 37 milhões de euros em prémios.

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Ryanair ataca TAP e “soberania nacional” ao exigir slots no aeroporto de Lisboa, diz PCP

  • Lusa
  • 24 Agosto 2021

As “declarações do patrão da Ryanair" constituem "mais uma provocação e um ato de guerrilha mediática que merece repúdio e indignação e não a subserviência a que se assiste”, defende PCP.

O PCP acusou esta terça-feira a companhia aérea Ryanair de aproveitar a crise pandémica para tentar “obter novas vantagens e lucros” e de atacar a TAP e a “soberania nacional” ao “exigir apoderar-se das ‘slots’” no aeroporto de Lisboa.

“Este novo ataque à TAP e à soberania nacional, ao exigir apoderar-se das ‘slots’, as posições que a TAP detém no aeroporto de Lisboa, é mais um exemplo do que é a prática das multinacionais, aproveitar a crise pandémica para tentar obter novas vantagens e lucros”, frisou o deputado do PCP Bruno Dias.

Numa declaração de vídeo enviada às redações, o deputado considerou que as “declarações do patrão da Ryanair” constituem “mais uma provocação e um ato de guerrilha mediática que merece repúdio e indignação e não a subserviência a que se assiste”.

O presidente da companhia aérea Ryanair acusou hoje a TAP de bloquear ‘slots’ no aeroporto de Lisboa, impedindo o crescimento de outras companhias aéreas, e anunciou o lançamento de 26 novas rotas desde Portugal para o inverno.

Em conferência de imprensa, o presidente da empresa, Michael Kevin O’Leary, disse que a Ryanair aposta em Portugal enquanto a TAP “corta empregos, corta rotas” e disse que mais poderia ser feito se a TAP não bloqueasse ‘slots’ (vagas horárias num aeroporto para uma companhia aérea aterrar e descolar aviões), pedindo a intervenção do Governo.

Bruno Dias realçou que o país não pode submeter-se ao poder económico de quem “tem sido reiteradamente condenado nos tribunais por sistemáticas violações da lei portuguesa, repressão e exploração, enquanto essa mesma multinacional recebe milhões em subsídios ao longo de anos”.

“A nossa solidariedade é para com os trabalhadores da Ryanair e para com todos os trabalhadores do setor aéreo e a exigência do país é que se acabe com este privilégio e impunidade de quem se julga acima da lei”, disse ainda.

O deputado do PCP salientou também que a TAP “faz falta ao país e precisa de retomar funções estratégicas nas ligações às regiões autónomas e às comunidades portuguesas entre outras cruciais missões”. “A solução para a aviação civil nacional não é desmantelar a companhia aérea de bandeira nem atacar emprego e direitos”, atirou Bruno Dias.

A Ryanair anunciou hoje 26 novas rotas desde Lisboa, Porto e Faro e que mais três aviões terão base no aeroporto de Lisboa, passando para sete aviões no total em Lisboa, num investimento total de 300 milhões de dólares (quase 256 milhões de euros à taxa de câmbio atual).

Disse também que irá criar 300 novos empregos (entre pilotos, tripulação de cabine e engenheiros), respondendo Michael O’Leary aos jornalistas que serão “empregos bem pagos”.

O responsável afirmou ainda, por várias vezes, que o investimento que a Ryanair está a fazer em Portugal acontece sem qualquer ajuda do Estado, enquanto a TAP irá receber 3.000 milhões de euros. Já questionado sobre o dinheiro que a Rynair recebe de entidades públicas, Michael O’Leary não respondeu de forma precisa nem deu números exatos.

Afirmou que não recebe quaisquer ajudas de Estado e que o dinheiro que recebe é de entidades de turismo, mas que são valores “muito pequenos”, referindo que numa campanha de promoção de destinos de três ou quatro milhões de euros recebe apoio das entidades de cada região, mas que, em troca, a empresa investe na promoção dos destinos muito mais do que recebe e tem bilhetes com descontos.

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Nasdaq e S&P 500 atingem recorde com otimismo da vacinação

Vacinação anima sentimento nas bolsas norte-americanas. Índice S&P 500 atinge 50.º recorde de fecho do ano.

O dia terminou com recordes em Wall Street, tanto do S&P 500 como do Nasdaq. O ânimo com os avanços na taxa de vacinação, nomeadamente após a aprovação final da vacina da Pfizer e BioNTech contra a Covid-19, não esmoreceu. Para além disso, os investidores aguardam pelo simpósio Jackson Hole.

