Há mais 2.621 infetados e 17 óbitos por Covid-19. Internamentos baixam

Número de novos casos cresceu de forma mais expressiva no Norte, que representou um terço das infeções, e nos Açores. Internamentos voltaram a recuar quer em enfermaria, quer nos cuidados intensivos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 2.621 novos casos de Covid-19, elevando o número total de infetados desde o início da pandemia para 984.985. O boletim diário deste sábado revela ainda mais 17 mortes nas últimas 24 horas, para um total de 17.457 óbitos. Os internamentos desceram para 838.

O boletim dá conta de um total de 923.510 recuperados, mais 3.233 do que no balanço de sexta-feira. Há, neste momento, 44.018 casos ativos em Portugal, menos 628 em relação ao dia anterior.

O número de pessoas hospitalizadas voltou a recuar. Atualmente, estão internados 838 doentes em unidades hospitalares (menos 28 nas últimas 24 horas), dos quais 186 em unidades de cuidados intensivos (menos 8).

Por regiões, e face ao boletim de sexta-feira, há um forte de novos casos no Norte, com 878 infeções, contra 659 na véspera, representando agora um terço do total. Também a região de Lisboa cresce, registando 1075 testes positivos ou 41% do total. A subir estão também os Açores, que passam de 42 para 73 casos, e a Madeira, embora com um crescimento ligeiro (de 31 para 37).

As restantes regiões registam uma tendência decrescente nas últimas 24 horas, com 216 novas infeções no Centro, 215 no Algarve e 127 no Alentejo.

A região de Lisboa registou o maior número de óbitos nas últimas 24 horas, com um total de 9 mortes. Segue-se o Norte com 4, o Alentejo com 2, e o Centro e o Algarve com uma cada.

Lisboa e Vale do Tejo tem ainda os valores acumulados mais altos desde o início da pandemia. (384.957 casos de infeção e 7.457 mortes), seguindo-se o Norte (380.818 casos e 5.451 mortes), o Centro (131.554 casos e 3.053 mortes), o Alentejo (34.548 casos e 986 mortes) e o Algarve (34.439 casos e 400 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 7.829 casos e 38 mortos, enquanto a Madeira regista 10.840 casos e 72 vítimas mortais.

Há ainda 63.939 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, menos 4.019 do que no dia anterior.

(Notícia atualizada às 14h35)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estabilidade laboral, majoração de reformas, subsídios e emigração: partidos propõem medidas para a natalidade

  • Lusa
  • 7 Agosto 2021

Descida da população e redução dos nascimentos reforçam preocupação com a natalidade. A Lusa recolheu as propostas dos principais partidos com assento parlamentar para reverter a tendência.

Creches gratuitas, contratos de trabalho mais estáveis, redução do horário de trabalho, incentivos fiscais, majoração nas reformas ou direito à desconexão profissional. São algumas das propostas recolhidas pela Lusa junto de PS, PSD, Bloco de Esquerda, PCP, CDS e PAN para aumentar a natalidade.

De acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística na semana passada, a população portuguesa diminuiu 2% nos últimos dez anos, um saldo negativo que não se verificava desde os censos de 1970. Portugal tem 10.347.892 residentes, menos 214.286 do que em 2011.

O vice-presidente do PSD, David Justino, considera, em declarações à Lusa, que os dados do Instituto Nacional Ricardo Jorge divulgados esta semana – que mostram que nasceram cerca de 37.700 bebés em Portugal no primeiro semestre de 2021, uma redução de mais de 4.400 relativamente ao período homólogo e que representa o valor mais baixo nos últimos 30 anos – tornam “muito provável” que, em 2021, o número de nados vivos em Portugal desça abaixo da “barreira dos 80 mil”, um valor que está “muito longe dos 100 e tal mil de há 10 ou 15 anos atrás”.

Notando assim uma situação “preocupante” para a qual não tem havido “um esforço acrescido” no sentido de “encontrar medidas que possam mitigar um pouco a tendência”, o vice-presidente do PSD frisa também que os dados preliminares dos Censos2021, que indicam que houve uma quebra de 2% na população, mostram que se está a “juntar os ingredientes todos” para Portugal “continuar a perder população nos próximos anos”.

Apesar de considerar que “não existem políticas para a natalidade”, porque “não se consegue alterar o número de nascimentos se não se alterar as condições de vida, nomeadamente dos casais das famílias e das próprias mães”, o vice-presidente do PSD afirma que “tem de haver medidas de incentivo à maternidade e de proteção da maternidade”, que permitam mitigar o que considera ser um problema da “economia, do emprego, do dispor de habitação e de contratos relativamente estáveis e confiáveis”.