Com a aprovação final por parte das autoridades de saúde norte-americanas, a vacinação poderá passar a ser exigida por mais empresas e organizações, o que impulsiona a taxa de vacinação e, por consequência, potencia o levantamento de medidas.

A pesar no sentimento dos investidores está também o evento da Reserva Federal norte-americana, que vai ocorrer no final desta semana, onde poderão ser dadas pistas sobre o calendário de medidas do banco central.

Nesta sessão, o S&P 500 somou 0,16%, para os 4.486,64 pontos, tendo atingido o 50.º recorde de fecho deste ano. Segundo a Reuters, apenas em 1964 e 1995 o índice atingiu este nível de máximos pelo final de agosto. Já o tecnológico Nasdaq subiu 0,50% para os 15.017,91 pontos, renovando o máximo histórico de fecho.

Quanto ao Dow Jones, o índice de referência industrial avançou 0,09% na sessão desta terça-feira, para os 35.368,26 pontos.

Entre os ganhos desta sessão, nota para as tecnológicas. A Amazon subiu 1,22% para os 3.305,78 dólares, o Facebook ganhou 0,59% para os 365,51 dólares e a Alphabet, dona da Google, subiu 0,92% para os 2.847,97 dólares.

Destaque também para o setor da energia, com cotadas como a Chevron a ganhar 1,15% para os 97,84 dólares e a ExxonMobil a somar 0,82% para os 55,36 dólares.

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Biden prepara plano de contingência para saída dos EUA do Afeganistão

Presidente norte-americano admite que conclusão da missão no Afeganistão depende da coordenação com os talibãs. Prepara planos de contingência.

O Presidente norte-americano está a contar terminar a missão dos EUA e retirar as tropas do Afeganistão na data prevista, a 31 de agosto. No entanto, Joe Biden pediu para se avançar com a preparação de planos de contingência para ajustar o calendário de saída do país, caso tal “seja necessário”.

A missão norte-americana em Cabul vai terminar, sendo que estão cumpridos os objetivos propostos, adiantou o Presidente norte-americano, numa reunião com os líderes do G7, de acordo com o comunicado da Casa Branca. Biden confirmou que os EUA estão atualmente em ritmo para terminar a 31 de agosto, sublinhando que “a cada dia de operações no terreno, adicionamos risco para as tropas”.

Ainda assim, o líder norte-americano admite que a conclusão da missão até 31 de agosto “depende da coordenação contínua com os talibã, incluindo o acesso contínuo ao aeroporto para evacuações”.

Neste contexto, o “Presidente solicitou ao Pentágono e ao Departamento de Estado planos de contingência para ajustar o cronograma, caso seja necessário”.

Nesta cimeira virtual dos líderes do G7, Boris Johnson disse que o grupo de países vai exigir “passagem segura” aos talibãs para os afegãos que querem deixar o Afeganistão depois de 31 de agosto.

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Comunidades de autoconsumo solar são da maior importância para setor energético, diz ministro

  • Lusa
  • 24 Agosto 2021

O ministro do Ambiente sublinha que quem estiver dentro destas comunidades "vai pagar menos eletricidade" e "vai haver menos emissões de CO2".

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, defendeu esta terça-feira em Miranda do Douro que o projeto electrosolar que poderá envolver mais de uma centena de aldeias é da maior importância para o setor energético em Portugal.

“Este é um projeto da maior importância para a criação e reestruturação das comunidades energéticas de autoconsumo. Nós criámos a lei para que um ponto de produção a partir de uma fonte de energia solar possa estar associado a vários pontos de consumo” explicou o governante.

João Pedro Matos Fernandes falava à margem da apresentação do primeiro projeto deste género em Portugal, que resulta de uma parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro (SCMD), no distrito de Bragança, e a Cleanwatts ao abrigo do novo regime jurídico criado pelo Decreto Lei n.º 162/2019, que transpõe parcialmente a Diretiva Comunitária 2018/2001 (RED II).

Este é o primeiro projeto de um conjunto previsto para beneficiar mais de 100 comunidades que resulta de uma parceria entre a SCMD e a Cleanwatts, que espera implementar em Portugal nos próximos meses mais 30 projetos idênticos. Paralelamente, a empresa já está a expandir a utilização do seu sistema operativo noutros mercados, nomeadamente Europa e Estados Unidos da América.