David Justino considera também que é necessário um “forte investimento nas creches, começando no berçário e ir até praticamente aos seis anos, que é a idade com que se entra no primeiro ciclo”.

“Esse é que é o ponto fulcral: as pessoas têm que ter confiança que podem exercer a sua atividade profissional, podem desenvolver suas carreiras, e estão descansados relativamente à guarda e ao desenvolvimento pessoal das crianças. E isso não acontece”, aponta David Justino à Lusa.

O vice-presidente do CDS Pedro Melo salientou, em declarações à Lusa, que uma das explicações para os números “preocupantes, mas sem surpresa” prende-se com o “custo de vida” em Portugal, que é “muito elevado face aos salários, que são muito baixos”.

“Se não há boas condições de vida, as pessoas tendem a não ter filhos, porque ter um filho hoje é um custo elevado: quer a nível da habitação, quer a nível de escolas, quer a nível do acompanhamento normal, daquilo que é a vida familiar e, portanto, de um jovem”, afirma Pedro Melo à Lusa.

Benefícios fiscais e majoração na reforma

O vice-presidente do CDS considera que, além de ser necessário apresentar “soluções relacionadas com benefícios fiscais”, que sejam “expressivos” nomeadamente para “famílias numerosas”, com três ou mais filhos, é também necessário passar para um “novo patamar de discussão” que inclua “duas vertentes”.

A primeira implicaria uma “majoração da reforma” para as pessoas que têm filhos, porque, segundo Pedro Melo, “quem tem filhos não só teve dispêndios naturais com esses filhos”, como “são esses filhos que permitem pagar as reformas das pessoas que estão agora reformadas”.

Além disso, o vice-presidente do CDS estima também que o novo patamar de discussão deve incluir uma “segunda dimensão” que passa pela “atribuição de um pagamento de um subsídio por cada filho durante os primeiros anos de vida”.

“Seria a atribuição de um subsídio todos os meses durante os primeiros anos de vida. Obviamente que isto seria restrito às famílias portuguesas e que tivessem a sua situação tributária e as contribuições para a Segurança Social regularizadas, para evitar abusos que poderão acontecer neste tipo de matérias”, considera Pedro Melo.

Maior estabilidade do emprego jovem

Pelo PAN, a líder parlamentar, Inês de Sousa Real, considera que o “problema da redução de natalidade” se justifica com a “precariedade estrutural do emprego jovem”, que “impede esta camada da população de conseguir a estabilidade, segurança e o nível de rendimentos necessários à construção de uma família”, assim como à “existência de um modelo de organização do trabalho que torna cada vez mais difícil a conciliação da vida pessoal e familiar”.

Para “inverter esta tendência negativa”, Inês de Sousa Real relembra que o PAN tem “apresentado diversas propostas” ao nível do “incentivo à natalidade”, onde constam “medidas que visam assegurar uma maior estabilidade no emprego jovem, das quais se destacam as propostas que visam travar os abusos associados aos estágios profissionais”.

Além disso, a líder parlamentar do PAN frisa também que o partido tem proposto “medidas que visam garantir uma maior conciliação da vida profissional com a vida familiar, das quais se destaca a consagração do direito à desconexão profissional ou a criação de incentivos ao teletrabalho”.

“Destaque ainda para medidas que visam o reforço dos direitos de parentalidade, como a medida que visa o alargamento das licenças parentais para 6 meses que consta de uma proposta que agendaremos para discussão e votação em plenário na próxima sessão legislativa. No próximo orçamento do estado voltaremos a colocar algumas destas propostas e preocupações em cima da mesa”, frisa ainda a deputada.

Tornar o território mais atrativo para empresas e pessoas

“Quanto à questão demográfica, ao longo dos últimos anos o PS tem apresentado um conjunto de propostas e medidas concretas, que, acreditamos, permitirão alterar a tendência que se tem verificado”, argumentam os socialistas, acrescentando que as últimas moções apresentadas ao Congresso Nacional pelo secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa, “reconhecem o problema do desafio demográfico e apresentavam um conjunto de opções estratégicas, que o PS, quer na Assembleia da República, quer no Governo, tem vindo a implementar”.

O PS sustenta que “todos os territórios são territórios de oportunidades, sendo necessário identificar os recursos e potencialidades locais que importa mobilizar para tornar o território mais atrativo para as empresas e para as pessoas”. “A captação de inovação para os territórios terá ainda de ser complementada com respostas públicas adequadas ao crescimento populacional e económico, e garantir um acesso de qualidade aos serviços públicos”, vincam.

Para o Bloco de Esquerda, os números da natalidade “precisam de ser eles próprios submetidos a um inquérito”, deixando um conjunto de questões. “Por que razão houve menos nascimentos? Acentuou-se a diferença entre fecundidade desejada e fecundidade realizada? Por outras palavras, as pessoas queriam ter mais filhos e não tiveram por falta de perspetivas de futuro, de estabilidade no emprego, de rendimentos, de respostas sociais para a infância?”, questionam.

Atrair e acolher mais emigrantes

Os bloquistas ressalvam que “a parentalidade tem de ser uma escolha livre” e que “a questão demográfica não tem na natalidade a sua única dimensão”, sustentando que o país “deve ser capaz de atrair e acolher muito mais imigrantes”.

Neste contexto, o BE elege como prioridades, no campo laboral, a redução do horário de trabalho, o alargamento das licenças parentais, o combate à precariedade e “contratos estáveis”. Direitos laborais que se devem estender também aos imigrantes, com os bloquistas apelarem ao incentivo à sua vinda e fixação e a “processos céleres e justos de regularização”.

Quanto à resposta social, esta deve passar por “redes de creches gratuitas” e “mais resposta de amas de creche familiar”, sustentando que se deve “continuar o caminho de gratuitidade integral do ensino (como se fez com os manuais)”.

Já o PCP nota que os resultados dos Censos, ainda que provisórios, “evidenciam dados que infelizmente não surpreendem, antes confirmam o défice demográfico como um dos principais défices estruturais do país, como o PCP tem classificado ao longo dos anos”.

“Não há inversão da tendência enquanto não existirem políticas estruturais que permitam contrariar efetivamente o declínio demográfico, assim como a ocupação do território”, apontam.

35 horas e aumento geral dos salários

Argumentando que “pensar em ter filhos e aspirar participar, apoiar e viver o seu crescimento implica ter um salário digno, um vínculo permanente e horários de trabalho estáveis”, os comunistas insistem em propostas como as 35 horas de trabalho semanal “sem redução de salário”, o aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional para 850 euros, um “plano nacional de combate à precariedade” e o “combate aos horários desregulados e ao abuso do trabalho noturno, por turnos e aos fins de semana”.

A juntar a creches gratuitas e à criação de uma rede pública de creches, o PCP sugere que seja garantida “vaga na rede de pré-escolar público a partir dos 3 anos”, o reforço de meios materiais e humanos nas escolas ou o reforço dos abonos de família.

Garantias na saúde como a atribuição de um enfermeiro e médico de família a todas as crianças ou a inclusão nos cuidados de saúde primários da pediatria, psicologia, oftalmologia, saúde oral e nutrição, também constam das propostas dos comunistas.

O partido mostra ainda preocupação com a ocupação desigual do território, apelando a medidas como a “promoção do desenvolvimento de infraestruturas geradoras de bens e serviços estratégicos, em todo o território” ou a “potenciação da localização do investimento, público e privado e o bom uso dos fundos comunitários”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autoagendamento para maiores de 18 anos foi retomado

  • Lusa
  • 7 Agosto 2021

O autoagendamento da vacinação da covid-19 para os utentes com 18 ou mais anos voltou a ficar disponível, após ter sido suspenso pela 'task force' para agendar a vacinação dos jovens com 16 e 17.

O autoagendamento dos maiores de 18 anos tinha sido suspenso para agendar a vacinação dos jovens com 16 e 17 anos, que acontece no próximo fim de semana. Voltou a ser reativado e já está disponível.

O autoagendamento exclusivo para vacinação contra a covid-19 dos jovens de 16 e 17 anos, para vagas disponíveis no fim de semana de 14 e 15 de agosto, arrancou na terça-feira, uma semana depois de ter sido aberta a vacinação para a faixa etária dos 18 ou mais anos, que foi, entretanto, suspensa.

O autoagendamento para os jovens de 16 e 17 anos terminou na sexta-feira, o que permitiu reativar o agendamento para os maiores de 18 anos.

Até às 18:00 de quinta-feira, 70 mil jovens com 16 e 17 anos de “um universo de 200 mil” já tinham feito o autoagendamento para a vacinação, disse na sexta-feira o coordenador da ‘task force’ da vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo.

A modalidade do autoagendamento permite que as pessoas selecionem o local e a data em que pretendem ser vacinadas, recebendo depois uma mensagem SMS com a confirmação do dia, da hora e do centro de vacinação. A confirmação do agendamento implica que seja enviada resposta ao SMS.

Portugal atingiu na sexta-feira, antes da data prevista, a meta de ter 70% da população vacinada com pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19 segundo o Ministério da Saúde em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo avança com estudo de imunidade nos lares de idosos do Algarve e Alentejo

  • ECO
  • 7 Agosto 2021

Estudo serológico vai ser conduzido ainda este mês e a participação será voluntária, indica o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Com o objetivo de aumentar o conhecimento científico sobre os efeitos da vacina na população dos lares de idosos o Governo vai avançar, já em agosto, com um estudo serológico a uma amostra de 5 mil funcionários e utentes, anunciou este sábado o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS). A participação será voluntária.