“Esta empresa está a dinamizar, para além de projetos como este, a garantia de que em 100 aldeias nacionais se possam criar estas comunidades energéticas que têm uma tripla vantagem: Quem estiver dentro desta comunidade vai pagar menos eletricidade. Por outro lado, não haverá combustíveis fósseis e vai haver menos emissões de CO2 e por último, são invenções espalhadas pelo país fora que vão gerar postos de trabalho”, concretizou o ministro do Ambiente e Transição Enérgica.

O provedor da SCMD, Manuel Rodrigo, disse que foi feita uma parceria com a Cleanwatts para a instalação de painéis solares nos edifícios da instituição para a produção de energia elétrica, pretendendo-se que a energia produzida seja para autoconsumo da intuição ou para outros parceiros.

“O que pretendemos com esta parceria é que a energia que é desperdiçada após ao autoconsumo seja aproveitada por outras instituições como a Câmara Municipal, Bombeiros ou eventualmente colaboradores da Misericórdia e que possam usufruir de uma redução de preço da energia elétrica para consumo doméstico ”, explicou o provedor.

Tendo por base a evolução tecnológica do setor, as comunidades de energia estão a crescer exponencialmente em todo o mundo, para responder ao desafio de energia limpa e atender às metas de Neutralidade Carbónica, garantindo preços de energia acessíveis e combatendo a pobreza energética. “Na Europa, espera-se que cerca de 37% das residências participem em comunidades de energia até 2050”, explicaram os responsáveis pela Cleanwatts.

O sistema operativo da Cleanwatts foi desenvolvido de forma modular, de modo a poder adaptar-se a diferentes enquadramentos legais e necessidades específicas dos participantes das respetivas comunidades de energia, nomeadamente instalações comerciais e industriais, residências unifamiliares, blocos de apartamentos, edifícios municipais, universidades, escolas e hospitais.

Segundo o presidente da Cleanwatts, Basílio Simões, o objetivo deste sistema é instalar este sistema numa centena de aldeia, principalmente do interior do país, fornecendo energia mais barata às pessoas.

“O objetivo é o combate à pobreza energética, um problema que afeta muitos milhões de famílias que no fundo não têm condições, de modo a terem a casa mais arrefecida no verão ou aquecida no inverno”, vincou o responsável. Outro dos grandes objetivos é produzir energia localmente, que é a forma mais barata, e ensinar às famílias a melhor forma de utilizar este tipo de energia elétrica.

A Cleanwatts foi fundada em 2020 através da incorporação da Virtual Power Solutions (VPS) e de várias ‘startups’ internacionais atuando na área da gestão digital de energia. A missão da empresa é simplificar, ampliar e acelerar a descarbonização de energia para clientes em todo o mundo.

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Vacinas administradas no Queimódromo do Porto são válidas

O Infarmed e a DGS garantem que foi considera "válida" a vacinação ocorrida no Centro de Vacinação Covid-19 do Queimódromo do Porto, nos dias 9 e 10 de agosto. Utentes não têm de repetir vacinação.

A vacinação ocorrida no centro de vacinação Covid-19 do Queimódromo do Porto, nos dias 9 e 10 de agosto, foi considerada válida, após análise do Infarmed. Todos os utentes vacinados nestes dias não terão de repetir a inoculação.

“O Infarmed concluiu que, relativamente às vacinas inoculadas nestes dias, não se verificou impacto na qualidade, estando assegurados os parâmetros de segurança e eficácia exigíveis. Por essa razão, considera-se que estes cidadãos contam com processos de vacinação válidos e que aqueles que já tiverem completado o seu esquema vacinal terão acesso ao certificado digital”, esclarecem as autoridades de saúde através de um comunicado enviado esta terça-feira.

Na sequência desta decisão, os certificados digitais emitidos às 875 pessoas vacinadas no centro de vacinação Covid-19 do Queimódromo do Porto nos 9 e 10 de agosto foram considerados válidos.

De acordo com a DGS, “a partir de segunda-feira, dia 23 de agosto, as 40 pessoas que receberam a vacina Comirnaty, da Pfizer, e as 835 pessoas que receberam a vacina da Janssen ficaram elegíveis para obter o certificado digital Covid-19 válido”.

O processo de vacinação no Queimódromo tinha sido suspenso após serem detetadas “falha na cadeia de frio”, de acordo com a task force para a vacinação.

(Notícia atualizada às 19h35 com mais informações)

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