O estudo, que será conduzido pelo Algarve Biomedical Center (ABC) e pela Fundação Champalimaud, vai “avaliar a imunidade dos idosos mais vulneráveis que já receberam a vacina, comparando-a com a dos funcionários vacinados na mesma altura”, indica o comunicado. Os resultados serão apresentados publicamente em setembro.

O estudo será conduzido nas regiões do Algarve e Alentejo. “O ABC vai contactar todas as instituições destas regiões, solicitando a participação dos utentes e dos profissionais, até se atingir a meta de 5 mil participantes. Os testes não vão acarretar quaisquer custos para as instituições. Os resultados do estudo serão partilhados com as autoridades de saúde e poderão contribuir para decisões futuras sobre esta matéria”, acrescenta.

O MTSS indica ainda que foram já vacinados 99% dos idosos nos lares e 97% dos funcionários, “um esforço que continuará até se garantir a cobertura integral de vacinação nesta população”.

Segundo o Ministério, que cita dados da Task Force, falta ainda vacinar cerca de mil utentes de lares, a esmagadora maioria dos quais (cerca de 90%) por terem estado infetados com Covid-19, estando a aguardar o final dos 90 dias para poderem tomar a vacina.

No caso dos funcionários, falta ainda vacinar cerca de 2.100 pessoas, cerca de 70% dos quais por se encontrarem a recuperar de infeção por Covid. Os restantes não tomaram ainda a vacina por serem novas contratações ou por terem razões de saúde que desaconselham a vacina.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

No embate entre Pedro Nuno Santos e Alfredo Casimiro, o empresário foi ao tapete

O confronto entre o ministro das Infraestruturas e o maior acionista da Groundforce arrastou-se durante meses. O filme do combate, em seis rounds.

A relação entre o ministro das Infraestruturas e o maior acionista e presidente da Groundforce, com 50,1% da empresa, foi tensa logo desde o início. Foram meses de trocas de acusações, com uma conversa privada tornada pública e um “braço de ferro” que durou até ao fim.

Primeiro round: um empréstimo que nunca saiu

A paralisação do tráfego aéreo deixou a Groundforce em dificuldades logo no verão de 2020. A primeira tentativa de aliviar a tesouraria da empresa passou por um empréstimo de 30 milhões com garantia do Estado. A aprovação não saia e as relações tornaram-se logo difíceis, com Alfredo Casimiro a acusar Pedro Nuno Santos de atrasar o processo. O Ministério ripostou que foi o então presidente da empresa de handling que se demorou na entrega da informação ao Governo e à CGD.

O empresário chegou a afirmar publicamente que cumpria todas as condições do empréstimo, mas o Governo desmentiu, dizendo que Alfredo Casimiro tinha feito novas exigências. Um dia antes, o acionista maioritário tinha acusado Pedro Nuno Santos de “chantagem” e “roubo”. “É o que quer o Senhor Ministro Pedro Nuno Santos: nacionalizar a Groundforce e entregá-la daqui a uns tempos a outro privado. Estão a aproveitar-se da pandemia para fazer um roubo”, atirou em comunicado. O empréstimo nunca chegou a sair e a companhia de handling continuou com a “corda ao pescoço”.

Segundo round: uma garantia afinal já penhorada

A TAP, que controla 49,9% do capital, foi ajudando a pagar salários, com adiantamentos do pagamento de serviços durante 2020, até que em janeiro, a companhia aérea começou a exigir garantias: a participação de 50,1% da Pasogal, a empresa de Alfredo Casimiro, na Groundforce. No entanto, “à última da hora”, segundo o Governo, descobriu que as mesmas ações já estavam dadas em penhor ao Montepio (em três créditos) e ao Novo Banco (num empréstimo).

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, durante a sua audição perante a Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, 20 de julho de 2021. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

A 24 de março, no Parlamento, Pedro Nuno Santos diria que “este foi o primeiro momento infeliz, em que um empresário português decide enganar o Estado português, o Governo, o país e os trabalhadores”. “Não podemos fazer de conta que não se passa nada e que se trata de um empresário igual aos outros”, acrescentou.

Terceiro round: o áudio da conversa com Pedro Nuno Santos

Em março, a relação entre o ministro das Infraestruturas e Alfredo Casimiro já era tensa, mas o caldo entornou com a circulação pública de um áudio com uma conversa entre ambos no Ministério, gravada pelo empresário, sem o conhecimento do governante.

Na conversa, Alfredo Casimiro pergunta ao ministro se Humberto Pedrosa, o acionista privado da TAP, ia acompanhar o Estado no reforço do capital da companhia aérea. Pedro Nuno Santos responde que Bruxelas tem dito que será necessário converter parte ou mesmo a totalidade do capital: “O que vai acontecer é que participação de Humberto Pedrosa vai-se transformar em pó”, diz.

A ideia seria fragilizar o ministro, que avançou com uma queixa-crime contra Alfredo Casimiro, pela divulgação da conversa privada.

Quarto round: um contrato rasgado

A alternativa encontrada para dar liquidez à Groundforce acabou por ser a compra do equipamento da empresa de assistência em escala pela TAP, através da celebração de um contrato de sale & leaseback. A companhia aérea pagou 7 milhões e a de handling ficou com um encargo mensal. A 27 de abril Alfredo Casimiro anuncia que a administração da empresa anulou a venda por considerar que os contratos “eram desequilibrados e punham em causa a sobrevivência da Groundforce e o emprego dos seus 2.400 trabalhadores”, seguindo o parecer o conselho fiscal.

A TAP respondeu dizendo que a anulação não tinha qualquer efeito prático. Os contratos “são válidos e eficazes e a decisão de os considerar nulos emitida por uma das partes não tem força legal”, reagiu. Diz também que nem o conselho fiscal da empresa nem o auditor se pronunciaram no sentido da nulidade. O parecer apenas aponta riscos, considerando o prazo de dois meses para a recompra dos equipamentos “demasiado desafiante”. Alfredo Casimiro decidiu contestar o contrato em tribunal.

Quinto round: uma greve devastadora

O contrato de sale & leaseback ajudou a pagar os salários durante uns meses, mas no final de junho já estavam por saldar os subsídios de férias e não havia dinheiro para o próximo vencimento. Os sindicatos ameaçam com uma greve e a TAP propõe fazer um novo adiantamento de pagamento para resolver o impasse.

Por esta altura, Alfredo Casimiro estava encostado às cordas. A companhia aérea tinha requerido a insolvência da Groundforce e o empresário temia que um novo adiantamento reforçasse os argumentos da TAP no tribunal. Rejeita, por isso, qualquer adiantamento. Pelo meio trocam-se acusações sobre quem deve a quem. O acionista maioritário acaba por conseguir passar a pressão para a transportadora e o Governo.

Trabalhadores da Groundforce manifestam-se em frente à sede da empresa - 03MAR21

Sem subsídios e pagamentos de horas extraordinárias, a greve avança mesmo, paralisando os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro no fim de semana de 17 e 18 de julho. Foram cancelados cerca de 650 voos, provocando o caos naquelas infraestruturas, enorme insatisfação nos passageiros e prejuízos para as companhias aéreas. Agora eram a TAP e o Governo que ficavam encostados às cordas.

Pressionado a agir, Pedro Nuno Santos encontra uma forma de a TAP pagar diretamente os subsídios e salários aos trabalhadores, conseguindo que fosse desconvocada uma segunda greve prevista para o fim do mês.

Sexto round: tribunal declara insolvência e Pedro Nuno Santos a vitória

A 20 de julho o ministro das infraestruturas afirma no Parlamento que a venda pelo Montepio das ações da Pasogal na Groundforce estava em marcha e mostrava-se otimista na possibilidade de encontrar uma solução que afastasse Alfredo Casimiro e desse à empresa um acionista estável.

O knock-out chegaria por outra via. Na terça-feira, o Juízo de Comércio do Tribunal de Lisboa declarou a insolvência da Groundforce, que determina que os antigos administradores deixam de exercer os respetivos cargos. A gestão passa para os administradores de insolvência e a companhia a ser “controlada” pelos principais credores: a ANA e a TAP.

Alfredo Casimiro está mesmo fora da Groundforce, como queria o ministro, mas ainda não “atira a toalha ao chão”. Diz que vai recorrer, embora o recurso não suspenda a decisão do tribunal. Em reação à declaração de insolvência, acusou Pedro Nuno Santos de protagonizar um “atentado político à Groundforce e aos seus trabalhadores” e a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, de só saber fechar empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Restaurantes dominam valor acumulado no IVAucher. Cultura pesa apenas 2%

  • ECO
  • 7 Agosto 2021

A maior parte da despesa acumulada no programa de incentivo ao consumo diz respeito à Restauração. Alojamento vale 18% e Cultura apenas 2%, segundo dados avançados pelo jornal Público.

Os restaurantes são responsáveis por 80% da despesa acumulada no IVAucher, o incentivo ao consumo que devolve o correspondente ao IVA em restauração, alojamento e cultura, avança o Público (acesso pago), citando dados do Ministério das Finanças. Dos 21,2 milhões apurados em junho, 16,8 milhões dizem respeito a faturas naquele setor.

Com 3,8 milhões em IVA acumulado no primeiro dos três meses previstos, o alojamento representa 18% do total. A cultura pesa apenas 2%, com 400 mil euros. Recorde-se que o valor apurado entre junho e agosto poderá ser gasto pelos contribuintes a partir de outubro.

A 29 de julho as Finanças fizeram um primeiro balanço da medida, indicando que “o saldo do IVA acumulado pelos contribuintes no Programa IVAucher durante o mês de junho ascende a 21,2 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 48% face ao valor registado em junho de 2020 e apenas 2 milhões de euros abaixo do cenário pré-pandemia, em junho de 2019“. “O impacto do Programa IVAucher será, para já, de pelo menos 42,4 milhões de euros”, acrescentava o comunicado.

O programa é gerido pela Saltpay. Madalena Santos, responsável pela área de negócios da empresa, afirma ao Público que 120 mil contribuintes já associaram um ou mais cartões bancários ao seu NIF e à emissão de faturas para beneficiarem do saldo acumulado. O número deverá crescer, uma vez que só a partir de outubro é possível usá-lo em novas despesas. Uma app IVaucher será lançada pela empresa a 1 de setembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crescimento no emprego leva Wall Street a recordes

O S&P 500 e o Dow Jones registaram recordes de fecho na última sessão da semana, após dados mais fortes do que o esperado quanto à criação de emprego.

Wall Street fechou a semana com recordes, depois de dados sobre o crescimento do emprego se mostrarem mais fortes do que o esperado. Com a confiança na recuperação económica reforçada, o ânimo dos investidores levou mesmo os índices S&P 500 e Dow Jones a renovarem máximos de fecho nesta sessão.

Os dados divulgados esta sexta-feira mostraram que foram criados 943.000 empregos nos EUA em julho, de acordo com o Departamento do Trabalho norte-americano. Este desempenho, que ocorre numa altura em que existiu mais procura por trabalhadores no setor dos serviços, ficou acima das expectativas dos economistas. Para além disso, foi revelado que a taxa de desemprego caiu para 5,4%.

Perante este desempenho, o S&P 500 subiu 0,17% para 4.436,59 pontos e industrial Dow Jones somou 0,41% para 35.209,03 pontos, ambos atingindo recordes de fecho. Já o tecnológico Nasdaq caiu 0,4% para 14.835,76 pontos, mas ainda assim registou ganhos semanais.

Nos ganhos nesta sessão destaca-se o setor da banca. O Bank of America subiu 2,87% para os 40,15 dólares, o Citigroup ganhou 1,98% para os 71,07 dólares e o Goldman Sachs avançou 3,54% para os 397,89 dólares, tendo atingido um máximo histórico.

Cotadas do setor da indústria, da energia e do retalho também registaram valorizações, depois de o relatório de empregos ter acalmado as preocupações sobre a recuperação económica.

Já as tecnológicas ficaram em “terreno” vermelho, numa sessão em que os investidores preferiram apostar nas cotadas que beneficiam da recuperação económica. A Amazon recuou 0,92% para os 3.344,94 dólares, a Netflix perdeu 0,83% para os 520,55 dólares e a Apple caiu 0,48% para os 146,14 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inteligência artificial na Nos é “mais um membro da equipa”

Jorge Graça, administrador executivo da Nos com o pelouro da tecnologia, fala sobre inteligência artificial e de como pode mudar a forma como trabalhamos. E aborda as questões éticas que ela levanta.

O administrador executivo da Nos com o pelouro da tecnologia está convencido de que a inteligência artificial (IA) vai “mudar” a forma como as pessoas trabalham. Na Nos, alguns modelos já são considerados membros da equipa, diz Jorge Graça, em entrevista ao ECO.

Destacando que a Nos tem “acompanhado” a IA há “muitos anos”, o gestor recordou os tempos em que era preciso “um mês para treinar um modelo”. ” Punhamos a informação lá para dentro e depois estávamos um mês — um mês! — à espera da resposta. São coisas que hoje carregamos no botão, iluminam-se não sei quantos data centers numa parte do mundo e a resposta sai logo”, lembrou.

“Lembro-me também da primeira vez que olhei para um resultado, e para um modelo, e para os fatores de decisão, e pensar assim: ‘eu não percebo, por que carga de água é que o modelo está a dizer para fazermos isto?’ E nós aplicávamos o modelo e, contra o grupo de controlo, tínhamos um lift. Se há pessoa que é crente no potencial de mudar a maneira como nós trabalhamos, sou eu”, rematou Jorge Graça, referindo-se à IA.

Para o administrador da Nos, o potencial é maior quando se soma a IA à inteligência humana. “O melhor jogador de xadrez do mundo é uma coisa que se chama um Centauro. É a combinação de um jogador humano com um destes algoritmos. São duplas em que se partilha a componente humana com o algoritmo, e é na combinação das duas que fazem o jogo”, afirmou. “Efetivamente, a transformação que vem é nesta lógica de conseguirmos fundir as duas, para que a soma das duas peças seja superior à soma de um mais um. Que um mais um seja três. Se eu tenho um processo que está automatizado, filosoficamente, olhamos para ele como mais um membro da equipa”, rematou.

Questionado sobre se os responsáveis políticos em Portugal estão conscientes desse potencial revolucionador da IA, Jorge Graça recordou que “a profundidade da discussão é grande, porque não são temas triviais”. “Como é que formalizamos ética? Como é que definimos o que é uma decisão em que não há uma resposta óbvia?”, retorquiu.

“Há um nível mínimo de educação e de entendimento que tem de ser assegurado em todas as empresas que vão fazer o deploy desta tecnologia. Porque não basta nós confiarmos na palavra de terceiros”, considerou, sinalizando que a União Europeia “está a fazer um caminho” mais “estruturado” do que o que foi “feito pelos EUA”.

“A Google tinha aquele mantra do no evil [não faças o mal]. Gosto muito desse mantra, mas a pergunta não deixa de ser: qual é a tua definição de evil? É tudo muito bonito, mas se a tua definição de evil não é igual à minha, é-me irrelevante que se diga do no evil…”, disse.

“Isto parece uma coisa pouco interessante ou pouco relevante, mas ela é fundamental para o que aí vem”, sublinhou o administrador executivo da Nos. “Se vou pôr a minha vida e a vida de outras pessoas nas mãos de uma IA que vai guiar o meu carro, eu gostava de saber quais são os princípios. O que é que vai acontecer? Se ele for confrontado com uma decisão de ‘atropela uma pessoa’ ou ‘morrem os quatro ocupantes do carro’, qual é a decisão que vai tomar?”, exemplificou.

“Eu quero saber isso. Não quero que seja decidido por uma black box de um tipo que, quando lança um foguetão, fuma um charro em celebração. Peço desculpa, mas gostava que o Elon Musk me explicasse qual é o sentido de ética que ele tem”, atirou, numa referência direta ao controverso gestor que lidera a Tesla e fundou a SpaceX, uma empresa privada de transporte espacial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Regulador europeu identifica doença autoimune como efeito secundário da vacina da Janssen

  • Lusa
  • 6 Agosto 2021

A agência europeu concluiu também que vários casos notificados de desmaios e zumbidos estão relacionados com a toma desta vacina de dose única.

A Agência Europeia do Medicamento identificou como efeito secundário da vacina contra a covid-19 da farmacêutica Janssen a trombocitopenia imune, uma doença autoimune que leva à diminuição ou destruição das plaquetas no sangue, essenciais no processo de coagulação.

O regulador europeu do medicamento (EMA, na sigla em inglês) concluiu ainda que vários casos notificados de desmaios e zumbidos estão relacionados com a toma desta vacina de dose única.

Apesar disto, a EMA mantém inalterada a relação risco-benefício da vacina da farmacêutica do grupo norte-americano Johnson & Johnson, realçando que previne as hospitalizações e mortes por covid-19.

Os peritos do comité de segurança da EMA recomendaram, numa reunião esta semana, atualizar a informação sobre a vacina para incluir a trombocitopenia imune como uma “reação adversa” e aconselharam que fosse mencionada no plano de gestão de riscos como um “risco importante identificado”.

Na origem da recomendação estiveram casos notificados que constam da base de dados europeia e norte-americana de possíveis efeitos secundários, assim como dados de segurança global da farmacêutica e artigos científicos.

A EMA decidiu incluir uma advertência dirigida aos profissionais de saúde e às pessoas que tomarem a vacina da Janssen para que estejam atentos a sintomas como hematomas e sangramento excessivo.

Na trombocitopenia imune, o sistema imunitário “ataca e destrói por erro as plaquetas”, células sanguíneas “necessárias à coagulação normal do sangue”, explicou o regulador.

A agência decidiu, também, que vai adicionar no folheto da vacina da Janssen os desmaios e os zumbidos como possíveis reações adversas.

Para chegar a esta conclusão, o comité de segurança da EMA analisou 1.183 casos de desmaios identificados como parte de relatórios sobre reações à imunização relacionadas com a ansiedade e investigou seis casos de zumbidos observados em ensaios clínicos e 108 assinalados pela farmacêutica no seguimento de relatórios.

Em Portugal, a vacina da Janssen pode ser administrada a homens a partir dos 18 anos e a mulheres a partir dos 50 anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maioria dos internados com Covid em cuidados intensivos têm entre 60 e 79 anos

A mortalidade por Covid-19 "manter-se-á provavelmente elevada nas próximas semanas, dado o aumento de casos de infeção por SARS-CoV-2 acima dos 80 anos", alerta relatório do INSA.

A maior parte dos infetados com Covid-19 internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) situa-se entre os 60 aos 79 anos, de acordo com o relatório de Linhas Vermelhas publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). É também dado o alerta de que a mortalidade “manter-se-á provavelmente elevada nas próximas semanas, dado o aumento de casos de infeção por SARS-CoV-2 acima dos 80 anos”.

O INSA destaca o aumento que se tem verificado nos internamentos no grupo etário dos 60 aos 79 anos, “tendo ultrapassado o número de internados no grupo etário dos 40-59 anos”. No entanto, o número de casos de Covid-19 internados em UCI no continente revelou uma “tendência estável a decrescente”, apesar de já se ter ultrapassado o limiar crítico regional definido para Lisboa e Vale do Tejo, que conta com 106.

Já no que diz respeito ao número de novas infeções, é apenas na faixa acima dos 80 anos que ainda se verifica uma tendência de crescimento em relação às últimas semanas. É por esta razão que é feito o aviso relativamente à mortalidade, já que têm existido mais casos entre esta que é considerada uma população mais vulnerável à doença.

O relatório avança ainda que a mortalidade por Covid-19 (16,4 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes) apresenta uma “tendência crescente e acima do limiar do Centro Europeu de Controlo de Doenças”. Já a pressão sobre os cuidados de saúde “dá indicação de estabilização ou início de diminuição”.

Ainda assim, segundo a monitorização das apelidadas linhas vermelhas, a maioria dos indicadores da pandemia no país mostram uma tendência decrescente. “A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de elevada intensidade, com tendência decrescente a nível nacional, mas ainda crescente nas regiões Centro e Alentejo”, sinaliza o INSA. É apenas nestas regiões que o R(t) “ainda se mantém acima de 1 mantendo-se a tendência crescente”.

(Notícia atualizada às 20h55)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cartão vermelho: Luís Filipe Vieira livre de prisão domiciliária

  • Lusa
  • 6 Agosto 2021

Luís Filipe Vieira propôs pagar a caução de três milhões de euros através da entrega de dois imóveis e 240 mil euros em dinheiro, pedido aceite pelo juiz Carlos Alexandre.

O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, que se encontrava em prisão domiciliária desde 10 de julho, já está em liberdade, confirmou à agência Lusa fonte ligada ao processo.

O ex-dirigente ‘encarnado’, cuja notícia da cessação da medida de prisão domiciliária foi avançada pela RTP, deixa assim de estar sujeito a esta medida de coação, depois de o juiz Carlos Alexandre ter aceitado as garantias dadas por Luís Filipe Vieira, que se propôs pagar a caução de três milhões de euros através da entrega de dois imóveis e 240 mil euros em dinheiro.

No processo Cartão Vermelho, Luís Filipe Vieira, além da prisão domiciliária, que agora deixa de ter de cumprir, tem como medidas de coação a proibição de sair do país, com a entrega do passaporte, e de contactar com os outros arguidos do processo: o empresário José António dos Santos e o advogado e agente Bruno Macedo, sendo a exceção o seu filho Tiago Vieira, e vários elementos ligados ao Novo Banco.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos no início de julho numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do Benfica e Novo Banco e está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonangol adia venda de participações em blocos petrolíferos

  • Lusa
  • 6 Agosto 2021

A prorrogação deveu-se à elevada adesão por parte de empresas interessadas no processo de alienação de oito blocos, segundo a petrolífera angolana.

A Sonangol, petrolífera estatal angolana, prorrogou até dia 20 deste mês as sessões virtuais de exposição das suas concessões petrolíferas, no âmbito do processo de alienação parcial dos seus interesses participativos em alguns blocos petrolíferos.

De acordo com um comunicado da empresa, a prorrogação deveu-se à elevada adesão por parte de empresas interessadas neste processo de alienação.

A petrolífera nacional informa ainda que devido a esta situação, o prazo de submissão de propostas fica igualmente alargado até 20 de setembro próximo.

A Sonangol vai alienar parte dos interesses participativos em oito blocos petrolíferos, salvaguardando o direito de preferência dos atuais parceiros, ação que se enquadra na estratégia de revisão e otimização do seu portefólio de ativos de exploração e produção, pretendendo ter o processo concluído até ao final deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.